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COP30: política ambiental do Brasil é alvo de críticas

O Brasil vai sediar a COP30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, no final deste ano. Esta será uma ótima oportunidade para o país assumir um papel de destaque na luta contra as mudanças climáticas.

No entanto, faltando oito meses para a realização do evento, em Belém, a atuação do governo brasileiro está sendo criticada em editorial publicado na revista científica Science. Segundo os cientistas, “como anfitrião, o Brasil não está liderando pelo exemplo”.

Principais críticas ao Brasil

O documento cita o projeto do Ministério dos Transportes de recuperar a BR-319, que vai de Manaus, no Estado do Amazonas, a Porto Velho, em Rondônia. Segundo os autores, a restauração dessa rodovia pode “abrir grandes áreas da Floresta Amazônica à entrada de desmatadores”. O principal temor é que isso faça com que o aquecimento do planeta chegue em pontos irreversíveis.

Desmatamento da Amazônia é um dos pontos levantados (Imagem: PARALAXIS/Shutterstock)

A abertura de novos campos de exploração de petróleo e gás na Floresta Amazônica e em regiões costeiras, incluindo os planos para avaliar o potencial energético na foz do rio Amazonas, também é polêmica. Os especialistas avaliam que o plano brasileiro de continuar a buscar novos poços de petróleo até o país alcançar o nível econômico de países desenvolvidos é “a fórmula para um desastre climático”.

O estudo destaca que, em 2021, a Agência Internacional de Energia se mostrou favorável a não abrir qualquer novo ponto de exploração de gás ou petróleo, além de restringir a extração nos campos já abertos. A proposta da instituição é acabar com esse tipo de atividade até 2050.

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Conceito de catástrofe; Aquecimento Global
Falta de ação na COP30 pode tornar crise climática irreversível (Imagem: Bigc Studio/Sshutterstock)

O que diz o governo brasileiro

  • Em resposta à publicação, o Ministério dos Transportes informou que “as políticas ambientais do Governo Federal são definidas pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima”.
  • Já o Ministério de Minas e Energia pontuou que “os projetos exploratórios na Bacia da Foz do Amazonas não estão próximos à Floresta Amazônica”.
  • A pasta destacou que a pesquisa nessas áreas segue rigorosos padrões ambientais, com avaliações técnicas detalhadas conduzidas pelos órgãos reguladores competentes.
  • E defendeu que “a transição para uma economia de baixo carbono é um processo gradual”.

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Brasil perdeu duas cidades de SP em superfície de água

O Brasil registrou uma redução alarmante de 400 mil hectares na superfície de água em 2024, área equivalente a mais de duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo. De acordo com dados atualizados do MapBiomas Água, divulgados na sexta-feira (21), o território nacional coberto por corpos hídricos e reservatórios ficou em 17,9 milhões de hectares, uma queda de 2% em relação aos 18,3 milhões registrados em 2023. A tendência de diminuição se intensificou na última década, marcada por oito dos anos mais secos desde o início da série histórica em 1985.

A Amazônia, responsável por 61% da superfície hídrica do Brasil, foi fortemente impactada. O bioma perdeu 1,1 milhão de hectares de água em relação a 2023 e 4,5 milhões em comparação a 2022, afetado por secas extremas consecutivas. Sub-bacias importantes, como as do Rio Negro e do Tapajós, registraram perdas significativas.

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No Pantanal, a situação é ainda mais crítica: o bioma alcançou apenas 366 mil hectares de água em 2024, representando uma redução de 4,1% em relação ao ano anterior e acumulando uma perda de 61% desde 1985. Enquanto isso, outros biomas apresentaram cenários mistos. A Caatinga teve um saldo positivo, consolidando um ciclo de cheias iniciado em 2018, mas áreas vulneráveis, como a bacia do São Francisco, continuam enfrentando secas recorrentes.

No Pampa, após estiagens severas no início do ano, ocorreu uma cheia extrema em maio, a maior registrada nos últimos 40 anos. Já o Cerrado experimentou uma transformação preocupante: corpos hídricos naturais, como rios e lagos, cederam espaço para reservatórios artificiais, que agora respondem por 60% da superfície hídrica do bioma.

