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Por que astronautas adoecem ao voltar à Terra? Entenda a relação de doenças com a órbita espacial

A humanidade está expandindo sua presença no espaço como nunca antes. Com missões tripuladas de longa duração na Estação Espacial Internacional e planos ambiciosos para enviar astronautas à Lua e a Marte, estamos entrando em uma nova era de exploração.

No entanto, essa expansão traz desafios significativos, já que astronautas adoecem no espaço e ao retornar à Terra, enfrentando impactos fisiológicos e adaptações necessárias para sobreviver fora do ambiente terrestre. Mesmo com avanços científicos e tecnológicos, viver além da Terra ainda apresenta riscos para o corpo humano, algo que, até poucas décadas atrás, parecia restrito à ficção científica.

No entanto, essa jornada não está isenta de desafios. O corpo humano evoluiu para sobreviver na gravidade terrestre, e viver em um ambiente de microgravidade pode ter impactos profundos na saúde.

Desde a perda de massa óssea e muscular até mudanças no sistema imunológico e cardiovascular, a ausência prolongada da gravidade impõe riscos que os cientistas ainda estão tentando compreender completamente.

Duas missões da SpaceX estão programdas para levar astronautas à estação espacial em 2025. Novo voo da Boeing Starliner é incerto. Crédito: Sdecoret – Shutterstock

O que acontece com os astronautas ao voltar para a Terra?

O retorno à Terra, por sua vez, pode ser tão desafiador quanto a estadia no espaço, exigindo uma readaptação fisiológica que pode levar semanas ou até meses.

Após passarem longos períodos no espaço, os astronautas frequentemente enfrentam desafios físicos e psicológicos ao retornar à Terra. Embora nem todos desenvolvam problemas graves, é comum que apresentem alterações no organismo devido à exposição prolongada à microgravidade e ao ambiente espacial.

Recentemente, dois astronautas da NASA voltaram após nove meses na Estação Espacial Internacional, período significativamente maior do que o planejado. Mas será que o corpo humano consegue se adaptar facilmente ao retorno?

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Por que astronautas adoecem ao voltar à Terra?

A microgravidade provoca diversas mudanças no corpo humano, impactando órgãos e sistemas essenciais. Algumas dessas alterações podem ser temporárias, como tontura ou desorientação nos primeiros dias após o retorno, enquanto outras podem trazer consequências a longo prazo, exigindo meses de reabilitação. Isso ajuda a explicar por que astronautas adoecem no espaço e ao voltar à Terra, mesmo quando todas as medidas preventivas são tomadas.

A ausência de gravidade afeta o equilíbrio, a circulação sanguínea, o sistema imunológico e até a estrutura dos ossos e músculos. Além disso, o confinamento prolongado, a exposição à radiação e a alteração na microbiota corporal contribuem para uma série de sintomas físicos e emocionais.

A adaptação ao espaço e a readaptação à gravidade da Terra exigem muito do corpo humano, revelando que ainda estamos aprendendo a viver longe do planeta onde evoluímos.

Redistribuição de fluidos corporais

Na ausência de gravidade, os líquidos do corpo, que normalmente se acumulam na parte inferior, deslocam-se para a parte superior. Isso causa inchaço facial, sensação de congestão e aumento da pressão intracraniana, podendo afetar a visão. Essa condição é chamada de Síndrome Neuro-Ocular Associada ao Voo Espacial e pode levar a problemas de longo prazo na retina e no nervo óptico.

Perda de massa óssea e muscular

Sem a necessidade de sustentar o peso do corpo, a musculatura se atrofia e os ossos perdem densidade. Estudos mostram que astronautas podem perder até 1,5% da densidade óssea por mês no espaço, aumentando o risco de osteoporose e fraturas ao retornarem. O processo de reabilitação pode levar meses até que a força muscular e a densidade óssea se recuperem.

Astronautas vendo uma planta em crescer na Lua
(Imagem: gorodenkoff/iStock)

Alterações cardiovasculares

No espaço, o coração trabalha com menos esforço, pois a circulação não é afetada pela gravidade. Isso pode levar a uma redução do volume sanguíneo e da pressão arterial. Quando o astronauta volta à Terra, seu sistema cardiovascular precisa se reajustar, o que pode causar tonturas e desmaios ao ficar em pé.

