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O que é microplástico?

Quando pensamos em poluição, geralmente imaginamos grandes objetos descartados incorretamente na natureza, como garrafas plásticas, embalagens ou sacolas.

No entanto, existe uma forma de poluição plástica que nem sempre conseguimos enxergar, mas que está presente em praticamente todos os ambientes do planeta, inclusive nos alimentos que ingerimos.

São os chamados microplásticos: pequenos fragmentos de plástico com menos de cinco milímetros de diâmetro, tão minúsculos que muitas vezes só são visíveis com o uso de microscópios.

Os microplásticos e suas divisões

Os microplásticos podem ser divididos em duas categorias principais. A primeira inclui aqueles fabricados já em formato reduzido, que são amplamente utilizados em produtos do nosso dia a dia, como cosméticos, produtos de higiene pessoal, esfoliantes, tintas e tecidos sintéticos.

Exemplos de microplásticos (Imagem: SIVStockStudio/Shutterstock)

A segunda categoria abrange aqueles que surgem a partir da decomposição gradual de objetos maiores, resultado da ação do sol, do vento e das ondas, que quebram o plástico em pedaços cada vez menores.

Essas partículas se tornaram uma preocupação ambiental devido à sua grande capacidade de persistir no ambiente.

Diferentemente dos materiais orgânicas, que podem ser decompostos em períodos relativamente curtos, os plásticos são extremamente resistentes e levam centenas de anos para se degradar completamente. Enquanto isso não acontece, eles permanecem nos oceanos, rios, solos e até no ar que respiramos.

Consequências da ingestão dos microplásticos

A presença generalizada dos microplásticos tem consequências negativas não só para a fauna e a flora, mas também para os seres humanos.

Microplásticos
Microplásticos foram encontradas em todas as localidades analisadas (Imagem: Uladzimir Zuyeu/iStock)

Muitos animais, especialmente aqueles que vivem nos oceanos, confundem essas pequenas partículas com alimento.

Ao ingerirem microplásticos, acabam obstruindo o trato digestivo, prejudicando a absorção de nutrientes e até mesmo causando a morte. Além disso, essas partículas podem acumular substâncias químicas tóxicas, como pesticidas e metais pesados, potencializando ainda mais o risco para os organismos que as consomem.

No caso dos humanos, a ingestão de microplásticos ocorre de forma indireta, mas frequente. Estudos já identificaram a presença dessas partículas em alimentos como peixes, frutos do mar, sal e até mesmo em água potável, tanto engarrafada quanto da torneira.

O efeito dessas partículas sobre a saúde humana ainda não está completamente esclarecido, mas há preocupações legítimas quanto à possibilidade de os microplásticos provocarem inflamações, perturbações hormonais e até mesmo facilitarem a absorção de compostos tóxicos pelos órgãos do corpo humano.

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Além dos impactos diretos na saúde, a presença dos microplásticos prejudica gravemente os ecossistemas marinhos e terrestres, podendo levar ao desequilíbrio das cadeias alimentares e à redução da biodiversidade.

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Macaco-prego com filhote nas costas em galho de árvore na floresta tropical da Costa Rica. Imagem: Steve Bruckmann / Shutterstock

Espécies essenciais para o equilíbrio ecológico acabam sofrendo, com reflexos negativos na produtividade e sustentabilidade desses ambientes.

Como reduzir os microplásticos

A redução dos microplásticos é possível por meio de mudanças nos hábitos de consumo, especialmente evitando produtos descartáveis, optando por produtos biodegradáveis e participando ativamente de iniciativas de reciclagem e descarte adequado do lixo.

Diversas pesquisas também vêm buscando soluções para remover essas partículas do meio ambiente, através de filtros, barreiras e novas tecnologias. Porém, a verdadeira solução passa por conscientização global e por políticas ambientais mais eficazes, que limitem o uso excessivo de plástico em escala mundial.

Com informações de NOAA.

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O cérebro é capaz de se lembrar de um alimento que fez mal?

Sabe quando uma pessoa te faz algo que te afeta negativamente, e você não quer mais encontrá-la por aí? Sente até mesmo uma dificuldade de perdoá-la? Pois isso é mais ou menos o que acontece com nosso organismo quando comemos uma comida que nos faz passar mal.

