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Por que muitos gatos brancos são surdos? A ciência explica

Os gatos são animais adorados por muitas pessoas, e podem ser encontrados em uma grande variedade de cores de pelagem e de olhos.

Além da inteligência e do instinto caçador, cada um apresenta características e peculiaridades próprias, bem como a personalidade que cada felino possui. Porém, os gatos brancos contam com uma curiosidade a mais: eles são mais propensos a serem surdos, principalmente os de olhos azuis.

É verdade que nem todos os gatos brancos são surdos, mas a prevalência da surdez é muito maior entre eles do que entre outros grupos. E esse fato é comprovado cientificamente, além de ter sido observado há muito tempo por Charles Darwin, o cientista pai da teoria da evolução.

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Se você já ouviu falar desse fato, mas não sabe o porquê disso acontecer, ou se não sabia dessa curiosidade, veja abaixo na matéria a explicação científica.

A ideia de que gatos brancos de olhos azuis são surdos existe desde a observação feita por Charles Darwin. (Imagem: Hunt Han/Unsplash)

Gatos brancos costumam ser surdos?

O livro “A Variação dos Animais e das Plantas sob Domesticação” (1868) de Charles Darwin mostra que o cientista observou que gatos brancos com olhos azuis são quase sempre surdos. Essa observação foi pioneira e lançou as bases para a investigação científica da relação entre a pelagem branca e a surdez dos gatos.

Além de Darwin, outros cientistas já observaram a associação entre o pelo branco e a surdez em algumas espécies, principalmente caninos e felinos, o que confirmou que a condição prevalece em gatos brancos com relação as outras pelagens, principalmente os que têm olhos azuis. E esse é um fenômeno complexo que tem sido estudado por séculos.

A verdade é que todos os gatos nascem surdos, e isso não é nenhuma condição patológica. Se tudo correr bem, os felinos desenvolvem a audição de forma gradual a partir da primeira semana de vida. Para que eles possam ouvir, assim como acontece com os humanos, as ondas de som precisam atingir a cóclea (o ouvido interno), além de estimular células ciliadas e receptores sensoriais.

Quando acontece a perda auditiva condutiva, o indivíduo não consegue escutar por causa de problemas na transmissão do som até a cóclea. Porém, se houver danos nas células sensoriais da cóclea ou no nervo auditivo, acontece a perda auditiva neurossensorial.

Entretanto, a surdez que ocorre nos gatos brancos é de outro tipo, chamada de sensorial. Nesse caso, eles não possuem as células ciliadas sensoriais, e não são capazes de fazer a parte de “tradução” das vibrações que atingem a cóclea. Com isso, esses gatos possuem uma degeneração hereditária na cóclea, provocando um efeito dominó de consequências negativas para a audição.

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A verdade é que todos os gatos nascem surdos, e isso não é nenhuma condição patológica. Se tudo correr bem, os felinos desenvolvem a audição de forma gradual a partir da primeira semana de vida.(Imagem: Rusty Watson/Unsplash)

E como esse fato pode ajudar a entender perdas auditivas humanas?

Assim como acontece com os gatos brancos, os seres humanos também podem sofrer com a perda auditiva sensorial congênita de forma similar. Por conta disso, os animais são excelentes para estudos sobre a condição e os tratamentos possíveis. Pacientes com esse tipo de surdez podem utilizar próteses ou implantes cocleares, cujos testes feitos em gatos brancos foram significativos para o seu desenvolvimento.

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Imagem: Motortion Films/Shutterstock

Por conta disso, existem colônias de gatos brancos que são mantidas especificamente para pesquisas científicas a respeito da surdez. Nessas colônias, por exemplo, caso o pai e a mãe sejam gatos brancos surdos, cerca de 70% dos filhotes também serão. Os 30% restantes podem ouvir apenas de um lado, com dificuldades ou até perfeitamente.

Os cientistas podem usar diversos métodos para confirmar a surdez. “Um dos métodos objetivos menos invasivos aplicáveis em gatos é a medição das respostas do tronco cerebral evocadas auditivamente”, explica um guia rápido sobre o assunto, feito por especialistas para a revista científica Current Biology.

“Esse método detecta pequenas alterações no campo elétrico evocadas pela estimulação da via auditiva pelo som e pode ser realizado sob sedação usando pequenos eletrodos de prata colocados subcutaneamente”, conta ainda a matéria.

De forma geral, os gatos brancos surdos não possuem outras complicações fisiológicas, e a maior parte deles apresenta um comportamento normal, sem prejuízos para os sistemas somatossensorial, motor ou visual. Alguns deles podem até mesmo ter a visão melhor do que de outros gatos, possivelmente para compensar a perda da audição, da mesma forma que também acontece com alguns seres humanos.

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De forma geral, os gatos brancos surdos não possuem outras complicações fisiológicas, e a maior parte deles apresenta um comportamento normal, sem prejuízos para os sistemas somatossensorial, motor ou visual. (Imagem: Kittitep Khotchalee/Unsplash)

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Animal mais velho do mundo viveu 507 anos e teve morte controversa

Um molusco marinho entrou para a história como o animal mais velho já registrado no planeta. Com impressionantes 507 anos de vida, o marisco da espécie Arctica islandica nasceu por volta de 1499.