Efeitos no sistema imunológico

A exposição prolongada ao ambiente fechado da Estação Espacial Internacional pode comprometer a resposta imunológica, tornando os astronautas mais vulneráveis a infecções. Além disso, a radiação espacial pode causar mutações celulares, aumentando os riscos de doenças degenerativas e até mesmo câncer a longo prazo.

Problemas psicológicos

O confinamento, o isolamento e a distância da família podem afetar a saúde mental dos astronautas. A monotonia alimentar e a falta de contato com a natureza também contribuem para o estresse e a fadiga mental. Alguns astronautas relatam dificuldades de readaptação social após longas missões.

Reaprendendo atividades cotidianas na Terra

Astronautas da Expedição 69 da Estação Espacial Internacional sendo recebidos na Terra após 371 dias de missão. Crédito: NASA/Bill Ingalls

Após meses em órbita, até mesmo tarefas simples, como andar e segurar objetos, podem se tornar desafiadoras. O sistema vestibular, responsável pelo equilíbrio, se desacostuma à gravidade, tornando os primeiros dias de volta à Terra uma experiência de readaptação.

Essa fase inicial costuma ser especialmente delicada, o que reforça por que tantos astronautas adoecem no espaço e ao retornar à Terra, lidando com sintomas físicos inesperados mesmo nas ações mais cotidianas.

Além disso, o sistema digestivo também precisa se ajustar. A alimentação no espaço é diferente, e a forma como o corpo processa os alimentos muda. Isso pode causar desconforto gastrointestinal, alterações no apetite e até intolerâncias temporárias, exigindo um acompanhamento nutricional cuidadoso nos primeiros dias pós-missão.

Alterações menores podem ser consideradas doenças?

Inflamações, irritações e desconfortos são comuns no retorno à Terra, mas nem sempre são classificados como doenças. No entanto, se essas condições causam impacto na qualidade de vida ou levam a complicações, podem ser diagnosticadas como enfermidades.

Por exemplo, a perda de densidade óssea pode evoluir para osteoporose, uma doença crônica. Da mesma forma, problemas visuais decorrentes da redistribuição de fluidos podem ser permanentes, exigindo acompanhamento médico contínuo.

Com informações de NASA e Science.

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Brasil perdeu duas cidades de SP em superfície de água

O Brasil registrou uma redução alarmante de 400 mil hectares na superfície de água em 2024, área equivalente a mais de duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo. De acordo com dados atualizados do MapBiomas Água, divulgados na sexta-feira (21), o território nacional coberto por corpos hídricos e reservatórios ficou em 17,9 milhões de hectares, uma queda de 2% em relação aos 18,3 milhões registrados em 2023. A tendência de diminuição se intensificou na última década, marcada por oito dos anos mais secos desde o início da série histórica em 1985.

A Amazônia, responsável por 61% da superfície hídrica do Brasil, foi fortemente impactada. O bioma perdeu 1,1 milhão de hectares de água em relação a 2023 e 4,5 milhões em comparação a 2022, afetado por secas extremas consecutivas. Sub-bacias importantes, como as do Rio Negro e do Tapajós, registraram perdas significativas.

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No Pantanal, a situação é ainda mais crítica: o bioma alcançou apenas 366 mil hectares de água em 2024, representando uma redução de 4,1% em relação ao ano anterior e acumulando uma perda de 61% desde 1985. Enquanto isso, outros biomas apresentaram cenários mistos. A Caatinga teve um saldo positivo, consolidando um ciclo de cheias iniciado em 2018, mas áreas vulneráveis, como a bacia do São Francisco, continuam enfrentando secas recorrentes.

No Pampa, após estiagens severas no início do ano, ocorreu uma cheia extrema em maio, a maior registrada nos últimos 40 anos. Já o Cerrado experimentou uma transformação preocupante: corpos hídricos naturais, como rios e lagos, cederam espaço para reservatórios artificiais, que agora respondem por 60% da superfície hídrica do bioma.