Nosso corpo demora um pouco para perdoar alguns alimentos, e isso nos faz ter aversão e até mesmo repulsa a eles. De acordo com a a ciência, isso não é uma frescura: trata-se de uma resposta neurológica, causada por um “lugar da memória” nos cérebros responsável por causar esse tipo de reação.

Se você hoje não consegue nem olhar para um alimento que comeu anos atrás, veja abaixo na matéria a explicação científica sobre como isso acontece.

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O corpo não perdoa aquele alimento que fez seu organismo passar mal. (Imagem: Stockking/Freepik)

Como o cérebro se lembra de um alimento que fez mal?

Um time de cientistas foi responsável pela descoberta sobre o local da memória nos cérebros que é responsável pela reação de aversão a alimentos que fizeram mal. Christopher Zimmerman, coautor do estudo e pesquisador de pós-doutorado no Instituto de Neurociência de Princeton (PNI) da Universidade de Princeton, conta: “faz algum tempo que não tenho intoxicação alimentar, mas agora sempre que falo com as pessoas em reuniões e ouço tudo sobre suas experiências de intoxicação alimentar”.

A pesquisa foi publicada em forma de artigo no site EurekAlert!, pela própria Universidade de Princeton, no qual é contato sobre como o estudo foi feito. Em um laboratório, Zimmerman e uma equipe de neurocientistas buscaram entender mais sobre o fenômeno chamado de “one-shot learning”, que é quando o cérebro registra e aprende com um único erro, criando uma memória duradoura.

Isso acontece, por exemplo, em casos de transtornos de estresse pós-traumáticos (TEPT), que gera uma reação parecida. E a mesma situação é registrada com as intoxicações alimentares. Quando a comida não desce muito bem, há um período entre a ingestão do alimento que está contaminado e o começo do mal-estar. Esse tempo foi batizado de “atraso da refeição ao mal-estar”.

Como foi feito o experimento

O estudo publicado na Nature mostra que os cientistas exploraram mecanismos cerebrais de pequenos ratos para entender como funciona a aversão aos alimentos específicos. No experimento, os animais experimentavam um suco de uva de caixinha, sendo uma substância totalmente nova para eles.

Rapidamente, os roedores aprenderam que, quando colocavam a cabeça em um local específico da gaiola, eles ganhavam mais gotas do suco doce. Após meia hora da descoberta, os ratos receberam uma injeção que causou alguns sintomas parecidos com a de uma intoxicação alimentar.

Com isso, dois dias depois, os pesquisadores ofereceram o suco de uva aos animais mais uma vez, e nenhum deles aceitou a bebida roxa, preferindo a água normal para matar a sede.

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Aversão à comida que fez mal não é frescura, e sim uma resposta neurológica que acontece no cérebro. (Imagem: Redgreystock/Freepik)

Foi descoberto que a associação entre o suco e a doença acontecia na amígdala central, o mesmo canal responsável pelo aprendizado sobre o medo e outras emoções. Ela também processa informações do ambiente, incluindo fatores relacionados ao olfato e paladar, por exemplo.

De acordo com Zimmerman: “A amígdala acaba sendo um lugar realmente interessante porque é preferencialmente ativada por sabores novos em cada estágio do aprendizado. Ela fica ativa quando o rato está bebendo, quando o rato está se sentindo mal mais tarde, e também quando o rato recupera aquela memória negativa dias depois.”

Além disso, a equipe investigou como os sinais de doença do intestino chegam ao cérebro, e perceberam o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP). Ao estimular essas células 30 minutos depois da experiência do suco, foi recriada a mesma aversão à intoxicação alimentar real.

“Foi como se os ratos estivessem pensando e se lembrando da experiência anterior que os fez sentir mal mais tarde”, explicou Ilana Witten, professora de neurociência no PNI, no comunidado do site EurekAlert!.

Os pesquisadores acreditam que os sabores responsáveis pelo mal-estar podem marcar algumas células, e quando elas são especificamente reativadas pela doença, acabam conectando uma causa e efeito mesmo com o atraso de tempo. Em outras palavras, é como se as células colocassem um grande sinal de “bloqueado” nos alimentos que fizeram a o organismo passar mal.

