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Como funciona uma arma de fogo?

Uma arma de fogo é um dispositivo projetado para disparar projéteis a alta velocidade, utilizando a pressão gerada por uma reação química. Por trás do equipamento, há uma série de mecanismos que trabalham em conjunto para fazê-lo funcionar corretamente.

A principal característica dessas armas é o uso da pólvora: uma substância altamente explosiva que gera a energia necessária para impulsionar o projétil.

No entanto, as armas de fogo podem variar bastante em tipo e design, indo desde pistolas e revólveres até rifles e espingardas. Cada modelo tem uma mecânica própria, mas todos seguem um princípio básico de funcionamento.

Em sua essência, uma arma de fogo utiliza a ignição da pólvora para criar uma reação explosiva que expulsa um projétil. O conhecimento dos detalhes de seu funcionamento é fundamental para entender não apenas sua eficácia, mas também a segurança no seu uso.

Principais componentes de uma arma de fogo

Uma arma de fogo é composta por vários componentes interdependentes, e cada um desempenha um papel fundamental no disparo de um projétil.

Arma de fogo no meio de uma pradaria, mirando um alvo (Imagem: user25919452/Freepik)

Abaixo, exploraremos os principais elementos que formam essa complexa máquina.

  • Cano: o cano é o tubo metálico pelo qual o projétil é disparado. Ele é projetado para garantir que a pressão gerada pela pólvora seja canalizada de maneira eficiente, impulsionando o projétil para a frente. A precisão de uma arma de fogo está diretamente relacionada à qualidade do cano, que pode ser liso ou estriado, dependendo do tipo de arma;
  • Câmara: a câmara é a parte da arma onde o cartucho é inserido. Ela é responsável por conter o projétil e a pólvora, garantindo que a ignição ocorra de maneira controlada. A câmara também deve suportar a pressão gerada pela explosão da pólvora sem sofrer danos;
  • Percussor: o percussor é uma peça essencial no disparo de uma arma de fogo. Sua função é impactar o estojo do cartucho, acionando a espoleta que, por sua vez, inicia a ignição da pólvora;
  • Gatilho: o gatilho é o mecanismo acionado pelo atirador para disparar a arma. Quando pressionado, ele libera o percussor, dando início ao processo de ignição. Em alguns modelos, o gatilho pode ser ajustado para variar a força necessária para disparar a arma, afetando sua sensibilidade;
  • Espoleta: a espoleta é uma pequena cápsula localizada na base do cartucho. Ao ser impactada pelo percussor, ela inicia uma reação química que gera uma faísca capaz de inflamar a pólvora dentro do cartucho.

O processo de disparo de uma Arma de Fogo

Agora que conhecemos os principais componentes de uma arma de fogo, podemos entender como eles trabalham em conjunto durante o processo de disparo.

Alvo de uma arma de fogo, preso a uma árvora na floresta
Alvo de uma arma de fogo, preso a uma árvora na floresta (Reprodução: @ethanders/Unsplash)

Ao pressionar o gatilho, o percussor atinge a espoleta no cartucho, provocando a ignição da pólvora. A pólvora, ao ser queimada, gera uma enorme quantidade de gás e calor, o que cria uma pressão dentro da câmara.

Essa pressão é rapidamente transferida para o projétil, impulsionando-o para frente com grande velocidade através do cano. A velocidade do projétil pode variar dependendo do tipo de arma, do calibre do cartucho e do comprimento do cano.

Quando o projétil sai do cano, ele é direcionado para o alvo, que pode ser uma pessoa, um objeto ou um alvo específico de treinamento.

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Tipos de Armas de Fogo

Existem vários tipos de armas de fogo, cada uma com suas características e finalidades específicas. A principal diferença entre elas está no mecanismo de disparo, no calibre e no alcance.

Rifle Sniper CBC 122.2
Rifle Sniper CBC 122.2 (Imagem: ShopGun/Reprodução)

Os principais tipos incluem:

  • Pistolas e Revólveres: são armas de fogo portáteis e curtas, geralmente usadas para autodefesa ou em atividades de segurança. As pistolas usam um mecanismo de disparo semiautomático, enquanto os revólveres têm um cilindro giratório que contém vários cartuchos;
  • Rifles: são armas de longo alcance, projetadas para disparos de precisão a grandes distâncias. Rifles são usados tanto para caça quanto para operações militares;
  • Espingardas: são armas que disparam uma série de projéteis pequenos em um único disparo. Elas são comumente usadas para caça de aves e, em algumas situações, para defesa pessoal.

