Rara explosão solar dupla pode provocar show de auroras esta semana

Apaixonados por auroras podem testemunhar um espetáculo impressionante esta semana. O campo magnético da Terra está prestes a ser impactado por um golpe duplo do Sol, o que pode resultar em uma rara exibição de luzes coloridas no céu visíveis em latitudes médias.

Esse evento é causado por duas ejeções de massa coronal (CMEs), que foram lançadas no sábado (12) e no domingo (13) por filamentos magnéticos – e que devem atingir a Terra entre terça (15) e quarta-feira (16).

Erupção dupla de filamento solar dispara CME em direção à Terra. Crédito: NASA / SDO / AIA / EVE /HMI / helioviewer.org

Nesta segunda (14), o Centro de Previsão do Clima Espacial da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) emitiu um alerta, prevendo uma tempestade geomagnética de classe G2 (considerada moderada uma escala de G1 a G5). 

A chegada dessas partículas solares pode aumentar significativamente as chances de ver as auroras em regiões mais ao sul do que o normal, como o norte dos EUA e o sul do Canadá

Tempestade geomagnética pode causar mais que auroras

As CMEs são grandes nuvens de partículas carregadas disparadas do Sol para o espaço. Quando essas partículas estão em direção à Terra e entram em contato com o campo magnético do planeta, elas podem causar tempestades geomagnéticas. 

Esses eventos, por sua vez, podem afetar sistemas de satélites, redes elétricas e até mesmo provocar falhas em sistemas de comunicação. No entanto, não são apenas problemas: um efeito fascinante dessas tempestades são as auroras – as luzes coloridas que se formam quando partículas solares interagem com a atmosfera terrestre.

Aurora Borealis
Auroras poderão ser vistas mais próximas ao equador que o de costume esta semana. Crédito: Smit – Shutterstock

Leia mais:

Embora a previsão seja de que o pico da tempestade aconteça entre terça e quarta, com os efeitos diminuindo após esse período, o clima espacial é imprevisível. Sendo assim, o momento exato da chegada das CMEs não pode ser determinado com precisão. Isso faz com que caçadores de auroras precisem estar atentos e preparados para um possível show no céu a qualquer momento.

Quando CMEs atingem a Terra, a forma como elas interagem com o campo magnético do planeta é crucial. O alinhamento entre os campos magnéticos da Terra e do Sol determina a intensidade das auroras. Se o alinhamento for adequado, o céu pode ser iluminado por um espetáculo impressionante. Caso contrário, o fenômeno pode não ser visível, deixando os observadores desapontados.

Portanto, quem mora no norte dos EUA ou no sul do Canadá deve se preparar para céus espetaculares nos próximos dias. O monitoramento constante dos dados espaciais é essencial para quem deseja aproveitar esse fenômeno natural de tirar o fôlego.

O post Rara explosão solar dupla pode provocar show de auroras esta semana apareceu primeiro em Olhar Digital.

shutterstock_96987077-1024x714

Astronauta registra auroras verdes vistas do espaço

As luzes do sul da Terra ganharam um novo ângulo nas imagens divulgadas pelo astronauta Don Pettit, da NASA. Do alto da Estação Espacial Internacional (ISS), Pettit capturou dois registros impressionantes das auroras austrais, fenômeno natural que colore o céu com tons vibrantes de verde.

Os vídeos foram publicados nas redes sociais do astronauta nos dias 4 e 5 de abril. No primeiro, é possível ver as auroras dançando sobre as águas geladas entre a Austrália e a Antártica, enquanto a ISS cruzava a região.

No segundo registro, Pettit mostra o que descreveu como uma “turbulência vaporosa verde”, mas sem identificar o local exato na superfície terrestre.

Registros do de Don Pettit do espaço

Don Pettit, de 69 anos, é atualmente o astronauta ativo mais velho da agência espacial americana. Reconhecido entre os entusiastas do espaço por seu trabalho com fotografia e experimentos fora da Terra, ele mantém uma presença constante nas redes sociais, onde compartilha descobertas e curiosidades com o público.

Em outubro do ano passado, Pettit usou corante alimentício para simular um planeta gasoso dentro de uma pequena esfera de água, criando faixas que lembram as de Júpiter. Já em novembro, ele fotografou o rastro atmosférico deixado pelo sexto voo de teste do megafoguete Starship da SpaceX.