O animal foi encontrado em 2006 por cientistas do Reino Unido, durante uma expedição na costa da Islândia. Ao analisarem os padrões de crescimento em sua concha — técnica semelhante à contagem dos anéis de árvores —, pesquisadores inicialmente estimaram que ele teria entre 405 e 410 anos. Análises posteriores confirmaram que Ming, como foi apelidado pela imprensa, tinha pelo menos 507 anos.

No entanto, a longa vida de Ming logo chegou ao fim, e de uma forma controversa, que gerou críticas aos cientistas que o coletaram.

Uma vida milenar encerrada por acidente

A longevidade de Ming poderia ter continuado se não fosse por um procedimento científico. Segundo os pesquisadores, o animal provavelmente morreu após ser congelado durante o processo de coleta, algo comum em expedições científicas. A revelação causou polêmica e gerou indignação entre o público.

“Recebemos e-mails nos chamando de assassinos de moluscos”, contou o professor James Scourse, da Universidade de Bangor, em entrevista à BBC. A equipe, no entanto, ressaltou que mariscos da mesma espécie são pescados comercialmente e consumidos todos os dias, principalmente em pratos como a clam chowder, tradicional sopa de mariscos da Nova Inglaterra, nos Estados Unidos.

Mariscos da espécie de Ming são comumente utilizados na culinária (Imagem: evgenyb / iStock)

Contribuições científicas de um molusco centenário

Apesar do desfecho controverso, a coleta de Ming rendeu frutos para a ciência. Estudos com sua concha permitiram aos pesquisadores analisar mudanças nos oceanos ao longo dos últimos séculos, contribuindo para uma melhor compreensão do ambiente marinho e do impacto das mudanças climáticas.

Além disso, a pesquisa com Ming ajudou a desvendar aspectos do envelhecimento biológico. Segundo a bióloga marinha Doris Abele, da Science Nordic, uma das chaves para a longevidade da A. islandica está em seu metabolismo extremamente lento: “Quando um animal consome pouco oxigênio, normalmente também significa que ele terá uma vida longa.” Ela acredita ainda que a genética desempenha um papel essencial nesse processo.

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Genética e envelhecimento celular

Um estudo publicado em 2015 reforça essa hipótese ao apontar que, com exceção da oxidação de ácidos nucleicos, os níveis de dano celular nos mariscos A. islandica não aumentam com a idade. Isso indica uma manutenção celular excepcional, o que poderia explicar sua durabilidade incomum.

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Mariscos da espécie de Ming não aumentam de tamanho com a idade (Imagem: HHelene / iStock)

A pesquisa sugere que a oxidação de ácidos nucleicos pode estar relacionada a mecanismos intrínsecos do envelhecimento — uma descoberta que pode ter aplicações em outras áreas da biologia e até na medicina.

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Humanos antigos conviveram com animais gigantes no Brasil

Um artigo publicado na Revista Brasileira de Paleontologia revela novas pistas sobre a convivência de humanos antigos com animais extintos de grande porte no Brasil. O foco do estudo está nos Toxodontes, gigantes da megafauna sul-americana que viveram durante o Pleistoceno. A análise de fósseis indica que essas espécies podem ter interagido diretamente com grupos humanos.

A descoberta foi possível a partir de materiais coletados nos anos de 1980 no Vale do Ribeira, em São Paulo. Uma reavaliação detalhada desses fósseis mostra que os dentes desses animais podem ter sido usados como adornos. A pesquisa envolveu especialistas em paleontologia, arqueologia e biologia evolutiva.

Em poucas palavras:

  • Humanos antigos conviveram com grandes mamíferos do Pleistoceno chamados Toxodontes no Vale do Ribeira;
  • Fósseis mostram marcas de corte feitas por humanos, indicando uso dos dentes como ornamentos ou objetos rituais;
  • Os dentes analisados revelaram sinais de doenças ligadas à fome e mudanças ambientais;
  • Foi identificado um fóssil juvenil de Toxodon platensis, raro no registro sul-americano;
  • A presença de Mixotoxodon larensis no sudeste amplia sua distribuição geográfica conhecida;
  • O estudo indica que humanos também usavam a megafauna em práticas culturais, além da caça;
  • Fósseis antigos, reexaminados com novas técnicas, ajudam a entender o passado e prevenir futuras extinções.
Ilustração da provável aparência dos Toxodontes, em comparação com fóssil registrado no século 20. Créditos: Arte sobre imagens de Otenio Abel/Wiki Commons e Robert Bruce Horsfall/Wiki Commons via Jornal da USP

“A maioria dos espécimes já encontrados se localizavam no nordeste do Brasil e em outros países, como Colômbia, Bolívia e Venezuela”, explica o primeiro autor do artigo, Paulo Ricardo de Oliveira Costa, aluno de Iniciação Científica no Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos (LEEH) do Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo, ao Jornal da USP.

O estudo reforça que humanos e megafauna coexistiram entre o fim do Pleistoceno e o início do Holoceno. Costa afirma que esta é a primeira confirmação de interações diretas entre humanos e Toxodontes na região de São Paulo. As espécies analisadas foram Toxodon platensis e Mixotoxodon larensis.

