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Asteroide já temido tem formato bizarro e origem incomum

Um artigo disponível no servidor de pré-impressão arXiv, aceito para publicação pelo periódico The Astrophysical Journal Letters, revela a história surpreendente por trás do asteroide 2024 YR4 – uma rocha espacial que chegou a ser cogitada como ameaça à Terra.

Descoberto no fim de 2024, o objeto chamou atenção logo nos primeiros dias. Cálculos iniciais apontavam uma chance de 1,2% de colisão com a Terra em sete anos. Embora esse número pareça baixo, foi considerado relevante para justificar observações contínuas ao longo das semanas. 

Com isso, o 2024 YR4 liderou temporariamente as listas de objetos com maior risco de impacto, mantidas pela NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA). O alerta mobilizou astrônomos em vários países, que passaram a observar intensamente o asteroide para obter dados mais precisos.

A probabilidade de colisão chegou a triplicar, mas, aos poucos, foi sendo descartada. No mês passado, as observações mostraram que o risco era praticamente nulo. Imagens capturadas pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, confirmaram que o asteroide passará em segurança pela Terra em dezembro de 2032.

O asteroide 2024 YR4 visto pelo telescópio Gemini do Sul em 7 de fevereiro de 2025. Crédito: Catalina Sky Survey/ LPL/Dr. Wierzchos/ Bryce Bolin

Terra escapa, mas Lua pode ser alvo de asteroide

Com cerca de 60 metros de diâmetro (equivalente a um prédio com cerca de 20 andares), o 2024 YR4 mantém uma chance pequena, de 2%, de atingir a Lua. Por isso, continua sob monitoramento.

No novo estudo, cientistas descobriram que o asteroide veio do centro do cinturão principal de asteroides, localizado entre Marte e Júpiter – um setor que raramente produz rochas com órbitas que cruzam a Terra.

“Estamos um pouco surpresos com sua origem no cinturão central de asteroides principal, que é um local do qual não pensávamos que muitos asteroides que cruzam a Terra pudessem se originar”, afirmou Bryce Bolin, autor principal do estudo, em comunicado.

A explicação pode estar em um detalhe curioso: a rotação do 2024 YR4 é retrógrada. Isso significa que ele gira no sentido contrário ao da sua órbita ao redor do Sol. Esse tipo de rotação acentua um fenômeno chamado efeito Yarkovsky.

Esse efeito acontece quando a luz solar aquece o asteroide e ele libera o calor de forma desigual, criando uma leve força de propulsão. Com o tempo, isso pode mudar sua trajetória, empurrando-o para órbitas internas, mais próximas da Terra.

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Velocidade de giro da rocha espacial surpreende

Observações recentes feitas pelos telescópios Gemini do Sul, no Chile, e Keck, no Havaí, também revelaram que a rocha gira rapidamente, completando uma volta a cada 20 minutos (uma velocidade incomum para um objeto desse tipo).

Os pesquisadores também descobriram a forma do 2024 YR4: achatada, parecida com um disco de hóquei. Isso é um tanto inusitado, considerando que a maioria dos asteroides tem formatos mais irregulares, como batatas ou piões.

Bolin e sua equipe acreditam que essa rocha pode ser um fragmento de um asteroide maior, do tipo conhecido como “pilha de escombros”, formado por blocos soltos que se mantêm unidos pela gravidade. “O nosso estudo fornece um excelente caso de teste sobre o tipo de observações de resposta rápida que são necessárias para caracterizar uma ameaça potencial como este objeto”, destacou.

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James Webb redefine tamanho de asteroide que ameaçou a Terra e pode atingir a Lua

Em dezembro de 2024, astrônomos identificaram um asteroide com chances de colidir com a Terra em 2032. Com tamanho estimado em 55 metros (o equivalente a um prédio de 18 andares), o objeto, denominado 2024 YR4, passou a ser constantemente monitorado por telescópios em solo ao redor do globo, na expectativa de redução da probabilidade de impacto.

Isso de fato aconteceu: de 1,2%, as chances de colisão chegaram a triplicar, mas, felizmente, foram eliminadas há duas semanas. De qualquer modo, o monitoramento continua e, para isso, os cientistas contam com a ajuda do mais moderno observatório já enviado ao espaço – o Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA.

Imagem do asteroide 2024 YR4 obtida pelo Very Large Telescope do ESO (VLT). Crédito: ESO/O. Hainaut

Conforme noticiado pelo Olhar Digital, foi concedido tempo emergencial de uso do equipamento para uma análise mais profunda da situação. E a primeira observação do objeto acaba de ser concluída, revelando que ele pode ser maior do que se pensava.

Embora qualquer risco de colisão com a Terra tenha sido descartado, a possibilidade de impacto com a Lua ainda existe, mesmo que pequena. Uma nova observação pelo JWST deve acontecer no mês que vem. Depois disso, a próxima oportunidade para estudá-lo será apenas em 2028.

