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Onde ficaria o Jardim do Éden atualmente?

O Jardim do Éden é descrito na Bíblia como um paraíso na Terra onde os primeiros seres humanos, Adão e Eva, nasceram e viveram. Mas onde fica esse lugar atualmente?

A localização é informada em passagens bíblicas, mas é cheia de simbolismos que dificultam posicioná-la no mapa. No entanto, as descrições podem dar dicas preciosas que nos ajudam a identificar a possível região onde tudo começou.

Mas, claro, há um grande dilema: são duas hipóteses diferentes, que podem mudar bastante essa resposta.

Local descrito na Bíblia é alvo de especulações (Imagem: Hucklebarry/Pixabay)

Onde fica o Jardim do Éden?

O Jardim do Éden, descrito na Bíblia, é um local muito importante no cristianismo e judaísmo. Foi lá que os primeiros humanos, Adão e Eva, nasceram e viveram, até que entraram em contato com o fruto proibido e mudaram o rumo da humanidade.

Sobre a localização do jardim, a passagem Gênesis 2:10–14 diz o seguinte:

E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços. (O nome do primeiro é Pisom; este é o que circunda toda a terra de Havilá, onde há ouro; e o ouro daquela terra é bom; ali há bdélio e a pedra ônix. E o nome do segundo rio é Giom; este é o que circunda toda a terra de Cuxe. E o nome do terceiro rio é Tigre; este é o que corre para o oriente de Assur. E o quarto rio é o Eufrates.

O trecho descreve o encontro entre quatro rios, dois dos quais conhecemos hoje em dia: o Tigre e o Eufrates, que nascem na Turquia, passam pela Síria e Iraque, e deságuam no Golfo Pérsico. Pisom e Giom não são conhecidos… mas há teorias.

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De acordo com o IFLScience, teólogos especularam que esses nomes poderiam se referir ao Rio Ganges, na Índia, e o Nilo, no Egito. Já outros, como João Calvino, famoso pela Reforma Protestante no século XVI, refutam essa ideia, dizendo que essa descrição envolveria uma porção muito grande da Terra, devido à distância entre os quatro rios.

O que é certo é que o Jardim do Éden tem relação com o Tigre e o Eufrates. Ou seja, sua localização atual estaria em algum lugar onde os rios se encontram no Irã ou Iraque. Há um rio chamado Shatt Al-Arab nessa região, formado pela união entre os dois – mas não há nenhuma menção a esse nome na Bíblia.

Encontro dos rios Tigres e Eufrates com o Shatt Al-Arab no Golfo Pérsico, no Iraque (Imagem: Sentinel–2/ESA)

Uma segunda hipótese pode mudar essa resposta

Vale lembrar que não há nenhuma evidência de que o Jardim do Éden seja um local real. Fósseis, objetos, artefatos relacionados à presença humana por lá… nada foi encontrado.

No entanto, não seria a primeira passagem bíblica que faz menção a uma região real. Ou seja, quem sabe o ‘paraíso na Terra’ não foi inspirado em uma delas?

Mas há um dilema: para pontuar que o jardim fica em algum local entre Irã e Iraque, deve-se considerar a geografia atual do planeta e a descrição literal do encontro entre rios. Porém, a Bíblia é repleta de simbolismos e é possível ter uma segunda interpretação: o Jardim do Éden sendo o local onde surgiu a humanidade, representada nas figuras de Adão e Eva.

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‘Berço da Humanidade’ fica no continente africano (Créditos: frank60/Shutterstock)

Nesse caso, a resposta muda:

  • De acordo com o site, o local com a maior concentração de vestígios ancestrais humanos no mundo fica na África do Sul, a cerca de 50 quilômetros a noroeste da capital Joanesburgo. A região é chamada de Berço da Humanidade;
  • Entre os achados na região, pesquisadores encontraram os restos mortais de um Australopithecus, uma espécie primitiva que viveu entre 3,4 e 3,7 milhões de anos atrás;
  • Mesmo os Homo sapiens (nossa espécie), de 200 a 300 mil anos atrás, se desenvolveram na África, provavelmente em uma região próxima à atual Etiópia.

Ou seja, se estivermos deixando a geografia de lado e pensando no nascimento da humanidade como um todo, o Jardim do Éden seria em algum lugar do continente africano. Não há registro do encontro de quatro rios por lá.

