shenzhou-20

China lança três astronautas ao espaço com a missão Shenzhou-20

Nesta quinta-feira (24), um foguete Long March 2F, da China, lançou três astronautas (ou taikonautas) rumo à estação espacial Tiangong. A missão, chamada Shenzhou-20, decolou às 6h17 da manhã (pelo horário de Brasília), do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no deserto de Gobi. 

A tripulação conta com o comandante Chen Dong, veterano em voos espaciais, e dois estreantes: Chen Zhongrui e Wang Jie. Eles devem chegar à estação cerca de 6,5 horas após a decolagem, quando a espaçonave se acoplar automaticamente à Tiangong.

No laboratório orbital, eles serão recebidos pela tripulação anterior, da missão Shenzhou-19, que entregará o controle da estação aos recém-chegados. Após a troca de comando, os astronautas da Shenzhou-19 retornarão à Terra, o que está previsto para 29 de abril.

Os membros da missão Shenzhou-20, Chen Dong, Chen Zhongrui e Wang Jie, vão passar seis meses na estação espacial chinesa. Crédito: CNSA

Chen Dong já foi ao espaço duas vezes. Em 2016, esteve no antigo laboratório Tiangong 2 e, em 2022, comandou a missão Shenzhou-14, que ajudou a completar a montagem da atual estação. Com experiência acumulada, ele lidera agora a nova missão de seis meses.

Leia mais:

De acordo com o site Space.com, na coletiva de imprensa antes do lançamento, Dong afirmou sentir orgulho e responsabilidade. “Cada missão é única. Espero ganhar mais experiência e alcançar novos avanços”. A Shenzhou 20 será a missão mais longa da sua carreira.

O novato Chen Zhongrui é ex-piloto da Força Aérea Chinesa. Já Wang Jie é engenheiro aeroespacial e trabalhou em projetos ligados à estação. Ambos passaram por anos de treinamento para se tornarem astronautas qualificados.

Zhongrui contou que enfrentou treinamentos intensos, como giros em cadeiras rotatórias e testes em centrífugas. Ele decidiu se tornar astronauta depois de assistir a uma palestra de Yang Liwei, o primeiro chinês a ir ao espaço.

Wang será o responsável pelo gerenciamento de materiais da estação. Sua função envolve organizar suprimentos e cuidar dos experimentos científicos. “Sentimos que essa missão é uma grande responsabilidade”.

Estação espacial Tiangong, da China. Crédito: Shujianyang – Creative Commons

China quer manter estação Tiangong ocupada por 10 anos

Durante a estadia da tripulação na Tiangong, a China também planeja enviar a missão de carga Tianzhou-9, que levará para a estação alimentos, combustível e novos materiais para experimentos científicos.

A Shenzhou 20 é a nona missão tripulada enviada à Tiangong. A estação, composta por três módulos, foi concluída em outubro de 2022 e orbita entre 340 e 450 quilômetros acima da Terra. Esta será a sexta visita ao complexo totalmente montado.

A China pretende manter a estação espacial ocupada de forma contínua por pelo menos dez anos. Além disso, o país quer expandir a Tiangong com novos módulos e usá-la também para projetos comerciais e parcerias internacionais.

Atualmente, a China negocia com o Paquistão o envio do primeiro astronauta estrangeiro para a Tiangong. O objetivo é tornar a estação um centro internacional de pesquisa no espaço, com participação de outros países e empresas.

O post China lança três astronautas ao espaço com a missão Shenzhou-20 apareceu primeiro em Olhar Digital.

estacao-espacial-internacional-scaled-e1729960102754-1024x577

Nenhum astronauta jamais deixou a atmosfera da Terra – nem aqueles que pisaram na Lua

Pode parecer estranho, mas há uma frase tecnicamente correta que deixa muita gente confusa: nenhum astronauta, nem mesmo quem já foi à Lua, saiu de verdade da atmosfera da Terra. Oi?

Bem, isso não significa que a ida ao espaço seja mentira nem tem relação com qualquer teoria da conspiração. A questão-chave está em como definimos a “atmosfera”.

Mesmo a Estação Espacial Internacional (ISS), que orbita a Terra a cerca de 400 km de altitude, ainda está dentro de uma camada muito fina da atmosfera. Lá em cima, os astronautas sentem uma gravidade apenas um pouco menor do que sentimos aqui no solo – cerca de 90% da força total.

O que mantém a ISS em órbita, apesar de estar em uma região com ar rarefeito, é sua velocidade. No entanto, esse ar ainda exerce resistência. Por isso, a estação precisa periodicamente ser “empurrada” por espaçonaves como as cápsulas Progress, da Rússia, e (mais recentemente) Dragon, da SpaceX. Sem isso, ela desaceleraria e acabaria caindo de volta à Terra.