Superfície de água no Brasil em 2024 (% do total):

  • Amazônia: 10,9 milhões de hectares (61%)
  • Mata Atlântica: 2,2 milhões de hectares (13%)
  • Pampa: 1,8 milhão de hectares (10%)
  • Cerrado: 1,6 milhão de hectares (9%)
  • Caatinga: 981 mil hectares (5%)
  • Pantanal: 366 mil hectares (2%)

O Brasil mais seco

No geral, o Brasil viu um aumento histórico de superfícies artificiais de água, com acréscimo de 1,5 milhão de hectares desde 1985. Esse crescimento, concentrado principalmente na Mata Atlântica e no Cerrado, reflete a expansão de reservatórios e hidrelétricas. Contudo, os corpos d’água naturais encolheram 15% no mesmo período, restando apenas 77% da cobertura total.

Para especialistas, a combinação de eventos climáticos extremos e mudanças no uso da terra está tornando o Brasil mais seco. Os dados servem como um alerta para a necessidade urgente de políticas públicas e estratégias de gestão hídrica que revertam essa tendência preocupante.

Via Agência Brasil

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Montadora chinesa tem plano para desbancar BYD no Brasil

A BYD se transformou em uma das principais fabricantes de carros elétricos do mundo. Em 2024, por exemplo, a chinesa vendeu quase 4,3 milhões de unidades, um aumento de 41% em relação ao ano anterior.

Um sucesso que também é verificado no Brasil. Por aqui, no entanto, uma outra empresa chinesa pretende desbancar a rival. A GAC se comprometeu a investir uma quantia de R$ 6 bilhões nos próximos cinco anos.

Pelo menos 15 modelos devem ser lançados pela marca no Brasil

A ideia da marca é iniciar em breve as operações em território brasileiro, onde já registrou seus primeiros modelos, além de obter o selo oficial do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) a respeito da autonomia das baterias.

Os primeiros três carros da empresa que devem ser disponibilizados no Brasil são da mesma família, a submarca Aion: Y Plus, ES e Hyptec. Além do trio, a GAC planeja lançar pelo menos outros 12 modelos no mercado brasileiro.

Ideia da empresa chinesa é concorrer com a BYD (Imagem: LewisTsePuiLung/iStock)

O organograma prevê sete lançamentos ainda em 2025. Mas a ideia é ter um total de 15 carros no país até o fim da década, quando se encerra também o prazo do primeiro ciclo de investimentos da companhia.

A GAC não oficializou quantas ou quais versões de cada modelo serão lançadas por aqui, bem como o preço cobrado pelos elétricos. No entanto, espera-se que a marca adote práticas agressivas, entre elas descontos importantes, para conseguir disputar mercado com a BYD.

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SUV Aion Y Plus deve ser uma das opções à venda no Brasil (Imagem: reprodução/GAC)

GAC promete autonomia invejável

  • Para desbancar a BYD, a GAC foca em uma boa autonomia por ciclo de carga.
  • O Ayon Y Plus, modelo que é apontado como futuro rival do Yuan e até mesmo do Song, conta com uma bateria de 64 kWh que permite rodar até 318 quilômetros sem precisar de recargas.
  • O Hyptec, por sua vez, tem bateria maior, de 83,3 kWh.
  • Isso possibilita que o modelo tenha uma autonomia de 362 quilômetros.
  • Já o sedan ES, apontado como futuro concorrente do BYD Seal, tem menor alcance, com capacidade para rodar 314 quilômetros antes de precisar recarregar.

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Nova fabricante de smartphones deve chegar ao Brasil em breve

Mais uma empresa chinesa está prestes a desembarcar no Brasil, mas dessa vez trata-se de uma fabricante de smartphones. A Vivo (não confundir com a empresa de telefonia que atua por aqui), já recebeu autorização para comercializar seus aparelhos em território nacional.

Para não causar confusão nos brasileiros (ainda bem), a companhia chinesa adotará o nome Jovi no país. Mas, por enquanto, não há uma previsão de quando os produtos da companhia chinesa começarão a ser vendidos no Brasil.

Jovi V50 Lite 5G deve ser primeiro aparelho lançado por aqui

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já homologou o Jovi V50 Lite 5G. Isso indica que o aparelho possivelmente deve ser o primeiro smartphone vendido pela marca chinesa no Brasil. A empresa já anunciou a versão 4G do produto, mas o modelo com conexão móvel mais avançada ainda é cercado de mistérios.