Homem segurando uma tigela com batata frita e com cara de quem está com dor no estômago
É como se as células colocassem um grande sinal de “bloqueado” nos alimentos que fizeram a o organismo passar mal. (Imagem: @Freepik/Freepik)

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Este hábito tipicamente brasileiro pode ajudar o cérebro

Os brasileiros são verdadeiros especialistas na arte de batucar. E para isso nem é necessária a presença de um instrumento musical. Basta bater o dedo em uma superfície qualquer e escolher o ritmo de sua escolha.

Agora, um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Aix-Marseille, na França, aponta que este hábito pode fazer bem para o cérebro. Segundo eles, este batuque ajuda a “sintonizar” melhor a fala.

Melhor processamento da linguagem pelo cérebro

  • De acordo com os cientistas, o sistema motor é conhecido por processar informações temporais, e mover-se ritmicamente enquanto ouve uma melodia pode melhorar o processamento auditivo.
  • Dessa forma, a equipe realizou experimentos comportamentais para demonstrar como esse efeito se traduz no processamento da fala.
  • No primeiro deles, 35 participantes tocaram um dedo em diferentes batidas – lenta, média, rápida – antes de ouvirem uma longa frase falada em meio a um ruído de fundo.
  • A ideia é que, como a fala tem ritmos naturais diferentes entre suas sílabas e palavras, preparar seu cérebro para sintonizar esse padrão pode ajudá-lo a processar melhor a linguagem rítmica.
  • Os pesquisadores, então, descobriram que havia uma compreensão muito melhor dessa frase barulhenta depois de batucar.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Proceedings of the Royal Society B.
Batucar com o dedo pode ajudar uma função cerebral (Imagem: jajam_e/Shutterstock)

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Capacidade pode estar ligada ao ritmo de idiomas específicos

No segundo experimento, os cientistas descobriram que apenas ouvir a frase sem uma resposta física não foi tão impactante. O resultado sugere que a batucada foi fundamental para que os participantes entendessem o que era falado.

De acordo com a equipe, “essas descobertas fornecem evidências do papel funcional do sistema motor no processamento da dinâmica temporal da fala naturalista”. Apesar dos resultados, os pesquisadores admitem que novas pesquisas são necessárias.

Hábito pode melhorar processamento da linguagem pelo cérebro (Imagem: Shutterstock/meeboonstudio)

Entre os pontos limitantes do estudo estava o fato dos participantes serem franceses. Isso porque pesquisas anteriores mostraram que a preparação rítmica pode estar ligada ao ritmo de idiomas específicos.

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Mapa 3D inédito pode revolucionar a compreensão do cérebro

Cientistas dos Estados Unidos criaram um mapa cerebral 3D com detalhes nunca vistos antes de um mamífero. Na imagem, é possível observar cerca de 75.000 neurônios identificados a partir do córtex de um camundongo.

O diagrama faz parte do programa MICrONS, coordenado por laboratórios do Instituto Allen de Ciência do Cérebro, da Universidade de Princeton e da Faculdade de Medicina Baylor. 

A iniciativa busca “revolucionar o aprendizado de máquina por meio da engenharia reversa dos algoritmos do cérebro”. Assim, os dados podem fornecer novos insights sobre como funciona o órgão do sistema nervoso central que controla a maioria das atividades do corpo.

Pesquisadores tiraram fotos em alta resolução de cada fatia usando microscópios eletrônicos (Imagem: MICrONS/Reprodução)

Como foi feito o mapa?

O tecido analisado é menor que um grão de areia e foi reconstruído para melhorar a compreensão da inteligência, da consciência e de condições neuronais como Alzheimer, Parkinson, autismo e esquizofrenia.

A equipe usou microscópios especializados para registrar a atividade cerebral na região-alvo enquanto o animal assistia a vários filmes e clipes do YouTube. Depois, o milímetro cúbico do cérebro foi fatiado em 25.000 camadas, cada uma com 1/400 da largura de um fio de cabelo humano.

A partir daí, os pesquisadores tiraram fotos em alta resolução de cada fatia usando microscópios eletrônicos. Por fim, a reconstrução das células foi possível a partir do uso de inteligência artificial e aprendizado de máquina.

“Há todos os tipos de regras de conexão que conhecíamos de várias áreas da neurociência e, dentro da reconstrução em si, podemos testar as teorias antigas e esperar encontrar coisas novas que ninguém jamais viu antes”, disse o Dr. Clay Reid, pesquisador sênior e neurobiólogo do Instituto Allen, ao jornal The Guardian.

