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Estudo: depois de correr longas distâncias, algo ‘bizarro’ acontece com o cérebro

Diversos estudos já confirmaram os benefícios da prática da corrida para a nossa saúde. No entanto, um novo trabalho alerta que percorrer longas distâncias pode acabar trazendo alguns efeitos negativos para o cérebro.

De acordo com uma equipe de cientistas da Universidade do País Basco, na Espanha, os efeitos foram identificados em quem corre uma maratona (mais precisamente 42,195 quilômetros). Estes problemas persistem por um mês após este esforço.

Efeitos foram identificados no cérebro

  • Os pesquisadores identificaram uma ligação entre a realização de uma maratona e a redução acentuada na mielina protetora que envolve as fibras nervosas, os axônios, no cérebro.
  • Essa camada isolante é fundamental para facilitar a transmissão de sinais elétricos no cérebro e na medula espinhal.
  • A perda de mielina ainda é um sinal de muitas condições neurológicas, incluindo acidente vascular cerebral e esclerose múltipla.
  • No entanto, os cientistas destacam que não há evidências de que correr uma maratona seja prejudicial à função cognitiva de curto ou longo prazo.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Nature Metabolism.
Estrutura do cérebro apresentou modificações em corredores de maratonas (Imagem: Edit 4 Me/Shutterstock)

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Estoque de mielina foi consumido durante a maratona

O experimento foi realizado com 10 corredores, sendo oito homens e duas mulheres, com idades entre 45 e 73 anos. Durante o trabalho, os pesquisadores analisaram exames de ressonância magnética do cérebro dos participantes antes da corrida e novamente 48 horas após a maratona.

Eles identificaram que em uma dúzia de áreas do cérebro, em regiões associadas à coordenação motora, sentidos e emoções, a mielina havia sido esgotada após o esforço. Os cientistas explicam que, quando as fontes de energia do corpo, como o glicogênio, que é armazenado nos músculos e no fígado, são usadas, inicia-se a queima de gordura.

Níveis de mielina voltaram ao normal após dois meses da corrida (Imagem: Maria Markevich/Shutterstock)

E a mielina é composta de 70 a 80% de lipídios. Em outras palavras, os maratonistas queimam a gordura armazenada até mesmo nos cérebros. Apesar das descobertas, exames adicionais mostraram que a mielina voltou ao nível normal dois meses após a corrida.

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Brain rot: “cérebro podre” está por trás de tática dos jovens para estudar melhor

Em 2024, especialistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, escolheram “brain rot” como o “termo do ano”. Ao pé da letra, “brain rot” quer dizer “cérebro podre” ou “cérebro apodrecido”, sendo um termo amplamente utilizado nas redes sociais, principalmente pelos jovens – que agora estão usando esse “problema” para irem bem na hora de estudar.

Mas antes de entender melhor do que estamos falando, vamos deixar bem claro o que é “brain rot”. Ficar vários minutos passando pelo feed do Instagram ou assistindo a vídeos do TikTok… então, esses minutos viram horas e, ao se dar conta, a gente sente um vazio existencial. Isso é o “brain rot”.

O Dicionário de Oxford (publicado pela universidade) define esse termo da seguinte maneira: “a suposta deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa, especialmente quando resultado do consumo excessivo de material (principalmente online) considerado trivial ou pouco desafiador”. Então, como isso poderia ajudar na educação?

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Uma reportagem do G1 traz que os alunos estão transformando textos acadêmicos em narrativas simplificadas acompanhadas de imagens visualmente estimulantes – mas frequentemente sem conexão lógica com o material de fato. Isso oferece um conteúdo semelhante aos que aparecem quando “rolamos o feed” do TikTok.

Para estudar “rolando o feed”

O processo é simples: plataformas como Coconote, Raena ou PDF to Brain Rot permitem que o aluno envie um arquivo PDF. Em segundos, o sistema gera um vídeo com uma voz robótica lendo o texto enquanto exibe cenas vibrantes de jogos populares, memes ou animações relaxantes.