A expectativa é de que o dispositivo tenha o Dimensity 6300 da MediaTek como processador, além de 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento interno. A bateria é um dos destaques do modelo, com alta capacidade de 6.500 mAh.

Jovi V50 Lite 5G deverá marcar entrada da chinesa no país (Imagem: reprodução/Jovi)

Ao todo, serão duas câmeras traseiras, um sensor de 50 MP e outro de 8 MP, com uma ring light de LED embutida para melhor iluminação. Já a câmera para selfies tem 32 MP. O dispositivo apresenta ainda certificação IP65 de resistência contra água e partículas de poeira.

Até o momento, não há informações sobre como será a operação da companhia no país. Algumas fabricantes chinesas atuam a partir de representantes comerciais ou parceiras brasileiras, uma hipótese que não está descartada.

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Anatel já aprovou entrada da empresa no Brasil (Imagem: rafastockbr/Shutterstock)

Quinta maior fabricante global de smartphones

  • Possivelmente você nunca tinha ouvido falar da empresa chinesa até hoje.
  • Mas saiba que ela é bastante famosa na China e na Índia, sendo a quinta maior fabricante global de smartphones.
  • No último trimestre de 2025, a Vivo (que será Jovi no Brasil) foi responsável por uma fatia de 8% do mercado.
  • Em 2019, a companhia ainda ganhou uma subsidiária: a iQOO.
  • Esta nova marca de celulares atua principalmente para o público gamer e está focada no mercado da Índia e no Sudeste Asiático.

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Microplásticos contaminam áreas marinhas protegidas no Brasil

Nem mesmo áreas marinhas protegidas (AMPs) — áreas com diversas restrições para atividade humana — estão livres da contaminação por microplásticos no Brasil. É o que mostra um estudo feito por cientistas brasileiros e australianos e publicado na revista Environmental Research.

Pela classificação internacional, microplásticos podem ter até cinco milímetros de diâmetro, fabricados para uso industrial ou cosmético. As partículas também podem resultar da fragmentação de plásticos maiores, contaminando o oceano a partir da decomposição do lixo marinho, por exemplo.

Na nova pesquisa, a equipe usou ostras, mariscos e mexilhões para apurar o nível da contaminação em dez AMPs: Parque Nacional de Jericoacoara, Atol das Rocas, Fernando de Noronha, Rio dos Frades, Abrolhos, Tamoios, Alcatrazes, Guaraqueçaba, Carijós e Arvoredo.

Arquipélago de Alcatrazes, no litoral de São Paulo, concentra a maior taxa de contaminação (Imagem: MatheusHonorato/iStock)

Os moluscos bivalves são considerados “sentinelas do mar”, já que se alimentam filtrando a água-marinha. Os alimentos ali presentes são retidos pelas brânquias, tipo de peneira que pode ser analisada posteriormente para indicar possíveis contaminantes.

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Descobertas da pesquisa sobre microplásticos em AMPs brasileiras

  • Microplásticos foram encontrados em todas as localidades analisadas, com concentração média de 0,42 ± 0,34 partícula por grama de tecido úmido;
  • O Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, no litoral de São Paulo, concentra a maior taxa de contaminação entre as áreas estudadas;
  • A Reserva Biológica do Atol das Rocas, no Rio Grande do Norte, apresentou o menor volume dessas partículas;
  • Os principais microplásticos encontrados foram polímeros alquídicos, utilizados em tintas e vernizes; celulose; polietileno tereftalato (PET); e politetrafluoretileno (PTFE ou teflon), usado em revestimentos antiaderentes e industriais;
  • A pesquisa conseguiu identificar 59,4% deles, mas os 40,6% não puderam ser descritos.
Atol das Rocas possui o menor volume de microplásticos entre AMPs (Imagem: ICMBio)

“O dado positivo é que a contaminação em todas essas áreas está abaixo da média internacional para áreas marinhas protegidas. E muito abaixo da média brasileira para áreas não protegidas. Locais muito contaminados, como Santos e algumas praias do Rio de Janeiro, chegam a apresentar contaminações de 50 a 60 vezes maior”, disse Ítalo Braga, professor do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (IMar-Unifesp), à Agência Fapesp.

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Arquivos secretos sobre assassinato de Kennedy citam Brasil; veja como acessar

O governo dos Estados Unidos liberou milhares de registros relacionados ao assassinato do ex-presidente John F. Kennedy, em 1963. O presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva determinando a divulgação dos documentos.