Milímetro cúbico do cérebro foi fatiado em 25.000 camadas (Imagem: MICrONS/Reprodução)

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Novas descobertas

Os cientistas descobriram que as células inibitórias – aquelas que suprimem a atividade neural – são altamente seletivas, criando uma espécie de cooperação, e não funcionam como uma simples força que amortece a ação de outras células.

“Estamos descrevendo uma espécie de mapa do Google ou planta baixa desse grão de areia. No futuro, poderemos usar isso para comparar a fiação cerebral de um camundongo saudável com a fiação cerebral de um modelo de doença”, afirmou o Dr. Nuno da Costa, pesquisador associado do Instituto Allen, ao jornal.

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Cérebro de camundongo é mapeado em nível inédito

Um grupo de mais de 100 cientistas alcançou um feito que, há poucas décadas, era tido como inviável: registrar a atividade celular e mapear a estrutura de um milímetro cúbico do cérebro de um camundongo. A região analisada representa menos de 1% do volume total do órgão, mas contém cerca de 200 mil neurônios conectados por mais de 500 milhões de sinapses. A conquista foi publicada na revista Nature e soma 1,6 petabytes de dados, equivalente a 22 anos de vídeo em alta definição sem interrupções.

O projeto faz parte da iniciativa MICrONS (Machine Intelligence from Cortical Networks), financiada pelo governo dos Estados Unidos desde 2016. A pesquisa é liderada por cientistas do Allen Institute for Brain Science, da Universidade de Princeton e do Baylor College of Medicine. O objetivo original era ousado: desvendar as conexões neurais de uma pequena área do cérebro de um camundongo, que recebe sinais visuais e os transforma em imagens.

Uma pequena fração dos neurônios que foram mapeados em um milímetro cúbico do cérebro de um camundongo (Imagem: Allen Institute)

Mapeamento detalhado e reconstrução em 3D

  • O processo exigiu uma combinação de técnicas avançadas de microscopia, inteligência artificial e análise de dados.
  • Após registrar a atividade neuronal enquanto o animal assistia a vídeos com paisagens, o tecido cerebral foi estabilizado com compostos químicos e cortado em 28 mil lâminas ultrafinas.
  • Cada fatia foi fotografada, e algoritmos foram treinados para identificar os contornos celulares e reconstruí-los em três dimensões.
  • O resultado permitiu identificar padrões antes desconhecidos de conexão neural, incluindo tipos específicos de neurônios inibitórios que se ligam apenas a determinadas outras células.
  • “Quando você começa a estudar o cérebro, tudo parece caótico. Mas encontrar regras de conexão é uma vitória”, afirmou Mariela Petkova, biofísica da Universidade de Harvard, que não participou da pesquisa.
  • Para Nuno da Costa, um dos líderes do projeto no Allen Institute, a visualização das células foi impactante: “Esses neurônios são absolutamente impressionantes — dá prazer vê-los se formando na tela”, relatou.
  • Segundo ele, a comparação com uma festa ajuda a ilustrar o avanço: “Imagine estar em um evento com 80 mil pessoas e poder ouvir todas as conversas, mas sem saber quem está falando com quem. Agora imagine que você descobre essas conexões — começa a fazer sentido”.

Próximo passo: o cérebro completo do camundongo

A equipe envolvida no MICrONS agora trabalha para ampliar o escopo e mapear todo o cérebro do camundongo, que possui aproximadamente 500 milímetros cúbicos. Com as técnicas atuais, esse processo pode levar décadas. No entanto, novos avanços já estão em andamento. Forrest Collman, também do Allen Institute, afirmou que o grupo conseguiu desenvolver um método para cortar seções ultrafinas de um cérebro inteiro, o que poderá acelerar o trabalho.

Ainda assim, mapear o cérebro humano permanece fora de alcance. Com volume cerca de mil vezes maior que o de um camundongo, o órgão humano representa um desafio que exige tecnologias ainda inexistentes. “O cérebro humano está, por enquanto, fora do que é possível”, disse Collman.

Cérebro humano ainda está longe de ser mapeado como o do camundongo foi (Imagem: Alexander Supertramp / Shutterstock.com)

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Aplicações futuras e desafios no financiamento

Apesar das limitações atuais, os pesquisadores acreditam que compreender com precisão o cérebro de camundongos pode ajudar no desenvolvimento de tratamentos mais eficazes para transtornos mentais. “Hoje, nossos métodos para manipular o sistema nervoso são grosseiros. Aplicamos uma droga e ela afeta tudo. Mas se pudermos agir diretamente em tipos específicos de células, teremos precisão”, explicou Sebastian Seung, neurocientista de Princeton e integrante do MICrONS.