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É possível quebrar todos os ossos de uma só vez?

Os ossos são uma parte fundamental do corpo humano, responsáveis por exercer diversas funções importantes que vão além da sustentação e da mobilidade. Eles compõem o chamado sistema esquelético, que conta com outras partes tão essenciais quanto os ossos, como as cartilagens e os tendões.

Apesar de serem muito resistentes e capazes de sustentar um corpo pesado, além de realizarem inúmeras atividades físicas que não seriam possíveis sem o esqueleto, os ossos podem se quebrar por diversos motivos. Desde um pequeno exemplar encontrado em um dedo, até o fêmur, o maior osso que temos, pode ser fraturado dependendo do acontecimento.

Em casos de acidentes graves, uma pessoa pode ter múltiplas fraturas, que é quando diversos ossos do corpo humano são quebrados de uma só vez. Isso aconteceu com o ator Jeremy Renner, por exemplo, que quebrou 30 ossos em um acidente doméstico. Porém, existe um limite de fraturas simultâneas que nosso corpo pode aguentar? Veja tudo na matéria abaixo.

Para que servem os ossos no corpo humano?

O ser humano possui um sistema esquelético composto por ossos e cartilagens, arranjados perfeitamente para formar nosso esqueleto.

Existem diversos tipos de fraturas que nossos ossos podem sofrer. (Imagem: brgfx/Freepik)

Nosso corpo possui 206 ossos, que são responsáveis pela sustentação do organismo, proteção dos órgãos vitais, garantia da movimentação, produção de células sanguíneas e armazenamento de alguns sais minerais, como cálcio e fósforo.

Eles são formados por um tipo especial conjuntivo chamado de tecido ósseo, com uma matriz intracelular mineralizada. Apesar do que muita gente pensa, esse tecido é formado por células vivas: os osteoblastos, osteoclastos e osteócitos.

O primeiro grupo dessas células é responsável pela síntese da matriz óssea, e são relacionadas com a reparação do osso.

Já os osteoclastos atuam na reabsorção do tecido ósseo, enquanto os osteócitos estão relacionados com a manutenção da matriz e com a sua reabsorção quando estimulados pelo hormônio da paratireoide.

Os ossos ainda formam a estrutura básica do corpo, mantendo a nossa postura e forma. Os que estão localizados nos membros inferiores, como a coxa, a perna e o pé, permitem a nossa caminhada e outras atividades físicas.

Os ossos do esqueleto apendicular, como os do braço e antebraço, permitem a mobilidade do corpo.

Já os ossos do tórax servem para proteger o coração e os pulmões; as vértebras protegem a medula espinhal, e o crânio abriga o cérebro.

É possível quebrar todos os ossos de uma só vez?

Em tese, é possível, sim, quebrar todos os ossos do corpo. Mas se isso acontecesse, a vítima dessa situação não sairia com vida. Por outro lado, há casos de pessoas que tiveram inúmeras fraturas ósseas (isto é, quebraram vários ossos, mas não todos) e ainda sobreviveram para contar história, mas são casos raros.

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É extremamente improvável que um ser humano quebre todos os ossos do corpo ao mesmo tempo e ainda sobreviva. (Imagem: pvproductions/Freepik)

Primeiro, devemos considerar que temos muitos ossos: ao todo, são 206. Os casos de fraturas múltiplas, geralmente, são causadas por acidentes gravíssimos, como quedas de grandes altitudes, esmagamentos e acidentes de alta velocidade. A gravidade desses acontecimentos já faria ser difícil que um ser humano sobrevivesse a eles.

Outro ponto importante a ser considerado é a densidade dos ossos humanos, que varia com a região do corpo e com o envelhecimento.

Algumas partes são mais densas e resistentes que outras, fazendo com que seja preciso muito mais intensidade em uma região do que outra para resultar em uma fratura. A densidade do fêmur, por exemplo, é bem maior do que a das falanges dos dedos.