Essa abordagem atrai justamente pelo apelo visual. Acostumados ao consumo rápido de informações nas redes sociais, os estudantes buscam formas de “gamificar” o aprendizado, liberando dopamina (o hormônio da felicidade) por meio de estímulos visuais constantes. No entanto, especialistas alertam que essa prática pode trazer consequências negativas.

Isso inclui a falsa sensação de aprendizado. Não há garantia de retenção do conteúdo a longo prazo. Atividades como anotar ou resolver exercícios, que ativam regiões cerebrais fundamentais para consolidar conhecimentos, acabam sendo desprezadas. Já a superficialidade elimina nuances importantes, dificultando o desenvolvimento da análise.

Há também uma sobrecarga cognitiva (tendo em vista os inúmeros estímulos visuais que aparecem junto à mensagem principal). A leitura também é afetada, com os alunos perdendo ainda mais o hábito de ler com o passar do tempo.

Aliás, essa dificuldade de análise e outros detalhes relacionados aos impactos cognitivos do “brain rot” foram tema da Coluna Olhar do Amanhã em dezembro do ano passado. Você pode conferir abaixo:

Equilíbrio para não apodrecer o cérebro

Os próprios jovens têm relatado nas redes sociais que utilizam esses vídeos “brain rot” como substitutos à leitura tradicional para estudar. Os especialistas apontam que, enquanto a tecnologia pode ser uma ferramenta útil, seu uso excessivo ou inadequado pode prejudicar o desenvolvimento acadêmico e cognitivo.

Em vez de demonizar as plataformas de inteligência artificial ou ignorá-las completamente, educadores e pais devem abrir espaço para discutir o tema com os alunos. De certo modo, o verdadeiro desafio está em equilibrar inovação tecnológica com métodos de estudo eficazes e sustentáveis.

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Remédio em testes reduz risco de demência por Alzheimer 

Um medicamento ainda em fase de testes pode reduzir o risco de demência relacionada ao Alzheimer em pessoas na faixa dos 30, 40 ou 50 anos. É o que mostra um estudo liderado pela Knight Family Dominantly Inherited Alzheimer Network-Trials Unit (DIAN-TU), com sede na Washington University School of Medicine.

Os resultados do ensaio clínico sugerem que o tratamento precoce remove placas amiloides do cérebro muitos anos antes do surgimento dos sintomas em pessoas com maior chance de desenvolver a doença, atrasando o início da demência de Alzheimer.

O experimento foi feito em escala global e envolveu 73 pessoas com mutações genéticas raras e herdadas que causam a superprodução de amiloide no cérebro. Esse é um dos principais fatores que levam ao Alzheimer na meia-idade, segundo o artigo.

Randall J. Bateman conduziu ensaios clínicos por 8 anos (Imagem: WashU Medicine)

No subgrupo de 22 participantes que não tinham problemas cognitivos no início do estudo e que receberam o medicamento por mais tempo — uma média de oito anos — o risco de desenvolver sintomas caiu de 100% para cerca de 50%.

“Ainda não sabemos por quanto tempo eles permanecerão sem sintomas – talvez alguns anos ou talvez décadas. Para dar a eles a melhor oportunidade de permanecerem cognitivamente normais, continuamos o tratamento com outro anticorpo antiamiloide na esperança de que eles nunca desenvolvam sintomas”, disse o autor sênior, Randall J. Bateman.

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Contratempos

O estudo faz parte do primeiro teste de prevenção de Alzheimer no mundo, conhecido como Knight Family DIAN-TU-001. A pesquisa foi lançada em 2012 para avaliar medicamentos antiamiloides como terapias preventivas para a doença de Alzheimer.

O teste chegou a ser paralisado por causa de resultados divergentes, já que alguns participantes tiveram problemas cognitivos leves, enquanto outros não tiveram nenhum. O laboratório Roche descontinuou a fabricação do gantenerumab em 2022, e os médicos substituíram a medicação pelo lecanemab.