Pesquisa revela hábitos e saúde dos Toxodontes

A equipe utilizou fósseis dentários para investigar doenças que afetaram esses animais, além de possíveis intervenções humanas. As análises mostraram alterações no esmalte dos dentes, indicando episódios de estresse fisiológico durante a vida dos animais. Essas marcas sugerem períodos de fome ou mudanças climáticas.

Uma das contribuições inéditas do estudo foi a identificação de um indivíduo jovem de T. platensis, o que é raro no registro fóssil sul-americano. Isso amplia o conhecimento sobre as fases de desenvolvimento dos Toxodontes. A descoberta ocorreu em cavernas da região, como o Abismo Ponta de Flecha e o Abismo do Juvenal.

A região do Vale do Ribeira tem grande importância pois é uma das poucas áreas de exploração paleontológica no estado de São Paulo. Créditos: Mapa do artigo/modificado de Ghilardi et al., 2011 via Jornal da USP

Em alguns fósseis, foi possível identificar hipoplasia dentária, condição causada por falhas na formação do esmalte. Essa alteração está ligada a períodos de escassez alimentar, muito comuns entre grandes mamíferos herbívoros. Essas marcas funcionam como uma espécie de “diário biológico” dos animais.

Segundo o pesquisador Artur Chahud, membro da equipe, as mudanças na vegetação da região (de campos abertos para floresta) podem ter impactado a disponibilidade de alimentos, o que reforça a ideia de que o clima e o ambiente influenciaram diretamente a sobrevivência dos animais da megafauna.

Brasil preserva sinais de convívio humano com megafauna

A maior surpresa da pesquisa foi o registro de marcas de corte em dois dentes de T. platensis. Segundo os autores, as incisões foram feitas por humanos após a morte do animal, o que representa um forte indício de que o dente foi removido intencionalmente, possivelmente para servir como enfeite ou objeto ritual.

Costa destaca que, embora já existam registros de caça e consumo de megafauna em outros países da América do Sul, evidências desse tipo eram inéditas no Brasil. Isso torna a descoberta ainda mais relevante, ao confirmar uma interação mais próxima entre humanos e esses grandes mamíferos.

Além disso, um dos dentes analisados representa o registro mais ao sul da espécie M. larensis, alterando a compreensão da distribuição geográfica do grupo. Antes, não se imaginava que essa espécie tivesse vivido no sudeste brasileiro.

Maria Mercedes Martinez Okumura, coordenadora do estudo, ressalta que o Vale do Ribeira é um dos poucos locais do país com ocupação humana contínua nos últimos 10 mil anos. Segundo ela, os humanos do passado não apenas se alimentavam da fauna local, como também a utilizavam em rituais e na produção de artefatos.

Para Okumura, pesquisas como essa vão além da identificação de espécies fósseis. O objetivo também é entender como as sociedades antigas interagiam com o ambiente ao redor e como essas relações moldaram a cultura e a sobrevivência desses grupos.

No final do Pleistoceno, mais de uma centena de espécies de grandes mamíferos foram extintos, incluindo mamutes, preguiças-gigantes e tigres dentes-de-sabre. Créditos: Júlio Lacerda/Wiki Commons via Jornal da USP

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Estudos antigos ganham nova vida com tecnologia moderna

Parte dos fósseis analisados na pesquisa pertence a coleções científicas da USP, como o Museu de Zoologia e o Instituto de Geociências. Muitos desses materiais foram coletados há décadas, mas só agora estão sendo reexaminados com novas técnicas.

“Esses acervos são fundamentais. Mesmo materiais antigos ainda oferecem respostas sobre o passado e ajudam a desenvolver novas perguntas científicas”, defende Okumura. Ela também alerta para a necessidade de preservar os museus e suas coleções, que muitas vezes sofrem com o descaso.

Chahud reforça que os fósseis servem para entender os animais, mas também para reconstruir o ambiente em que viviam. Segundo ele, as informações obtidas podem indicar como o clima e o habitat mudaram ao longo do tempo.

Esse tipo de estudo se insere na chamada Paleobiologia da Conservação, área da ciência que utiliza registros do passado para compreender o funcionamento dos ecossistemas antes da ação humana. O objetivo é evitar extinções futuras, com base em lições do que já ocorreu.

Para Costa, mudanças ambientais que afetaram os animais do passado podem voltar a ocorrer – por isso, conhecer essas histórias é essencial para planejar o futuro. A interação entre humanos e megafauna no Brasil é apenas uma peça de um quebra-cabeça maior sobre a evolução da vida no planeta.

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Governo lança ‘RG Animal’; saiba como vai funcionar

O governo federal lança o Sinpatinhas, ferramenta digital para cadastrar cães e gatos domésticos, nesta quinta-feira (17). O sistema funcionará como um “RG Animal”, oferecendo registro único e gratuito para pets de todo o Brasil.

A proposta do Sinpatinhas é criar um Cadastro Nacional de Animais Domésticos. O registro será intransferível e acompanhará o pet por toda a vida.

Vão entrar neste cadastro informações como nome, idade, raça, histórico de vacinas e doenças dos bichos. Também vão entrar dados do tutor, além do seu endereço.

