obesidade-1024x621

Homens casados têm mais chances de desenvolver esta doença

O casamento é um objetivo de vida para muitas pessoas. E diversas pesquisas já mostraram que compartilhar momentos ao lado de um parceiro pode deixar a vida melhor.

Mas há um ponto de atenção para os homens. Aquela brincadeira de que é comum ganhar uns quilinhos depois de casar, aparentemente, tem um fundo de verdade.

Um novo estudo, por exemplo, aponta que os homens casados tendem a engordar. De acordo com pesquisadores do Instituto Nacional de Cardiologia da Polônia, eles são mais de três vezes mais propensos a serem obesos do que os solteiros.

Mulheres não apresentaram o mesmo resultado

Durante o trabalho, foram analisados os dados de 1.098 homens e 1.307 mulheres com idade média de 50 anos. Estatisticamente, 35,3% foram classificados como “peso normal”, 38,3% apresentaram sobrepeso clínico e 26,4% foram considerados obesos.

Probabilidade para desenvolver obesidade pode ter relação com o estado civil (Imagem: khomkrit sangkatechon/Shutterstock)

De acordo com os pesquisadores, o estado civil contribuiu para o sobrepeso ou a obesidade. Os homens casados tiveram um risco 62% maior de ficar acima do peso durante o casamento, enquanto suas esposas tiveram um risco de 39%.

Os cientistas ainda descobriram que os homens casados tinham mais de três vezes mais chances de serem obesos do que os homens solteiros. No entanto, embora as mulheres experimentassem ganho de peso no casamento, elas apresentaram o mesmo nível das solteiras.

Leia mais

Homens casados apresentam um risco 62% maior de ficar acima do peso durante o casamento (Imagem: Ljupco Smokovski/Shutterstock)

Descobertas podem ajudar no combate à doença

  • A pesquisa ainda apontou que viver em comunidades menores e mais isoladas foram fatores para aqueles que estavam com sobrepeso e obesidade.
  • A equipe admite que o trabalho tem diversas limitações, mas os resultados podem ajudar os médicos a direcionar melhor os pacientes com maior risco de obesidade.
  • No geral, a doença cardiovascular estava presente em 28% dos participantes obesos, mais que o dobro do observado naqueles que estavam dentro da faixa de peso “normal”.
  • Segundo o estudo, “a disseminação do conhecimento sobre saúde e a promoção da saúde ao longo da vida podem reduzir o fenômeno preocupante do aumento dos níveis de obesidade”.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Scimex.

O post Homens casados têm mais chances de desenvolver esta doença apareceu primeiro em Olhar Digital.

Carla-Mayumi-Albertuni-no-spotlight-1024x577

Devemos ter o direito de nos casar com uma IA? Brasileiros divergem

Em uma palestra para o evento Spotlight, que celebrou os 20 anos do Olhar Digital, a pesquisadora Carla Mayumi Albertuni compartilhou com o público as suas descobertas sobre como os brasileiros têm reagido à influência dos softwares de Inteligência Artificial. Dentre muitos temas, a pesquisa explora até o interesse das pessoas em se casar com uma IA e questiona se deveríamos ou não ter esse direito. Vamos nos aprofundar nesse assunto curioso (e um tanto peculiar) nos próximos parágrafos.

Mayumi justifica a importância da pesquisa não somente devido ao crescimento e difusão acelerados das IAs, mas também pela humanização cada vez maior de avatares e assistentes virtuais — os quais resguardam, como um dos principais papéis, o de nos fazer pensar que falamos com um humano e não com uma máquina.

Essas e outras discussões podem ser acessadas na pesquisa realizada pela Talk Inc., que você confere na íntegra clicando aqui.

Para quem tem pressa:

  • A pesquisadora Carla Mayumi Albertuni, sócia da Talks Inc., realizou uma pesquisa na sociedade brasileira que visa entender o quão profunda é a influência das IA nos cidadãos;
  • Após entrevistar mais de mil brasileiros, a pesquisa coletou dados que informam que 1 em cada 10 pessoas usa a IA como um fiel conselheiro;
  • E também levantou debates importantes, como o questionamento se devemos ou não ter o direito de casarmos com uma IA: uma pergunta baseada no aumento de laços emocionais que os humanos desenvolvem com inteligências artificiais.

