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Super Bowl da IA? Evento badalado da Nvidia promete revelar futuro da tecnologia

A primeira conferência de desenvolvedores da Nvidia aconteceu em 2009, como uma espécie de pequena feira de ciência para profissionais do setor. Esta semana, a empresa sedia um novo evento, mas tudo mudou. Agora, a Nvidia é uma gigante do setor de chips e deve atrair mais de 25 mil pessoas para escutar o CEO Jensen Huang palestrar sobre o futuro da inteligência artificial.

A conferência Nvidia GTC começa nesta terça-feira (18) e será sediada na arena da National Hockey League (liga americana de hóquei) em San Jose, na Califórnia.

Um dos destaques do evento será Jensen Huang, CEO e fundador da Nvidia (Imagem: jamesonwu1972/Shutterstock)

Evento da Nvidia promete revelar futuro da IA

De acordo com o The New York Times, o evento deve receber mais de 25 mil pessoas, incluindo líderes do setor de tecnologia, como o CEO da Dell, Michael Dell, e o cofundador da DreamWorks, Jeffrey Katzenberg. A conferência é tão ‘badalada’ que fez os preços dos hotéis na cidade subirem para US$ 1.800 por dia (cerca de R$ 10.300, na conversão direta).

Segundo Ali Farhadi, presidente-executivo do Allen Institute for Artificial Intelligence, que também estará presente no evento, a Nvidia fabrica os chips que são como “oxigênio para IA”. Por isso, as pessoas estarão atentas para saber sobre as novidades da empresa.

Além das apresentações, a feira também deve funcionar como uma vitrine de produtos, incluindo grandes modelos de linguagem, robôs humanoides e carros autônomos.

Nvidia também deve dar detalhes sobre seu próximo chip de IA, Rubin (Imagem: Antonio Bordunovi/iStock)

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O que esperar do Nvidia GTC

Durante o evento, a Nvidia deve dar detalhes sobre sua próxima geração de chips, batizada de Rubin, com desempenho até 30 vezes mais rápido. O Olhar Digital reportou essa novidade aqui. A expectativa é que a empresa tranquilize seus clientes (que incluem Amazon, Google e Meta) sobre as potencialidades e desempenho da tecnologia.

Outra grande expectativa está no próprio CEO, Jensen Huang. O NYT o compara com Steve Jobs, da Apple, por sua capacidade de dar discursos envolventes. Só que, ao contrário de Jobs, Huang não ensaia o que vai falar. Veja o que esperar:

  • A ascensão da IA veio acompanhada de investimentos bilionários, mas há uma dúvida generalizada no setor: será que essa dívida vai se pagar? O receio aumentou ainda mais após o surgimento da DeepSeek, modelo chinês que alega ser muito mais barato que os rivais americanos;
  • De acordo com Patrick Moorhead, fundador da empresa de pesquisa de tecnologia Moor Insights & Strategy, espera-se que o executivo tranquilize pessoas do setor de IA em relação ao potencial da tecnologia;
  • Ele deve falar sobre como as companhias estão fornecendo serviços úteis para o público, como agentes de IA (capazes de executar tarefas de forma autônoma), e sobre aplicações futuristas, como a esperança nos robôs humanoides;
  • Assim como em eventos anteriores, Jensen Huang também deve detalhar as conquistas da Nvidia e o que esperar para o ano.

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Quem foi a astrônoma que dá nome ao novo chip da Nvidia?

A Nvidia vai revelar detalhes de seu novo processador gráfico de inteligência artificial (IA) na conferência anual da empresa, marcada para a próxima terça-feira (18). O Rubin foi batizado em homenagem a Vera Rubin, astrônoma estadunidense reconhecida por seu trabalho com matéria escura invisível no Universo.

Ao contrário de outras companhias do setor, que optam por números e letras, as inovações da empresa chefiada por Jensen Huang recebem nomes de cientistas desde 1998, quando seus primeiros chips foram baseados na microarquitetura “Fahrenheit”.