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Jardim descrito na Bíblia é encontrado onde Jesus teria sido sepultado

Uma escavação realizada na Cidade Velha de Jerusalém, em Israel, revelou detalhes inéditos sobre o passado do local. A análise de vestígios biológicos sugere que, há cerca de 2.000 anos, oliveiras e videiras cresciam no terreno onde hoje está a Igreja do Santo Sepulcro. A descoberta reforça a descrição bíblica do Evangelho de João, que menciona um jardim próximo ao local da crucificação e sepultamento de Jesus.

Ora, no lugar onde ele foi crucificado havia um jardim; e no jardim um novo sepulcro, onde nunca fora posto ninguém. Ali, pois, puseram Jesus.

João 19:41-42

A nova pesquisa encontrou evidências que dão suporte a essa narrativa. Amostras retiradas das escavações revelaram vestígios de pólen e restos vegetais compatíveis com uma paisagem de oliveiras e videiras.

Escavações na Igreja do Santo Sepulcro revelaram um jardim que confirma relato do evangelho de João sobre o local de sepultamento de Jesus. Crédito: Custodia Terrae Sanctae

Francesca Romana Stasolla, arqueóloga da Universidade Sapienza de Roma, na Itália, lidera as escavações desde 2022. Segundo ela, a presença dessas plantas indica que, na época de Jesus, a área era um espaço verde e cultivado, o que se alinha com o relato bíblico. Testes de radiocarbono ainda serão realizados para confirmar a idade exata dos vestígios encontrados.

O que havia no local antes da igreja

Atualmente, a Igreja do Santo Sepulcro é um dos locais mais sagrados do cristianismo, por ser tradicionalmente considerada o ponto da crucificação e do túmulo de Jesus. Mas o terreno onde ela foi construída passou por diversas transformações ao longo dos séculos.

No tempo de Jesus, essa região ficava fora dos muros da cidade de Jerusalém. Apenas no século II, quando o imperador Adriano reconstruiu Jerusalém como Aelia Capitolina, o local passou a fazer parte da cidade romana. Antes disso, a área era usada para agricultura e, possivelmente, para sepultamentos.

Vestígios de uma antiga pedreira foram identificados sob a igreja. De acordo com Stasolla, era comum que antigas pedreiras abandonadas fossem reaproveitadas para outros usos. Naquele período, o terreno começou a ser utilizado como cemitério, e algumas sepulturas foram esculpidas na rocha. Uma delas foi posteriormente identificada como o túmulo de Jesus.

Escavação na Igreja do Santo Sepulcro levaram a descoberta do local exato da crucificação de Jesus. Crédito: Universidade de Roma Sapienza

Como a igreja foi construída e transformada ao longo dos séculos

O primeiro edifício religioso erguido no local surgiu no século IV, quando o imperador Constantino adotou o cristianismo e ordenou a construção de uma grande basílica para marcar o local da crucificação e sepultamento de Cristo. No entanto, a igreja sofreu vários danos ao longo da história.

Em 614, o exército persa incendiou o templo. Em 1009, o califa muçulmano Al-Hakim ordenou sua destruição quase completa. No século XII, os cruzados reconstruíram a basílica, dando-lhe sua forma atual. Desde então, o edifício passou por restaurações contínuas, com sua última grande reforma ocorrendo no século XIX.

Após anos de disputas entre as três comunidades religiosas responsáveis pela administração da igreja (o Patriarcado Ortodoxo Grego, a Custódia da Terra Santa e o Patriarcado Armênio), uma nova reforma foi aprovada em 2019 para substituir o piso do edifício. Isso abriu uma oportunidade para as escavações arqueológicas, que vêm sendo conduzidas nos últimos anos.

Como os arqueólogos comprovaram a existência do jardim

A equipe de Stasolla utilizou métodos avançados para identificar os restos de vegetação na área. Foram analisadas camadas do solo e amostras de pólen preservadas por séculos sob o piso da basílica. Os resultados indicaram que, no passado, o local abrigava oliveiras e videiras, plantas comuns na região mediterrânea e citadas frequentemente na Bíblia.

A descoberta é significativa porque confirma que a área descrita nos evangelhos como um “jardim” realmente existiu. A pesquisa também sugere que o ambiente ao redor do túmulo de Jesus era diferente do que se imaginava. Em vez de um espaço árido e rochoso, o local provavelmente tinha vegetação e era utilizado para cultivo.