Rorche descontinuou remédio usado na pesquisa global (Imagem: hapabapa/iStock)

O gantenerumabe e outros antiamiloides foram associados a um efeito colateral conhecido como ARIA. As anormalidades são detectáveis ​​em exames cerebrais e representam pequenas manchas de sangue no cérebro ou inchaço localizado do cérebro.

No entanto, não houve eventos adversos com risco de vida e nenhuma morte. No geral, o perfil de segurança do gantenerumabe na extensão foi semelhante ao do ensaio original e em outros ensaios clínicos de gantenerumabe, disseram os pesquisadores.

Agora, a conclusão dos testes depende de financiamento do National Institutes of Health (NIH). Enquanto isso, a universidade está recrutando voluntários para um novo experimento com o medicamento.

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Vitamina B12 e cérebro: estudo alerta para possível impacto na saúde cognitiva

A relação entre os níveis de vitamina B12 e a saúde cognitiva tem sido objeto de investigação em diversos estudos. Uma pesquisa recente, publicada na Annals of Neurology, analisou a presença dessa vitamina no organismo de idosos e sua influência no funcionamento do sistema nervoso central. Os resultados sugerem que os valores atualmente considerados normais podem não ser suficientes para prevenir o declínio cognitivo.

A pesquisa acompanhou adultos saudáveis, com idade média de 71 anos, e revelou que aqueles com níveis mais baixos de B12 apresentaram processamento cognitivo e visual mais lentos. Além disso, houve uma maior incidência de lesões na substância branca do cérebro, condição que pode estar associada a problemas como demência e AVC.

Estudo ofereceu novas perspectivas sobre a influência dos níveis de vitamina B12 em problemas cerebrais e cognitivos (Imagem: Roman Zaiets/Shutterstock)

Apesar da relevância dos achados, especialistas ressaltam que o estudo é observacional, ou seja, não estabelece uma relação de causa e efeito.

Vitamina B12 e a saúde cerebral

  • A vitamina B12 é fundamental para diversas funções do organismo, incluindo a síntese de DNA, a formação dos glóbulos vermelhos e o funcionamento do sistema nervoso.
  • Apesar disso, um novo estudo publicado no Annals of Neurology indica que os limites atualmente considerados saudáveis para essa vitamina podem não ser adequados para garantir a saúde cognitiva.
  • A pesquisa, liderada pela Universidade da Califórnia, analisou os efeitos da vitamina B12 em 231 participantes com idade média de 71 anos.
  • Todos tinham níveis da vitamina acima do mínimo recomendado, mas ainda assim apresentaram relação entre a B12 e a cognição.

Impacto da vitamina B12 na cognição

Os pesquisadores observaram que níveis baixos da forma ativa da vitamina B12 estavam associados a um processamento cognitivo mais lento, especialmente em idosos. O exame de ressonância magnética revelou também que esses indivíduos apresentavam mais danos na substância branca do cérebro, uma região essencial para a comunicação entre neurônios.

Além disso, altos níveis da forma inativa da B12 foram correlacionados com uma maior presença da proteína tau, ligada a doenças neurodegenerativas como o Alzheimer.

A opinião dos especialistas

Para entender melhor a relevância do estudo, consultamos dois médicos especialistas na área de nutrologia.

O Dr. Matheus Azevedo, especialista em nutrologia e medicina anti aging, aponta que o estudo reforça uma discussão sobre os valores de referência da vitamina. “A pesquisa sugere que os níveis considerados normais de vitamina B12 podem não ser suficientes para prevenir o declínio cognitivo. Isso indica a necessidade de revisão dos valores de referência, já que, na prática clínica, buscamos manter os níveis acima de 500 pg/mL”, afirma.

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Níveis ideais de vitamina B12 hoje flutuam entre valores acima de 300 pg/mL e 500 pg/mL (Imagem: CeltStudio / Shutterstock.com)

O Dr. Neto Borghi, nutrólogo integrativo e especialista em emagrecimento, vitaminas e hormônios, destaca que a pesquisa levanta uma questão importante, mas é fundamental interpretá-la com cautela.