Alguns dos arquivos citam o Brasil. Um deles trata sobre uma oferta de auxílio de China e Cuba, em 1961, e outro sobre influência do regime cubano e a “operação de propaganda” do país caribenho em território brasileiro.

Cerca de 80 mil páginas relacionadas ao caso foram liberadas, estando disponíveis para consulta no site dos Arquivos Nacionais dos EUA (os registros estão em inglês).

Oferecimento de ajuda para Leonel Brizola

De acordo com um dos arquivos, datado de 1961, Mao Tsé-Tung, então líder do Partido Comunista da China, e Fidel Castro, primeiro-ministro de Cuba, ofereceram “materiais, “suporte” e “voluntários” para Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, em agosto daquele ano. Na ocasião, Brizola estava liderando os esforços para sucessão de poder no Brasil após a renúncia de Jânio Quadros.

China e Cuba teriam oferecido ajuda ao Brasil (Imagem: divulgação/Arquivo Nacional dos EUA)

O presidente brasileiro havia tentado um “autogolpe” na esperança de que a renúncia não fosse aceita e que, com o clamor de autoridades e da população, ele ganhasse mais poder. No entanto, a saída de Quadros acabou aceita e começaram os trabalhos para a posse do vice-presidente João Goulart, que acabou deposto em 1964 com o início da Ditadura Militar.

O arquivo da CIA cita que Brizola agradeceu a oferta de ajuda dos líderes de Cuba e China, mas acabou a recusando. De acordo com o governo dos EUA, o governador não queria levar a crise no Brasil ao cenário internacional, temendo uma possível reação dos norte-americanos. Por fim, o documento ressalta que a oferta de auxílio de Fidel Castro foi descoberta e relatada pela imprensa, enquanto a de Mao Tsé-Tung, não.

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Documento cita operações de Cuba no Brasil (Imagem: divulgação/Arquivo Nacional dos EUA)

Atividade do regime cubano no Brasil

  • Um outro documento, datado de julho de 1964, relata o que seriam “esforços de subversão de Cuba na América Latina” desde julho de 1963.
  • O arquivo afirma que o governo do país caribenho acreditava que era possível fazer uma “segunda Cuba” na Venezuela.
  • Ele pontua que Che Guevara afirmou à época que a disseminação da “revolução” era “nossa responsabilidade e é parte de nossa preocupação diária”.
  • Além disso, destaca que Cuba promoveu o financiamento de grupos pró-Castro no Brasil antes da tomada do poder pelos militares.
  • Em outro trecho, o documento diz que a derrubada do então presidente João Goulart com a ditadura no Brasil foi uma “derrota severa” para os cubanos.

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Celeiro do espaço: Brasil pode ter importante papel na exploração da Lua

Todas as sextas-feiras, ao vivo, a partir das 21h (pelo horário de Brasília), vai ao ar o Programa Olhar Espacial, no canal do Olhar Digital no YouTube. O episódio da última sexta-feira (14) – que você confere aqui – falou sobre como será a participação do Brasil no Programa Artemis, da NASA, que vai levar a humanidade de volta à Lua.

Uma parceira entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Agência Espacial Brasileira (AEB) está desenvolvendo métodos para a agricultura lunar, que pode transformar o Brasil no “celeiro do espaço”.

A edição mais recente do Olhar Espacial contou com a presença da astrobióloga Rebeca Gonçalves. Em entrevista ao apresentador Marcelo Zurita, a pesquisadora falou sobre a função do Brasil no desenvolvimento de uma base na Lua e os desafios que os cientistas têm enfrentado para plantar alimentos em solo lunar, que vçao desde a falta de nutrientes até a diferença de gravidade.

Em 1969, a humanidade levou os primeiros homens para a Lua com a missão Apollo. Agora, com planos para o primeiro lançamento tripulado em 2026, a missão Artemis 3 pretende enviar a primeira mulher e o primeiro homem negro até a superfície lunar.

Para realizar esse feito cientifico e tecnológico, foi necessário um acordo internacional mediado pela NASA. Até o momento, pesquisadores e líderes de 53 países assinaram o documento para definir quais serão os deveres e direitos das nações na conquista da Lua, além de estabelecerem suas funções no desenvolvimento da base lunar.