Sinpatinhas vai funcionar integrado ao Gov.br

A ferramenta foi criada por uma lei aprovada em dezembro de 2024, mas ainda não estava ativa. Agora, ela entra em funcionamento com integração à plataforma Gov.br.

O cadastro é gratuito para tutores, estados e municípios. E ONGs também poderão registrar os animais sob seus cuidados.

ONGs também poderão registrar os animais sob seus cuidados no Sinpatinhas (Imagem: Divulgação/Sema-DF)

Com o registro, será gerada uma carteirinha com a foto do pet e um QR Code, que poderá ser impresso e preso à coleira. Isso vai facilitar a localização do animal em caso de desaparecimento, por exemplo.

Além disso, os tutores cadastrados receberão informações sobre campanhas de castração, vacinação e microchipagem em sua região.

Durante o lançamento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, devem assinar o decreto que oficializa o cadastro.

Luiz Inácio Lula da Silva agachado enquanto abraça dois cachorros
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve assinar decreto que oficializa criação do ‘RG Animal’ nesta quinta-feira, 17 (Imagem: Ricardo Stuckert/PR)

Na mesma ocasião, o governo vai criar o ProPatinhas – Programa Nacional de Proteção e Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos. O foco será políticas de castração e adoção solidária.

Tanto o Sinpatinhas quanto o ProPatinhas serão responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente, segundo comunicado no site do governo federal.

Governo quer que você escolha sua fornecedora de energia

O governo federal vai propor a abertura de mercado para que os consumidores possam escolher seus fornecedores de energia elétrica. A medida faz parte de uma reestruturação do setor elétrico anunciada na quarta-feira (16) pelo Ministério de Minas e Energia.

O texto ainda será analisado pela Casa Civil e não há data para envio ao Congresso Nacional. A expectativa, no entanto, é que seja encaminhado ainda neste semestre.

Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, falando durante evento
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que este é ‘o maior programa social desde o Luz Para Todos’ (Imagem: Joelson Alves/Agência Brasil)

Atualmente, a compra é feita da distribuidora local, sem possibilidade de escolha, com exceção dos consumidores de alta tensão. Na prática, a proposta permite que os clientes de baixa tensão negociem diretamente com geradoras ou comercializadoras.

O mercado livre existe no Brasil desde 1996. E uma consulta pública para abrir o mercado para consumidores residenciais e rurais chegou a ser realizada em 2022. Mas o governo nunca publicou o texto.

Pelo projeto apresentado agora, a abertura seria feita em duas fases:

  • Indústria e comércio poderão aderir à estratégia a partir de 1º de março de 2027;
  • Demais consumidores, a partir de 1º de março de 2028.

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“Consideramos essa política que estamos enviando o maior programa social desde o Luz Para Todos”, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Segundo ele, famílias integrantes do CadÚnico terão descontos maiores e famílias de classe média terão liberdade de escolha.

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Inédito! Lula colossal transparente é filmada pela primeira vez; assista!

Quanto mais a humanidade estuda o fundo do mar, mais entendemos a complexidade desse ecossistema. Trata-se de um mundo à parte, com estruturas e criaturas incríveis, como é o caso da lula colossal.

Os cientistas conhecem essa espécie desde 1925, quando encontraram seus tentáculos no estômago de uma baleia cachalote. De lá para cá, porém, pouco se descobriu sobre esse molusco.

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Isso por que a lula colossal vive nas profundezas do Oceano Antártico, há aproximadamente mil metros de profundidade. Estimativas indicam que o animal pode atingir até 7 metros de comprimento (isso somente de corpo). Se contarmos os tentáculos, algumas delas ultrapassam tranquilamente os 10 metros!

Esse cálculo foi feito a partir de algumas imagens ou restos mortais encontrados dentro de baleias. Esse era o material com o qual os cientistas trabalhavam. Até agora.

Uma expedição marinha histórica

  • Pesquisadores do Schmidt Ocean Institute conseguiram registrar uma lula colossal filhote em seu habitat natural.
  • É a primeira vez na história que alguém consegue filmar algo do tipo.
  • O vídeo data de março, quando o animal foi avistado a uma profundidade de 600 metros no Oceano Atlântico Sul, perto das South Sandwich Islands.
  • A narração é de Kat Bolstad, professora da Auckland University of Technology.
  • Ela afirma que o momento é histórico, uma vez que os encontros com a espécie se resumiam antes a restos em estômagos de baleias e aves marinhas.
  • Segundo a especialista, o que explica esse século sem imagens são as características físicas da espécie.
  • A lula colossal possui os maiores olhos do Reino Animal – e esses olhos grandes e sensíveis fazem com que ela evite equipamentos de pesquisa barulhentos e brilhantes no fundo do mar.
  • O filhote em questão tem cerca de 30 centímetros de comprimento e o corpo todo transparente.
  • Os cientistas acreditam que, com o decorrer da vida, o corpo passe a ficar vermelho e opaco.

Mais sobre a espécie

Além dos impressionantes 7 metros de comprimento, esse molusco pode pesar até 500 quilos, tornando-o o maior invertebrado do mundo.

A espécie tem ainda tentáculos com ganchos que ajudam a capturar presas e a se defender de predadores, como as baleias cachalote. Muitas cachalotes, aliás, possuem profundas cicatrizes em suas barrigas deixadas justamente pela lula colossal.