Superfície de água no Brasil em 2024 (% do total):

  • Amazônia: 10,9 milhões de hectares (61%)
  • Mata Atlântica: 2,2 milhões de hectares (13%)
  • Pampa: 1,8 milhão de hectares (10%)
  • Cerrado: 1,6 milhão de hectares (9%)
  • Caatinga: 981 mil hectares (5%)
  • Pantanal: 366 mil hectares (2%)

O Brasil mais seco

No geral, o Brasil viu um aumento histórico de superfícies artificiais de água, com acréscimo de 1,5 milhão de hectares desde 1985. Esse crescimento, concentrado principalmente na Mata Atlântica e no Cerrado, reflete a expansão de reservatórios e hidrelétricas. Contudo, os corpos d’água naturais encolheram 15% no mesmo período, restando apenas 77% da cobertura total.

Para especialistas, a combinação de eventos climáticos extremos e mudanças no uso da terra está tornando o Brasil mais seco. Os dados servem como um alerta para a necessidade urgente de políticas públicas e estratégias de gestão hídrica que revertam essa tendência preocupante.

Via Agência Brasil

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Perplexity entra na disputa pelo TikTok com proposta audaciosa

O futuro do TikTok nos EUA está em jogo, e a Perplexity decidiu entrar no páreo. Com o prazo estipulado por Donald Trump para a venda ou proibição do aplicativo se encerrando no início do mês que vem, a startup de inteligência artificial (IA) apresentou uma proposta inusitada para adquirir e transformar a plataforma chinesa.

Em um post no blog oficial, a Perplexity afirmou estar pronta para reconstruir o algoritmo do TikTok sem criar um monopólio. E isso iria em um caminho diferente de gigantes como Oracle ou Microsoft, que também estão na corrida.

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Um TikTok “do zero”

O plano da Perplexity é ambicioso: ela promete redesenhar o algoritmo do zero em data centers americanos, com supervisão local, além de torná-lo transparente e de código aberto. A startup também planeja integrar sua tecnologia de busca avançada à vasta biblioteca de vídeos do TikTok, adicionar recursos de citação automática (semelhante aos já oferecidos pela Perplexity) e implementar tradução automática para expandir o alcance multilíngue da plataforma. Além disso, promete atualizar a infraestrutura de IA utilizando a tecnologia Nvidia Dynamo e melhorar a personalização para usuários que conectarem suas contas da Perplexity ao TikTok.

A ByteDance, dona do TikTok, tem resistido às pressões para vender as operações nos EUA, mas o cenário mudou após a Suprema Corte do país permitir que o governo americano proibisse o app. Depois de um breve “apagão” em janeiro, o presidente Trump impôs um prazo de 75 dias para resolver a situação – que expira em 05 de abril .

No entanto, a oferta da Perplexity enfrenta ceticismo. A startup ainda é vista como um “pequeno player” em comparação com os pesos-pesados interessados no TikTok. Avaliada em cerca de US$ 18 bilhões em negociações recentes, a Perplexity está longe dos valores estimados para aquisição do TikTok, que variam entre US$ 30 bilhões e US$ 50 bilhões.

Via The Verge

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Brain rot: “cérebro podre” está por trás de tática dos jovens para estudar melhor

Em 2024, especialistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, escolheram “brain rot” como o “termo do ano”. Ao pé da letra, “brain rot” quer dizer “cérebro podre” ou “cérebro apodrecido”, sendo um termo amplamente utilizado nas redes sociais, principalmente pelos jovens – que agora estão usando esse “problema” para irem bem na hora de estudar.

Mas antes de entender melhor do que estamos falando, vamos deixar bem claro o que é “brain rot”. Ficar vários minutos passando pelo feed do Instagram ou assistindo a vídeos do TikTok… então, esses minutos viram horas e, ao se dar conta, a gente sente um vazio existencial. Isso é o “brain rot”.

O Dicionário de Oxford (publicado pela universidade) define esse termo da seguinte maneira: “a suposta deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa, especialmente quando resultado do consumo excessivo de material (principalmente online) considerado trivial ou pouco desafiador”. Então, como isso poderia ajudar na educação?

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Uma reportagem do G1 traz que os alunos estão transformando textos acadêmicos em narrativas simplificadas acompanhadas de imagens visualmente estimulantes – mas frequentemente sem conexão lógica com o material de fato. Isso oferece um conteúdo semelhante aos que aparecem quando “rolamos o feed” do TikTok.

Para estudar “rolando o feed”

O processo é simples: plataformas como Coconote, Raena ou PDF to Brain Rot permitem que o aluno envie um arquivo PDF. Em segundos, o sistema gera um vídeo com uma voz robótica lendo o texto enquanto exibe cenas vibrantes de jogos populares, memes ou animações relaxantes.