Como exemplo para contextualizar o tema, a pesquisadora traz como background o filme HER (2013), que narra a história de um escritor solitário que se apaixona pela voz de um sistema operacional em seu computador. Embora parecesse um tema muito futurístico para a época em que foi lançado, hoje parece estar muito mais próximo da realidade.

E cada vez mais a gente vai ter a sensação de que a gente está falando com um humano, com uma pessoa. Porque os avatares vão ficar cada vez mais reais. As vozes vão ficar cada vez mais parecidas. O jeito de falar, a linguagem, a nossa língua vai ser falada por esses seres artificiais.

— Carla Mayumi Albertuni, pesquisadora e curadora de conteúdo

Um depoimento que demonstra essa realidade foi o de um brasileiro chamado Cristian: ele contou a Mayumi, em um programa sediado pela Globo, que utilizou o ChatGPT como principal consultor de informações após descobrir que seu filho nasceria com Autismo.

Para além de buscar informações sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista), ele também aproveitou a conversa imersiva com o chatbot para desabafar e descreveu a IA como sua “grande conselheira e amiga”.

Carla Mayumi Albertuni em palestra para o evento Spotlight que comemorou os 20 anos do Olhar Digital (Reprodução: João Neto)

Segundo o relato compartilhado na palestra realizada no Spotlight, “ele conversava com a IA, chorava, ele ajudava a mulher e aconselhava a mulher a partir do que ele estava aprendendo [com o ChatGPT]“.

Cristian não está sozinho: a pesquisadora revela em sua pesquisa que 1 em cada 10 brasileiros utiliza os softwares de inteligência artificial como fiel conselheiro. Há pouco tempo, inclusive, publicamos um conteúdo similar, informando como jovens chineses têm usado o DeepSeek para fazer terapia.

Deveríamos ter o direito de casar com uma IA? Público entrevistado responde

Na palestra “IA do jeito brasileiro: transformando o presente“, a pesquisadora Carla Mayumi Albertuni perguntou à audiência do Spolitght: deveríamos ter o direito de nos casar com uma IA?

Votação de cidadãos brasileiros para a seguinte pergunta: deveríamos ter o direito de casar com uma IA?
Votação de cidadãos brasileiros para a seguinte pergunta: deveríamos ter o direito de casar com uma IA? (Divulgação: Talk Inc.)

A pesquisa que engloba esta pergunta foi realizada com mais de mil brasileiros pela empresa Talk Inc., a qual Mayumi é sócia, e analisou de forma quantitativa e qualitativa o jeito como os cidadãos lidam com os diferentes softwares de IA. Em resposta, mais de 50% dos entrevistados respondeu que não devemos ter o direito de casar com uma IA.

Apesar disso, em torno de 31% não demonstrou uma oposição clara quanto ao surgimento de regulamentações que garantissem esse direito de casamento com um software. Ou seja, estariam abertos a analisar e discutir a possibilidade de um brasileiro se casar com uma IA.

Em sua pesquisa, Mayumi destaca como a inteligência artificial já está incrivelmente presente na sociedade brasileira.

Relato de um homem que informa tratar a inteligência artificial como se “estivesse falando com uma pessoa”
Relato de um homem que informa tratar a inteligência artificial como se “estivesse falando com uma pessoa” (Divulgação: Talk Inc.)

O objetivo das conversas tange desde assuntos cotidianos, como discutir sobre o dia a dia, até a troca de confidências e o compartilhamento de conselhos para lidar com problemas no trabalho e vida pessoal.

Apesar da familiaridade crescente dos brasileiros com a IA, e o aumento de laços emocionais desenvolvidos entre humanos e chatbots, surge uma dúvida: até que ponto essa afeição (ou relacionamento) é autêntica?