O politraumatismo, que são múltiplos ferimentos graves que afetam diferentes partes do corpo ao mesmo tempo, tem um limite de sobrevivência que depende de alguns fatores, como:

  • Órgãos vitais envolvidos: se houver lesão grave no crânio, coluna ou órgãos internos, a chance de sobrevivência cai drasticamente;
  • Perda de sangue: muitas fraturas levam a hemorragias internas, que podem causar choque hipovolêmico (queda perigosa da pressão arterial);
  • Complicações respiratórias: se a caixa torácica estiver gravemente comprometida, pode ser impossível respirar adequadamente;
  • Assistência médica rápida: quanto mais rápido a vítima receber atendimento, maiores as chances de sobrevivência.

Múltiplas fraturas e sobrevivência

Mesmo sendo raro, há relatos de pessoas que sobreviveram após sofrerem fraturas em diversos ossos, como esquiadores ou paraquedistas que caíram de grandes alturas e, mesmo com muitos ossos quebrados, puderam sobreviver. Isso por conta de uma combinação de sorte, fisiologia e atendimento médico rápido.

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Mesmo sendo raro, há relatos de pessoas que sobreviveram após sofrerem fraturas em diversos ossos, mas não em todos. (Imagem: Tima Miroshnichenko/Pexels)

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Também não podemos esquecer dos casos de doenças em que os ossos ficam frágeis, como a osteoporose, a osteogênese imperfeita (conhecida como doença dos ossos de vidro) e artrite reumatóide, que aumentam muito as chances da pessoa ter múltiplas fraturas.

No caso da osteogênese perfeita, por exemplo, uma simples queda ou movimento brusco pode resultar em diversos traumatismos, como braços, pernas e costelas. A quantidade exata varia dependendo da gravidade da doença e da intensidade do trauma.

Contudo, por ser um risco grande que pode levar a complicações, quem possui essas condições precisa ter um cuidado ainda maior para evitar que aconteçam fraturas em seus corpos.

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O Guinness World Records reconhece o dublê americano Evel Knievel como a pessoa que sofreu o maior número de fraturas ósseas ao longo da vida, totalizando 433 delas. (Imagem: Andrey Popov/Shutterstock)

Não existem informações precisas ou registros oficiais sobre alguém que tenha sofrido o maior número de fraturas de uma vez e tenha sobrevivido. Contudo, o Guinness World Records reconhece o dublê americano Evel Knievel como a pessoa que sofreu o maior número de fraturas ósseas ao longo da vida, totalizando 433 delas (ou seja, as fraturas não ocorreram todas de uma única vez, variou com o tempo e o número de ocorrências foi aumentando).

O caso mais grave foi quando ele tentou pular a famosa fonte do Caesars Palace, em Las Vegas, e falhou, resultando em um traumatismo craniano e ossos quebrados em quase todo o corpo.

Ainda assim, ele continuou fazendo acrobacias e quebrando mais ossos ao longo dos anos, chegando a passar por mais de 15 cirurgias para colocar placas e pinos no corpo.

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Saudade pode tratar a depressão? Entenda essa relação estabelecida pela ciência

A saudade é capaz de despertar diversas emoções, e estar associadas e muitas lembranças. Para alguns, ela faz referência à ausência e distância, nos fazendo sentir falta de pessoas, lugares, objetos e animais, por exemplo. Para outros, esse sentimento remete à nostalgia e boas lembranças, causando uma sensação que transita entre a alegria e a tristeza.

Um estudo publicado por um neurocientista brasileiro, juntamente com pesquisadores do King’s College London, do Reino Unido, mostrou uma possibilidade inédita de que esse sentimento tem um potencial de agir como um recurso para amenizar sintomas em pacientes com depressão.

Saiba mais sobre o estudo e seus resultados abaixo.

O sentimento de saudade no sentido de nostalgia pode ajudar no tratamento dos sintomas de depressão. (Imagem: PeopleImages.com – Yuri A/Shutterstock)

A saudade pode tratar depressão? Veja o que diz a ciência

De acordo com o dicionário Michaelis, a definição de saudade é: “sentimento nostálgico e melancólico associado à recordação de pessoa ou coisa ausente, distante ou extinta, ou à ausência de coisas, prazeres e emoções experimentadas e já passadas, consideradas bens positivos e desejáveis“.