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Como foi feita a análise do telescópio James Webb 

O JWST usou seus sensores infravermelhos para medir diretamente o calor emitido pelo asteroide, ajudando a determinar seu tamanho e composição. Como os telescópios terrestres dependem da luz refletida pelo Sol, isso pode gerar imprecisões.

A primeira observação do Webb aconteceu na quarta-feira, 26 de março. Durante cinco horas, o telescópio registrou o asteroide completando uma rotação a cada 20 minutos. Com isso, os pesquisadores converteram os dados em comprimentos de onda infravermelhos e calcularam seu tamanho real. 

Segundo eles, o 2024 YR4 tem cerca de 60 metros de diâmetro, sendo um pouco maior do que previam as estimativas iniciais. Além disso, sua temperatura é mais baixa do que o esperado, sugerindo ainda que seja mais rochoso do que se imaginava.

O asteroide 2024 YR4 visto pelo telescópio Gemini do Sul em 7 de fevereiro de 2025. Crédito: Catalina Sky Survey/ LPL/Dr. Wierzchos/ Bryce Bolin

Asteroide pode colidir com a Lua

Apesar de não oferecer risco para a Terra, o asteroide 2024 YR4 ainda pode colidir com a Lua, conforme noticiado pelo Olhar Digital. Em declaração ao site New Scientist, Andrew Rivkin, astrônomo da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, revelou que a chance de impacto é de cerca de 2%.

A Lua já é constantemente atingida por pequenos meteoros, e suas crateras provam que sobreviveu a impactos muito maiores. Mas acompanhar um asteroide conhecido criando uma nova cratera em tempo real seria uma oportunidade única para os cientistas estudarem esse fenômeno.

Possível impacto do asteroide 2024 YR4 com a Lua em 2032 pode ser observável da Terra. Crédito: Muratart – Shutterstock

“Estamos torcendo por um impacto lunar”, afirmou Alan Fitzsimmons, professor da Queen’s University de Belfast, na Irlanda do Norte. “Não teria efeitos na Terra, mas nos permitiria estudar a formação de uma cratera por um asteroide conhecido pela primeira vez”.

A próxima observação do JWST, prevista para maio, ajudará a refinar os cálculos e entender melhor o destino do asteroide.

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Asteroide 2024 YR4: Terra escapa da mira em 2032, mas ameaça pode voltar

Em dezembro de 2024, astrônomos identificaram um asteroide potencialmente perigoso para a Terra. Denominado 2024 YR4, o objeto tem estimados 55 metros de diâmetro, o equivalente a um prédio de 18 andares.

Inicialmente, havia preocupação com uma possível colisão em 2032, mas a NASA descartou essa possibilidade após uma série de observações. No entanto, de acordo com Martin Connors, professor de Astronomia, Matemática e Física da Universidade de Athabasca, no Canadá, o risco de impacto com a Lua ainda não foi totalmente eliminado.

Enquanto 2024 YR4 chamou a atenção, outro asteroide colossal passou quase despercebido em janeiro deste ano a cerca de 12,3 milhões de quilômetros do nosso planeta (quase 32 vezes a distância média entre a Terra e a Lua). Chamado 887 Alinda, ele tem mais de quatro quilômetros de diâmetro – tamanho suficiente para provocar um evento de extinção global. 

O asteroide 2024 YR4 tem entre 40 e 90 metros, de acordo com as estimativas. Crédito: Asteroid Day Brasil

O perigo das órbitas ressonantes

Em um artigo publicado no site The Conversation, Connors explica que ambos os asteroides seguem um padrão orbital peculiar: completam três voltas ao redor do Sol para cada órbita de Júpiter, um ciclo que dura 12 anos. Isso significa que, a cada quatro anos, retornam a trajetórias similares, aumentando as chances de encontros com a Terra. Essa categoria de asteroides é considerada especialmente perigosa justamente por esses retornos frequentes.

O asteroide Alinda foi identificado em 1918 e, desde então, passa regularmente próximo à Terra. Já o 2024 YR4, embora tenha realizado aproximações desde 1948, só foi notado recentemente. Esse atraso se deve à complexidade de rastrear asteroides menores em meio ao vasto espaço.

Órbita do asteroide 2024 YR4. Crédito: NASA

No século XIX, o astrônomo Daniel Kirkwood identificou lacunas na distribuição dos asteroides, onde certos padrões orbitais eram raros. O motivo dessas ausências permaneceu um mistério até a década de 1970, quando o avanço da computação revelou a influência gravitacional de Júpiter. 

Essa interação faz com que alguns asteroides sejam expulsos do cinturão principal e empurrados para o sistema solar interno, tornando-se potenciais ameaças para planetas como Marte, Vênus e a própria Terra.