Esse questionamento fica ainda mais profundo quando refletimos que a IA vai se adaptar à forma como nos comunicamos; isto é, além de se relacionar com uma máquina — que não está viva e, portanto, não é real —, como esperar autenticidade dela se os algoritmos a moldaram da forma como o usuário queria? Ou como ter um relacionamento com um ser que não tem opinião própria?

Leia mais:

Até onde devem ir os ‘laços’ com uma IA?

Mayumi ainda destaca a necessidade de questionar-se sobre até onde devem ir os ‘laços’ que foram desenvolvidos com uma IA. Isso abrange desde a necessidade do ser humano em se conectar aos chatbots até uma possível crise de identidade quando os usuários tentam fazer da IA uma segunda versão de si, mas melhorada.

Atribuições que vários usuários dão às suas IAs favoritas
Atribuições que vários usuários dão às suas IAs favoritas (Divulgação: Talk Inc.)

Esse questionamento também reflete se as informações cedidas pela inteligência artificial são mesmo precisas e baseadas na verdade.

Uma adolescente de 18 anos, moradora de Recife e uma das entrevistadas para a pesquisa, contou que pediu ao ChatGPT uma dieta para implementar uma rotina de déficit calórico.

O resultado foi um desmaio inesperado e um acompanhamento médico devido a um quadro de desnutrição, pois, dentre inúmeros problemas, a dieta fornecida pelo chatbot não fornecia a quantidade correta de gorduras e nutrientes que a adolescente precisava para atingir seu objetivo com saúde.

Essa quebra de expectativa aumenta o debate de que as IAs podem ser melhor utilizadas quando o usuário tem algum letramento sobre o assunto discutido com o chatbot; do contrário, há um risco considerável de cair em desinformação, o que pode ocasionar quadros preocupantes de saúde, por exemplo.

Então, surgem novas dúvidas: se numa conversa simples com a IA já é possível notar erros nas informações compartilhadas, o quão confiável seria para você desenvolver qualquer tipo de laço com ela?

Seja como for, Mayumi destaca que as pessoas aprendem a utilizar os softwares de inteligência artificial por conta própria. Ou seja, não são coordenados por profissionais treinados ou escolas especializadas.

Estatísticas que mostram os benefícios trazidos pela IA, segundo os entrevistados da pesquisa
Estatísticas que mostram os benefícios trazidos pela IA, segundo os entrevistados da pesquisa (Divulgação: Talk Inc.)

Nisso, a criatividade desses usuários torna-se o verdadeiro guia na hora de pensar em como utilizar a IA, seja para roteiro de viagens, resumo de filmes, transcrição de vídeos e até para desabafar sobre problemas pessoais — o que, posteriormente, abre espaço para o desenvolvimento de um laço pessoal com o chatbot.

À medida que concluímos esta jornada pelo mundo da IA, fica claro que estamos à beira de uma transformação profunda e irrevogável. A tecnologia, que antes parecia algo distante e controlável, agora é uma extensão de nossa existência, influenciando desde o cotidiano até as mais profundas questões sobre o que significa ser humano.

— Conclusão extraída da pesquisa realizada por Carla Mayumi Albertuni e Talk Inc

Quem é Carla Mayumi Albertuni?

Carla Mayumi Albertuni é pesquisadora, curadora de conteúdo e escritora com paixão por entender e explorar a intersecção entre ciências sociais e tecnologia. Você pode encontrá-la no Instagram e LinkedIn.

Sobre o Spotlight

Como a inteligência artificial vai mudar o futuro do mercado? O evento Spotlight, que celebrou os 20 anos do Olhar Digital, trouxe 30 especialistas renomados do setor para responder essa pergunta em diferentes frentes. As palestras e painéis abordaram desde as melhores práticas na geração de conteúdo até técnicas para monetizar seu trabalho.

O post Devemos ter o direito de nos casar com uma IA? Brasileiros divergem apareceu primeiro em Olhar Digital.