Documentos governamentais são, na maioria das vezes, sigilosos, ainda mais durante a Guerra Fria. Estes arquivos são mantidos afastados do grande público por décadas, mas quando são divulgados costumam revelar segredos obscuros.
Foi exatamente o que aconteceu com um suposto relatório da CIA. Com 250 páginas, ele revelou uma história completamente bizarra de um suposto ataque alienígena contra soldados soviéticos em um centro de treinamento. É realmente difícil de levar a sério. Mas, como viralizou, vamos explicar.
Suposto documento da CIA retratando a encontro de aliens com militares soviéticos. Imagem: reprodução.
Documento inclui relatos de testemunhas oculares
De acordo com o relatório, soldados soviéticos abateram um OVNI em algum lugar da atual Ucrânia. Em resposta, os alienígenas teriam transformado o grupo em pedras. O documento inclui relatos de testemunhas oculares e, supostamente, imagens das consequências do evento.
Um agente descreve o caso como “uma imagem horrível de vingança por parte de criaturas extraterrestres, uma imagem que faz o sangue congelar”. Apenas dois soldados teriam sobrevivido ao ataque.
Ataque teria ocorrido após OVNI ter sido derrubado pelos soviéticos (Imagem: PeopleImages.com – Yuri A/Shutterstock)
O documento conta que, após avistarem o OVNI, os soviéticos teriam lançado um míssil terra-ar para derrubar o estranho objeto. Ele teria caído nas proximidades do local e cinco extraterrestres com “cabeças grandes e olhos negros” logo teriam surgido de dentro da nave espacial.
Como vingança, esses seres estranhos “se fundiram em um único objeto que adquiriu uma forma esférica”. Poucos segundos depois, uma luz extremamente brilhante foi liberada e transformou instantaneamente 23 soldados em pedras.
Parece criativo demais até para um roteiro de ficção científica.
Caso teria ocorrido ainda durante a existência da União Soviética (Imagem: Raggedstone/Shutterstock)
Data e a localização do “ataque alienígena” não foram informados
O relatório da CIA ainda explica que, após o incidente, todos as provas do suposto ocorrido foram levadas para um local secreto perto de Moscou.
Investigações posteriores teriam identificado que o tecido vivo dos soldados foi de alguma forma transformado em uma substância quase idêntica ao calcário.
“Se o arquivo da KGB corresponder à realidade, este é um caso extremamente ameaçador”, concluiu a agência do governo dos Estados Unidos.
A data e a localização precisa desse ataque não são detalhados nas informações divulgadas publicamente.
E é claro que não existe nenhuma evidência científica de que isso teria acontecido de fato.
E aí, você acredita?
A colaboradora de segurança nacional da NewsNation e ex-agente da CIA Tracy Walder disse que, embora possa ter sido parte de um arquivo da CIA, o documento não foi escrito pela agência.
“Este não é um documento originado pela CIA”, disse ela.
A notícia foi inicialmente divulgada pelos veículos Canadian Weekly World News e pelo jornal ucraniano Holos Ukrayiny, ganhando destaque ainda em outros veículos, como Vice, New York Post, Interesting Engineering e Fox News.
A CIA não respondeu ao pedido de comentário da Fox News.
O ex-agente da CIA Mike Baker é cético em relação às alegações:
“Se houve um incidente, independentemente da natureza do incidente, suspeito que o relatório real não se parece muito com o que saiu agora, a partir de cinco, seis ou sete iterações do que foi originalmente [escrito]”, disse Baker à Fox News Digital. “Só não acho que eles tenham desembarcado décadas atrás, transformado soldados soviéticos em calcário e só agora estamos ouvindo falar disso. Não acho que seja esse o caso” – completou.
A gente checou o site da CIA e esse documento realmente está lá disponível, mas sem muitas explicações. Bem que a agência poderia se manifestar. Do contrário, só teremos mais teorias da conspiração.
No coração do deserto da Namíbia, um enigma geológico tem intrigado cientistas: minúsculas estruturas tubulares, conhecidas como micro-tocas, esculpidas em rochas de mármore e calcário.
A descoberta, inicialmente feita há 15 anos pelo professor Cees Passchier da Universidade Johannes Gutenberg de Mainz, revelou que essas formações peculiares não são fruto de processos geológicos, mas sim da ação de uma forma de vida misteriosa e até então desconhecida.
Túneis em rocha foram moradia de seres desconhecidos
As micro-tocas, com apenas meio milímetro de largura e até três centímetros de comprimento, foram encontradas em rochas de mármore na Namíbia, Arábia Saudita e calcário em Omã. A análise minuciosa revelou a presença de material biológico dentro e ao redor dessas estruturas, indicando que microrganismos foram os responsáveis por criar esses túneis incomuns.
