Há quem acredite que a guerra econômica entre China e Estados Unidos possa evoluir para um conflito armado num futuro próximo. Se for o caso, os dois países mostraram avanços impressionantes em suas novas gerações de caças.
Recentemente, a Força Aérea dos Estados Unidos apresentou o F-47, o primeiro caça de 6ª geração do mundo. Mas nesta semana os chineses reagiram com a apresentação do Chengdu J-36, um dos principais projetos desenvolvidos em um programa militar secreto do país.
Caça de 6ª geração da China
Embora o governo da China não tenha divulgado qualquer informação oficial sobre o novo caça de 6ª geração, a imprensa do país revelou algumas das principais características da aeronave.
O Chengdu J-36 não tem estabilizadores verticais, apresentando uma aparência stealth.
Ele conta ainda com três motores e autonomia operacional expandida, além de estar preparado para receber novas e modernas tecnologias.
Informações extraoficiais ainda dão conta de que o caça chinês tem níveis de excelência no que diz respeito à manobrabilidade.
Isso permite que ele fuja dos radares inimigos com facilidade.
A apresentação do Chengdu J-36 ocorre após a revelação do caça J-35 de quinta geração pela Shenyang Aircraft Corporation, amplamente comparado ao F-35 estadunidense. Também parece ser uma resposta ao avanço tecnológico dos EUA.
A introdução simultânea de duas aeronaves de sexta geração demonstra não apenas um marco tecnológico, mas, também, uma mensagem política. Ao avançar com projetos sofisticados e furtivos, a China reafirma sua posição na corrida tecnológica militar.
Novidade chinesa é uma resposta ao caça F-47, dos EUA (Imagem: Boeing/Reprodução)
Além disso, a apresentação da tecnologia militar acontece em um momento de aumento das tensões. Os EUA anunciaram novas tarifas econômicas contra a China, elevando a taxação para mais de 100%. Pequim reagiu e retaliou novamente, dobrando a aposta.
O anúncio oficial do F-47, o novo caça da Força Aérea dos Estados Unidos, marca um divisor de águas na aviação militar global. Apresentado pelo presidente Donald Trump ao lado do secretário de Defesa Pete Hegseth e do general David W. Allvin, o F-47 promete redefinir os padrões de poder aéreo, com tecnologias de sexta geração, integração com drones autônomos e capacidades avançadas de guerra eletrônica e inteligência artificial.
Desenvolvido pela Boeing, o projeto integra o ambicioso programa Next Generation Air Dominance (NGAD), voltado a substituir o atual F-22 Raptor, até então considerado um dos caças mais sofisticados do mundo. Com o F-47, os EUA buscam manter a superioridade aérea global, enviar uma mensagem clara a aliados e adversários e consolidar sua liderança no desenvolvimento de tecnologias de defesa.
F-47, um caça de sexta geração
O F-47 representa a nova era da aviação militar, sendo classificado como um caça de sexta geração, que supera amplamente os modelos atuais da quinta geração, como o F-22 e o F-35. A aeronave contará com:
Tecnologia furtiva avançada (“virtualmente invisível”, segundo Trump)
Inteligência artificial embarcada para apoio à tomada de decisões em tempo real
Capacidade de combate em rede, operando em conjunto com drones semiautônomos
Arquitetura aberta que permite atualizações rápidas contra novas ameaças
Essa configuração permitirá ao F-47 atuar como centro nervoso de uma guerra aérea interconectada, com sensores integrados, comunicação criptografada e tomada de decisões descentralizada. Trata-se de um salto tecnológico semelhante ao que os EUA promoveram ao introduzir o F-117 Nighthawk ou o B-2 Spirit nas últimas décadas.
Lockheed F-117 Nighthawk na Base Aérea de Barksdale (Imagem: BGStock72 / Shutterstock.com)
Velocidade, alcance e performance furtiva
Segundo Trump, o F-47 terá uma velocidade “acima de dois”, indicando que poderá ultrapassar Mach 2 — o dobro da velocidade do som. Para efeito de comparação, o F-22 atinge exatamente essa marca, enquanto o F-35 chega a Mach 1.6. Além da velocidade, a aeronave promete maior alcance operacional, reduzindo a necessidade de reabastecimento em voo e permitindo missões mais longas e complexas.
A capacidade furtiva foi um dos pontos mais destacados pelo governo norte-americano. O F-47 deve apresentar melhorias significativas em relação aos modelos anteriores, tornando-se ainda mais difícil de ser detectado por radares inimigos — uma vantagem crucial em cenários de guerra modernos, cada vez mais dependentes de sensores avançados.
Armamento e versatilidade tática
Embora poucos detalhes sobre o armamento do F-47 tenham sido divulgados, espera-se que o caça carregue mísseis e bombas internamente, estratégia que reduz a assinatura de radar e aumenta sua capacidade de sobrevivência em combates. Assim como o F-35, o novo caça poderá adaptar sua carga bélica dependendo da missão, sendo eficaz tanto em combate aéreo quanto em ataques terrestres de precisão.
A aparência e o design do F-47
Imagens exibidas no Salão Oval durante o anúncio sugerem um design com nariz triangular achatado, cabine espelhada preta e asas levemente inclinadas, características comuns entre aeronaves furtivas. Embora ainda não existam fotos oficiais do protótipo, o estilo sugere uma fusão entre o formato do F-22 e elementos futuristas, com ênfase na aerodinâmica e na evasão de detecção.
Caça F-22 Raptor (Imagem: Joris van Boven / Shutterstock.com)
A vitória da Boeing e o impacto estratégico
A escolha da Boeing para liderar o projeto F-47 representa uma mudança estratégica dentro do Pentágono. A empresa superou a Lockheed Martin, tradicional fornecedora de caças para os EUA, e conquistou um contrato estimado em mais de US$ 50 bilhões, considerando pesquisa, desenvolvimento e aquisição.
Para a Boeing, esse contrato é um impulso decisivo em meio a um período de dificuldades. Após enfrentar prejuízos bilionários e críticas públicas de figuras como Trump e Elon Musk, a empresa agora busca recuperar sua posição na indústria de defesa. As ações da Boeing subiram 3% após o anúncio, enquanto as da Lockheed Martin caíram quase 6%, evidenciando o impacto da decisão no mercado.
Quando o F-47 estará pronto?
O cronograma completo de produção do F-47 ainda não foi detalhado, mas o presidente Trump afirmou que os primeiros caças estarão operacionais ainda durante seu mandato. A expectativa é de que a Força Aérea invista cerca de US$ 20 bilhões até 2029 apenas na fase de pesquisa e desenvolvimento, sinalizando um compromisso de longo prazo com a aeronave.
Estima-se que o custo unitário do F-47 seja inferior ao do F-22, tornando sua produção mais viável economicamente para uma frota maior.
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou, em coletiva no Salão Oval da Casa Branca na sexta-feira (21), um acordo bilionário com a Boeing para a construção do F-47, caça militar “mais letal já criado” (nas palavras dele). O nome é em homenagem ao próprio Trump, que é o 47º presidente do país.
Detalhes sobre a aeronave não foram revelados e são considerados segredo de estado. O objetivo é preparar o exército estadunidense para possíveis confrontos com a China e Rússia.
Anúncio foi feito por Donald Trump no Salão Oval, sala de coletivas e reuniões da Casa Branca (Imagem: Chiarascura/Shutterstock)
Trump anunciou caça militar letal
De acordo com agência de notícias Reuters, o desenvolvimento e fabricação da aeronave ficarão com a Boeing, após um acordo de mais de US$ 20 bilhões (mais de R$ 100 bilhões). Os detalhes financeiros não foram detalhados, com Trump dizendo apenas que o governo encomendou um “grande pedido”.
O presidente descreveu o caça como o “mais letal já criado” e “praticamente invisível” aos radares. Além disso, afirmou que “os inimigos da América nunca o verão chegando”.
Espero que não precisemos usar o avião para esse fim, mas é importante ter uma aeronave como essa. Se isso algum dia acontecer, eles não saberão o que diabo os atingiu.
Donald Trump, em entrevista no Salão Oval
A aeronave F-47, batizada em homenagem a Trump, fará parte do programa de Dominância Aérea de Nova Geração (NGAD, na sigla em inglês).
Ao contrário do caça militar anteriores, da Lockheed Martin, próxima aeronave será em parceria com a Boeing (Imagem: VDB Photos/Shutterstock)
Como será o F-47?
Informações relacionadas ao NGAD estão protegidas pelas leis de segurança do país. Além do que Trump revelou na coletiva no Salão Oval, não há detalhes sobre o F-47. Design e ficha técnica da aeronave são considerados segredo de segurança estado.
O secretário do Departamento de Defesa Pete Hegseth também estava na coletiva e falou sobre a novidade
Agora temos o F-47, que envia uma mensagem muito direta e clara aos nossos aliados de que não vamos a lugar nenhum… e aos nossos inimigos, de que podemos e seremos capazes de projetar poder ao redor do mundo, sem impedimentos, por gerações vindouras.
Pete Hegseth, secretário do Departamento de Defesa e membro da administração Trump
Já em nota, a Força Aérea dos EUA disse que o F-47 será ponto central do NGAD, com tecnologias de “furtividade de próxima geração, fusão de sensores e capacidades de ataque de longo alcance, a fim de enfrentar os adversários mais sofisticados em ambientes contestados”. A nave será tripulada, mas também pode operar em conjunto com drones.
Caça F-35B é o mais moderno dos EUA atualmente (Imagem: Michael Fitzsimmons / Shutterstock.com)
EUA têm outro caça militar moderno
Atualmente, o caça militar mais moderno dos EUA é o F-35. O modelo é fabricado em conjunto com a Lockheed Martin e está em operação desde 2015. O Olhar Digital deu detalhes sobre essa aeronave aqui;
O Exército também conta com o F-22, fabricada há 20 anos, também em conjunto com a Lockheed Martin;
Este foi o primeiro caça de quinta geração a entrar em serviço, a fim de manter a superioridade dos Estados Unidos nos céus. Ele também pode realizar ataques ao solo.
A Força Aérea dos Estados Unidos se tornou pioneira ao declarar dois protótipos de drones como aeronaves de combate oficiais. Os modelos YFQ-42A, da General Atomics, e o YFQ-44A, da Anduril, estão prontos para voar em missão já no segundo semestre deste ano.
As designações significam Y – Protótipo, F – Caça, Q – Aeronave Não Tripulada, número de design 42 e 44, e A – série. Ao entrarem em produção, o Y será removido. Os testes duraram dois anos e foram feitos no âmbito do programa Collaborative Combat Aircraft.
Esse é o pontapé inicial para a nova geração de aeronaves de caça não tripuladas, projetadas para alavancar capacidades autônomas e equipes tripuladas e não tripuladas com o objetivo de “derrotar ameaças inimigas em ambientes contestados”.
Força Aérea vai coletar informações em novos testes com protótipos antes de iniciar produção das aeronaves (Imagem: Dragos Condrea/iStock)
Os caças têm cerca de metade do tamanho de um F-16 Fighting Falcon, mas poderão ser operados em conjunto com o F-22 Raptor e o F-35 Lightning II, segundo o site New Atlas. Em um primeiro momento, os modelos serão usados como teste para coletar informações para a aeronave final de produção.
“Os insights obtidos com esses esforços serão cruciais para moldar o futuro do programa CCA e solidificar a posição da Força Aérea na vanguarda da inovação do poder aéreo”, diz o comunicado.
Nova geração poderá operar em conjunto com modelo F-22 Raptor (Imagem: Robert Michaud/iStock)
“Pode ser apenas simbólico, mas estamos dizendo ao mundo que estamos nos inclinando para um novo capítulo da guerra aérea. Isso significa aeronaves de combate colaborativas, significa equipe homem-máquina. Estamos desenvolvendo essas capacidades pensando, ‘missão primeiro’”, afirmou o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General David W. Allvin.
Os drones estão redefinindo a guerra moderna, usando sistemas de navegação relativamente baratos para atingir alvos a centenas de quilômetros de distância com certa precisão, como explicou o Olhar Digital.
Pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia Eletrônica da China (UESTC) anunciaram o desenvolvimento de uma nova antena ultraplana. Segundo eles, o dispositivo pode revolucionar a comunicação e a navegação de caças de última geração.
Uma das grandes vantagens desta tecnologia é a possibilidade de reduzir as chances da aeronaves serem detectadas por radares inimigos. Em outras palavras, a antena ajuda a deixar os caças ‘invisíveis’, uma vantagem e tanto em meio a um possível conflito armado.
Uma enorme vantagem para a China
O equipamento tem uma altura de apenas 0,047 vezes o comprimento de onda de baixa frequência.
Os pesquisadores explicam que isso foi essencial para combinar com o perfil cada vez mais plano das aeronaves de combate.
Com oito elementos dispostos em uma matriz circular, a antena pode se integrar à estrutura do jato sem comprometer as faixas de frequência nas quais opera.
Além disso, não afeta o desempenho aerodinâmico e minimiza a assinatura de calor, garantindo a capacidade de se manter invisível aos radares.
O desenvolvimento da antena não foi uma tarefa fácil. O maior obstáculo era o tamanho do dispositivo. Isso porque um equipamento maior poderia trazer sérios prejuízos aos caças, tornando eles mais pesados e fáceis de serem detectados.
Por conta disso, os pesquisadores trabalharam no desenvolvimento de um protótipo de apenas 5 mm de altura e a operação em uma ampla faixa de frequências. Isso foi possível graças a reorganização dos elementos da antena em uma matriz circular.
Dispositivo será instalado em caças chineses (Imagem: InsectWorld/Shutterstock)
Como ela também é omnidirecional, pode focar sinais em todas as direções, otimizando a capacidade de comunicação. A presença de uma parede de curto-circuito ainda auxilia no controle do fluxo de corrente elétrica e na absorção de energia extra, dificultando a ação de radares e outros sistemas de detecção.