“Esse estudo analisou a relação entre os níveis de vitamina B12 e a saúde do sistema nervoso central, encontrando uma associação entre baixos níveis e alterações cerebrais. No entanto, é um estudo observacional, ou seja, ele apenas aponta uma correlação, sem provar que a falta de B12 causa declínio cognitivo”, explica Borghi.

Segundo ele, outros fatores podem influenciar esses resultados. “Pode ser que os idosos com níveis mais altos de B12 tenham uma condição socioeconômica melhor, o que lhes garante uma alimentação mais equilibrada e maior acesso à saúde. Isso por si só poderia explicar a melhor saúde cognitiva”, ressalta o médico. Ele também enfatiza que, para comprovar os efeitos da suplementação de B12 na função cerebral, seriam necessários ensaios clínicos que avaliassem diretamente essa intervenção.

Como identificar uma deficiência de B12

Os exames laboratoriais são a forma mais precisa de avaliar os níveis de vitamina B12 no organismo. Segundo o Dr. Neto Borghi, o valor de referência pode variar entre laboratórios, mas o ideal é que fique acima de 300 pg/mL. “Alguns estudos indicam que níveis acima de 400 ou 500 podem ser mais adequados à saúde do sistema nervoso central”, comenta.

Sinais como cansaço, fraqueza sem motivo aparente, formigamento nas mãos e nos pés, perda de memória, alterações de humor e anemia podem indicar uma deficiência da vitamina. Dr. Azevedo acrescenta que sintomas gastrointestinais, como perda de apetite e constipação, também podem estar associados à baixa de B12.

A identificação de níveis saudáveis de vitamina B12 e sinais de alerta envolve a realização de exames laboratoriais. Os níveis sanguíneos de referência podem variar, mas geralmente, níveis abaixo de 200 pg/mL são considerados deficientes.

Dr. Matheus Azevedo, especialista em nutrologia e medicina anti aging

Apesar desta recomendação, ele destaca que, na prática clínica, busca-se manter níveis de vitamina B12 superiores a 500 pg/mL.

A importância da vitamina B12 para a saúde

A vitamina B12 é essencial para diversas funções vitais do organismo. Ela participa da formação dos glóbulos vermelhos, prevenindo a anemia megaloblástica, que pode causar cansaço e fraqueza. Além disso, tem papel crucial na manutenção da mielina, a substância que reveste os nervos e garante a transmissão adequada dos impulsos nervosos.

Borghi explica que uma deficiência prolongada pode levar a danos neurológicos irreversíveis. “Quando os níveis de B12 estão muito baixos, o paciente pode apresentar sintomas como formigamento nas extremidades, dificuldade de memória e até alterações no equilíbrio”, esclarece.

A principal fonte de vitamina B12 são os alimentos de origem animal, como carnes, peixes, ovos e laticínios. Por isso, vegetarianos e veganos devem ter uma atenção especial e, muitas vezes, necessitam de suplementação.

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Alimentos ricos em vitamina B12 incluem – entre outros – carnes, peixes, ovos e laticínios (Imagem: Tatjana Baibakova / Shutterstock.com)

Estudo não é conclusivo, mas deixa alerta

Embora o estudo publicado na Annals of Neurology traga informações relevantes sobre a vitamina B12 e sua influência na saúde cognitiva, especialistas reforçam que ele não é conclusivo. A relação entre os níveis da vitamina e a saúde do sistema nervoso ainda precisa de mais investigações, especialmente através de ensaios clínicos.

Enquanto isso, manter uma alimentação equilibrada e monitorar os níveis de B12 é essencial para a prevenção de doenças neurológicas e anemia.

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Microsoft quer criar IA capaz de simular raciocínio do cérebro

Um novo modelo de inteligência artificial capaz de simular os poderes de raciocínio dos cérebros de mamíferos. Este é o objetivo de uma nova parceria firmada entre a Microsoft e a inait, uma startup suíça de IA.