Na órbita da Terra, a cerca de 440 km de altitude, a Estação Espacial Internacional perde altitude periodicamente, devendo ter sua órbita reajustada. Crédito: Artsiom P – Shutterstock

Em um vídeo publicado no canal da NASA no YouTube, o especialista em heliofísica Doug Rowland explica que a atmosfera não termina de forma brusca. Ela vai ficando cada vez mais tênue, mas segue existindo até altitudes impressionantes. É como se o “ar” fosse se dissolvendo devagar, quase sumindo, mas nunca desaparecendo por completo.

Até onde vai a atmosfera da Terra?

Para fins legais e operacionais, a comunidade internacional adota um limite chamado “linha de Kármán”, a 100 km de altitude, acima do qual consideramos oficialmente que começa o espaço. No entanto, essa fronteira é apenas uma convenção, pois a atmosfera vai muito além dela.

Um estudo de 2019, feito com dados do Observatório Solar e Heliosférico (SOHO, na sigla em inglês), revelou que a atmosfera terrestre – mais especificamente uma nuvem de hidrogênio chamada geocorona – pode se estender por até 630 mil km. Isso significa que até a Lua, que fica a cerca de 384 mil km, estaria dentro da atmosfera.

Diagrama mostra Linha de Kármán, ponto internacionalmente reconhecido como limite onde começa o espaço (para fins técnicos). Crédito: VectorMine – Shutterstock

Nesse estudo, cientistas detectaram cerca de 70 átomos de hidrogênio por centímetro cúbico a 60 mil quilômetros da Terra. Na altura da Lua, ainda havia em média 0,2 átomo por centímetro cúbico. Esses números são muito baixos, mas suficientes para mostrar que a atmosfera se prolonga muito mais do que se imaginava.

O autor principal do estudo, Igor Baliukin, do Instituto de Pesquisa Espacial da Rússia, afirmou em um comunicado na época que essa descoberta só foi possível ao revisitar observações feitas há mais de 20 anos. Isso mudou a forma como entendemos os limites do planeta.

Leia mais:

E há outro detalhe: a própria Terra, junto com a Lua, está mergulhada na atmosfera do Sol, chamada heliosfera. Essa imensa bolha de partículas solares envolve todo o Sistema Solar e só termina na chamada heliopausa, muito além de Plutão.

“O ponto forte deste estudo é apontar até onde se estendem os limites da atmosfera terrestre”, explica Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital

“Nós já sabíamos que a exosfera, camada mais externa da nossa atmosfera, se estende por várias dezenas de milhares de quilômetros acima da superfície da Terra, o que já incluiria grande parte das nossas viagens espaciais tripuladas”, disse o especialista. “Mas, o que esse estudo russo mostra agora é que nem mesmo os astronautas da Apollo 13, os seres humanos que mais distantes estiveram do nosso planeta (400 mil km), nem mesmo eles chegaram a deixar nossa atmosfera. É curioso, mas não diminui em nada o tamanho das conquistas alcançadas por nossos exploradores do espaço”.

Mas, e quanto ao termo “reentrada na atmosfera”, usado para dizer que um objeto retornou ao planeta? Zurita explica que ele continua fazendo sentido, pois se refere a atravessar as camadas mais densas, onde a resistência do ar é forte o bastante para queimar as espaçonaves. 

No fim das contas, a pergunta “onde começa o espaço?” não tem uma única resposta. Depende de para que você quer saber. Para fins técnicos, usamos a linha de Kármán. Para fins científicos, é uma zona de transição longa e gradual.

O post Nenhum astronauta jamais deixou a atmosfera da Terra – nem aqueles que pisaram na Lua apareceu primeiro em Olhar Digital.

katy-perry-blue-origin-tripulaao-1024x683-2

Katy Perry pode ser considerada astronauta?

Após o bem-sucedido passeio até a órbita da Terra, a bordo da nave New Shepard, da Blue Origin, realizado na manhã desta segunda-feira (14), Katy Perry poderia acumular mais uma atribuição, além de cantora e empresária: a de astronauta. Mas, será que turistas espaciais, como ela e suas cinco companheiras de missão, podem ser chamadas assim?

Sobre a viagem de Katy Perry ao espaço:

  • A cantora Katy Perry foi lançada para fora da Terra, em um voo suborbital da Blue Origin, empresa de Jeff Bezos;
  • Embora tenha sido o 11º voo turístico da companhia, a missão é chamada de NS-31 – por ser o 31º lançamento do foguete New Shepard na contagem geral (incluindo tripulados e de carga);
  • Composto exclusivamente por mulheres, o voo foi liderado pela namorada de Bezos, a atriz, jornalista e piloto Lauren Sánchez;
  • Além de Katy e Lauren, a tripulação contou com Aisha Bowe, engenheira aeroespacial e CEO da STEMBoard; Kerianne Flynn, produtora de cinema; Gayle King, apresentadora do CBS Mornings; e Amanda Nguyen, cientista de bioastronáutica e ativista dos direitos das mulheres;
  • Essa foi a primeira missão espacial 100% feminina desde 1963, quando a soviética Valentina Tereshkova entrou para a história como a primeira mulher a ir ao espaço;
  • Durante o voo, Katy Perry se tornou a primeira artista a cantar no espaço, executando a música “What a Wonderful World”, de Louis Armstrong.