Pode-se dizer que é uma cultura de uma das principais fornecedoras de serviços para Google, Microsoft, Amazon, OpenAI, Tesla e Meta. A Nvidia chegou a vender uma camiseta exclusiva para funcionários com desenhos animados de vários cientistas famosos, segundo reportagem da CNBC.

No lançamento deste ano, “Vera” se referirá ao processador central de próxima geração da Nvidia e “Rubin” se referirá à nova GPU da empresa. E a escolha faz sentido para 2025, ano em que o Observatório Vera C. Rubin, sediado no Chile, se prepara para conduzir pesquisa inédita de dez anos do céu noturno.

Antes de Rubin, a Nvidia homenageou outras mulheres em suas produções, como a cientista da computação estadunidense Grace Hopper, que cunhou o termo “bug” para se referir a falhas de computador; e Ada Lovelace, matemática britânica que foi pioneira em algoritmos de computador no século XIX.

Rubin fotografado medindo espectros em 1974 na Carnegie Institution em Washington (EUA) (Imagem: KPNO/NOIRLab/NSF/AURA)

Trajetória de Vera Rubin, que dá noma ao novo chip da Nvidia

  • Vera Rubin nasceu na Filadélfia, Pensilvânia (EUA), mas se mudou para DC ainda jovem. Ela tinha interesse pelo Espaço desde jovem, o que seus pais fomentaram e apoiaram;
  • O pai de Rubin a ajudou na construção de um telescópio de papelão para que ela pudesse fotografar o movimento das estrelas, e sua mãe persuadiu o bibliotecário local a permitir que ela verificasse livros de ciências para adultos;
  • Ela se formou em astronomia no Vassar College, em Nova York (EUA), a única aluna na escola só para mulheres a fazê-lo;
  • Rubin se candidatou à pós-graduação em Princeton, mas foi negada por ser mulher;
  • No verão de 1947, ela conheceu o estudante de física de Cornell e futuro marido, Bob Rubin, que, à época, estava no programa V-12 da Marinha dos EUA;
  • Em 1955, Rubin foi contratada pela Universidade de Georgetown para fazer pesquisas e lecionar. Ela trabalhou lá por uma década;
  • Em 1965, começou a trabalhar no Departamento de Magnetismo Terrestre da Carnegie Institution em Washington, DC. Rubin foi a primeira cientista mulher na equipe do departamento;
  • Suas ideias sobre os movimentos em larga escala das galáxias, tese de seu mestrado, começaram a decolar em escala maior quando ela colaborou com o astrônomo Kent Ford.
Observatório Vera C. Rubin, sediado no Chile (Imagem: Divulgação)

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A grande descoberta

Rubin e Ford trabalharam juntos por anos, compilando dados no Observatório Kitt Peak, no Arizona (EUA). Eles rastrearam a rotação das estrelas ao redor do centro de galáxias distantes. E observaram algo que não era esperado.

As estrelas mais distantes estavam girando tão rápido quanto aquelas perto do centro e não mais devagar, como se imaginava. O fenômeno levantou a hipótese de que uma “massa invisível” influencia a velocidade, o que, atualmente, chamamos de matéria escura.

A descoberta foi fundamental para abrir novos campos de pesquisa na astrofísica, incluindo a física de partículas. Os cientistas descobriram depois que a matéria escura compõe mais de 80% de toda a matéria no Universo.

Ao longo de sua carreira, Rubin publicou mais de 100 artigos científicos e foi eleita para a Academia Nacional de Ciências, além de ter recebido diversos prêmios, como a Medalha Nacional de Ciências, concedida pelo ex-presidente Bill Clinton, em 1993. Rubin morreu em 2016.

A ciência é competitiva, agressiva, exigente. Ela também é imaginativa, inspiradora, edificante. Vocês também podem fazer isso. Cada um de vocês pode mudar o mundo, pois vocês são feitos de matéria estelar e estão conectados ao Universo,” disse a astrônoma no discurso de formatura em Berkeley, em maio de 1996.

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