A iniciativa visa aproveitas as duas décadas de pesquisa em neurociência digital para espelhar a inteligência biológica e melhorar as capacidades da tecnologia. A ideia é que a ferramenta aprenda com experiências do mundo real, em vez de se basear na identificação de correlações em dados preexistentes.

Criação de uma réplica do cérebro humano

  • O acordo faz parte dos esforços para criar uma IA inovadora a partir da ideia que o nosso cérebro é a única forma comprovada de inteligência.
  • No setor financeiro, a parceria se concentrará em fornecer algoritmos de negociação avançados, ferramentas de gestão de risco e aconselhamento personalizado.
  • Já na robótica, ajudará a desenvolver máquinas para manufatura industrial que sejam mais adaptáveis a ambientes complexos e dinâmicos.
  • Apesar dos potenciais, a abordagem enfrenta vários obstáculos.
  • Entre eles está a complexidade e a intensividade de recursos para construir uma réplica do cérebro humano.
Ferramenta teria a capacidade de aprender com experiências do mundo real (Imagem: Alexander Supertramp/Shutterstock)

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Ferramenta revolucionaria o setor de IA

Segundo cientistas, modelos de IA baseados em simulações cerebrais têm o potencial de consumir menos energia e aprender muito mais rápido do que os modelos de reforço profundo existentes, continuando a fazê-lo uma vez implementados para um cliente.

A tecnologia de simulação desenvolvida durante o projeto da startup suíça está sendo disponibilizada por meio de uma combinação de produtos gratuitos e por assinatura do Open Brain Institute. Essa poderia ser a porta de entrada para simulações personalizadas que permitam aos cientistas investigar e entender melhor condições neurológicas, como o autismo.

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Nova IA seria ainda mais eficiente do que os modelos atuais (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

Os pesquisadores esperam construir sobre o conhecimento de projetos como o mapa do cérebro de uma mosca da fruta adulta revelado no ano passado. Estas iniciativas visam estabelecer um atlas de “conectomas”, um conjunto de caminhos para o fluxo de informações entre as células neuronais que compõem o cérebro e as sinapses que as ligam.

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Veja o que acontece com seu cérebro quando você tira uma pausa das redes sociais

Nos últimos anos, as redes sociais se tornaram parte essencial da rotina de milhões de pessoas. Checar notificações, rolar o feed e interagir com postagens já se tornaram hábitos automáticos, muitas vezes feitos sem perceber.

No entanto, o uso excessivo dessas plataformas pode impactar negativamente a saúde mental e o funcionamento do cérebro, levando a sintomas como ansiedade, estresse e até dificuldades de concentração.

Mas o que acontece quando tiramos uma pausa das redes sociais? Estudos indicam que reduzir o tempo de uso dessas plataformas pode trazer benefícios significativos para o bem-estar, ajudando a melhorar a cognição, o humor e até a qualidade do sono. Confira a seguir algumas das mudanças que ocorrem no seu cérebro quando você se desconecta por um tempo.

O que acontece com seu cérebro quando você dá uma pausa das redes sociais?

Menos ansiedade e estresse

As redes sociais podem ser uma fonte constante de estímulos estressantes. Comparação com outras pessoas, notícias negativas e a necessidade de manter uma presença digital ativa podem aumentar a ansiedade e o estresse.

Imagem: NDAB Creativity/Shutterstock

Quando você reduz o tempo nas redes, os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, tendem a diminuir, ajudando seu cérebro a entrar em um estado de maior relaxamento e equilíbrio emocional.

Melhora na concentração e produtividade

O uso excessivo das redes sociais afeta diretamente a capacidade de concentração. As notificações constantes e o hábito de alternar entre aplicativos reduzem a atenção sustentada, tornando mais difícil focar em tarefas importantes.

Ao tirar uma pausa, seu cérebro recupera a capacidade de manter o foco por períodos mais longos, aumentando a produtividade e melhorando a eficiência no trabalho ou nos estudos.