Saiba tudo sobre a missão aqui.

Katy Perry (a terceira, em pé, da esquerda para a direita) junto com as demais integrantes da missão NS-31, da Blue Origin, ao espaço. Crédito: Blue Origin

Leia mais:

Turistas espaciais são astronautas?

Três agências governamentais dos EUA estão autorizadas a conferir o título de astronauta: o Departamento de Defesa, a NASA e a Administração Federal de Aviação (FAA). Os dois primeiros atribuem esse status apenas a seus próprios funcionários, portanto, para serem considerados astronautas, Katy e todos os demais passageiros da Blue Origin devem atender aos critérios definidos pela FAA.

Essas diretrizes, redefinidas em 2021, determinam que os candidatos precisam voar mais de 80 km acima da superfície da Terra para se qualificar – e os tripulantes da Blue Origin realmente ultrapassam essa barreira, passando até da Linha de Kármán, que fica a 100 km de altitude é considerada o limite do espaço.

Foguete New Shepard, da Blue Origin, decolando com a cantora Katy Perry a bordo. Crédito: Blue Origin

No entanto, segundo a FAA, um candidato ao título de astronauta deve passar por um treinamento certificado e “demonstrar durante o voo ações que são importantes para a segurança pública ou contribuem para a segurança espacial humana”. Além disso, a pessoa deve ser designada para a tripulação a realizar certas tarefas durante o voo, não sendo apenas um passageiro comum.

Como a cápsula de passageiros do foguete New Shepard é totalmente autônoma, não fica ninguém responsável por pilotá-la, nem ninguém realmente realizando quaisquer tarefas que sejam essenciais para a “segurança pública” da tripulação. 

“Fazer um passeio de lancha ou mesmo um cruzeiro de navio não faz de ninguém um marinheiro”, compara Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) e colunista do Olhar Digital.

Segundo ele, de qualquer forma, não há nada que impeça a Blue Origin ou qualquer empresa de qualificar seus viajantes espaciais como astronautas. “Principalmente porque não há um consenso sobre sua definição. Por isso, não é errado dizer que os passageiros turísticos da New Shepard são astronautas. Apenas contraria a definição da NASA e da FAA”.

Sendo assim, a Blue Origin já levou 52 “astronautas” além da fronteira final – incluindo o brasileiro Victor Corrêa Hespanha, que durante o quinto voo turístico da empresa, em 2022, se tornou o segundo brasileiro a ir para o espaço.

O post Katy Perry pode ser considerada astronauta? apareceu primeiro em Olhar Digital.

shutterstock_96987077-1024x714

Astronauta registra auroras verdes vistas do espaço

As luzes do sul da Terra ganharam um novo ângulo nas imagens divulgadas pelo astronauta Don Pettit, da NASA. Do alto da Estação Espacial Internacional (ISS), Pettit capturou dois registros impressionantes das auroras austrais, fenômeno natural que colore o céu com tons vibrantes de verde.

Os vídeos foram publicados nas redes sociais do astronauta nos dias 4 e 5 de abril. No primeiro, é possível ver as auroras dançando sobre as águas geladas entre a Austrália e a Antártica, enquanto a ISS cruzava a região.

No segundo registro, Pettit mostra o que descreveu como uma “turbulência vaporosa verde”, mas sem identificar o local exato na superfície terrestre.

Registros do de Don Pettit do espaço

Don Pettit, de 69 anos, é atualmente o astronauta ativo mais velho da agência espacial americana. Reconhecido entre os entusiastas do espaço por seu trabalho com fotografia e experimentos fora da Terra, ele mantém uma presença constante nas redes sociais, onde compartilha descobertas e curiosidades com o público.

Em outubro do ano passado, Pettit usou corante alimentício para simular um planeta gasoso dentro de uma pequena esfera de água, criando faixas que lembram as de Júpiter. Já em novembro, ele fotografou o rastro atmosférico deixado pelo sexto voo de teste do megafoguete Starship da SpaceX.

Don Pettit sorri ao embarcar na espaçonave Soyuz TMA-03M em 16 de dezembro de 2011, no Cosmódromo de Baikonur, Cazaquistão (Imagem: vicspacewalker / Shutterstock.com)

Leia mais:

Experiência a bordo da ISS

Esta é a quarta missão de Don Pettit na Estação Espacial Internacional. Ele já havia vivido longas temporadas a bordo do laboratório orbital entre 2002 e 2003, e novamente de 2011 a 2012. Também participou de uma missão de duas semanas em 2008.

Atualmente, Pettit está na ISS desde setembro, quando chegou à estação ao lado dos cosmonautas russos Aleksey Ovchinin e Ivan Vagner, a bordo de uma nave Soyuz. A equipe deve retornar à Terra ainda neste mês.

Qual a diferença entre aurora austral e boreal?