O avanço ocorre em meio a cortes significativos no financiamento à ciência. O programa BRAIN, que apoia a iniciativa, sofreu uma redução de 40% em 2023 e mais 20% em 2024, após sanção do presidente Donald Trump. Para os especialistas, a continuidade de pesquisas desse porte depende de investimentos de longo prazo. “Precisamos de consistência e previsibilidade nos recursos para alcançar objetivos como esse”, afirmou Davi Bock, neurocientista da Universidade de Vermont.

Mesmo com os obstáculos, o marco estabelecido pelo MICrONS reforça a possibilidade de compreender, em profundidade, os circuitos que tornam possíveis o pensamento, a memória e a percepção — desafios que, por muito tempo, pareciam inalcançáveis.

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Estes hábitos podem prevenir o declínio cognitivo do seu cérebro

Pequenos ajustes no dia a dia podem ser cruciais para proteger o cérebro e retardar o declínio cognitivo. O jornal The New York Times relata que cientistas acreditam que até 45% dos casos de demência podem ser retardados ou prevenidos com a ajuda de algumas mudanças simples, às vezes surpreendentes, no comportamento.

Confira as 10 dicas essenciais do que podem ajudar a manter seu cérebro saudável:

Use um capacete

  • Proteger sua cabeça durante atividades como ciclismo, esqui ou motociclismo é uma das formas mais eficazes de evitar lesões cerebrais.
  • Traumas na cabeça, como concussões, podem contribuir para o desenvolvimento de encefalopatia traumática crônica (C.T.E.), uma condição que piora a cognição e, em alguns casos, leva à demência.
  • Usar capacete é um simples e eficaz passo para reduzir esses riscos e proteger a saúde cerebral a longo prazo.

Coloque protetores auriculares

  • A perda auditiva está associada a um maior risco de demência, uma vez que a parte do cérebro responsável pela audição está próxima da área que controla a memória.
  • Proteja sua audição utilizando protetores auriculares ao expor-se a sons altos, como ao cortar a grama ou usar ferramentas barulhentas.
  • Além disso, é fundamental realizar exames auditivos regulares, especialmente para pessoas com mais de 50 anos ou que estejam frequentemente expostas a ruídos altos.

Faça um exame de vista

  • A perda de visão está diretamente relacionada ao declínio cognitivo, com estudos mostrando que a maioria dos adultos com deficiência visual grave também apresenta sinais de demência.
  • Realizar exames oftalmológicos periódicos, principalmente após os 50 anos, e corrigir problemas de visão com óculos ou cirurgia pode prevenir o impacto negativo na cognição.
  • A visão desempenha um papel fundamental na saúde cerebral, e tratá-la adequadamente pode reduzir o risco de demência.

Mantenha-se em movimento

  • A atividade física regular é uma das melhores maneiras de manter o cérebro saudável.
  • O exercício aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro, melhorando a oxigenação e promovendo a regeneração celular.
  • Mesmo caminhar 30 minutos por dia pode trazer benefícios significativos.
  • Além disso, diminuir o tempo em que ficamos sentados também ajuda; levante-se a cada 20 minutos para evitar a inatividade prolongada e engajar o corpo de maneira contínua.
Exercícios físicos, mesmo que leves, além de benefícios ao corpo, ajudam a proteger o cérebro – Imagem: Cameron Prins / Shutterstock

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Controle seu colesterol

  • Manter os níveis de colesterol sob controle é essencial para a saúde do cérebro.
  • O colesterol “ruim”, presente em alimentos como carnes vermelhas, laticínios integrais e bebidas açucaradas, pode endurecer as artérias, limitando o fluxo sanguíneo para o cérebro e aumentando o risco de derrame e declínio cognitivo.
  • Uma dieta balanceada, rica em vegetais, frutas e grãos integrais, junto com exercícios regulares, pode ajudar a controlar o colesterol e prevenir problemas cerebrais.