“Ficamos surpresos porque esses tubos claramente não são o resultado de um processo geológico”, declarou o professor Passchier, autor principal do estudo publicado no Geomicrobiology Journal. A equipe identificou a presença de carbonato de cálcio em pó dentro das micro-tocas, sugerindo que os microrganismos podem ter se enterrado na rocha para extrair nutrientes desse mineral.
Micróbios que colonizam o interior das rochas, conhecidos como endólitos, não são incomuns em ambientes extremos como desertos. Eles obtêm energia e nutrientes diretamente das rochas. Exemplos incluem organismos semelhantes que vivem em calcário nos desertos de Israel e Califórnia.
No entanto, a identidade dos organismos responsáveis pelas micro-tocas da Namíbia permanece um mistério. A equipe não conseguiu extrair DNA ou proteínas dos espécimes, devido à sua antiguidade, estimada em até dois milhões de anos. “Atualmente, não sabemos se esta é uma forma de vida que se tornou extinta ou ainda está viva em algum lugar”, afirma Passchier.
A descoberta levanta questões importantes sobre o papel desses microrganismos no ciclo global do carbono. Se eles ainda existirem, podem influenciar a decomposição de minerais carbonáticos, afetando o armazenamento e a liberação de carbono nos ecossistemas da Terra.
“Essa forma de vida, da qual não sabemos se ainda existe, pode ser importante para o ciclo global do carbono. Portanto, é essencial que a comunidade científica tome conhecimento dela”, conclui Passchier.
O estudo abre um novo capítulo na busca por vida em ambientes extremos e destaca a necessidade de explorar a fundo o potencial impacto desses organismos no planeta.
Um novo documentário, intitulado “A Era da Divulgação”, estreou mundialmente no SXSW 2025 (conjunto de festivais de cinema, mídia interativa, música e tecnologia) com mensagem explosiva: alienígenas existem e o governo dos Estados Unidos tem mantido essa informação oculta do público por mais de 80 anos.
Segundo o diretor Dan Farah, as revelações apresentadas na obra se apoiam nos depoimentos de 34 altos funcionários de setores governamentais, militares e de inteligência, todos com suposto conhecimento direto sobre Fenômenos Aéreos Não Identificados – os chamados UAPs (na sigla em inglês), termo utilizado de forma mais oficial em substituição a Objeto Voador Não Identificado (UFOs, na sigla em inglês, ou OVNIs).
Revelações e acusações
Segundo informações do The Washington Post, no documentário, os entrevistados afirmam que o governo estadunidense não apenas esconde evidências de encontros com naves alienígenas, mas, também, mantém programa ultra-secreto de engenharia reversa da tecnologia recuperada de supostos acidentes de OVNIs;
Essa iniciativa, segundo alguns depoentes, transformou-se em corrida armamentista nos moldes da Guerra Fria, com Rússia e China figurando como os principais concorrentes, colocando em risco a segurança nacional e, potencialmente, a própria existência da humanidade;
Entre os depoentes, destaca-se Luis “Lue” Elizondo, ex-funcionário do Departamento de Defesa e integrante do extinto Programa de Identificação de Ameaças Aeroespaciais Avançadas (AATIP, na sigla em inglês);
Elizondo, que também já depôs perante o Congresso, defende que revelar esses segredos é um dever para com o povo estadunidense, já que as informações poderiam mudar, radicalmente, o rumo da espécie humana;
Ele alega que existe um “Programa Legado”, contendo 80 anos de dados classificados sobre OVNIs, mantidos a sete chaves por burocratas que sequer permitiram que os próprios presidentes tivessem acesso irrestrito a tais informações.
No ano passado, Elizondo também apareceu nos holofotes ao lançar o livro “Imminent” (“Iminente”, em tradução literal), no qual diz que “a campanha de encobrimento e desinformação foi tão bem-sucedida que a maioria dos cientistas nem sabe que os OVNIs são reais”, além de que quatro “corpos não humanos falecidos” foram recuperados do clássico caso de Roswell, em 1947.
Ele também afirma que “China e Rússia não têm o mesmo estigma e podem empregar seus cientistas para trabalhar neste tópico para eles”.
Imagem do vídeo infravermelho “Gimbal”, de 2015, divulgado ao público em 2017 e confirmado como autêntico em 2020 pelo Departamento de Defesa; pilotos de caça navais podiam ser ouvidos expressando espanto pelo objeto, supostamente de alienígenas, estar girando contra ventos fortes e dizendo que viram “uma frota deles” (Imagem: PeopleImages.com – Yuri A)
Contexto político e as preocupações com a segurança relacionada aos alienígenas e sua suposta tecnologia
A discussão sobre a desclassificação de dados relacionados a OVNIs tem ganhado caráter bipartidário. Políticos, como o senador Harry M. Reid, um dos principais defensores da divulgação dessas informações até seu falecimento, e figuras, como o secretário de Estado Marco Rubio, a senadora Kirsten Gillibrand e o senador Mike Rounds, aparecem no documentário alertando para a necessidade de investigar a fundo esses fenômenos.