A aurora austral e a aurora boreal são fenômenos semelhantes, causados pela interação de partículas solares com o campo magnético da Terra, mas ocorrem em regiões opostas do planeta. A aurora boreal acontece no hemisfério norte, geralmente visível em países como Noruega, Canadá e Rússia, enquanto a aurora austral ocorre no hemisfério sul, sendo observada em áreas próximas à Antártica, como o sul da Argentina, Chile e Austrália. Ambas apresentam cores vibrantes no céu, principalmente verdes, e seguem os mesmos princípios físicos, variando apenas pela localização geográfica.

O post Astronauta registra auroras verdes vistas do espaço apareceu primeiro em Olhar Digital.

resgate-fram2-1024x574

SpaceX Fram2: primeira missão humana à órbita polar da Terra pousa com sucesso

Lançada na noite de segunda-feira (31) pela SpaceX, a missão Fram2 pousou no Oceano Pacífico, na costa de Oceanside, Califórnia, nesta sexta-feira (4), completando com sucesso a primeira viagem humana à órbita polar.

A chegada ocorreu às 13h20 (pelo horário de Brasília), de acordo com o previsto, com transmissão no X da SpaceX. A tripulação contou com Chun Wang, residente em Malta e cofundador da F2Pool, uma empresa de mineração de Bitcoin, a cineasta norueguesa Jannicke Mikkelsen, a pesquisadora em robótica Rabea Rogge e o aventureiro australiano Eric Philips.

Após a decolagem, o foguete Falcon 9 seguiu uma rota incomum, voando para o sul. A trajetória incluiu sobrevoar Cuba e o Panamá antes de colocar a espaçonave na órbita polar – que nunca havia sido explorada por uma missão tripulada.

Equipe de resgate da SpaceX buscando os tripulantes da missão Fram2 no mar, após pouco bem-sucedido da missão Fram2. Crédito: SpaceX

Ao longo da semana, os quatro astronautas conduziram 22 experimentos, com a maioria focada na saúde da tripulação. Embora os testes não exijam uma órbita polar, a escolha do trajeto pode ter sido escolhida para destacar a originalidade da viagem.

Segundo um comunicado da SpaceX, os tripulantes a bordo da cápsula Crew Dragon Resilience fizeram o primeiro raio-x no espaço, realizaram estudos de exercícios para manter a massa muscular e esquelética e cultivaram cogumelos em microgravidade. Além disso, depois de retornar com segurança à Terra, eles deixaram a espaçonave Dragon sem assistência médica e operacional adicional, ajudando os pesquisadores a caracterizar a capacidade dos astronautas de realizar tarefas funcionais sem assistência após curtos e longos períodos no espaço.

Primeiro raio-X tirado de um humano no espaço durante a missão privada Fram2, da SpaceX. A tripulação decidiu homenagear o primeiro raio-X já feito, que era de uma mão com um anel. Créditos: Wilhelm Conrad Röntgen / SpaceX / Fram2

Sobre os membros da missão SpaceX Fram2

Todos os tripulantes, incluindo o idealizador e comandante Wang, estavam voando pela primeira vez ao espaço. Mikkelsen, que é vizinha de Wang em Svalbard, arquipélago da Noruega, planeja fazer um filme sobre a missão. De acordo com o site oficial da cineasta, ela tem experiência com produções cinematográficas em ambientes extremos.

Rogge, por sua vez, é doutoranda em navegação e controle de veículos automatizados em condições adversas, de acordo com uma página no site da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia. Além disso, é a primeira mulher alemã a chegar à órbita.

Já Philips é guia profissional e já participou de cerca de 30 expedições às regiões polares desde 1992 – saiba mais sobre ele aqui.

O grupo começou a treinar para a missão Fram2 em 2024, com atividades em ambientes extremos no Alasca e na sede da SpaceX, na Califórnia. 

O post SpaceX Fram2: primeira missão humana à órbita polar da Terra pousa com sucesso apareceu primeiro em Olhar Digital.

NASA-coletiva-de-imprensa-Crew-9-Nick-Hague-Suni-Williams-e-Butch-Wilmore-1024x576

Astronautas ‘presos’ no espaço falam sobre experiência pela 1ª vez: ‘Obrigado’

Os astronautas da NASA Suni Williams e Butch Wilmore falaram, pela primeira vez, sobre a experiência de terem ficado “presos” na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). E eles expressaram, acima de tudo, gratidão.

Williams agradeceu aos colegas da cápsula Crew Dragon, da SpaceX, que os trouxeram de volta. Ela também expressou gratidão à NASA, à Boeing, à SpaceX e à equipe médica que os ajudou na readaptação à gravidade.

A dupla participou de uma coletiva de imprensa no Centro Espacial Johnson, em Houston, nos Estados Unidos, na segunda-feira (31).