Use fio dental todos os dias

  • A saúde bucal tem um impacto direto na saúde cerebral. A negligência na higiene dental pode levar a infecções que afetam os seios nasais e, eventualmente, o cérebro.
  • Além disso, estudos mostram que a doença gengival está associada ao aumento do risco de demência.
  • Escovar os dentes, usar fio dental regularmente e visitar o dentista anualmente são hábitos simples que podem prevenir problemas bucais e, por consequência, proteger a saúde cerebral.

Participe de um clube do livro ou grupo social

  • Manter uma vida social ativa é fundamental para preservar a saúde mental e prevenir o isolamento, que está ligado ao aumento do risco de depressão e demência.
  • Participar de clubes do livro, grupos de jardinagem ou até mesmo realizar encontros mensais com amigos e familiares pode manter a mente estimulada e a cognição afiada.
  • Um forte sistema de apoio social pode fazer uma grande diferença na saúde geral e na longevidade mental.

Use uma máscara para evitar a poluição

  • A poluição do ar tem efeitos negativos comprovados sobre o cérebro, e a exposição prolongada a partículas finas pode contribuir para o declínio cognitivo.
  • Durante dias de alta poluição, como em situações de fumaça de incêndios florestais ou condições climáticas adversas, usar uma máscara N95 ou cirúrgica pode reduzir a exposição a essas partículas prejudiciais.
  • Além disso, usar filtros de ar em casa pode ajudar a minimizar o impacto da poluição interna.
Contato com a poluição de grandes cidades pode ser danoso ao cérebro – Imagem: Anucha Naisuntorn/Shutterstock

Cuidado com o pescoço

  • O pescoço desempenha um papel vital no fornecimento de sangue para o cérebro.
  • Lesões no pescoço podem restringir esse fluxo sanguíneo, prejudicando a oxigenação cerebral e aumentando o risco de coágulos.
  • Para proteger o pescoço, evite movimentos bruscos, como torções repentinas ou massagens de “tecido profundo”.
  • Além disso, sempre use cinto de segurança ao dirigir para proteger sua coluna cervical e garantir um fluxo sanguíneo adequado para o cérebro.

Durma bem

  • O sono de qualidade é fundamental para a saúde do cérebro.
  • O descanso adequado ajuda a consolidar memórias, limpar resíduos celulares e renovar a energia do cérebro.
  • Para melhorar o sono, crie um ambiente propício ao descanso, com cortinas blackout se você trabalha à noite, e considere técnicas como meditação para reduzir a ansiedade.
  • Dormir o suficiente e manter uma rotina regular de sono é essencial para preservar a saúde cognitiva ao longo da vida.

Adotar essas dicas simples no dia a dia pode ter um grande impacto na preservação da saúde cerebral e na prevenção do declínio cognitivo.

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Telepatia? IA transforma ondas cerebrais em texto falado

Pesquisadores da Califórnia criaram um sistema de inteligência artificial que transforma as ondas cerebrais de pessoas com paralisia grave em palavras faladas.

Como descrito em um estudo da Nature Neuroscience, a tecnologia de IA funciona em tempo quase real e reconstrói o som da própria voz do paciente.

Entenda:

  • Uma neuroprótese de IA transforma ondas cerebrais de pacientes com paralisia grave em texto falado;
  • O processo leva apenas um segundo, e reconstrói o som da voz do próprio paciente;
  • O sistema foi treinado com dados de função cerebral combinados a um modelo de conversão de texto em fala;
  • Além de comunicar necessidades e pensamentos, o modelo de IA também pode ajudar a tornar a conexão entre pacientes com paralisia e seus entes queridos mais natural.
IA transforma ondas cerebrais em texto falado. (Imagem: Noah Berger/UC Berkeley Engineering)

De acordo com Gopala Anumanchipalli, co-investigador principal do estudo, a nova tecnologia neuroprostética traz a decodificação rápida de fala vista em dispositivos como a Alexa, da Amazon, e a Siri, da Apple, possibilitando “uma síntese de fala mais naturalista e fluente”.

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Neuroprótese de IA leva só 1 segundo para converter ondas cerebrais em fala

Para treinar o sistema de IA, a equipe usou dados de função cerebral de pacientes com paralisia tentando dizer uma série de palavras exibidas em uma tela. Em seguida, os pesquisadores mapearam a atividade neural diante de cada palavra e combinaram os dados a um modelo de conversão de texto em fala – criado com as vozes dos próprios pacientes antes da paralisia.