Essa abordagem atrai justamente pelo apelo visual. Acostumados ao consumo rápido de informações nas redes sociais, os estudantes buscam formas de “gamificar” o aprendizado, liberando dopamina (o hormônio da felicidade) por meio de estímulos visuais constantes. No entanto, especialistas alertam que essa prática pode trazer consequências negativas.

Isso inclui a falsa sensação de aprendizado. Não há garantia de retenção do conteúdo a longo prazo. Atividades como anotar ou resolver exercícios, que ativam regiões cerebrais fundamentais para consolidar conhecimentos, acabam sendo desprezadas. Já a superficialidade elimina nuances importantes, dificultando o desenvolvimento da análise.

Há também uma sobrecarga cognitiva (tendo em vista os inúmeros estímulos visuais que aparecem junto à mensagem principal). A leitura também é afetada, com os alunos perdendo ainda mais o hábito de ler com o passar do tempo.

Aliás, essa dificuldade de análise e outros detalhes relacionados aos impactos cognitivos do “brain rot” foram tema da Coluna Olhar do Amanhã em dezembro do ano passado. Você pode conferir abaixo:

Equilíbrio para não apodrecer o cérebro

Os próprios jovens têm relatado nas redes sociais que utilizam esses vídeos “brain rot” como substitutos à leitura tradicional para estudar. Os especialistas apontam que, enquanto a tecnologia pode ser uma ferramenta útil, seu uso excessivo ou inadequado pode prejudicar o desenvolvimento acadêmico e cognitivo.

Em vez de demonizar as plataformas de inteligência artificial ou ignorá-las completamente, educadores e pais devem abrir espaço para discutir o tema com os alunos. De certo modo, o verdadeiro desafio está em equilibrar inovação tecnológica com métodos de estudo eficazes e sustentáveis.

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Janelas do futuro: tecnologia de smartphones protege e ajuda na conta de luz

Imagine janelas tão eficientes que podem manter a casa silenciosa e confortável, resistindo a furacões – e ajudando na economia. Esse cenário está por trás do desenvolvimento de novas janelas ultrarresistentes e hipereficientes, baseadas em avanços tecnológicos semelhantes aos usados nas telas de smartphones.

A inovação está nos painéis finos de vidro, fabricados com técnicas similares às que possibilitaram o Gorilla Glass, material resistente usado em dispositivos móveis. Esses painéis são colocados entre camadas de vidro padrão, criando janelas de três ou quatro camadas recheadas com gás inerte.

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O resultado é um isolamento térmico muito superior ao das janelas convencionais, que perdem 10 a 20 vezes mais energia por metro quadrado que uma parede bem isolada, segundo Stephen Selkowitz, especialista em eficiência energética de edifícios do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos Estados Unidos. Essa “perda de energia” ocorre porque o calor gerado no interior da casa escapa facilmente pelas janelas no inverno, enquanto no verão o calor externo entra, forçando sistemas de aquecimento e refrigeração a trabalhar mais.

Essas novas janelas podem economizar bilhões de dólares anualmente em energia desperdiçada nos EUA, onde famílias gastam entre US$ 200 e US$ 400 extras por ano devido a ineficiências causadas por janelas antigas. Além disso, elas permitem construir casas tão bem isoladas que permanecem aquecidas por dias, mesmo sem energia durante tempestades de inverno.

Dos smartphones para as janelas

Outra vantagem está na leveza e resistência dessas janelas. A Corning, fabricante do Gorilla Glass (vidro quimicamente reforçado usado nos smartphones mais avançados de empresas como Samsung, Xiaomi e Apple), adaptou sua tecnologia para criar vidros arquitetônicos finos e duráveis, que podem ser usados em portas e janelas à prova de furacões. Na Flórida, por exemplo, a empresa Mitre Brands já está produzindo portas de vidro resistentes a impactos que pesam até 40% menos que modelos anteriores, mas ainda atendem aos rigorosos códigos de construção para resistência a furacões.

Apesar dos benefícios, essas janelas ainda não estão amplamente disponíveis para consumidores comuns. A Alpen, fabricante especializada no estado norte-americano do Colorado, começou a produzir em massa versões padrão dessas janelas com tecnologia da Corning, utilizando linhas de montagem automatizadas para manter os custos baixos. No entanto, a adoção em larga escala dependerá de regulamentações e incentivos para construtores e proprietários.