Com isso em mente, é mais fácil entender a pesquisa publicada no periódico Frontiers in Psychology. O estudo é fruto de uma parceria entre os pesquisadores do King’s College de Londres, no Reino Unido, e o brasileiro Jorge Moll Neto, neurocientista e idealizador do IDOR Ciência Pioneira, uma iniciativa independente de investimento em pesquisas de ponta.

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Ver a saudade sob essa perspectiva é essencial, uma vez que a ideia de usar esse sentimento como aliado para o tratamento de sintomas da depressão pode parecer inusitada, principalmente por sua associação à carga emocional melancólica.

Entretanto, a saudade tem uma natureza ambígua, podendo também ser descrita como uma forma de sentir falta e amor por algo do passado. Acessar músicas, livros e filmes antigos, por exemplo, pode trazer à tona a nostalgia e a admiração, além de muitas vezes lembrar de tempos felizes.

O pesquisador Jorge Moll Neto explica: “A saudade pode ser analisada como um sentimento que traz senso de valorização sobre eventos e pessoas e que ajuda o paciente a se reconectar com memórias significativas para sua vida. Embora não seja descrita como puramente positiva, a saudade, quando observada nessa outra perspectiva, pode ter efeitos positivos importantes de estabilização emocional e reforço do significado da vida”.

De acordo com a psicologia, a saudade é um sentimento complexo, que pode estar ligado às emoções de pertencimento, família e senso de significado. Mesmo que tenha uma grande complexidade, esse tema é pouco explorado nesse campo, o que fez com que os pesquisadores decidissem investigá-la mais a fundo, unindo a lacuna de pesquisas com observações clínicas.

Isso motivou a investigação de uma possibilidade inédita de tratamento da depressão, uma doença que afeta mais de 11 milhões de brasileiros (segundo dados da OMS).

Usando como base os debates entre os pesquisadores e estudos anteriores que apontaram a nostalgia como uma ajuda para encontrar um sentido para a vida, os cientistas desenvolveram a hipótese de que a saudade poderia funcionar como um recurso emocional útil na psicoterapia.

palavra saudade escrita em pedras
(Imagem: Yournameonstones/Shutterstock)

Como foi a pesquisa

No estudo, a equipe de pesquisadores observou 39 indivíduos com sentimentos intensos e recorrentes de autocrítica e autoculpabilização, que são sintomas comuns em quadros de depressão, e costumam estar acompanhados por baixa autoestima e sensação de desesperança. Contudo, a pesquisa considerou participantes que não possuíam um diagnóstico clínico formal.

Os voluntários foram escolhidos a partir de uma longa lista de candidatos, que vieram de anúncios online, listas de e-mails e redes sociais. Então, os participantes foram convidados a fazer um vídeo de 10 minutos usando fotos, vídeos e músicas.

Na primeira parte da dinâmica, eles precisavam trazer sentimentos de autocrítica e tristeza, enquanto na segunda deveriam explorar a saudade com memórias afetivas e significativas do passado.

Então, os voluntários receberam a instrução de assistir ao vídeo diariamente durante uma semana, enquanto refletiam sobre seus sentimentos. Depois, os pesquisadores aplicaram formulários e fizeram acompanhamento online, com o objetivo de avaliar, através de pontuações, a frequência dos pensamentos autocríticos e a presença de possíveis sintomas depressivos.

Os especialistas então puderam perceber uma redução significativa desses pensamentos depois de uma semana do início do experimento. Com isso, o resultado mostrou que o incentivo a uma “transformação” emocional para a saudade pode trazer efeitos positivos na saúde mental.

Os pesquisadores levantaram a hipótese de que a saudade pode ser usada como um recurso emocional na psicoterapia. (Imagem: Pixel-Shot/Shutterstock)

Para os cientistas, uma vez que essa emoção era apresentada no final do vídeo, ela era capaz de ajudar a mudar o tom emocional do material, incentivando uma reflexão mais leve e menos negativa dos participantes. Assim, os pesquisadores levantaram a hipótese de que a saudade pode ser usada como um recurso emocional na psicoterapia, durante suas discussões.

Segundo Moll, o estudo feito foi uma das primeiras tentativas de usar a saudade como intervenção terapêutica estruturada, e teve alta adesão e segurança, sem relatos de eventos adversos.