Em apenas 1 segundo, IA transforma pensamento em fala. (Imagem: Alexander Supertramp/Shutterstock)

Em um estudo realizado pela equipe em 2023, a neuroprótese levou oito segundos para emitir o texto falado após o paciente tentar dizer as palavras. Na demonstração mais recente (vídeo abaixo), já houve um grande avanço: a pausa diminuiu para apenas um segundo. E a equipe agora trabalha para acelerar ainda mais o processo e melhorar a expressividade da voz.

Ao transformar ondas cerebrais em palavras faladas, a neuroprótese pode não só ajudar os pacientes com paralisia a comunicar suas necessidades e pensamentos, mas também permitir uma conexão com amigos e família de forma mais natural. “É emocionante que os últimos avanços em IA estejam acelerando muito as interfaces cérebro-computador para uso prático no mundo real em um futuro próximo”, diz Edward Chang, co-autor sênior do estudo.

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Sem implantes: teclado usa IA e pode ser controlado pela mente

Uma parceria entre a Allianz Trade e a Inclusive Brains resultou no desenvolvimento de um teclado que pode ser controlado pela mente humana. O dispositivo usa o sistema Prometheus BCI para escrever mensagens a partir dos comandos cerebrais.

Alimentado por inteligência artificial, a tecnologia não é invasiva e não depende da instalação de implantes, por exemplo. O propósito da ferramenta é possibilitar uma maior inclusão de pessoas com deficiência ao mundo digital.

Como funciona o teclado

A interface do teclado é treinada com ondas cerebrais, movimentos e expressões faciais, movimentos oculares e uma variedade de outros sinais fisiológicos. O sistema interpreta todos esses sinais juntos e converte eles em comandos digitais.

Todo o sistema é controlado por comandos cerebrais (Imagem: nobeastsofierce/Shutterstock)

De acordo com os pesquisadores responsáveis pela ferramenta, a combinação de ondas cerebrais e movimentos faciais que a IA transforma em comandos são enviados para um computador. Isso permite que o usuário selecione letras para escrever.

Além disso, o sistema permite o preenchimento automático inteligente de palavras, bem como a correção de erros de digitação. Tudo isso funciona a partir da instalação de sensores no couro cabeludo ou na pele junto com uma webcam e um relógio inteligente. As informações são do UOL.

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Tecnologia já foi apresentada em várias partes do mundo (Imagem: reprodução/Inclusive Brains)

Tecnologia será disponibilizada com código aberto

  • O sistema Prometheus BCI ainda não está sendo comercializado.
  • O foco das empresas é realizar novas demonstrações da tecnologia para garantir maiores recursos.
  • Um dos objetivos é expandir as operações, beneficiando não apenas as pessoas com deficiência, mas toda a sociedade.
  • A Allianz Trade e a Inclusive Brains ainda se comprometem com o lançamento do algoritmo em código aberto.

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Estudo: depois de correr longas distâncias, algo ‘bizarro’ acontece com o cérebro

Diversos estudos já confirmaram os benefícios da prática da corrida para a nossa saúde. No entanto, um novo trabalho alerta que percorrer longas distâncias pode acabar trazendo alguns efeitos negativos para o cérebro.

De acordo com uma equipe de cientistas da Universidade do País Basco, na Espanha, os efeitos foram identificados em quem corre uma maratona (mais precisamente 42,195 quilômetros). Estes problemas persistem por um mês após este esforço.

Efeitos foram identificados no cérebro

  • Os pesquisadores identificaram uma ligação entre a realização de uma maratona e a redução acentuada na mielina protetora que envolve as fibras nervosas, os axônios, no cérebro.
  • Essa camada isolante é fundamental para facilitar a transmissão de sinais elétricos no cérebro e na medula espinhal.
  • A perda de mielina ainda é um sinal de muitas condições neurológicas, incluindo acidente vascular cerebral e esclerose múltipla.
  • No entanto, os cientistas destacam que não há evidências de que correr uma maratona seja prejudicial à função cognitiva de curto ou longo prazo.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Nature Metabolism.
Estrutura do cérebro apresentou modificações em corredores de maratonas (Imagem: Edit 4 Me/Shutterstock)

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Estoque de mielina foi consumido durante a maratona

O experimento foi realizado com 10 corredores, sendo oito homens e duas mulheres, com idades entre 45 e 73 anos. Durante o trabalho, os pesquisadores analisaram exames de ressonância magnética do cérebro dos participantes antes da corrida e novamente 48 horas após a maratona.