Asteroides “Alindas” representam um problema recorrente

Os asteroides da classe Alinda, como o 887 Alinda, seguem um comportamento peculiar. A cada quatro anos, suas órbitas são “esticadas”, alternando entre aproximações ao cinturão de asteroides e passagens próximas à Terra. Quando o alinhamento orbital é adequado, esses objetos podem retornar várias vezes em curtos intervalos.

Fatores como a inclinação da órbita afetam o risco de impacto. Se um asteroide estiver muito inclinado em relação ao plano orbital terrestre, as chances de colisão diminuem. O problema é que tanto Alinda quanto 2024 YR4 possuem órbitas relativamente planas, aumentando o risco de uma futura colisão.

Órbita do asteroide 887 Alinda. Crédito: NASA

Atualmente, sabe-se que 2024 YR4 não atingirá a Terra em 2032. No entanto, ao passar próximo, será influenciado gravitacionalmente, alterando sua órbita. Com isso, sua trajetória futura ainda é incerta, mas há previsão de uma nova aproximação em 2052. Já o 887 Alinda continua sua jornada pelo espaço, com possibilidade de se tornar uma ameaça em cerca de mil anos.

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O risco de surpresas cósmicas

Embora a Terra possa parecer um pequeno alvo na imensidão do Sistema Solar, impactos já ocorreram antes. O evento mais recente aconteceu em 2013, quando um asteroide não detectado explodiu sobre Chelyabinsk, na Rússia, ferindo cerca de 1.500 pessoas com a onda de choque que quebrou janelas e danificou prédios. Em 1908, outro impacto ocorreu sobre Tunguska, na Sibéria, devastando uma extensa área de floresta.

Astrônomos monitoram constantemente o céu em busca de ameaças, mas as limitações da observação terrestre ainda permitem que objetos perigosos passem despercebidos. Para aprimorar a detecção, novas missões estão sendo planejadas. Uma delas é o Near-Earth Object (NEO) Surveyor, um telescópio espacial projetado pela NASA para identificar asteroides com base na radiação infravermelha.

De acordo com Amy Mainzer, líder do projeto, “conhecemos apenas cerca de 40% dos asteroides que podem causar danos regionais graves e que passam próximos à órbita da Terra”. O objetivo do NEO Surveyor, previsto para lançamento em 2027, é mapear pelo menos 90% desses objetos, tornando o monitoramento mais preciso e reduzindo o risco de surpresas cósmicas.

Monitoramento de asteroides é essencial para a defesa planetária

Entre os asteroides que precisam ser acompanhados de perto, aqueles que apresentam ressonância com Júpiter, como 2024 YR4, merecem atenção especial. Seus retornos previsíveis podem, eventualmente, resultar em um impacto.

O estudo contínuo desses corpos celestes é essencial para a defesa planetária. Com tecnologias avançadas e missões dedicadas, cientistas esperam não apenas prever eventuais colisões, como também desenvolver estratégias para desviar objetos perigosos antes que se tornem uma ameaça real. O desafio agora é garantir que, no futuro, possamos reagir a tempo para evitar um desastre global.

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NASA atualiza chance de asteroide atingir a Terra

A NASA acaba de divulgar uma boa notícia. De acordo com a agência espacial dos Estados Unidos, a chance do asteroide 2024 YR4 se chocar com a Terra, que já foi de 3,1% há poucos meses, hoje é quase zero.

Com um tamanho estimado de 55 metros (altura do Castelo da Cinderela, no Walt Disney World Flórida, em Orlando, nos EUA – o equivalente a um prédio de 18 andares), a rocha tem potencial destrutivo suficiente para arrasar uma cidade caso viesse a se chocar contra o planeta.

Chances caíram para 0,001%

  • De acordo com uma nova medição da NASA, não há risco do asteroide atingir a Terra em 2032.
  • Além disso, dados de monitoramento apontam que a probabilidade de colisão registrou uma queda significativa. 
  • Quando o objeto foi descoberto, o risco de colisão girava em torno de 2%.
  • Com o passar do tempo, o número subiu para mais de 3%.
  • Hoje, a chance caiu para 0,001%, o que significa uma possibilidade em 100 mil.
Asteroide tem um tamanho estimado de 55 metros (Imagem: Asteroid Day Brasil)

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Colisão de asteroide com a Terra poderia arrasar uma cidade

O monitoramento do asteroide 2024 YR4 está cada vez mais difícil. De acordo com o guia de observação astronômica EarthSky.org, o brilho do objeto é fraco e está reduzindo cada vez mais. No momento, a rocha está a cerca de 80 milhões de quilômetros de distância, viajando pelo espaço a quase 48 mil km/h.

Caso colidisse com a Terra, o objeto explodiria ao atravessar a atmosfera, liberando cerca de 8 megatons de energia – mais de 500 vezes a potência da bomba atômica de Hiroshima. Apesar de não ter força suficiente para causar um evento global, a destruição seria catastrófica para qualquer grande cidade atingida.

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