Os cientistas conseguiram fazer as filmagens a partir do veículo remoto SuBastian – Imagem: Reprodução/Schmidt Ocean Institute

Não há muitas informações além dessas. A professora Bolstad afirma que a nova filmagem permitirá aos cientistas descobrir um pouco mais sobre os estágios iniciais da vida desse impressionante animal.

De resto, os estudos continuam, assim como a curiosidade em torno da espécie, que, pelo tamanho, já foi identificada antigamente com um monstro marinho.

As informações são do New Atlas.

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5 animais machos que conseguem engravidar

Você sabia que no reino animal existem espécies as quais os machos são os responsáveis por dar à luz aos filhotes? Essa “inversão da norma biológica” ocorre para elevar o sucesso reprodutivo, pois as fêmeas passam a produzir mais óvulos em menos tempo, gerando mais descendentes.

Além disso, os machos conseguem ter um melhor investimento paterno na sobrevivência dos embriões, dando uma vantagem evolutiva às espécies. 

Conheça 5 animais machos que podem engravidar

Além de saber quais são os animais capazes de realizar essa proeza, abaixo, você fica sabendo como cada um consegue dar à luz aos filhotes. Veja!

1 – Cavalos-marinhos

Essa é a espécie mais famosa pela capacidade de os machos gestarem os próprios filhotes. Nela, a fêmea é a responsável por depositar os seus ovos na bolsa incubadora especial do macho, que então os fertiliza e os carrega até haver a eclosão.

Captura de tela de um vídeo sobre cavalo-marinho – Imagem: reprodução/YouTube – Canal Click Planeta Terra

Após se desenvolverem por completo, o macho começa a sentir contrações bem parecidas com as do parto para dar à luz aos filhotes e liberá-los na água. 

Vale destacar que os cavalos-marinhos vivem normalmente em águas rasas, tropicais ou temperadas. Eles são encontrados de forma fácil em recifes, baías, ambientes estuarinos e manguezais.

2 – Peixe-cachimbo do Golfo

Geralmente presentes em locais com águas relativamente rasas e com fluxo lento, os machos da espécie Peixe-cachimbo do Golfo (Syngnathus scovelli) também resguardam machos que conseguem engravidar. 

Os machos desenvolvem uma bolsa intrincada que funciona de maneira parecida com a placenta de um mamífero, fazendo a troca de nutrientes com os embriões em crescimento e aumentando a chance de sobrevivência dos pequenos.

3 – Dragões Marinhos

Esta espécie também faz parte do grupo de animais machos com capacidade de dar à luz aos seus filhotes.

Foto de um Dragão Marinho
Foto de um Dragão Marinho – Imagem: Dmitry Rukhlenko/Shutterstock

Porém, eles não são iguais aos cavalos-marinhos, que possuem uma bolsa incubadora totalmente fechada.

Ao contrário disso, carregam os ovos fertilizados na parte inferior da cauda, mantendo-os protegidos até a eclosão. Este animal costuma viver nos recifes rochosos mais frios do sul e oeste da Austrália.

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4 –  Peixe-cachimbo-de-fita

Essa espécie rara da família de peixes-cachimbo também consegue ter os machos como os responsáveis por dar à luz aos filhotes, pois ela adaptou um sistema de gestação masculino no qual consegue nutrir os seus ovos e assim proporcionar o que os pequenos precisam para sobreviver depois da eclosão.

Este animal pode ser encontrado sob saliências rochosas, corais ou perto do chão de seu habitat de recife.

5 – Peixe-cachimbo escuro

O peixe-cachimbo escuro (Syngnathus floridae) apresenta um sistema de gestação muito interessante, pois possui uma bolsa incubadora avançada, responsável por regular de forma rigorosa os níveis de oxigênio para os embriões em desenvolvimento.

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Peixe-cachimbo – Imagem: Reprodução/ YouTube – Canal Mundo dos Discos – Aquarismo

A espécie está bem presente no Atlântico Ocidental, na região das Bermudas, Golfo do México, Bahamas, Baía de Chesapeake (Estados Unidos), oeste do Mar do Caribe e até no Panamá, ao sul.

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Dragão azul: criatura marinha rara surge em praia de São Paulo

Um exemplar do dragão azul, uma espécie rara de lesma do mar conhecida pelo nome científico Glaucus atlanticus, foi encontrado morto na faixa de areia da praia de Peruíbe, no litoral de São Paulo. O animal foi fotografado pela bióloga e pesquisadora Gemany Caetano, que registrou o momento do achado.

A ocorrência é considerada incomum. O dragão azul é um molusco pelágico, ou seja, vive em mar aberto, e sua presença em regiões costeiras está geralmente associada a fenômenos climáticos como ciclones extratropicais e ressacas. No entanto, pode ser encontrado em águas tropicais e temperadas de todos os oceanos.

Dragão azul fotografado pela bióloga Gemany Caetano (Imagem: Gemany Caetano via g1)

Características e adaptação do dragão azul

A pesquisadora explicou ao g1 que o Glaucus atlanticus pertence à ordem Nudibranchia e apresenta comportamentos e características anatômicas únicas. Ele armazena oxigênio no estômago, o que lhe permite flutuar na superfície do mar. Uma curiosidade destacada por Gemany é o fato de que a coloração azul intensa corresponde à região ventral do corpo. “Ele vive com a barriga voltada para cima”, explicou.