Marcelo Zurita entrevista Rebeca Gonçalves no Olhar Espacial da última sexta-feira 14/03 (Imagem: Olhar Digital)

Brasil quer ser “celeiro do espaço”

O Brasil escolheu focar na elaboração de uma agricultura espacial, com o fim de assegurar a segurança alimentar dos astronautas. Para isso, a Embrapa e a AEB fizeram uma parceria chamada Space Farming Brazil, que reúne cientistas nacionais para realizar o projeto, sendo Rebeca uma das participantes.

Segundo a pesquisadora, a equipe está começando do zero. O sistema agrícola que funcionará em solo lunar precisa ser autossuficiente e sustentável, além de seguir os seguintes requisitos:

  • Resistência a radiação
  • Alta produtividade em pouco tempo
  • Ter plantas compactas
  • As espécies têm que compor uma dieta completa

Um aspecto que o grupo cientifico terá que levar em conta é a função cultural da comida. “É importante que essa comida seja muito bem aceita culturalmente pelos astronautas”, disse Rebeca.

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A nação brasileira já é considerada o “celeiro do mundo”, agora irá expandir para o espaço (Imagem: Orest lyzhechka/Shutterstock)

A proteína na dieta lunar terá que ser inicialmente vegetal. Depois, peixes poderão ser introduzidos por meio da técnica da aquaponia, em que convivem com as plantas produzindo nutrientes e tendo sua água filtrada pelos vegetais.

Outra opção, conforme destacou Rebeca, é a produção de proteínas em laboratório. De acordo com a astrobióloga, há a possibilidade de que elas sejam feitas por impressora 3D ou cultura celular.

Será preciso a adaptação do solo lunar. Após uma primeira geração de plantas cultivadas com fertilizantes terrestres, a ideia é regenerar o regolito por meio da adição dos restos orgânicos ao solo, que ficará cada vez mais fértil e nutritivo com o passar do tempo.

Levar alimentos seria inviável financeiramente. “Hoje, para levar um quilo de qualquer coisa para a Lua, custa um milhão de dólares”, diz a pesquisadora.

Exploração espacial beneficia a economia

Zurita e Rebeca esclareceram que os investimentos na indústria e pesquisas espaciais têm retornos para a população terrestre. “Todo investimento em tecnologia espacial precisa ter um retorno para o cidadão, para os moradores da Terra”, explicou o apresentador.

Segundo a convidada, cada um dólar investido no programa Apollo fazia sete dólares serem injetados na economia por meio de novas tecnologias. Atualmente, cada um dólar aplicado na exploração do espaço gera o retorno de quarenta dólares no mundo econômico por meio de novidades cientificas.

A iniciativa privada tem se destacado no mercado espacial em uma nova tendência chamada New Space. “Hoje nós temos mais de 10 mil start-ups que já fazem parte da malha econômica do setor espacial”, disse Rebeca.

Simuladores ajudam nas pesquisas

Os estudos e experimentos para a plantação em solo lunar acontece em simuladores feitos na Terra. A NASA utiliza o material coletado pelos rovers na Lua e em Marte para desenvolver compostos terrosos similares ao terreno desses outros astros.

Pesquisadores do mundo todo utilizam essa tecnologia para realizar experimentos com foco em agricultura espacial. “O simulador de regolito lunar e marciano é uma réplica quase perfeita, cerca de 99% similar”, explica a astrobióloga.

Pegada de Aldrin na superfície da Lua foi parte de um experimento sobre as propriedades do regolito lunar (Imagem: NASA)

Gravidade lunar será desafiadora?

A gravidade na Lua é equivalente a um sexto (em torno de 16,7%) da terrestre. Essa diferença pode parecer um obstáculo ao crescimento das plantas em solo lunar, mas os vegetais cultivados no espaço já enfrentaram ambientes mais complicados.

Na Estação Espacial internacional, em gravidade zero, nós já conseguimos cultivar mais de 20 espécies de plantas.

 Rebeca Gonçalves, astrobióloga do projeto Space Farming Brasil

Os astronautas comeram os alimentos que cresceram na ISS. Eles são seguros e não causaram mal aos seus consumidores. Segundo a astrobióloga, os vegetais não terão tantos problemas com a força gravitacional da Lua.

Para o futuro, a nação brasileira tem capacidade de ser referência na agricultura espacial, assim como é na Terra. “O Brasil tem tudo para se inserir nessa comunidade internacional que está seriamente comprometida em ir para a Lua”, conclui a pesquisadora.