Astronautas que ficaram ‘presos’ na ISS evitaram temas políticos na coletiva – mas eles rondam o episódio

Durante a coletiva, Williams, Wilmore e Nick Hague, comandante da Crew Dragon, evitaram temas políticos (mais sobre eles ao longo desta matéria). Eles destacaram o trabalho em equipe e a união durante a missão.

Nick Hague, Suni Williams e Butch Wilmore durante coletiva da NASA (Imagem: Reprodução/NASA)

Wilmore não culpou a Boeing pelos problemas da Starliner. Na verdade, ele apontou a responsabilidade compartilhada entre NASA e Boeing. E disse que poderia ter feito perguntas melhores.

“Começo apontando o dedo para mim mesmo”, disse o astronauta. “Eu poderia ter feito algumas perguntas, e as respostas talvez mudassem o rumo das coisas.”

Nave Starliner, da Boeing
Starliner, da Boeing, pode voltar a voar no fim de 2025 ou em 2026 (Imagem: Keith J Finks/Shutterstock)

A NASA prevê um novo voo da Starliner para o fim deste ano ou 2026. Williams e Wilmore afirmaram que voariam novamente, sem hesitar.

“Vamos corrigir os problemas. A Boeing e a NASA estão comprometidas. Eu embarcaria de novo sem pensar duas vezes”, disse Wilmore. “Concordo”, disse Williams. “A espaçonave é realmente capaz.”

A ‘politicagem’ na história dos astronautas ‘presos’ no espaço

A missão começou em junho de 2024, quando a dupla embarcou na Starliner, da Boeing, para testá-la. Após a cápsula apresentar falhas no sistema de propulsão, a NASA achou melhor ela voltar à Terra vazia. E os astronautas ficaram na ISS até fevereiro.

Silhuetas de Donald Trump e Elon Musk; ao fundo, a bandeira dos Estados Unidos
Trump e Musk alegaram que governo Biden tinha abandonado dupla de astronautas no espaço (Imagem: Rokas Tenys/Shutterstock)

Em janeiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu conselheiro Elon Musk alegaram – sem apresentar provas – que Williams e Wilmore tinham sido abandonados no espaço pelo governo de Joe Biden por razões políticas. Os dois astronautas negam.

Agora, a dupla retorna a uma NASA em transição, apontou o jornal New York Times. “Embora ainda não se saiba qual caminho a agência tomará”, acrescenta a reportagem.

Musk e seu Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) miram o desmonte de ao menos partes da burocracia federal. Ao mesmo tempo, o Musk CEO da SpaceX sonha em enviar colonos a Marte.

Representação artística de astronautas do Programa Artemis, da NASA, explorando a superfície da Lua
Representação artística de astronautas do Programa Artemis, da NASA, explorando a superfície da Lua (Imagem: NASA)

Isso alimenta especulações de que o programa Artemis da NASA, que planeja levar astronautas de volta à Lua, possa ser redirecionado conforme os interesses de Musk, segundo o jornal.

Enquanto isso, teme-se que outras divisões da agência – as voltadas às mudanças climáticas, ciência planetária e astrofísica, por exemplo – possam ser vítimas do facão de Musk.

Reta final e ‘era de ouro’ da Estação Espacial

A Estação Espacial Internacional está programada para operar até 2030, quando uma espaçonave projetada pela SpaceX deve retirá-la da órbita e lançá-la no Oceano Pacífico. Provavelmente será um fim dramático.

Estação Espacial Internacional vista do espaço, de longe, centralizada ao horizonte abobadado do planeta Terra
Estação Espacial Internacional está programada para operar até 2030 – depois, vai mergulhar no Pacífico (Imagem: Dima Zel/Shutterstock)

Recentemente, Musk sugeriu que a estação já cumpriu seu papel e deveria ser descartada antes disso. No entanto, os astronautas falaram sobre as pesquisas realizadas ali com admiração.

Leia mais:

Hague disse que a complexidade dos experimentos aumentou consideravelmente em comparação ao que ele havia feito e observado na sua estadia na ISS seis anos atrás.

“Isso nos dá a sensação de que estamos vivendo a era de ouro da estação espacial, em termos de retorno sobre o investimento”, afirmou Hague. Musk e Trump provavelmente discordam. Pelo menos, em partes.

O post Astronautas ‘presos’ no espaço falam sobre experiência pela 1ª vez: ‘Obrigado’ apareceu primeiro em Olhar Digital.

Mars_Dust1-1024x354

Poeira tóxica de Marte pode ameaçar a saúde dos astronautas

Entre os desafios mais preocupantes das futuras missões tripuladas a Marte está a poeira do planeta, que pode representar um risco significativo à saúde dos astronautas

Um estudo recente da Universidade do Sul da Califórnia (USC), nos EUA, alerta que as partículas suspensas na atmosfera marciana podem causar problemas respiratórios graves, aumentando os desafios para uma missão tripulada de longa duração.