Além da coloração exótica e do pequeno porte, que contribuem para a dificuldade de avistá-lo, o dragão azul possui expectativa de vida de cerca de um ano. Alimenta-se de outros moluscos e de cnidários, incluindo a caravela-portuguesa (Physalia physalis), conhecida por sua peçonha potente.

O dragão azul se alimenta de animais como a caravela-portuguesa (Imagem: Arthur Mota / Shutterstock.com)

Vulnerabilidade e ecossistema

Por ser exclusivamente aquático, o dragão azul não tem qualquer adaptação para o ambiente terrestre. Quando é levado até a areia por ondas mais fortes, não consegue retornar ao mar, o que leva à morte. Isso contribui para a raridade de aparições, especialmente em praias brasileiras.

“Ele é um alienígena, morfologicamente falando”, brincou a bióloga na entrevista ao g1. Quando avistados em grupo, esses animais recebem o nome de “frota azul”, em referência à tonalidade vibrante que exibem.

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Importância científica e ambiental

Apesar de pouco conhecido, o dragão azul tem relevância no contexto científico e ambiental. Os moluscos do grupo dos nudibrânquios, ao qual ele pertence, são estudados por seu potencial na pesquisa de novos fármacos e em estudos neurológicos.

A pesquisadora conduz atualmente um estudo sobre o grupo de moluscos na Universidade de São Paulo (USP). Os resultados da pesquisa ainda não foram divulgados, mas o objetivo é ampliar o conhecimento sobre o papel desses organismos no oceano.

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Do que os animais do fundo do mar se alimentam?

O mar profundo é um ambiente extremo e desafiador, caracterizado por completa escuridão, baixas temperaturas, alta pressão e, principalmente, uma escassez crônica de alimentos.

Nesse cenário inóspito, os organismos que habitam essas regiões desenvolveram estratégias especializadas para garantir a sobrevivência, explorando diferentes fontes de nutrientes, como carcaças de animais mortos, partículas orgânicas depositadas no fundo, e detritos suspensos na água.

Além disso, em algumas regiões, a quimiossíntese sustenta cadeias alimentares por meio de bactérias que convertem compostos químicos em energia. Essa diversidade de adaptações permite que os seres do mar profundo aproveitem ao máximo os recursos limitados disponíveis.

Tipos de animais que se alimentam no fundo do mar

Os animais do mar profundo podem ser classificados em diferentes categorias alimentares com base na origem e no tipo de matéria orgânica consumida. Entre eles, destacam-se os necrófagos, depositívoros e suspensívoros.

Necrófagos

Organismos que se alimentam de matéria orgânica em decomposição, como carcaças de animais mortos que afundam até o fundo do mar.

Espécie de crutáceo, Eurythenes atacamensis. (Imagem: Johanna Weston/Divulgação)

No mar profundo, eventos como a queda de carcaças de baleias, golfinhos ou tubarões são considerados raros, mas extremamente significativos. Esses organismos chegam ao fundo praticamente intactos e representam verdadeiras “ilhas orgânicas”, oferecendo uma fonte rica e temporária de alimento para a comunidade local.

A decomposição de uma carcaça passa por diferentes estágios: inicialmente, necrófagos móveis, como peixes e crustáceos, consomem tecidos moles.

Em seguida, bactérias e outros decompositores processam os lipídios presentes nos ossos, liberando nutrientes no ambiente. Esse processo pode durar anos, sustentando uma complexa cadeia alimentar.

Depositívoros

Se alimentam de partículas orgânicas que se acumulam no fundo do mar. Detritos orgânicos, sedimentos ricos em nutrientes e matéria biológica em decomposição formam a base alimentar desses organismos.

Muitos desses animais, como poliquetas e alguns tipos de equinodermos, possuem adaptações morfológicas específicas, como apêndices que peneiram os sedimentos ou intestinos altamente eficientes que extraem nutrientes de materiais pobres.

Suspensívoros

Organismos que se alimentam de partículas em suspensão na coluna d’água, incluindo plâncton e detritos orgânicos que descem das camadas superiores do oceano, um fenômeno conhecido como “neve marinha”.

Classe Crinoidea, um tipo de equinodermo, conhecido como lírio-do-mar. (Imagem: Laura Dts/Shutterstock)

Em regiões de mar profundo, onde a produção primária é limitada pela ausência de luz, esses organismos dependem de partículas orgânicas que caem lentamente da superfície ou são transportadas por correntes oceânicas.

Disponibilidade alimentar no mar profundo

A alimentação no mar profundo é marcada por uma disponibilidade intermitente, baixa qualidade e quantidade limitada de recursos.

Isópode-gigante. (Imagem: Monterey Bay Aquerium Research Institute)

A “neve marinha”, composta por restos de organismos mortos, fezes e outros detritos, é uma importante fonte de nutrientes, mas sua quantidade diminui à medida que desce na coluna d’água.

Assim, os organismos que habitam essas regiões desenvolveram uma eficiência excepcional na captação e utilização de nutrientes.

Adicionalmente, em certas áreas específicas do fundo do mar, como regiões de vulcanismo submarino, ocorre a quimiossíntese.