Além disso, os resultados reforçam a importância de estudos maiores, como ensaios clínicos randomizados com pacientes diagnosticados com depressão. “Isso mostra que a saudade pode ser mais explorada por seu potencial terapêutico, como recurso culturalmente próximo das pessoas”, conclui o neurocientista.

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O cérebro é capaz de se lembrar de um alimento que fez mal?

Sabe quando uma pessoa te faz algo que te afeta negativamente, e você não quer mais encontrá-la por aí? Sente até mesmo uma dificuldade de perdoá-la? Pois isso é mais ou menos o que acontece com nosso organismo quando comemos uma comida que nos faz passar mal.

Nosso corpo demora um pouco para perdoar alguns alimentos, e isso nos faz ter aversão e até mesmo repulsa a eles. De acordo com a a ciência, isso não é uma frescura: trata-se de uma resposta neurológica, causada por um “lugar da memória” nos cérebros responsável por causar esse tipo de reação.

Se você hoje não consegue nem olhar para um alimento que comeu anos atrás, veja abaixo na matéria a explicação científica sobre como isso acontece.

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O corpo não perdoa aquele alimento que fez seu organismo passar mal. (Imagem: Stockking/Freepik)

Como o cérebro se lembra de um alimento que fez mal?

Um time de cientistas foi responsável pela descoberta sobre o local da memória nos cérebros que é responsável pela reação de aversão a alimentos que fizeram mal. Christopher Zimmerman, coautor do estudo e pesquisador de pós-doutorado no Instituto de Neurociência de Princeton (PNI) da Universidade de Princeton, conta: “faz algum tempo que não tenho intoxicação alimentar, mas agora sempre que falo com as pessoas em reuniões e ouço tudo sobre suas experiências de intoxicação alimentar”.

A pesquisa foi publicada em forma de artigo no site EurekAlert!, pela própria Universidade de Princeton, no qual é contato sobre como o estudo foi feito. Em um laboratório, Zimmerman e uma equipe de neurocientistas buscaram entender mais sobre o fenômeno chamado de “one-shot learning”, que é quando o cérebro registra e aprende com um único erro, criando uma memória duradoura.

Isso acontece, por exemplo, em casos de transtornos de estresse pós-traumáticos (TEPT), que gera uma reação parecida. E a mesma situação é registrada com as intoxicações alimentares. Quando a comida não desce muito bem, há um período entre a ingestão do alimento que está contaminado e o começo do mal-estar. Esse tempo foi batizado de “atraso da refeição ao mal-estar”.

Como foi feito o experimento

O estudo publicado na Nature mostra que os cientistas exploraram mecanismos cerebrais de pequenos ratos para entender como funciona a aversão aos alimentos específicos. No experimento, os animais experimentavam um suco de uva de caixinha, sendo uma substância totalmente nova para eles.

Rapidamente, os roedores aprenderam que, quando colocavam a cabeça em um local específico da gaiola, eles ganhavam mais gotas do suco doce. Após meia hora da descoberta, os ratos receberam uma injeção que causou alguns sintomas parecidos com a de uma intoxicação alimentar.

Com isso, dois dias depois, os pesquisadores ofereceram o suco de uva aos animais mais uma vez, e nenhum deles aceitou a bebida roxa, preferindo a água normal para matar a sede.

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Aversão à comida que fez mal não é frescura, e sim uma resposta neurológica que acontece no cérebro. (Imagem: Redgreystock/Freepik)

Foi descoberto que a associação entre o suco e a doença acontecia na amígdala central, o mesmo canal responsável pelo aprendizado sobre o medo e outras emoções. Ela também processa informações do ambiente, incluindo fatores relacionados ao olfato e paladar, por exemplo.

De acordo com Zimmerman: “A amígdala acaba sendo um lugar realmente interessante porque é preferencialmente ativada por sabores novos em cada estágio do aprendizado. Ela fica ativa quando o rato está bebendo, quando o rato está se sentindo mal mais tarde, e também quando o rato recupera aquela memória negativa dias depois.”

Além disso, a equipe investigou como os sinais de doença do intestino chegam ao cérebro, e perceberam o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP). Ao estimular essas células 30 minutos depois da experiência do suco, foi recriada a mesma aversão à intoxicação alimentar real.