Don Pettit sorri ao embarcar na espaçonave Soyuz TMA-03M em 16 de dezembro de 2011, no Cosmódromo de Baikonur, Cazaquistão (Imagem: vicspacewalker / Shutterstock.com)

Leia mais:

Experiência a bordo da ISS

Esta é a quarta missão de Don Pettit na Estação Espacial Internacional. Ele já havia vivido longas temporadas a bordo do laboratório orbital entre 2002 e 2003, e novamente de 2011 a 2012. Também participou de uma missão de duas semanas em 2008.

Atualmente, Pettit está na ISS desde setembro, quando chegou à estação ao lado dos cosmonautas russos Aleksey Ovchinin e Ivan Vagner, a bordo de uma nave Soyuz. A equipe deve retornar à Terra ainda neste mês.

Qual a diferença entre aurora austral e boreal?

A aurora austral e a aurora boreal são fenômenos semelhantes, causados pela interação de partículas solares com o campo magnético da Terra, mas ocorrem em regiões opostas do planeta. A aurora boreal acontece no hemisfério norte, geralmente visível em países como Noruega, Canadá e Rússia, enquanto a aurora austral ocorre no hemisfério sul, sendo observada em áreas próximas à Antártica, como o sul da Argentina, Chile e Austrália. Ambas apresentam cores vibrantes no céu, principalmente verdes, e seguem os mesmos princípios físicos, variando apenas pela localização geográfica.

O post Astronauta registra auroras verdes vistas do espaço apareceu primeiro em Olhar Digital.

shutterstock_2517729111-1024x559

Março é o mês da aurora boreal – e a ciência explica o motivo

Uma das perguntas mais comuns entre os admiradores das auroras é: “Qual é o melhor momento para vê-las?”. Embora prever com exatidão seja difícil, estudos apontam que março é o mês ideal. Isso ocorre porque, durante esse período, a atividade geomagnética atinge seu pico, o que aumenta as chances de presenciar esse incrível espetáculo de luzes nos céus polares.

Uma pesquisa de 75 anos, conduzida pelo físico solar aposentado da NASA, David Hathaway, revela que março tem mais dias de intensa atividade geomagnética do que qualquer outro mês, superando até outubro, que fica em segundo lugar. Isso faz de março o período ideal para quem quer ver as luzes dançantes no céu.

Mas o que causa esse espetáculo? Tudo começa no Sol. Partículas carregadas são lançadas ao espaço por ventos solares e ejeções de massa coronal. Ao atingirem a Terra, interagem com a atmosfera e são guiadas pelo campo magnético para os polos. O resultado? Explosões de cores vibrantes, que pintam o céu em tons de verde, roxo e vermelho.

O melhor lugar para ver as luzes dançantes

Nem todo lugar do mundo oferece uma boa visão das auroras boreais. Para assistir ao espetáculo em sua forma mais intensa, é preciso viajar para regiões próximas ao Círculo Polar Ártico. Países como Noruega, Islândia, Canadá e Finlândia estão entre os melhores destinos. Nessas latitudes, as noites longas e a baixa poluição luminosa criam as condições perfeitas para a observação.

Para ver a aurora boreal em todo seu esplendor, dirija-se aos céus escuros e polares da Noruega, Islândia ou Canadá, longe das luzes da cidade (Imagem: Shutterstock AI)

Como destacado pelo Space.com, a escolha do local certo faz toda a diferença. Áreas afastadas das cidades oferecem céus mais escuros e menos interferências. Além disso, o clima precisa colaborar. Céus nublados ou tempestades podem esconder as luzes, frustrando os caçadores de auroras. Por isso, acompanhar as previsões meteorológicas e os índices de atividade solar é essencial.

Leia mais:

O esforço vale a pena. Quem tem a sorte de presenciar uma aurora boreal descreve a experiência como mágica. O céu se transforma em um palco onde cortinas de luz se movem e mudam de cor em questão de segundos. Para muitos, não se trata apenas de um fenômeno natural, mas de um espetáculo único, que só a natureza pode proporcionar.

O segredo por trás do brilho

As auroras boreais não acontecem em qualquer época do ano, mas a ciência explica por que elas são mais frequentes na primavera e no outono. O segredo está no chamado efeito Russell-McPherron, uma teoria criada em 1973 pelos geofísicos Christopher Russell e Robert McPherron.

Eles descobriram que a inclinação dao planeta influencia diretamente a forma como o vento solar interage com o campo magnético da Terra.