As tempestades de poeira são fenômenos comuns em Marte. Elas ocorrem anualmente, durante o verão no hemisfério sul, e a cada cinco anos terrestres podem atingir uma escala global, cobrindo todo o planeta por semanas. Essas tempestades já causaram falhas em missões robóticas, como aconteceu em 2018 e 2022, quando os veículos Opportunity e InSight perderam energia e deixaram de funcionar.

Tempestade de poeira sobre a superfície de Marte em 2018. Crédito: ESA / DLR / FU Berlin

Mas, o que acontece com astronautas expostos a esse ambiente? O estudo destaca que a poeira marciana é extremamente fina e pode ser facilmente inalada. Na Terra, nosso sistema respiratório conta com mecanismos naturais para expelir partículas maiores, mas a poeira de Marte tem grãos tão pequenos que podem penetrar profundamente nos pulmões, causando inflamações e danos severos ao tecido pulmonar.

Composição química da poeira marciana é preocupante

Outro fator preocupante é a composição química da poeira. O solo marciano contém sílica, óxidos de ferro e metais tóxicos, como cádmio, arsênio e cromo. Essas substâncias são conhecidas por causar doenças pulmonares graves na Terra, como silicose e pneumoconiose (ambém chamada de “pulmão negro”), uma condição comum entre trabalhadores de minas de carvão expostos à inalação prolongada de poeira mineral.

A comparação com a poeira lunar também gera alertas. Durante as missões Apollo, os astronautas relataram dificuldades para lidar com o regolito lunar, que grudava em seus trajes espaciais e se espalhava facilmente dentro das cápsulas. Muitos sofreram com irritação nos olhos, tosse intensa e até visão turva. Em Marte, os efeitos podem ser ainda mais graves devido à composição química mais tóxica e ao tamanho reduzido das partículas.

Painéis solares da sonda InSight, da NASA, cobertos por poeira marciana. Créditos: NASA/JPL-Caltech

Além dos problemas respiratórios, os cientistas destacam que a poeira marciana pode intensificar outros desafios de saúde enfrentados pelos astronautas. Uma missão a Marte levaria entre seis e nove meses apenas para chegar ao planeta, exposta a microgravidade e radiação intensa. Durante esse período, os astronautas sofrem perda de densidade óssea, atrofia muscular e enfraquecimento do sistema cardiovascular.

Ao chegarem a Marte, os tripulantes precisariam passar pelo menos um ano na superfície antes de iniciar a viagem de volta. Nesse período, além da baixa gravidade (apenas 38% da terrestre), eles estariam vulneráveis a níveis elevados de radiação cósmica, que pode comprometer o sistema imunológico. Isso aumentaria o risco de complicações pulmonares decorrentes da poeira.

Leia mais:

Astronautas em Marte não podem contar com resgate de emergência

Outro problema crítico é a impossibilidade de um resgate rápido em caso de emergências médicas. Diferentemente da Estação Espacial Internacional (ISS), onde astronautas podem ser socorridos em poucos dias, uma viagem de retorno de Marte à Terra levaria meses. Isso significa que qualquer doença ou complicação respiratória precisaria ser tratada com os recursos disponíveis no próprio planeta.

Para reduzir os riscos, os pesquisadores recomendam que as missões adotem medidas rigorosas de controle da poeira dentro dos habitats. Sistemas de filtragem de ar avançados, procedimentos para remover a poeira dos trajes espaciais e barreiras físicas nos módulos habitacionais podem ajudar a limitar a exposição.

Imagem ilustrativa de astronautas caminhando na superfície de Marte, onde as tempestades de poeira são um grande risco à saúde humana. Crédito: Frame Stock Footage – Shutterstock

Além disso, algumas substâncias podem oferecer proteção contra os efeitos tóxicos da poeira. Estudos indicam que a vitamina C pode reduzir os danos causados pelo cromo, enquanto o iodo pode ajudar a minimizar os impactos dos percloratos – compostos químicos presentes no solo marciano que podem afetar a função da tireoide. No entanto, essas soluções precisam ser aplicadas com cautela. O excesso de vitamina C, por exemplo, pode aumentar o risco de pedras nos rins, um problema comum em astronautas devido à microgravidade.

As agências espaciais já trabalham no desenvolvimento de novas tecnologias para minimizar os impactos do regolito marciano. Entre as soluções em estudo estão revestimentos especiais para trajes espaciais, feixes de elétrons para neutralizar partículas carregadas e métodos avançados de remoção de poeira das superfícies.

Os desafios da exploração de Marte não se limitam apenas à chegada ao planeta. A sobrevivência dos astronautas dependerá da capacidade de lidar com ameaças invisíveis, como a poeira tóxica, que pode comprometer não apenas a saúde individual, mas também a viabilidade de missões de longo prazo.

Com o avanço da tecnologia e a adaptação das estratégias de proteção, a humanidade poderá superar esses desafios e dar um passo crucial para a colonização do planeta vermelho. Entretanto, os cientistas reforçam que, sem precauções adequadas, a poeira marciana pode se tornar um dos maiores obstáculos para a exploração espacial no futuro.