Rubio, por exemplo, destacou: “Já tivemos várias ocorrências de objetos operando no espaço aéreo sobre instalações nucleares restritas e não sabemos de quem são. Essa situação, por si só, exige investigação e atenção.”
Jay Stratton, ex-diretor da força-tarefa do Pentágono para UAPs, compara a importância desse conhecimento à era do Projeto Manhattan (programa de pesquisa e desenvolvimento que criou as primeiras bombas atômicas da história), sugerindo que o país que desvendar essa tecnologia terá vantagem estratégica por décadas.
Ele alerta que, se adversários, como China, Rússia, ou, até mesmo, países com os quais se mantém relações ambíguas tiverem acesso a essas tecnologias, os Estados Unidos poderão ficar em desvantagem crítica.
Testemunhos e evidências relatadas
Ao longo do filme, vários militares relatam ter testemunhado veículos voadores que desafiam as leis da física. Entre os relatos, há descrições de objetos em forma de cubo negro com esferas transparentes e de uma nave oblonga, apelidada de “Tic Tac”, que teria sido vista por pilotos navais na costa da Califórnia (EUA), movendo-se a velocidades que ultrapassam, em muito, os limites da tecnologia convencional.
O comandante David Fravor, conhecido por sua participação na investigação do “Tic Tac”, expressa sua preocupação com o fato de que os Estados Unidos ainda não dominaram a engenharia reversa desses dispositivos, o que pode significar uma vantagem para potenciais adversários.
Além disso, o ex-oceanógrafo da Marinha, Tim Gallaudet, ressalta que OVNIs também têm sido avistados sobre os oceanos – ambientes onde 80% das profundezas ainda permanecem inexploradas. Gallaudet defende maior cooperação entre Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês), NASA e Departamento de Defesa dos EUA para intensificar a exploração desses territórios inóspitos.
Debate e desafios para a divulgação dos alienígenas
Embora “A Era da Divulgação” tenha sido elogiado por buscar abordagem séria e fundamentada, críticos apontam que o documentário confere ar de legitimidade a teorias que, até o momento, não possuem comprovação científica robusta.
Daniel Fienberg, do The Hollywood Reporter, questionou a ausência de especialistas que possam refutar ou confirmar os depoimentos, ressaltando que “nada está provado e, por isso, nada pode ser efetivamente refutado”.
Segundo Farah, sua intenção era, justamente, transmitir credibilidade e evitar o sensacionalismo. No entanto, a obra também expõe o receio de que políticos e oficiais de inteligência tenham se recusado a se manifestar publicamente por medo de retaliações – ou, até mesmo, por preocupações com suas próprias vidas – caso tais informações venham a ser divulgadas.
Várias testemunhas acusam EUA de guardar 80 anos de dados comprobatórios de que os alienígenas são reais (Imagem: PeopleImages.com – Yuri A/Shutterstock)
Energia limpa e implicações futuras
Outro ponto levantado pelos especialistas no filme é o potencial revolucionário da tecnologia de propulsão sem combustão observada nos UAPs.
Alguns pesquisadores sugerem que essa tecnologia poderia representar o maior avanço em energia limpa desde a energia nuclear, oferecendo alternativa sustentável aos combustíveis fósseis.
O deputado Tim Burchett, por exemplo, defende que toda a informação já deveria estar disponível ao público, criticando o governo por continuar a investir recursos na pesquisa de fenômenos que, segundo ele, já foram comprovados.
Brett Feddersen, ex-diretor de segurança de aviação no Conselho de Segurança Nacional, defende a criação de programa oficial para que pilotos militares e comerciais possam relatar avistamentos de maneira sistemática, contribuindo para a eliminação do estigma associado ao tema e para a segurança aérea.
“A Era da Divulgação” propõe uma reflexão profunda: se a existência de vida extraterrestre já é uma realidade oculta, por que manter esse conhecimento em segredo?
O documentário levanta questões sobre a segurança nacional e o futuro da tecnologia, enquanto evidencia a urgência de investigação mais transparente sobre os fenômenos aéreos não identificados.
Mesmo que muitas das alegações ainda permaneçam sem comprovação definitiva, a obra, ao lado de outras, como o livro “Imminent”, estimula o debate sobre um dos maiores mistérios de nosso tempo (e, até mesmo, de eras passadas) e ressalta a importância de romper o silêncio em torno de informações que, segundo os entrevistados, podem mudar o rumo da história humana.
A seguir, assista ao trailer oficial de “A Era da Divulgação”: