O mercado de carros usados continua aquecido no Brasil. Segundo levantamento da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), foram 1.378.318 unidades vendidas durante todo o mês de março.
O resultado indica um aumento de 7,5% em comparação com o mês de fevereiro.
Já no acumulado do primeiro trimestre de 2025, são 3.886.037 unidades comercializadas, representando um aumento de 10,2% sobre o mesmo período de 2024.
Gol manteve a liderança nas vendas no Brasil
Além dos números das vendas (que podem ser conferidos aqui), a Fenauto divulgou o ranking dos carros usados mais comercializados do Brasil em março deste ano. A liderança continua com o modelo Volkswagen Gol, com 61.153 vendas.
Modelo da Volkswagen manteve a liderança no ranking (Imagem: divulgação/Volkswagen)
O segundo lugar na lista ficou com o Hyundai HB20, que registrou 33.902 transferências. Este número superou em cerca de mil o Chevrolet Onix, que ficou na terceira posição. Na sequência, aparecem o Fiat Strada e o Uno.
Outro destaque desta lista é a presença de apenas um modelo sedan. O Toyota Corolla aparece na oitava colocação entre os veículos usados mais vendidos em todo o território brasileiro durante o mês de março deste ano.
O Honda Civic de 8ª geração, lançado no Brasil em 2006, marcou época com seu design futurista. Quase duas décadas depois, o “New Civic” ainda desperta paixões e figura entre os carros usados mais procurados pelos brasileiros.
No entanto, a inflação acumulada nesse período levanta uma questão: qual seria o valor de um Civic 2006 hoje? Para responder a essa pergunta, é importante considerar fatores como a correção monetária e o preço original do veículo.
Quanto custava um Honda Civic em 2006?
O modelo mais barato do “New Civic” era o LXS com câmbio manual, vendido na época por R$ 59.600.
Aplicando o índice IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 2006 até aqui, o valor do mesmo Civic LXS 2006 sofreria uma mudança considerável para mais, chegando perto dos R$ 170 mil — quase 3 vezes mais caro que o preço de lançamento.
Versões de entrada podem ser encontradas no mercado a partir de R$ 25.000, segundo dados da tabela Fipe. (Imagem: Divulgação/Honda)
É importante ressaltar que o valor final é só uma referência. O Civic se beneficia de sua reputação de durabilidade e confiabilidade, o que contribui para sua valorização no mercado de seminovos.
A 8ª geração do Civic é conhecida por seu design inovador, com painel digital de dois níveis e linhas arrojadas. (Imagem: Divulgação/Honda)
Como era o Honda Civic de 8ª geração em 2006?
O Honda Civic de oitava geração, ou “New Civic” representou uma ruptura em relação aos modelos anteriores, tanto em design quanto em tecnologia. Ele se destacava por:
Design Futurista: apresentava um visual arrojado e inovador para a época, com linhas aerodinâmicas e um perfil de “cupê de quatro portas”.
Painel Inovador: o painel de instrumentos, com dois níveis e mostradores digitais, era um dos grandes destaques do modelo, criando um ambiente interno moderno e tecnológico.
Desempenho e Mecânica: o motor 1.8 i-VTEC oferecia um bom equilíbrio entre desempenho e economia de combustível.
A versão esportiva “SI” veio com um motor 2.0 de 192 cv, transmissão manual de 6 velocidades, e outros diferenciais para quem buscava um modelo com caraterísticas esportivas.
Para quem busca um Honda Civic 2006, a pesquisa é fundamental. Comparar preços em diferentes fontes, como sites especializados, concessionárias e particulares, é essencial para encontrar o melhor negócio.
Outro fator importante a ser considerado é a versão. As mais completas e equipadas, como a EXS, tendem a ter um valor de mercado mais alto. Além disso, a quilometragem, o estado de conservação e a documentação do veículo também influenciam o preço final.
Em 2010, a Fiat lançou a segunda geração do Uno, um modelo que representou uma grande evolução em relação ao clássico Mille. Com um design mais moderno, arredondado e uma plataforma completamente nova, o “Novo” Uno conquistou o público e se tornou um sucesso de vendas.
Mas, com a alta da inflação nos últimos anos, quanto custaria o mesmo modelo 0 km em 2025? Para responder a essa pergunta, o Olhar Digital realizou uma simulação utilizando a calculadora de correção monetária do Banco Central.
Quanto custaria um Fiat Uno 2010 hoje?
Para calcular o valor atualizado desse modelo, é preciso considerar o preço médio das versões do “Novo” Uno 2010 e aplicar os índices de correção monetária, como o IPCA (Índice de preços ao consumidor).
Os preços do “Novo” Fiat Uno em 2010 variavam consideravelmente, dependendo da versão e opcionais. As versões de entrada, como a Attractive 1.0, tinham preços que começavam em torno de R$ 28.000.
A Vivace 1.0, lançada mais tarde com carroceria de duas portas, era a mais barata, vendida por R$ 25.550, enquanto versões mais equipadas, como a Way 1.4, podiam ultrapassar os R$ 30 mil.
Ao aplicar a correção monetária utilizando o IPCA, estima-se que o “Novo” Uno mais básico custaria hoje mais de R$ 76 mil (R$ 76.651,07). Na prática, o mesmo carro custaria cerca de 3 vezes mais caro em 2025.
“Novo” Uno se destacou no mercado por sua robustez e confiabilidade, contribuindo para sua valorização no mercado de usados. (Imagem: Divulgação/Fiat)
No entanto, é fundamental destacar que esses valores são apenas uma referência. O preço real de um “Novo” Uno 2010 no mercado de usados, por exemplo, é influenciado por outros fatores, tais como a versão e opcionais, bem como o estado de conservação.
Ainda assim, a simulação oferece uma dimensão do impacto da inflação no preço dos automóveis, e nos faz questionar como o poder de compra do brasileiro diminuiu ao longo dos anos.
Para obter informações mais precisas sobre o valor atualizado, recomenda-se consultar a tabela FIPE e realizar pesquisas em sites de classificados online e concessionárias de usados.
Como era o Novo Fiat Uno 2010?
O “Novo” Fiat Uno lançado em 2010 representou uma mudança radical em relação ao seu antecessor, o Uno Mille. Ele trouxe um design inovador e uma nova plataforma, marcando uma nova fase para o famoso compacto da Fiat.
O design do “Novo” Uno era mais arredondado e moderno, com linhas suaves e um visual jovial. Isso o diferenciava completamente do design mais quadrado do Uno Mille. (Imagem: Divulgação/Fiat)
O hatch oferecia uma ampla gama de opções de personalização, foi construído sobre uma nova plataforma, que proporcionava maior rigidez estrutural e segurança, e contava com opções de motores 1.0 e 1.4, ambos flex, com bom desempenho e economia de combustível.
O Uno 2010 oferecia diversos opcionais, como ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricas, e sistema de som. (Imagem: Divulgação/Fiat)
Em 2011, o modelo alcançou números de vendas expressivos, com mais de 270 mil unidades emplacadas. Esses dados nos dão uma boa referência de como o veículo caiu nas graças dos brasileiros.
Por que os carros ficaram tão caros no Brasil?
O Uno, que já foi um dos carros mais acessíveis do Brasil, também viu seus preços dispararem nos últimos anos de produção. A última versão foi lançada no Brasil em 2021. Em geral, os preços variavam entre R$ 60.990 a R$ 84.990.
O Fiat Uno saiu de linha em 2021. A versão menos cara do época era a Way 1.3 Firefly Flex, vendida por R$ 60.990. (Imagem: Divulgação/Fiat)
Essa mudança foi resultado de uma combinação de fatores:
A alta generalizada dos preços no Brasil, especialmente nos últimos anos, impactou diretamente o setor automotivo.
Os custos de produção, como matérias-primas e componentes, aumentaram, e as montadoras repassaram esses aumentos para o consumidor final.
A moeda brasileira também perdeu valor frente ao dólar, o que encareceu os produtos importados utilizados na produção de veículos.
Os consumidores brasileiros passaram a buscar carros com mais tecnologia, segurança e conforto, o que aumentou os custos de produção.
As montadoras, para atender essa demanda, passaram a oferecer mais opcionais e versões mais completas, o que elevou os preços dos veículos.
As novas exigências de segurança, como airbags e freios ABS obrigatórios, encareceram os carros.
Além disso, as normas de emissões de poluentes também exigem investimentos em tecnologia, elevando os custos de produção.
Os impostos sobre veículos no Brasil são altos, o que também contribui para o aumento dos preços.