Nesse processo, bactérias quimiossintéticas utilizam compostos químicos, como sulfeto de hidrogênio, para produzir energia e matéria orgânica, que serve como base para a cadeia alimentar local.

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Quedas orgânicas: fontes de alimento raras, mas essenciais

As quedas orgânicas desempenham um papel fundamental na dinâmica alimentar do mar profundo. Elas podem ser naturais ou antropogênicas:

Quedas naturais

As quedas naturais incluem carcaças de baleias e outros grandes animais marinhos, parcelas de madeira, acúmulo de macroalgas e zonas de oxigênio mínimo onde a produtividade é relativamente maior.

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Algas representam um dos organismos encontrados no fundo mar (Reprodução: shipfactory/Shutterstock)

Carcaças de baleias, por exemplo, possuem abundância de lipídio na carne e nos ossos, o que promove uma fonte calórica elevada para uma variedade de animais, sustentando a sobrevivência de mais de 12.000 organismos, de acordo com um estudo de 2022.

Apesar de sua raridade, com apenas cerca de 10 descobertas naturais registradas no mundo, esses eventos sustentam comunidades diversificadas por longos períodos, podendo atingir os 100 anos.

Quedas antropogênicas

Atividades humanas também introduzem fontes alimentares no mar profundo, como naufrágios e pontos de descarga de resíduos orgânicos. Embora esses eventos possam representar uma fonte de nutrientes, também carregam riscos associados à poluição e à introdução de materiais tóxicos.

Especialização como estratégia de sobrevivência

Devido à escassez de alimentos, os organismos do mar profundo evoluíram para maximizar o uso de qualquer recurso disponível.

Criaturas abissais devoradoras de ossos parecem plantas, mas são animais que existem há mais de 100 milhões de anos no fundo dos oceanos. Imagem: Yoshihiro Fujiwara/JAMSTEC/Smithsonian Institution’s Ocean Initiative

Algumas espécies, como os poliquetas Osedax, especializaram-se na degradação de ossos de carcaças, consumindo o lipídio internalizado. Outras possuem metabolismos extremamente lentos, permitindo longos períodos de jejum.

Assim, a alimentação no mar profundo não é apenas um reflexo da ecologia local, mas também uma demonstração da capacidade dos organismos em se adaptarem a um dos ambientes mais extremos do planeta.

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Moscas bebem álcool para ficarem mais atraentes? Entenda

Muitas pessoas, principalmente as mais tímidas, preferem ingerir um pouco de álcool em situações das quais elas precisam se soltar, como ao flertar ou para conhecer alguém do sexo oposto. Entretanto, você sabia que isso não é uma característica exclusiva dos seres humanos?

Um estudo recente mostrou que o etanol também pode influenciar nos relacionamentos das moscas-da-fruta (Drosophila melanogaster), uma vez que os machos passam a ficar mais atraentes para as fêmeas quando fazem o consumo de álcool. Mas, como isso acontece exatamente?

Já é de conhecimento há algum tempo que essa espécie de mosca consome álcool na natureza, quando consome frutas açucaradas, néctar e seiva que passaram por fermentação e, por isso, possuem a substância. E qual a relação desse consumo com a atração pelas fêmeas? Veja a seguir!

Ao se alimentarem de frutas em decomposição, as moscas ingerem o álcool gerado pela fermentação. (Imagem: Fabrizio Schiavon/Shutterstock)

As moscas-da-fruta bebem álcool para ficarem mais atraentes?

Frequentemente, podemos encontrar moscas-da-fruta (Drosophila melanogaster) ao redor de restos de comida, já que elas consomem frutas e outros alimentos em decomposição. O estado desses alimentos faz com que eles produzam álcool, que acabam sendo consumido pelos insetos enquanto eles fazem suas refeições.

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Os cientistas investigam o motivo pelo qual essas moscas são atraídas pelo álcool, além de como ele as afeta. Em estudos anteriores, houve uma demonstração de que os insetos machos da espécia iam atrás da bebida depois de serem rejeitados por fêmeas, além de que os indivíduos jovens que nunca haviam cruzado costumavam beber mais.

Para descobrir o motivo de isso acontecer exatamente, foi feito um novo estudo do Instituto Max Planck, na Alemanha, e os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Science Advances.

Contudo, um dos autores do estudo e chefe do Departamento de Neuroetologia Evolutiva do Instituto Max Planck, Bill Hansson, explica que essas afirmações adotavam uma visão antropomórfica das moscas, comparando-as com o comportamento da espécie humana.

Já a nova pesquisa sugere que esse consumo de álcool, na verdade, oferece uma vantagem reprodutiva. “Não acreditamos que as moscas bebam álcool porque estão deprimidas”, comenta Hansson. O profissional ainda acrescentou que a atração desses insetos pelos carboidratos e leveduras das frutas em decomposição, além do álcool, não pode ser analisada de forma separada.

foto em zoom de uma mosca da fruta em uma folha
A hipótese mais aceita é que o ato de consumir álcool traz algum benefício evolutivo para a espécie. (Imagem: Nechaevkon/Shutterstock)

O que as moscas “ganham” com o consumo de álcool?