“Foi como se os ratos estivessem pensando e se lembrando da experiência anterior que os fez sentir mal mais tarde”, explicou Ilana Witten, professora de neurociência no PNI, no comunidado do site EurekAlert!.

Os pesquisadores acreditam que os sabores responsáveis pelo mal-estar podem marcar algumas células, e quando elas são especificamente reativadas pela doença, acabam conectando uma causa e efeito mesmo com o atraso de tempo. Em outras palavras, é como se as células colocassem um grande sinal de “bloqueado” nos alimentos que fizeram a o organismo passar mal.

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É como se as células colocassem um grande sinal de “bloqueado” nos alimentos que fizeram a o organismo passar mal. (Imagem: @Freepik/Freepik)

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O que é a cetose e como ela afeta o corpo humano?

A cetose é um estado metabólico no qual o corpo utiliza gordura como principal fonte de energia ao em vez dos carboidratos. Esse processo ocorre quando a ingestão de carboidratos é drasticamente reduzida, forçando o organismo a buscar alternativas para manter suas funções.

A cetose é a base de dietas populares, como a dieta cetogênica, e tem sido estudada por seus possíveis benefícios à saúde, incluindo perda de peso, melhora da função cognitiva e controle dos níveis de açúcar no sangue.

Durante a cetose, o fígado converte ácidos graxos em corpos cetônicos, que servem como combustível para o cérebro e os músculos. No entanto, esse estado também pode trazer desafios, como fadiga temporária, mau hálito e desequilíbrio eletrolítico.

Compreender como a cetose afeta o organismo é essencial para aqueles que desejam adotar esse estilo alimentar de forma segura e eficaz. Mas quais são os impactos reais da cetose no corpo? Descubra a seguir!

Como a cetose ocorre no organismo?

A cetose é um processo natural do corpo humano que ocorre em situações de jejum prolongado, baixa ingestão de carboidratos ou aumento da demanda energética.

Mulher comendo (Imagem: Prostock-studio/Shutterstock)

Quando os estoques de glicogênio do fígado se esgotam, o corpo começa a quebrar gorduras em ácidos graxos e transformá-los em corpos cetônicos. Esses compostos, como o beta-hidroxibutirato e a acetoacetato, tornam-se a principal fonte de energia, substituindo a glicose.

O tempo necessário para entrar em cetose varia de pessoa para pessoa, mas geralmente ocorre entre 2 a 7 dias após a drástica redução de carboidratos na alimentação.

Sintomas iniciais podem incluir fadiga, tontura e irritabilidade, um quadro conhecido como “gripe cetogênica”, que tende a desaparecer com a adaptação do organismo.

Benefícios da cetose para o corpo humano

A cetose tem sido estudada por seus efeitos positivos no corpo — quando feita de maneira adequada, responsável e acompanhada por um nutricionista —, principalmente no metabolismo e no desempenho cognitivo. Entre os benefícios mais conhecidos, destacam-se:

  • Perda de peso: ao utilizar gordura como principal fonte de energia, o corpo acelera a queima de depósitos lipídicos, favorecendo o emagrecimento;
  • Controle dos níveis de açúcar no sangue: a cetose pode beneficiar pessoas com resistência à insulina ou diabetes tipo 2, pois reduz os picos glicêmicos;
  • Melhora da função cerebral: os corpos cetônicos fornecem uma fonte de energia mais estável para o cérebro, o que pode melhorar a clareza mental e a concentração;
  • Redução da inflamação: estudos indicam que a cetose pode reduzir marcadores inflamatórios no corpo, auxiliando em doenças crônicas;
  • Aumento da energia e saciedade: diferente dos carboidratos, que geram oscilações na glicose sanguínea, os corpos cetônicos oferecem energia sustentada, reduzindo a fome.

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Efeitos colaterais e riscos da cetose

Apesar dos benefícios, a cetose também pode apresentar desafios e efeitos colaterais, especialmente no início da adaptação.

Imagem: Shutterstock/Yulia Furman

Os mais comuns incluem:

  • Gripe cetogênica: fadiga, dor de cabeça, tontura e irritabilidade nas primeiras semanas;
  • Mau hálito: o excesso de acetona, um dos corpos cetônicos, pode causar um odor característico no hálito;
  • Desequilíbrio eletrolítico: a perda rápida de líquidos pode levar à deficiência de sódio, potássio e magnésio, resultando em cãibras e fraqueza;
  • Redução do desempenho físico: atletas podem notar queda no rendimento até que o corpo se adapte completamente à nova fonte de energia.