Via The Wall Street Journal

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30 anos após ser comprovada, a dobra espacial continua distante da realidade

O físico teórico Miguel Alcubierre foi o primeiro a utilizar matemática para testar se a dobra espacial, conceito vindo de seus programas favoritos de ficção científica, era possível. Ele conseguiu provar a possibilidade do fenômeno com o uso da base teórica da relatividade geral e publicou um artigo demonstrando o feito em 1994. Porém, 30 anos depois, ainda restam dúvidas na comunidade cientifica sobre como isso realmente funcionaria.

A impossibilidade de se viajar mais rápido do que a luz é uma restrição que só se aplica a medições locais. É possível manipular o tecido do espaço-tempo para que um objeto acelere além desse limite.

A expansão do universo, por exemplo, separa galáxias numa velocidade maior. Mas, como cada uma delas está em repouso em seu local no espaço, não quebram as leis da física.

Ilustração do modelo de dobra espacial proposto por Alcubierre. (Imagem: AllenMcC. / Wikimedia Commons)

Alcubierre teve um ideia ao observar esse fenômeno. Ele projetou uma dobra espacial que precisaria de uma região perfeitamente plana na malha espacial e manipularia esse tecido numa configuração específica.

“Por meio de uma expansão puramente local do espaço-tempo atrás da nave espacial e uma contração oposta na frente dela, é possível um movimento mais rápido que a velocidade da luz, conforme visto por observadores fora da região perturbada”, explica o físico.

Essa quebra permitiria que a espaçonave pudesse se mover na velocidade que quiser. Os tripulantes não seriam afetados e, em sua perspectiva, não estariam se movendo. Pelo contrário, seu destino simplesmente se aproximaria.

Uma esperança para a dobra

No entanto, o trabalho de Alcubierre tem um grande problema. Para manipular o espaço-tempo nesse formato especifico, seria necessário massa negativa, o que, até o momento, não existe no universo e violaria os conhecimentos físicos atuais.

Mas, há esperança, pois existe a energia negativa. Se duas placas de metal forem mantidas muito próximas, os campos quânticos dentro delas serão restritos, podendo ter apenas certos comprimentos de onda permitidos. Essa limitação é conhecida como efeito Casimir e resulta numa força atrativa entre as chapas e uma região de energia negativa.

Porém, o uso desse material exótico continua em debate. Questões sobre a gravidade quântica ainda estão em aberto para explicar essa nova energia, que pode não funcionar para a dobra espacial.

Perspectiva em duas dimensões de como seria uma nave dobrando o espaço.
Perspectiva em duas dimensões de como seria uma nave dobrando o espaço. (Imagem: Trekky0623 / Wikimemdia Commons)

Versões melhores

Um modelo posterior feito pelo físico Chris Broeck aprimorou o trabalho de Alcubierre. Seria uma versão com um pequeno “pescoço”  na frente fazendo o trabalho de comprimir o espaço e depois enveloparia o resto da nave. Isso minimiza a chance de falhas quânticas e barateia o custo, sendo necessária apenas a energia negativa de uma estrela para realizar a dobra.

Além de conseguir um combustível negativo, há mais um impasse para a viagem cósmica em alta aceleração. Assim que a nave começar a se mover, a massa negativa começará a fluir imediatamente para fora da borda da “bolha” a uma velocidade mais rápida que a da luz. A matéria exótica que mantém a dobra não consegue acompanhá-la e então, ela simplesmente se despedaça.

Mesmo com todas as tentativas, motores de dobra ainda estão longe de serem obras realizáveis pela engenharia. Contudo, os físicos não deixarão de se aventurar na matemática para buscar um jeito de criar esse feito digno de cinema.

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Conheça o Luna, cão robô com sistema nervoso semelhante ao dos humanos

Você já deve ter visto (inclusive aqui no Olhar Digital) robôs de todos os tipos. Eles podem trabalhar, dar cambalhotas e até fazer seu café. A startup sueca IntuiCell revelou que criou uma máquina diferente (e impressionante): um cão robô chamado Luna, com um sistema nervoso digital funcional, semelhante ao dos humanos e animais.