Aurora Borealis
O Sol é a chave para as auroras boreais, com suas partículas energéticas criando as deslumbrantes luzes que vemos nos céus polares (Imagem: Smit/Shutterstock)

Normalmente, o campo magnético da Terra está desalinhado em relação ao do Sol, o que faz com que boa parte das partículas solares seja desviada. Porém, nos equinócios, quando dia e noite têm duração quase igual, a posição dos polos terrestres muda. Durante esse período, a orientação do campo magnético se alinha de maneira mais favorável, permitindo que mais vento solar atinja nosso planeta.

Neste ano, o equinócio da primavera ocorre em 20 de março de 2025, reforçando a ideia de que este é o melhor momento para testemunhar o espetáculo. Com a natureza jogando a favor, quem sonha em ver as luzes dançantes no céu tem mais uma razão para planejar sua viagem.

O post Março é o mês da aurora boreal – e a ciência explica o motivo apareceu primeiro em Olhar Digital.

SpaceX vai lançar missão da NASA para investigar correntes elétricas na atmosfera da Terra

Correntes elétricas intensas percorrem os céus polares da Terra a cada segundo, transportando milhões de amperes de carga elétrica. Conhecidos como eletrojatos de auroras, esses fenômenos surgem da interação entre o vento solar e o campo magnético do planeta. Seus efeitos podem ser prejudiciais, causando falhas em redes elétricas, interferências em satélites e riscos para astronautas.

Para entender melhor esse processo, a NASA lançará a missão EZIE (sigla em inglês para Explorador de imagens Zeeman por Eletrojato). O projeto enviará ao espaço três pequenos satélites para rastrear e analisar o comportamento dos eletrojatos. O objetivo é identificar suas variações e prever possíveis impactos na infraestrutura terrestre e nas operações espaciais.

“EZIE será a primeira missão focada exclusivamente no estudo dos eletrojatos”, explicou Larry Kepko, cientista do projeto na NASA, em um comunicado. A missão utilizará uma técnica inovadora baseada no chamado efeito Zeeman, um método de medição de campos magnéticos nunca antes usado para esse fim.

A chave para essa investigação está no comportamento das moléculas de oxigênio na atmosfera terrestre. Essas moléculas emitem radiação de micro-ondas em uma frequência específica, que pode ser alterada pela presença de um campo magnético. Como os eletrojatos criam campos magnéticos ao redor do planeta, eles modificam essa radiação em um processo chamado divisão de Zeeman. Quanto mais forte o campo, maior é a divisão observada.

Os três cubesats da missão EZIE estarão equipados com magnetômetros de micro-ondas para detectar essas variações. A partir dessas medições, os cientistas poderão mapear com precisão a estrutura e a evolução dos eletrojatos, ampliando o conhecimento sobre seu impacto na Terra e no espaço.

“Essa técnica permite medir remotamente campos magnéticos gerados por correntes elétricas em altitudes de difícil acesso”, explicou Sam Yee, cientista responsável pelo projeto. O estudo pode ajudar a desenvolver sistemas de alerta para minimizar os danos causados por essas correntes na infraestrutura terrestre.

Leia mais:

Dados coletados na atmosfera da Terra serão analisados por cientistas cidadãos

Além dos satélites, a NASA contará com a colaboração de cientistas cidadãos para coletar dados complementares. Kits de magnetômetros serão distribuídos para estudantes nos EUA e voluntários ao redor do mundo. Os dados obtidos na superfície terrestre serão comparados com as medições feitas no espaço, proporcionando uma visão mais completa dos eletrojatos.

“Os cubesats farão medições a partir do espaço, enquanto estudantes e voluntários coletarão informações do solo”, destacou Nelli Mosavi-Hoyer, gerente do projeto na NASA. Essa abordagem colaborativa amplia as possibilidades de pesquisa e incentiva a participação do público na ciência.

Os satélites EZIE serão lançados a bordo de um foguete Falcon 9 da SpaceX, partindo da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia, com a missão de compartilhamento de viagens Transporter-13. Ainda sem data definida, a missão deve ser lançada em breve, para aproveitar o período de máximo solar, quando a atividade do Sol está mais intensa e os eletrojatos se tornam mais fortes. “Esse é o momento ideal para o lançamento, pois os eletrojatos respondem diretamente à atividade solar”, explicou Kepko.

Outras missões da NASA, como o projeto PUNCH (Polarímetro para Unificar a Coroa e a Heliosfera), complementarão o estudo dos eletrojatos. Os satélites PUNCH analisarão como o material da coroa solar se transforma no vento solar, fornecendo informações essenciais para entender a relação entre o Sol e a atmosfera terrestre (saiba mais aqui).

O post SpaceX vai lançar missão da NASA para investigar correntes elétricas na atmosfera da Terra apareceu primeiro em Olhar Digital.