Além disso, pessoas com certas condições médicas, como diabetes tipo 1 ou problemas renais, devem consultar um médico antes de iniciar uma dieta cetogênica, pois a cetose pode causar complicações graves em casos específicos.

Como saber se você está em cetose?

Existem alguns sinais e métodos para identificar se o corpo entrou em cetose, incluindo:

  • Teste de urina, sangue ou hálito: kits específicos medem a concentração de corpos cetônicos no organismo;
  • Mudanças na energia e no humor: algumas pessoas sentem um aumento na clareza mental e na disposição;
  • Redução do apetite: a cetose pode causar uma menor sensação de fome devido ao efeito sacietogênico dos corpos cetônicos.

Se estiver considerando uma dieta cetogênica, procure por um profissional de saúde formado em Nutrição para auxiliá-lo e acompanhá-lo. Iniciar essa deita sem orientação adequada pode acarretar prejuízos à saúde.

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Novo método para identificar os primeiros sinais do Alzheimer

Colocar óculos de realidade virtual pode até lembrar um videogame, mas pesquisadores estão usando essa tecnologia para algo muito mais sério: identificar os primeiros sinais do Alzheimer. Em vez de batalhas ou mundos medievais, os participantes enfrentam desafios de memória e navegação em salas de estar virtuais. Erros sutis nessas tarefas podem estar ligados a proteínas associadas à doença — anos antes dos sintomas surgirem.

Pesquisadores de Stanford e da Universidade da Colúmbia Britânica apresentaram os estudos na conferência da Sociedade de Neurociência Cognitiva, de acordo com o site EurekAlert!. Nos testes, pessoas com comprometimento cognitivo leve — estágio inicial do Alzheimer — tiveram mais dificuldade em lembrar a localização de objetos no ambiente virtual. Os resultados mostraram uma correlação entre esse desempenho e biomarcadores da doença.

A grande vantagem da tecnologia imersiva é permitir uma avaliação cognitiva não invasiva. Diferente de exames tradicionais, que exigem punção lombar ou imagens cerebrais detalhadas, os testes em VR usam tarefas simples e intuitivas. Ainda assim, conseguem revelar padrões ligados às alterações biológicas que caracterizam o Alzheimer.

Engenharia, sensores e o corpo em movimento

Outro experimento da pesquisa focou na habilidade de navegação espacial. Em vez de interagir com salas mobiliadas, os participantes percorriam longos corredores virtuais, monitorando sua posição inicial e identificando marcos escondidos ao longo do caminho.

Tecnologia imersiva pode se tornar uma alternativa simples e eficaz para clínicas (Imagem: Ground Picture/Shutterstock)

Os testes foram aplicados em adultos jovens e idosos saudáveis, revelando diferenças claras entre os grupos. As tarefas exigiam atenção constante ao ambiente e adaptação a diferentes níveis de complexidade nas rotas simuladas.

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Para garantir a precisão das medições, os sistemas de VR contavam com sensores de movimento, rastreamento ocular e controles manuais. Essa combinação permitiu registrar, em tempo real, tanto as respostas motoras quanto os processos cognitivos, sem recorrer a exames invasivos.

Do laboratório para o futuro do diagnóstico

A aposta dos cientistas é que tecnologias imersivas como a realidade virtual possam se tornar ferramentas acessíveis para rastrear sinais precoces de Alzheimer, muito antes que os sintomas comprometam a vida cotidiana. Por serem mais confortáveis e intuitivas, essas abordagens também facilitam a adesão de participantes, inclusive os mais velhos.

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Exames de imagem ajudam a revelar alterações no cérebro, mas pesquisadores apostam na realidade virtual como uma alternativa mais simples e não invasiva (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

Segundo os pesquisadores, a combinação entre dados comportamentais e biomarcadores — como as proteínas associadas ao Alzheimer — pode abrir caminho para diagnósticos mais precisos, personalizados e menos invasivos. E, com o avanço da tecnologia, até mesmo clínicas com menos recursos poderão adotar soluções baseadas em VR.

