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Bebê peludo? Anvisa faz importante alerta sobre medicamento

Não sei se vocês já viram, mas bebês cabeludos estão entre as coisas mais fofas do mundo. A velocidade de crescimento do fio muda de criança para criança, e depende bastante de condições genéticas.

O que não é normal é o crescimento de pelos em áreas do corpo onde isso não deveria acontecer. A hipertricose é uma condição que ficou popularmente conhecida como “síndrome do Lobisomem“.

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Especialistas estimam que ela atinge cerca de 1 pessoa a cada 1 bilhão de nascimentos. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, porém, esses casos vêm aumentando – e a culpa seria de um remédio. Ou melhor, do uso sem cuidado de um medicamento.

Em alerta emitido nesta semana, a Anvisa relata um crescimento acima da média das ocorrências em países da Europa. O motivo? A exposição de crianças ao Minoxidil.

Se você não ligou o nome ao produto, ele é o fármaco utilizado no tratamento de queda de cabelo ou da chamada alopecia androgênica. Sim, a famosa calvície hereditária.

O que estaria acontecendo?

  • Num primeiro momento, a principal dúvida foi: por que houve esse boom de hipertricose em bebês?
  • Seria uma onda de mutações genéticas?
  • Seriam famílias querendo ter bebês cabeludos?
  • Ao investigar o caso a fundo, os especialistas perceberam que os episódios ocorriam sempre em casas onde os pais utilizam o Minoxidil.
  • Uso por uma questão de vaidade – e aqui não julgo ninguém, pois também sou vaidoso.
Explosão de casos na Europa tem relação com o uso do Minoxidil por pais – Imagem: ANDRANIK HAKOBYAN/Shutterstock
  • O problema é a manipulação descuidada do medicamento.
  • Por ser extremamente potente, o simples contato com a pele pode levar ao crescimento de pelos.
  • Daí nasceu o alerta da Anvisa.
  • Se o pai aplica o remédio no couro cabeludo e não lava a mão direito depois, ele pode passar o medicamento no bebê.
  • Ou ainda: o pai aplica o Minoxidil e pega o bebê no colo – a criança, então passa a mão na cabeça do pai e depois no próprio corpo.
  • Como estamos falando de organismos extremamente delicados, o remédio tem um efeito quase imediato – e poderoso.

O que fazer em casos como esse

De acordo com a Anvisa, pacientes que utilizam Minoxidil e têm contato frequente com crianças devem procurar um médico imediatamente caso percebam um crescimento excessivo de pelos nos bebês. Na Europa, o crescimento dos pelos se normalizou após alguns meses da suspensão do contato com o medicamento.

Em caso de eventos adversos, a orientação é notificar o chamado VigiMed, um sistema que concentra dados de efeitos secundários de remédios. Dados que podem ser compartilhados depois com outros países (como aconteceu nesse episódio europeu).

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A Anvisa emitiu o alerta na última semana, após uma alta de casos na Europa – Imagem: Brenda Rocha – Blossom/Shutterstock

No mais, a agência solicitou aos detentores do registro desses medicamentos que incluam nas bulas o risco de hipertricose em bebês após exposição tópica acidental ao Minoxidil.

Além disso, a Anvisa recomenda aos profissionais de saúde que eles devem orientar os pacientes a evitar que crianças tenham contato com as áreas onde o medicamento foi aplicado. E a ordem sempre é lavar bem as mãos após a aplicação.

Você pode ler o alerta da Anvisa na íntegra no site da própria agência.

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É possível guardar memórias de quando éramos bebês?

Nos últimos anos, os cientistas vêm defendendo que as experiências que vivemos como bebês são “esquecidas” por causa da fragilidade do hipocampo, que se desenvolve até a adolescência e, portanto, não conseguiria codificar memórias nos primeiros anos de vida.

Mas uma nova pesquisa realizada pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos, propõe uma abordagem diferente para o assunto. Os resultados foram publicados na revista científica Science.

O estudo sugere que as memórias podem, sim, ser guardadas, mas como ter acesso a elas ainda é um mistério — o que tem tornado cada vez mais desafiadora a compreensão sobre a chamada “amnésia infantil”.

“A característica marcante desses tipos de memórias, que chamamos de memórias episódicas, é que você pode descrevê-las para outras pessoas, mas isso não é possível quando se trata de crianças pré-verbais”, disse Nick Turk-Browne, professor de psicologia na Faculdade de Artes e Ciências de Yale e autor sênior do estudo.

Estudo mostrou imagens de rostos e cenas para 26 bebês (Imagem: Ondrooo/iStock)

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Como foi feito o estudo?

  • Os pesquisadores mostraram a 26 bebês de quatro meses a dois anos uma imagem de um novo rosto, objeto ou cena;
  • Mais tarde, depois que os bebês tinham visto várias outras imagens, os pesquisadores mostraram a eles uma imagem vista anteriormente ao lado de uma nova;
  • Os cientistas mediram a atividade no hipocampo dos bebês enquanto eles visualizavam as imagens para avaliar se isso estava relacionado à força das memórias de uma criança.

“Quando os bebês viram algo apenas uma vez antes, esperamos que eles olhem mais quando o virem novamente”, disse Turk-Browne. “Então, nesta tarefa, se um bebê olha mais para a imagem vista anteriormente do que para a nova ao lado dela, isso pode ser interpretado como o bebê reconhecendo-a como familiar.”

Pesquisa vai analisar durabilidade das memórias hipocampais de bebês (Imagem: Andrey Sayfutdinov/iStock)

O que foi descoberto?

  • Quanto maior a atividade no hipocampo quando uma criança estava olhando para uma nova imagem, mais tempo a criança olhava para ela quando sua imagem reaparecia mais tarde;
  • Já a parte posterior do hipocampo (a porção mais próxima da parte de trás da cabeça) onde a atividade de codificação era mais forte é a mesma área mais associada à memória episódica em adultos;
  • O hipocampo de bebês de até três meses de idade exibia um tipo diferente de memória chamado “aprendizado estatístico”, que lida com os padrões de locais e ambientes.

Estudos anteriores mostraram que a via de aprendizagem estatística, que é encontrada na parte mais anterior do hipocampo (a área mais próxima da frente da cabeça), se desenvolve mais cedo do que a da memória episódica, de fatos específicos.

“Estamos trabalhando para rastrear a durabilidade das memórias hipocampais ao longo da infância e até mesmo começando a entreter a possibilidade radical, quase de ficção científica, de que elas podem perdurar de alguma forma na idade adulta, apesar de serem inacessíveis”, afirmou Turk-Browne.

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