A novidade permite que ele aprenda a se adapte de forma semelhante a outros seres vivos, sem necessidade de um treinamento com dados. Para provar isso, a companhia quer treiná-lo com um adestrador de cães.

Expectativa da empresa é levar o modelo a ambientes inóspitos (Imagem: IntuiCell/Reprodução)

Cão robô Luna aprende como nós

Segundo a IntuiCell, o Luna é capaz de aprender e se adaptar como outros seres vivos, graças ao sistema nervoso digital. O CEO e cofundador da empresa, Viktor Luthman, revelou em entrevista que trata-se do “primeiro software que permite que qualquer máquina aprenda como humanos e animais”.

Isso porque as máquinas aprendem de um jeito diferente: a partir de grandes conjuntos de dados. Então, as companhias refinam esses dados para ensinar os robôs a realizarem tarefas específicas para as quais foram criados.

Não é o caso do cão robô. Luthman revelou que não há nenhum tipo de pré-treinamento, simulação ou um grande data center por trás do aprendizado. É tudo pelo sistema nervoso.

Modelo será treinado como um cão normal (Imagem: IntuiCell/Reprodução)

Para provar isso, a IntuiCell vai ensinar o Luna a andar com um treinamento bastante tradicional: com um treinador de cães. Isso será possível devido aos neurônios digitais do sistema, que interagem e processam entre si (como funciona em um cérebro real).

A agência de notícias Reuters lembrou que esses é um dos primeiros casos de IA física ágeis, em que a máquina pode tomar decisões em prol de objetivos específicos (ao invés de apenas executar comandos). Seria como treinar um cão normal.

Veja o modelo em ação:

Para que serve o cão robô?

O CEO tem grandes planos para o Luna:

  • Ele afirmou que o robô tem potencial para levar a avanços nas capacidades de outras máquinas semelhantes a humanos;
  • Luthman revelou que o próximo passo é “explorar a robótica humanoide e autônoma em ambientes previsíveis”, como na explosão espacial, no fundo do mar ou até na resposta a desastres;
  • Para ele, máquinas inteligentes poderiam ser enviadas a Marte para construir habitats para humanos, por exemplo. No entanto, esses ambientes inóspitos, onde um robô não poderia ser treinado, exige que as próprias máquinas aprendam a resolver os problemas conforme eles surgem.

Essa é a intenção do cão robô da IntuiCell. No momento, ele apenas consegue ficar de pé, mas, no futuro, poderá perceber, processar e melhorar suas ações em resposta ao ambiente.

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OnlyFans de IA? Mulheres virtuais estão tomando as plataformas de conteúdo adulto

A inteligência artificial está por toda a parte. Agora, também está tomando conta das plataformas de conteúdo adulto, como o OnlyFans e Privacy.

A tendência é observada internacionalmente desde o ano passado, mas chegou ao Brasil com força este ano, com pessoas ensinando a criar “mulheres virtuais” para produzir conteúdo pornográfico.

As plataformas permitem esse tipo de conteúdo, que, para especialistas, deve crescer nos próximos anos.

Sites especializados na criação de pornografia com IA estão se popularizando (Imagem: Adobe Stock)

‘Mulheres virtuais’ estão populares nas plataformas de conteúdo adulto

Segundo Cleber Zanchettin, especialista em IA e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ao g1, a tendência de avatares de IA imitando mulheres em sites de conteúdo adulto ganhou força nos Estados Unidos e na Europa no início do ano passado. No Brasil, demorou a chegar.

Por aqui, há uma onda de “IAs do job”, termo utilizado para se referir a garotas de programa. Sites de edição estão se especializando na criação desses avatares, que simulam mulheres nuas ou envolvidas em cenas de sexo.

Com isso, pessoas nas redes sociais começaram a ensinar como criar uma “IA do job” e lucrar com isso na internet, publicando os conteúdos em sites +18.

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Redes sociais ensinam a criar IA de pornografia

Uma dessas pessoas é Elaine Pasdiora, de 35 anos. Ela contou ao g1 que já faturou mais de R$ 20 mil entre janeiro e março deste ano, boa parte desse dinheiro vindo da venda de cursos ensinando a criar as ‘mulheres virtuais’. Em um de seus grupos do WhatsApp sobre o assunto, são mais de 900 interessados.