A hipótese mais aceita é que o ato de consumir álcool traz algum benefício evolutivo para a espécie, de acordo com o que foi revelado pelo estudo. A conclusão foi de que beber a substância, principalmente o metanol, aumenta a produção dos feromônios sexuais nos machos e, na prática, isso os torna mais atrativos para as fêmeas, aumentando as chances de acasalamento.

Os feromônios são liberados no ar pelo indivíduo como influência para o comportamento de outro da mesma espécie. Os machos, principalmente os que nunca haviam acasalado, mostraram grande atração pelo álcool.

E esse mecanismo é bastante complexo: os pesquisadores encontraram três circuitos neurais diferentes envolvidos no consumo de álcool no cérebro das moscas. Os dois primeiros deles têm a ver com o olfato, sendo responsáveis por guiar os insetos até a bebida. Entretanto, assim como acontece com os humanos, o álcool também é tóxico e pode fazer mal.

Então, aí entra o terceiro circuito, que fica encarregado de evitar que a mosca consuma a substância em excesso. Isso faz com que altas concentrações de álcool tenham um odor repulsivo para os insetos, afastando-os e, assim, evitando complicações na saúde deles.

De acordo com Ian Keesey, autor principal do estudo e pesquisador da Universidade de Nebraska: “isso significa que as moscas têm um mecanismo de controle que lhes permite obter todos os benefícios do consumo de álcool sem correr o risco de intoxicação alcoólica”. O que seria bastante útil para os seres humanos, não é mesmo?

Para fazer a pesquisa, os cientistas uniram estudos fisiológicos, como técnicas de imagem para visualizar processos no cérebro das moscas, além de análises químicas de odores ambientais, e também estudos comportamentais.

close de uma mosca da fruta em uma superfície de madeira
Beber a substância, principalmente o metanol, aumenta a produção dos feromônios sexuais nos machos e, na prática, isso os torna mais atrativos para as fêmeas, aumentando as chances de acasalamento. (Imagem: Tomasz Klejdysz/Shutterstock)

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Além do lobo-terrível: empresa ainda quer ‘reviver’ estes 3 animais extintos

No início desta semana, a Colossal Biosciences anunciou o nascimento de três filhotes que seriam do extinto lobo-terrível, popularmente retratado no fenômeno Game of Thrones como símbolo da Casa Stark. E, de acordo com a empresa, a “desextinção” não deve parar por aí: os pesquisadores já estão trabalhando para reviver outras três espécies extintas.

Entenda:

  • Além do lobo-terrível, a Colossal Biosciences quer “ressuscitar” outras três espécies pré-históricas;
  • A empresa disse que está trabalhando na “desextinção” do mamute-lanoso, do dodô e do lobo-da-tasmânia;
  • Os pesquisadores já criaram um rato-lanoso com características do mamute, e estudam a modificação genética do elefante-asiático (parente próximo da espécie extinta);
  • A comunidade científica e ambientalista, entretanto, vem levantando debates sobre a ética da desextinção e suas possíveis consequências nos ecossistemas.
Após lobo-terrível, empresa quer ‘ressuscitar’ outros animais pré-históricos. (Imagem: Colossal Biosciences)

O lobo-terrível (Aenocyon dirus) entrou em extinção há cerca de 13 mil anos. E o novo trio – que recebeu os nomes de Remus, Romulus e Khaleesi – é o resultado da modificação genética de lobos-cinzentos. Ou seja, apesar do que sugere a empresa no comunicado, a espécie não está realmente “de volta”.

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Empresa que ‘ressuscitou’ lobo-terrível visa outras espécies extintas

Como dissemos, a Colossal já está trabalhando para “ressuscitar” outras três espécies pré-históricas após o lobo-terrível. À Time, a equipe revelou que seus esforços estão, agora, focados no mamute-lanoso (Mammuthus primigenius), no dodô (Raphus cucullatus) e no lobo-da-tasmânia (Thylacinus cynocephalus, também chamado de tigre-da-tasmânia).

O mamute-lanoso, que viveu durante a Era do Gelo, entrou em extinção há cerca de 4 mil anos. Já os dodôs, originários da ilha de Maurício, e o lobo-da-tasmânia, último membro do gênero Thylacinus, foram extintos mais tarde, nos séculos XVII e XX respectivamente.

Em março, a Colossal usou uma cópia do DNA do mamute pré-histórico para criar o rato-lanoso, com pelos longos e metabolismo acelerado característicos do M. primigenius. A empresa também vem estudando o elefante-asiático (parente próximo do mamute-lanoso) para receber os genes da espécie extinta.

Empresa criou rato com características do extinto mamute-lanoso. (Imagem: Colossal Biosciences)

“Estamos desenvolvendo tecnologias que nunca existiram antes, e elas podem transformar não só a conservação, mas também a biologia reprodutiva humana e animal”, disse Ben Lamm, CEO da Colossal, na entrevista à Time.

‘Desextinção’ de animais pré-históricos é controversa

Vale lembrar que a iniciativa de “ressuscitar” espécies extintas vem sendo criticada pela comunidade científica e ambientalista, levantando debates sobre a ética da desextinção e as possíveis consequências da reintrodução desses animais – como o desequilíbrio das cadeias alimentares e da biodiversidade.

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