Aumento da criatividade

(Imagem: Vitória Gomez via DALL-E/Olhar Digital)

O excesso de informações consumidas diariamente nas redes pode sobrecarregar o cérebro, reduzindo o espaço mental necessário para a criatividade. Quando você se afasta das redes sociais, o cérebro tem mais tempo para processar ideias de forma livre, favorecendo a criatividade e o pensamento original.

Muitas pessoas relatam que, após um tempo offline, conseguem desenvolver novas perspectivas e insights inovadores.

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Melhora na qualidade do sono

O uso das redes sociais antes de dormir pode prejudicar a qualidade do sono, pois a luz azul das telas interfere na produção de melatonina, o hormônio responsável por regular o ciclo do sono.

Além disso, o estímulo constante pode deixar o cérebro em estado de alerta, dificultando o relaxamento. Ao reduzir o uso das redes, especialmente à noite, é possível dormir melhor e acordar mais descansado.

Maior conexão com o mundo real

Pessoa de pé com braços abertos em plantação de girassóis durante pôr-do-sol
(Imagem: denis_333/Adobe Stock)

O tempo gasto nas redes sociais muitas vezes substitui interações presenciais e momentos de lazer fora das telas. Quando você se desconecta, passa a dar mais atenção às pessoas ao seu redor, fortalecendo relações interpessoais e melhorando a sensação de pertencimento.

Além disso, dedicar mais tempo a atividades físicas, leituras ou hobbies pode contribuir para um maior equilíbrio emocional.

Redução da necessidade de validação externa

O sistema de curtidas, comentários e compartilhamentos nas redes sociais ativa os centros de recompensa do cérebro, estimulando a liberação de dopamina, o neurotransmissor associado ao prazer. Com o tempo, isso pode criar uma dependência emocional da aprovação digital.

Ao tirar uma pausa, o cérebro se reajusta, permitindo que você encontre satisfação em atividades que não dependem da validação externa.

Autopercepção mais saudável

O consumo excessivo de conteúdos nas redes pode levar a uma percepção distorcida da realidade, aumentando sentimentos de inadequação e insatisfação pessoal. Quando você reduz o uso dessas plataformas, diminui a exposição a padrões irreais e começa a desenvolver uma visão mais equilibrada sobre si mesmo e sobre a vida.

Fazer uma pausa das redes sociais pode ser desafiador no início, mas os benefícios para o cérebro e para o bem-estar geral compensam a experiência. Seja reduzindo o tempo de uso ou desconectando-se completamente por alguns dias, dar um respiro digital pode trazer mais equilíbrio, clareza mental e qualidade de vida.

Com informações de Harvard Summer School.

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Com que idade o nosso cérebro começa a se degradar? Estudo responde

O envelhecimento do cérebro contribui para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer. Por isso, diversos cientistas tentam entender exatamente quando a capacidade cerebral começa a ser reduzida.

Agora, um estudo realizado pela Universidade Stony Brook, nos Estados Unidos, apresentou uma resposta para esta questão. Os pesquisadores revelaram um período em que o cérebro passa por um estresse metabólico significativo.

Resistência neuronal à insulina é a principal causa do declínio

  • O trabalho analisou mais de 19.300 pacientes e descobriu que o envelhecimento cerebral segue uma trajetória não linear.
  • Os primeiros sinais de degeneração aparecem por volta dos 44 anos, com uma aceleração significativa aos 67 anos e estabilizando-se na faixa dos 90.
  • Segundo a equipe, a resistência neuronal à insulina é o principal fator desse declínio.
  • As descobertas podem ajudar a criar novas formas de retardar o envelhecimento cerebral.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista PNAS.
Cérebro vai enfraquecendo com o passar dos anos (Imagem: Alexander Supertramp/Shutterstock)

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É possível retardar o envelhecimento do cérebro?

Durante a pesquisa, os cientistas ainda testaram formas de reduzir o declínio cerebral. Um experimento com 101 participantes demonstrou que a administração de suplementos criados com moléculas produzidas pelo fígado como fonte alternativa de energia para os neurônios estabilizou a degradação cerebral. Os maiores efeitos foram observados entre os 40 e 59 anos.