Não é difícil encontrar vídeos no YouTube e nas redes sociais, como no TikTok e Reddit, ensinando a criar uma “IA do job”. Os conteúdos incentivam a publicação em plataformas de conteúdo adulto para lucrar.

Por experiência própria de venda desses conteúdos, Elisabete Alves, de 40 anos, revelou que o público que mais consome os avatares de IA são homens com mais de 40 anos, estrangeiros (a maioria da Índia, Paquistão e Estados Unidos) e pessoas com dificuldades de se relacionar.

De acordo com o g1, são pelo menos cinco sites especializados na criação das “garotas do job” de IA. Dois deles são exclusivos para criação de fotos e vídeos de mulheres e homens nus ou fazendo sexo. A maioria oferece serviços gratuitos, com configurações avançadas restritas aos planos pagos, em dólar.

Um dos sites que permite a criação de conteúdo adulto com IA (Imagem: Reprodução)

Como é a criação dos conteúdos?

Os criadores desses avatares de IA explicaram as possibilidades:

  • Alguns sites já vêm com modelos prontos, mas, no geral, a criação acontece a partir de um prompt descrevendo o personagem;
  • Em alguns sites, é possível criar mais do que fotos, como vídeos com movimento e falas. Nesse caso, o próprio criador tem que gravar o áudio;
  • Já outros permitem configurar posições e movimentos sexuais. Normalmente, esses recursos estão restritos a planos pagos;
  • Quando o avatar está pronto, os criadores recomendam a criação de um perfil no Instagram para ‘divulgar’ a IA. Nesse caso, as imagens são menos explícitas, convidando os usuários a acessar o conteúdo na plataforma especializada;
  • Já nos sites de conteúdo adulto, como OnlyFans e Privacy, as imagens e vídeos são disponibilizados por completo, normalmente mediante uma assinatura.
Ilustração de deepfake de rosto de mulher
Pessoas nas redes sociais ensinam como lucrar com essa criação (Imagem: metamorworks/Shutterstock)

OnlyFans e Privacy: o que as plataformas acham sobre isso?

Segundo Zanchettin, a indústria da IA para conteúdo adulto é um segmento gigantesco e deve continuar crescendo – inclusive com as próprias empresas do setor pornográfico investindo nisso. Por exemplo, elas estão trabalhando no treinamento de modelos para criar pornografia personalizada.

Nos termos de uso, as plataformas OnlyFans, Privacy e Fanvue permitem conteúdos gerados por inteligência artificial, contanto que os perfis deixem claro se tratar de imagens artificiais.

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Com acusação de censura, Musk está processando governo da Índia

O X está processando o Ministério de Tecnologia da Informação da Índia com uma acusação de censura. A empresa de Elon Musk afirma que o governo facilitou a remoção de conteúdo online que não se enquadra nesse tipo de política.

A ação acontece em meio a tentativas da Starlink e da Tesla, também empresas de Musk, de ampliar sua presença no país.

Empresa acusa governo indiano de censurar conteúdos (Imagem: rafapress/Shutterstock)

X acusa Índia de censura

O X diz que o Ministério de TI da Índia teria facilitado a remoção de conteúdos online na rede social. Além disso, teria autorizado “inúmeros” funcionários a executar essas ordens.

O processo é público e datado de 5 março. A acusação afirma que o ministério estaria pedindo para que outros departamentos nacionais usem um site do governo do Ministério de Assuntos Internos para emitir ordens de bloqueio de conteúdos no X. A empresa alega “censura irrestrita de informações na Índia”.

A plataforma de Musk defende que os bloqueios não estão de acordo com as políticas indianas para remoção de conteúdo, que valem para casos de danos à soberania e à ordem pública. Ainda, diz que essas ordens costumavam ter supervisão rigorosa de funcionários de alto escalação do ministério e, agora, estariam na mão de “inúmeros” funcionários.

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O que diz o governo da Índia

O caso foi ouvido por um juiz do tribunal superior do estado de Carnataca, mas nenhuma decisão foi tomada. Ele será ouvido novamente em 27 de março.

O jornal britânico The Guardian entrou em contato com o Mistério de TI da Índia, que redirecionou a solicitação de posicionamento ao Ministério de Assuntos Internos. O órgão não respondeu.