O post Poeira tóxica de Marte pode ameaçar a saúde dos astronautas apareceu primeiro em Olhar Digital.

wilmore-e-williams-starliner-1024x584-1

Starliner: saiba quando a nave que deixou astronautas na mão pode voltar ao espaço

Nesta quinta-feira (27), a NASA divulgou uma nova previsão para o retorno da cápsula Starliner, da Boeing, à Estação Espacial Internacional (ISS) – após o incidente que acabou deixando dois astronautas “presos” no espaço por mais de nove meses.

Segundo a agência, a espaçonave pode voar novamente no fim deste ano ou no início de 2026, a depender do andamento dos reparos necessários.

A Starliner fez seu primeiro voo tripulado em junho de 2024, levando os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams à ISS para uma missão que deveria durar cerca de uma semana, mas foi estendida por 286 dias devido a anomalias na espaçonave. 

Barry “Buch” Wilmore e Sunita “Suni” Williams, os astronautas da NASA que permaneceram missão prolongada no espaço após problemas com a nave Starliner, da Boeing. Crédito: NASA

Durante a viagem de ida, cinco dos 28 propulsores de controle de reação (RCS) falharam, e vazamentos de hélio foram identificados no sistema de propulsão. Esses problemas levantaram dúvidas sobre a segurança do retorno da cápsula à Terra.

Diante da incerteza, a NASA optou por manter Wilmore e Williams na ISS por um período mais longo do que o planejado. A agência optou por trazer a cápsula de volta vazia, enquanto buscava alternativas para resgatar os astronautas em outra missão. Com isso, os dois acabaram sendo incorporados à tripulação de longa duração da estação.

Leia mais:

Astronautas da Starliner voltaram à Terra com a SpaceX

Durante o tempo que permaneceram no laboratório orbital, eles ajudaram em pesquisas científicas, realizaram manutenção na estação e participaram de caminhadas espaciais. Então, finalmente, em 18 de março, eles conseguiram retornar à Terra, pegando “carona” na Crew Dragon Freedom, veículo da missão SpaceX Crew-9.

Enquanto isso, engenheiros da NASA e da Boeing analisavam os defeitos da Starliner e testavam soluções para evitar falhas futuras. As investigações indicaram que o superaquecimento dos motores pode ter restringido o fluxo de propelente, causando a falha dos propulsores. Ainda em órbita, quatro dos cinco propulsores voltaram a funcionar, mas os especialistas seguem estudando maneiras de evitar novos problemas.

A espaçonave Starliner da Boeing retornando para a Terra vazia em 7 de setembro de 2024. Crédito: NASA

Os próximos meses serão dedicados a testes na Instalação de Ensaios de White Sands, no Novo México. Os engenheiros pretendem validar modelos térmicos e avaliar possíveis melhorias nos sistemas de propulsão e proteção térmica da cápsula. Além disso, buscam formas mais eficazes de vedação para evitar novos vazamentos de hélio.

“Assim que concluirmos essas análises, teremos uma ideia mais clara sobre o próximo voo da Boeing”, afirmou Steve Stich, gerente do Programa de Tripulação Comercial da NASA. Ele explicou que a agência continuará certificando a cápsula e definirá qual missão será mais adequada para seu retorno.

Ainda não há uma decisão sobre o perfil da próxima missão da Starliner. A NASA cogita um voo tripulado de longa duração, mas também considera usá-la para transporte de carga, dependendo das necessidades do programa espacial.

O post Starliner: saiba quando a nave que deixou astronautas na mão pode voltar ao espaço apareceu primeiro em Olhar Digital.

sls-foguete-nasa2-1024x699

Artemis 2: veja o foguete da missão quase pronto para lançar astronautas à Lua

Com a missão Artemis 2, prevista para 2026, a NASA se prepara para escrever um novo capítulo na história da exploração lunar. Será a primeira vez, em mais de meio século, que astronautas serão lançados à Lua, ainda sem pouso.

O objetivo é dar uma volta ao redor do satélite natural da Terra e retornar ao planeta, testando os sistemas para viagens futuras. Para isso, será utilizado um dos foguetes mais potentes já construídos: o Space Launch System (SLS). 

Recentemente, a NASA concluiu uma etapa essencial para o lançamento. No Centro Espacial Kennedy, na Flórida, a equipe técnica conectou o estágio central do veículo aos propulsores laterais. 

Em comunicado, a agência explica que o estágio central do SLS é responsável por armazenar o combustível principal do foguete. Ele mede 65 metros de altura e foi cuidadosamente manobrado dentro do Edifício de Montagem de Veículos usando um enorme guindaste. 

Após ser reposicionado, foi encaixado entre os dois propulsores laterais, que também impressionam pelo tamanho: cada um tem 54 metros de altura e juntos garantem mais de 75% da força necessária para levantar o foguete do chão.