Vista da igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém. Crédito: WDG Photo – Shutterstock

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A complexidade da escavação em um local sagrado

Realizar escavações arqueológicas sob um dos templos mais importantes do cristianismo exige extrema cautela. A equipe italiana que trabalha no projeto precisou dividir o espaço em pequenas áreas, escavando uma de cada vez e cobrindo cada trecho antes de abrir um novo. Isso permitiu que os peregrinos continuassem visitando a igreja sem grandes interrupções.

“Se imaginarmos que estamos montando um quebra-cabeça, estamos escavando uma peça de cada vez, mas, no final, teremos uma reconstrução multimídia completa do quadro geral”, explicou Stasolla ao site The Times of Israel.

Os pesquisadores também enfrentaram desafios técnicos. Como a Igreja do Santo Sepulcro foi construída e reconstruída diversas vezes, há muitas camadas históricas sobrepostas. Escavar esse tipo de local requer um trabalho meticuloso para diferenciar cada período sem comprometer as estruturas mais recentes.

A confirmação do relato bíblico sobre o túmulo de Jesus

Embora a arqueologia não possa provar eventos religiosos, como a ressurreição de Jesus, as evidências encontradas reforçam elementos históricos descritos na Bíblia. A existência de um jardim próximo ao local da crucificação é um detalhe que, até agora, não tinha sido comprovado.

Para os estudiosos, essa descoberta não apenas confirma a descrição dos evangelhos, como também oferece uma nova compreensão sobre a paisagem da Jerusalém do século I. Saber que a área ao redor do túmulo de Jesus era um jardim ajuda a visualizar melhor o cenário em que ocorreram os eventos narrados na tradição cristã.

A pesquisa ainda está em andamento, e novas análises devem fornecer mais detalhes sobre o uso da terra antes da construção da igreja. Testes adicionais podem determinar a idade exata dos restos vegetais e confirmar se já havia um jardim ativo no período em que Jesus foi crucificado.

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Guerra que inspirou Armagedom na Bíblia é descoberta por arqueólogos

Novas evidências arqueológicas da antiga cidade de Megido, no atual território de Israel, indicam que o local foi palco de uma batalha que teria inspirado a história do Armagedom. O termo descreve a luta final entre as forças do bem e do mal, que é profetizada na Bíblia.

De acordo com o estudo, um rei israelita e um faraó egípcio realmente se enfrentaram na região há mais de 2.600 anos. Esta conclusão foi possível a partir da análise de fragmentos de cerâmica encontrados no local.

Objetos de cerâmica confirmaram existência da batalha

De acordo com a Bíblia, o rei Josias do Reino de Judá confrontou o faraó egípcio Neco II em Megido no ano de 609 a.C. Até então, esta batalha estava presente apenas nos relatos religiosos. Mas agora, a análise de fragmentos de cerâmica antiga indica que Megido foi de fato ocupada pelos egípcios naquela época.

Fragmentos de cerâmica foram analisados durante o trabalho (Imagem: Universidade de Tel Aviv)

Segundo os pesquisadores, no entanto, não é possível confirmar que Josias estava na batalha. Se ele estava lá, como diz a Bíblia, não está claro se Josias morreu de ferimentos que sofreu durante uma batalha contra os egípcios em Megido, ou se ele foi executado como vassalo do faraó.

De acordo com o livro religioso, a morte de Josias predisse a queda de Jerusalém em 586 a.C. para os neobabilônios sob o comando de Nabucodonosor II, cujas forças destruíram o Primeiro Templo, também conhecido como Templo de Salomão.

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História é descrita na Bíblia (Imagem: Paul shuang/Shutterstock)

Cidade antiga inspirou o termo “Armagedom”

  • Megido era uma cidade estrategicamente importante no passado.
  • Ela estava localizada bem no meio de rotas comerciais e militares, e foi ocupada em diferentes épocas por cananeus, israelitas, assírios, egípcios e persas.
  • Muitas grandes batalhas ocorreram por lá, e seu nome inspirou o termo “Armagedom”.
  • Escavações realizadas na antiga cidade desenterraram mais de 20 camadas arqueológicas desde a década de 1920.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado no The Scandinavian Journal of the Old Testament. 

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