Ao fundo, foto de Elon Musk olhando para o lado esquerdo; à frente e mais à direita, logo da Starlink em um smartphone na horizontal
Processo vem em meio a tentativas da Starlink de operar no país (Imagem: bella1105/Shutterstock)

Elon Musk está tentando ampliar presença no país

  • Simultaneamente ao processo, a Tesla, também de Elon Musk, está buscando ampliar sua presença na Índia;
  • A empresa do setor automotivo estaria alugando espaços, negociando com companhias locais e contratando funcionários no país, em uma tentativa de criar fábricas por lá;
  • A ampliação da presença global da Tesla vem em meio a quedas de mercado nos Estados Unidos;
  • Já a Starlink, empresa de internet via satélite de Musk, quer entrar oficialmente na Índia, mas ainda aguarda aprovações.

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Trump anuncia fabricação de caça militar “mais letal já criado” – com homenagem a ele mesmo

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou, em coletiva no Salão Oval da Casa Branca na sexta-feira (21), um acordo bilionário com a Boeing para a construção do F-47, caça militar “mais letal já criado” (nas palavras dele). O nome é em homenagem ao próprio Trump, que é o 47º presidente do país.

Detalhes sobre a aeronave não foram revelados e são considerados segredo de estado. O objetivo é preparar o exército estadunidense para possíveis confrontos com a China e Rússia.

Anúncio foi feito por Donald Trump no Salão Oval, sala de coletivas e reuniões da Casa Branca (Imagem: Chiarascura/Shutterstock)

Trump anunciou caça militar letal

De acordo com agência de notícias Reuters, o desenvolvimento e fabricação da aeronave ficarão com a Boeing, após um acordo de mais de US$ 20 bilhões (mais de R$ 100 bilhões). Os detalhes financeiros não foram detalhados, com Trump dizendo apenas que o governo encomendou um “grande pedido”.

O presidente descreveu o caça como o “mais letal já criado” e “praticamente invisível” aos radares. Além disso, afirmou que “os inimigos da América nunca o verão chegando”.

Espero que não precisemos usar o avião para esse fim, mas é importante ter uma aeronave como essa. Se isso algum dia acontecer, eles não saberão o que diabo os atingiu.

Donald Trump, em entrevista no Salão Oval

A aeronave F-47, batizada em homenagem a Trump, fará parte do programa de Dominância Aérea de Nova Geração (NGAD, na sigla em inglês).

Ao contrário do caça militar anteriores, da Lockheed Martin, próxima aeronave será em parceria com a Boeing (Imagem: VDB Photos/Shutterstock)

Como será o F-47?

Informações relacionadas ao NGAD estão protegidas pelas leis de segurança do país. Além do que Trump revelou na coletiva no Salão Oval, não há detalhes sobre o F-47. Design e ficha técnica da aeronave são considerados segredo de segurança estado.

O secretário do Departamento de Defesa Pete Hegseth também estava na coletiva e falou sobre a novidade

Agora temos o F-47, que envia uma mensagem muito direta e clara aos nossos aliados de que não vamos a lugar nenhum… e aos nossos inimigos, de que podemos e seremos capazes de projetar poder ao redor do mundo, sem impedimentos, por gerações vindouras.

Pete Hegseth, secretário do Departamento de Defesa e membro da administração Trump

Já em nota, a Força Aérea dos EUA disse que o F-47 será ponto central do NGAD, com tecnologias de “furtividade de próxima geração, fusão de sensores e capacidades de ataque de longo alcance, a fim de enfrentar os adversários mais sofisticados em ambientes contestados”. A nave será tripulada, mas também pode operar em conjunto com drones.

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Caça F-35B é o mais moderno dos EUA atualmente (Imagem: Michael Fitzsimmons / Shutterstock.com)

EUA têm outro caça militar moderno

  • Atualmente, o caça militar mais moderno dos EUA é o F-35. O modelo é fabricado em conjunto com a Lockheed Martin e está em operação desde 2015. O Olhar Digital deu detalhes sobre essa aeronave aqui;
  • O Exército também conta com o F-22, fabricada há 20 anos, também em conjunto com a Lockheed Martin;
  • Este foi o primeiro caça de quinta geração a entrar em serviço, a fim de manter a superioridade dos Estados Unidos nos céus. Ele também pode realizar ataques ao solo.

O post Trump anuncia fabricação de caça militar “mais letal já criado” – com homenagem a ele mesmo apareceu primeiro em Olhar Digital.