O estágio central do foguete da missão Artemis 2 sendo encaixado nos propulsores laterais no Centro Espacial Kennedy, da NASA, no domingo (23). Crédito: NASA

Além do estágio central e dos propulsores, outras partes do sistema também começaram a ser acopladas nas últimas semanas. Entre elas estão os painéis solares, as carenagens protetoras e o módulo de serviço europeu que acompanhará a cápsula Orion. A expectativa é que, nos próximos meses, todas essas peças formem a estrutura completa do foguete.

A missão Artemis 2 será a segunda etapa do Programa Artemis, criado para levar novamente astronautas à Lua e, futuramente, estabelecer uma presença humana duradoura por lá. A primeira missão, Artemis 1, foi lançada em 2022 e enviou uma cápsula Orion sem tripulação para orbitar a Lua e voltar em segurança, em um voo de teste.

Desta vez, quatro astronautas estarão a bordo: Reid Wiseman, comandante da missão; Victor Glover, piloto; Christina Koch, especialista de missão; e Jeremy Hansen, da Agência Espacial Canadense (CSA). Juntos, eles serão os primeiros humanos a se aproximarem da Lua desde a última missão Apollo, em 1972.

Leia mais:

Ordem de Trump pode mudar tripulação que vai pousar na Lua?

A NASA também planeja a missão Artemis 3, que prevê levar astronautas à superfície lunar em 2027. Inicialmente, essa missão estava marcada para 2026, mas problemas identificados no escudo térmico da cápsula Orion durante o voo Artemis 1 fizeram a agência adiar as datas.

Desde os primeiros anúncios do programa, Artemis 3 foi divulgada como a missão que posaria a primeira mulher e a primeira pessoa preta na superfície lunar. A NASA, no entanto, não menciona mais esse compromisso nos comunicados do programa, levantando dúvidas sobre o futuro da diversidade na exploração lunar.

A mudança ocorre em meio a uma reestruturação de políticas do governo de Donald Trump, que ordenou o fim de programas voltados à diversidade, equidade, inclusão e acessibilidade (DEIA). Segundo a Casa Branca, essas iniciativas representam “desperdício de dinheiro público e discriminação vergonhosa”. Saiba mais aqui.

O post Artemis 2: veja o foguete da missão quase pronto para lançar astronautas à Lua apareceu primeiro em Olhar Digital.

image-1-4-1024x655

É por isso que os astronautas precisam de macas ao voltarem do espaço

Na última terça-feira (18), Sunita Williams e Butch Wilmore finalmente retornaram à Terra após mais de nove meses “presos” no espaço. A bordo da cápsula Dragon Freedoms, da SpaceX, os astronautas da NASA pousaram na costa do Golfo da Flórida e foram recebidos com macas – mas isso não envolveu nenhum ferimento ou doença. Qual é o motivo por trás das macas, então?

Entenda:

  • Ao retornarem para a Terra após mais de nove meses no espaço, os astronautas Sunita Williams e Butch Wilmore foram recebidos com macas;
  • A medida – que é obrigatória – serve para manter os astronautas protegidos;
  • Isso porque, com seu corpo acostumado às condições do espaço (como a falta de gravidade), eles voltam para a Terra com os músculos atrofiados, geralmente sentindo náusea e tontura.
Astronautas são recebidos com macas ao voltarem para a Terra. (Imagem: NASA Astronauts/X)

Ao alcançarem a Terra outra vez, muitos dos astronautas sequer querem ser carregados em macas. A medida, entretanto, é obrigatória: após algum tempo no espaço, seu corpo passa por tantas mudanças que você simplesmente não consegue sair da nave andando normalmente logo após o pouso.

Leia mais:

Astronautas são recebidos em macas na Terra para evitar tontura e náusea

Ao Live Science, John DeWitt, ex-cientista da NASA, explica que, na falta de gravidade do espaço, nosso corpo passa por uma série de mudanças. Isso inclui o sistema vestibular, localizado no ouvido interno e responsável pelo equilíbrio, que passa a ignorar alguns estímulos sensoriais enquanto o cérebro se adapta à ausência de peso. É comum, portanto, sentir enjoo temporário ao retornar à Terra.

Os astronautas Barry Wilmore e Sunita Williams ficaram “presos” no espaço durante nove meses. Crédito: NASA

Além disso, no espaço, não é preciso usar os músculos. Com isso, os astronautas também acabam enfrentando a atrofia muscular, voltando pra casa enfraquecidos. Para reduzir o problema, portanto, as equipes que passam longos períodos no espaço precisam seguir um programa rígido de exercícios todos os dias.

Sunita Williams e Butch Wilmore foram lançados ao espaço no dia 5 de junho de 2024, a bordo de uma cápsula Boeing Starliner, mas uma série de problemas – como defeitos nos propulsores – fizeram com que a nave fosse trazida de volta à Terra sem seus tripulantes. Em 18 de março, após mais de nove meses na Estação Espacial Internacional (ISS), Williams e Wilmore finalmente retornaram ao planeta em segurança.

O post É por isso que os astronautas precisam de macas ao voltarem do espaço apareceu primeiro em Olhar Digital.