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Conheça o Hyperloop do Brasil que vai movimentar contêineres a 595 km/h

A empresa Hyperloop Transportation Technologies (HTT) revelou planos ambiciosos para transformar o transporte de cargas no Brasil: o projeto HyperPort, uma ferrovia de alta velocidade que promete revolucionar a logística com contêineres viajando a quase 600 km/h dentro de um tubo de vácuo parcial.

Um estudo inicial de viabilidade, liderado pelo LabTrans da Universidade Federal de Santa Catarina em parceria com a EGA Group, empresa de logística portuária, confirmou o potencial do projeto.

Como será o Hyperloop brasileiro

A proposta é ambiciosa: conectar o Porto de Santos a grandes centros como São Paulo e Campinas, e futuramente, expandir a rede até São José do Rio Preto, totalizando 549 km de extensão.

O Porto de Santos, maior e mais moderno da América Latina, movimentou mais de 5 milhões de TEUs (unidade equivalente a 20 pés) em 2024, mas enfrenta desafios logísticos significativos.

A alta demanda gera um tráfego intenso de caminhões, com até 15.000 veículos entrando e saindo do porto diariamente. A viagem até São Paulo, de 97 km, pode levar horas, dependendo do trânsito.

Cápsulas individuais transportarão contêineres a velocidades de até 595 km/h. (Imagem: Hyperloop Transportation Technologies)

O HyperPort propõe uma solução inovadora: cápsulas individuais transportarão contêineres de 40 pés (equivalente a dois TEUs) a velocidades de até 595 km/h, reduzindo drasticamente o tempo de viagem para 20-30 minutos, competindo com o transporte aéreo de cargas.

Menos caminhões e menos poluição

A expectativa é que o sistema minimize o tráfego de caminhões em até 4.000 veículos por dia, aliviando o congestionamento. A empresa também destaca os benefícios ambientais e econômicos indiretos do HyperPort, como a redução de 906 toneladas de emissões de CO2 por dia até 2060, a diminuição de acidentes e do desgaste das estradas, e a economia de US$ 2 bilhões em custos terciários.

Foco na rota Santos-Campinas

  • A primeira fase do projeto se concentrará na rota de 169 km entre Santos e Campinas, considerada a mais lucrativa.
  • A instalação do HyperPort exigirá um investimento inicial de US$ 9,6 bilhões, com custos operacionais (OPEX) estimados em US$ 1,6 bilhão ao longo da vida útil do projeto, cobrindo despesas com operação, pessoal, manutenção e energia.
  • Apenas esse trecho deve gerar uma receita total de US$ 17,1 bilhões.
  • O projeto completo, de Santos a São José do Rio Preto, demandaria um OPEX de US$ 2,8 bilhões, com receita anual estimada em US$ 535 milhões.
  • A HTT projeta uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 62,7% e um Valor Presente Líquido (VPL) de US$ 4,8 bilhões, caso o governo financie integralmente o projeto, tornando-o um investimento altamente atraente.
Primeira fase do projeto se concentrará na rota de 169 km entre Santos e Campinas. (Imagem: Hyperloop Transportation Technologies)

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O próximo passo é a conclusão do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA). A partir daí, a definição dos modelos de financiamento e a obtenção das aprovações governamentais serão cruciais para a concretização desse ambicioso projeto, que promete redesenhar o futuro da logística no Brasil.

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Pesquisa brasileira desenvolve app para ajudar vítimas de AVC

A recuperação de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) pode ser bem complicada: perda de funções motoras, diminuição de sensibilidade e instabilidade emocional são algumas das possíveis sequelas. Mas é possível superar estes obstáculos e um aplicativo desenvolvido por pesquisadores brasileiros pode ser novo auxiliar nesse momento tão complicado.

O app utiliza sensores do próprio celular para analisar a postura do usuário, observando a inclinação do aparelho. O telefone fica preso à roupa do paciente e usa o acelerômetro para fazer as medições. Assim que o aplicativo detecta alguma variação preocupante, ele emite um alerta ao usuário por imagem, alerta sonoro ou vibração.

App brasileiro pode ser mais uma arma no auxílio a pacientes com AVC (Imagem: sfam_photo/Shutterstock)

Sequelas do AVC e tratamento

Uma das sequelas mais comuns e desafiadoras de um AVC é a hemiparesia, que consiste em perda de força e massa muscular, além de paralisar parcial ou totalmente um lado do corpo. O app vai ajudar a combater exatamente esta consequência do derrame, auxiliando na recuperação e orientação corporal.