Eles identificaram que em uma dúzia de áreas do cérebro, em regiões associadas à coordenação motora, sentidos e emoções, a mielina havia sido esgotada após o esforço. Os cientistas explicam que, quando as fontes de energia do corpo, como o glicogênio, que é armazenado nos músculos e no fígado, são usadas, inicia-se a queima de gordura.

Níveis de mielina voltaram ao normal após dois meses da corrida (Imagem: Maria Markevich/Shutterstock)

E a mielina é composta de 70 a 80% de lipídios. Em outras palavras, os maratonistas queimam a gordura armazenada até mesmo nos cérebros. Apesar das descobertas, exames adicionais mostraram que a mielina voltou ao nível normal dois meses após a corrida.

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Brain rot: “cérebro podre” está por trás de tática dos jovens para estudar melhor

Em 2024, especialistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, escolheram “brain rot” como o “termo do ano”. Ao pé da letra, “brain rot” quer dizer “cérebro podre” ou “cérebro apodrecido”, sendo um termo amplamente utilizado nas redes sociais, principalmente pelos jovens – que agora estão usando esse “problema” para irem bem na hora de estudar.

Mas antes de entender melhor do que estamos falando, vamos deixar bem claro o que é “brain rot”. Ficar vários minutos passando pelo feed do Instagram ou assistindo a vídeos do TikTok… então, esses minutos viram horas e, ao se dar conta, a gente sente um vazio existencial. Isso é o “brain rot”.

O Dicionário de Oxford (publicado pela universidade) define esse termo da seguinte maneira: “a suposta deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa, especialmente quando resultado do consumo excessivo de material (principalmente online) considerado trivial ou pouco desafiador”. Então, como isso poderia ajudar na educação?

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Uma reportagem do G1 traz que os alunos estão transformando textos acadêmicos em narrativas simplificadas acompanhadas de imagens visualmente estimulantes – mas frequentemente sem conexão lógica com o material de fato. Isso oferece um conteúdo semelhante aos que aparecem quando “rolamos o feed” do TikTok.

Para estudar “rolando o feed”

O processo é simples: plataformas como Coconote, Raena ou PDF to Brain Rot permitem que o aluno envie um arquivo PDF. Em segundos, o sistema gera um vídeo com uma voz robótica lendo o texto enquanto exibe cenas vibrantes de jogos populares, memes ou animações relaxantes.

Essa abordagem atrai justamente pelo apelo visual. Acostumados ao consumo rápido de informações nas redes sociais, os estudantes buscam formas de “gamificar” o aprendizado, liberando dopamina (o hormônio da felicidade) por meio de estímulos visuais constantes. No entanto, especialistas alertam que essa prática pode trazer consequências negativas.

Isso inclui a falsa sensação de aprendizado. Não há garantia de retenção do conteúdo a longo prazo. Atividades como anotar ou resolver exercícios, que ativam regiões cerebrais fundamentais para consolidar conhecimentos, acabam sendo desprezadas. Já a superficialidade elimina nuances importantes, dificultando o desenvolvimento da análise.

Há também uma sobrecarga cognitiva (tendo em vista os inúmeros estímulos visuais que aparecem junto à mensagem principal). A leitura também é afetada, com os alunos perdendo ainda mais o hábito de ler com o passar do tempo.

Aliás, essa dificuldade de análise e outros detalhes relacionados aos impactos cognitivos do “brain rot” foram tema da Coluna Olhar do Amanhã em dezembro do ano passado. Você pode conferir abaixo:

Equilíbrio para não apodrecer o cérebro

Os próprios jovens têm relatado nas redes sociais que utilizam esses vídeos “brain rot” como substitutos à leitura tradicional para estudar. Os especialistas apontam que, enquanto a tecnologia pode ser uma ferramenta útil, seu uso excessivo ou inadequado pode prejudicar o desenvolvimento acadêmico e cognitivo.

Em vez de demonizar as plataformas de inteligência artificial ou ignorá-las completamente, educadores e pais devem abrir espaço para discutir o tema com os alunos. De certo modo, o verdadeiro desafio está em equilibrar inovação tecnológica com métodos de estudo eficazes e sustentáveis.

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