Os pesquisadores sugerem que intervenções metabólicas, como dietas cetogênicas ou suplementos de cetona, podem ser eficazes na preservação da função cerebral se iniciadas precocemente. Na meia-idade, os neurônios sofrem estresse metabólico, mas ainda estão vivos.

Cérebro se desfazendo devido à demência
Descoberta pode ajudar no combate contra a demência (Imagem: Naeblys/Shutterstock)

Por isso, a equipe defende que a identificação precoce da resistência à insulina no cérebro, combinada com intervenções específicas, pode representar um grande avanço. Em outras palavras, esta pode ser uma importante descoberta para prevenir casos de demência.

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Por que não conseguimos fazer cócegas em nós mesmos? A ciência explica!

As cócegas são uma sensação curiosa: podem ser divertidas, mas também desconfortáveis. E, por mais que tente, você nunca consegue fazer cócegas em si mesmo. O motivo? Seu cérebro já sabe o que vai acontecer e ignora a sensação antes mesmo de senti-la.

Segundo o neurocientista David Eagleman, da Universidade de Stanford, o cérebro não reage apenas ao presente, mas também prevê o futuro. Quando tentamos nos fazer cócegas, o sistema nervoso antecipa o estímulo e reduz sua resposta, tornando a sensação ineficaz.

Esse mecanismo é essencial para evitar distrações com estímulos previsíveis e permitir que o cérebro se concentre no inesperado. É por isso que, quando outra pessoa nos faz cócegas, o toque ativa áreas ligadas à surpresa e ao riso involuntário, tornando a experiência bem diferente.

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O cérebro prevê antes de sentir

Sempre que você faz um movimento, seu cérebro não apenas comanda os músculos, mas também avisa antecipadamente outras áreas responsáveis pelas sensações. Esse aviso prévio, chamado de “cópia de eferência”, evita que o corpo se surpreenda com suas próprias ações.

Cócegas podem ter evoluído como um mecanismo de defesa? Nosso cérebro reage ao toque inesperado para nos proteger (Imagem: fizkes/Shutterstock)

Se você pega um lápis, o cérebro envia sinais para a mão e, ao mesmo tempo, informa o córtex somatossensorial e o córtex visual sobre o que está prestes a acontecer. Dessa forma, o toque e a visão do lápis são percebidos como esperados, sem causar reações exageradas.

O mesmo ocorre com as cócegas: como o cérebro prevê o toque autoinduzido, ele reduz sua intensidade, tornando a sensação ineficaz. Esse mecanismo, além de curioso, é essencial para que o corpo controle melhor seus sentidos e reaja apenas a estímulos inesperados.

O cérebro foca no inesperado

O cérebro ignora estímulos previsíveis para priorizar o que pode ser relevante. Por exemplo, se você fecha a porta de um carro e escuta um som diferente do esperado, seu cérebro percebe o erro imediatamente. Essa capacidade de detectar mudanças foi destacada pelo neurocientista David Schneider, da Universidade de Nova York, em entrevista à revista especializada Live Science.

O cérebro antecipa, bloqueia e até decide quando as cócegas viram risada (Imagem: Alexander Supertramp/Shutterstock)

O mesmo acontece com sons repetitivos, como passos. O cérebro reduz a percepção dos próprios movimentos, mas se alguém caminha atrás de você, a atenção se volta para esse novo estímulo. Como explicou Schneider, isso ocorre porque mudanças inesperadas podem representar riscos à sobrevivência.

Esse fenômeno não é exclusivo dos humanos. Pesquisas com camundongos mostram que seus cérebros quase não reagem ao som de seus próprios passos. No entanto, quando um ruído idêntico vem de uma fonte externa, a resposta neural é intensa.

No fim, seja em humanos ou em animais, o cérebro funciona como um filtro, priorizando o que realmente importa – seja uma ameaça ou apenas uma surpresa.

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