“A pessoa com hemiparesia perde a sensibilidade e a percepção de organização espacial. Com isso, ela tomba para um lado, por exemplo, e não percebe que isso aconteceu, chegando até a apresentar dores musculares em virtude do mau posicionamento. Acontece também que, sem a postura correta, ela não consegue executar tarefas cotidianas”, disse Amanda Polin Pereira, professora do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) a Agência FAPESP.

Leia mais:

A pesquisa

  • O aplicativo foi desenvolvido durante o doutorado de Olibário José Machado Neto, bolsista da FAPESP no ICMC-USP, com apoio da FMRP-USP;
  • Criado em codesign, o software uniu áreas da computação e da saúde, garantindo desenvolvimento ágil e inovador;
  • Segundo a professora Maria da Graça Campos Pimentel, não há nada similar na clínica para auxiliar na reabilitação de pacientes com hemiparesia;
  • Os testes ocorreram em centro de reabilitação, com apoio de fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e pacientes;
  • O app melhora a postura durante as sessões e permite que os profissionais foquem em outras áreas do tratamento;
  • Além disso, gera dados que podem ampliar o conhecimento sobre hemiparesia;
  • Agora, os pesquisadores estudam seu impacto no uso prolongado em casa.
Aplicativo que ajuda no tratamento do AVC
Aplicativo vai monitorar a postura do paciente e emitir alertas (Imagem: Reprodução/Amanda Pereira/FAPESP/ICM/USP)

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Rumble: rede social canadense segue bloqueada no Brasil por decisão do STF

Nesta sexta-feira (14), por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter o bloqueio da rede social Rumble no Brasil. Dessa forma, a determinação do ministro do órgão, Alexandre de Moraes, que saiu em fevereiro, foi ratificada.

O colegiado já havia predefinido que a plataforma permaneceria bloqueada no último dia 7, pois três dos cinco ministros já haviam votado. A decisão desta sexta-feira (14) apenas ratificou o que já estava virtualmente certo.

Rumble tem origem canadense, aparência similar ao rival YouTube e coleciona polêmicas (Imagem: T. Schneider/Shutterstock)

Como foi a votação do STF que manteve Rumble bloqueado no Brasil

  • Os ministros que votaram para manter a suspensão da plataforma foram Flávio Dino, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia;
  • O magistrado se reuniu em plenário virtual (os ministros inserem votos no sistema eletrônico, não havendo pleito presencial);
  • O prazo de análise se encerra nesta sexta-feira (14).

Em seu voto, Alexandre de Moraes acusou Chris Pavlowski, fundador do Rumble, de confundir “liberdade de expressão com inexistente liberdade de agressão“.

Além disso, afirmou que Pavlowski “confunde, deliberadamente, censura com proibição constitucional ao discurso de ódio e de incitação a atos antidemocráticos“.

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Cronologia do caso

  • Em 20 de fevereiro, o ministro ordenou que a rede social apresentasse, em até 48 horas, seu representante legal no País — mesma situação que se passou em 2024 com o X, quando a plataforma fechou seu escritório brasileiro e se recusou, por dias, em apontar outro representante;
  • A suspensão do Rumble foi aplicada no âmbito de um processo que visa a prisão e a extradição do blogueiro Allan dos Santos, acusado de realizar ataques contra ministros da Corte;
  • Embora seus perfis tenham sido suspensos, o acusado – atualmente residindo nos Estados Unidos – segue criando novas páginas para divulgar seus conteúdos;
  • Em pronunciamento, Moraes destacou que o Rumble vem sendo utilizado para a disseminação de discursos de ódio, atentados à democracia e incitação ao desrespeito ao Poder Judiciário nacional;
  • Em resposta às ordens judiciais, o CEO da plataforma, Chris Pavlovski, já afirmou, no X, que não cumprirá as determinações do STF.
Chris Pavlovski
Chris Pavlowski já disse que não vai cumprir decisão do STF (Imagem: Zoran Karapancev/Shutterstock)

Recentemente, Rumble e Trump Media & Technology, empresa do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, entraram com ação judicial nos EUA contra Moraes, pedindo autorização à rede social para descumprir as decisões do ministro, mas teve a solicitação recusada.

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