Além dos dados, chamou atenção o envolvimento dos participantes. Muitos demonstraram interesse genuíno durante os testes, mesmo sem familiaridade com a realidade virtual. Para os cientistas, esse engajamento é um sinal positivo: experiências imersivas podem não apenas medir, mas também aproximar o paciente do cuidado com a própria saúde.

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Do buraco negro à fusão de estrelas de nêutrons: 5 artigos da Science que transformaram a astronomia e a astrofísica

A revista Science é uma das publicações científicas mais respeitadas do mundo, reconhecida por divulgar pesquisas que mudam paradigmas e impulsionam o conhecimento em diversas áreas. 

Com um alto fator de impacto e uma audiência global, seus artigos frequentemente se tornam referências fundamentais para a comunidade acadêmica e científica. A seguir, destacamos cinco artigos publicados na Science que marcaram profundamente a astronomia e a astrofísica contemporânea.

5 maiores descobertas da astronomia e astrofísica publicadas na revista Science

O Telescópio Espacial James Webb: uma nova era da astronomia (2022)

O Telescópio Espacial James Webb pode alterar a idade que os astrônomos estimavam para o Universo. Imagem: 24K-Production (JWST); Daboost (relógio) – Shutterstock. Edição: Olhar Digital

Título: Golden eye:A new space telescope makes a spectacular debut after a troubled gestation

O lançamento do Telescópio Espacial James Webb (JWST) em 2021 e o início de suas operações em 2022 revolucionaram a astronomia. Com uma capacidade sem precedentes de observar o universo no espectro infravermelho, o Webb permitiu detectar galáxias extremamente distantes, algumas formadas apenas 150 milhões de anos após o Big Bang.

O JWST também revelou detalhes sobre a composição atmosférica de exoplanetas, fornecendo informações essenciais para a busca por vida alienígena. Suas imagens detalhadas das nebulosas e regiões de formação estelar já estão transformando nosso entendimento da evolução galáctica e planetária.

Primeira imagem de um buraco negro (2019)

Imagem do buraco negro M87*. Crédito: EHT Collaboration

Título: Darkness made visible: An international team of astronomers has produced the first ever image of a black hole

Em 2019, o mundo viu à primeira imagem direta de um buraco negro, capturada pela colaboração Event Horizon Telescope (EHT). O buraco negro supermassivo na galáxia M87 foi registrado em detalhes, confirmando previsões feitas por Albert Einstein na teoria da relatividade geral.

Essa conquista não apenas validou modelos teóricos, mas também abriu caminho para novas formas de estudar esses objetos misteriosos. Com os avanços técnicos, espera-se que imagens ainda mais nítidas – e de buracos negros mais próximos – se tornem possíveis nos próximos anos.

Além disso, esse conhecimento poderá viabilizar observações mais precisas do Sagitário A* (o buraco negro no centro da Via Láctea), ajudando a testar possíveis modificações na relatividade geral.

Fusão de estrelas de nêutrons e a origem dos elementos pesados (2017)

O sinal GW170817 medido pelos detectores de onda gravitacional LIGO e VIRGO.
O sinal GW170817 medido pelos detectores de onda gravitacional LIGO e VIRGO. / Crédito: Matplotlib (wikimedia/reprodução)

Título: Cosmic convergence: The merger of two neutron stars captivated thousands of observers and fulfilled multiple astrophysical predictions

A detecção da fusão de duas estrelas de nêutrons em 2017, conhecida como GW170817, marcou o início da chamada astronomia multimensageira – um campo revolucionário que combina diferentes tipos de “mensageiros” cósmicos, como ondas gravitacionais e radiação eletromagnética, para estudar o Universo de forma mais completa.

Pela primeira vez, um único evento cósmico foi observado simultaneamente por meio de ondas gravitacionais e sinais eletromagnéticos, como luz visível, raios-x e raios gama. Essa convergência permitiu um entendimento inédito dos processos físicos envolvidos em colisões estelares.

O evento também ajudou a esclarecer como se formam elementos pesados no Universo. As observações forneceram evidências diretas de que a fusão de estrelas de nêutrons é a principal fonte de elementos como ouro e platina – solucionando uma dúvida científica que persistia há décadas.

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Primeira observação de ondas gravitacionais (2016)

Ilustração representa a fusão de dois buracos negros detectados pelo LIGO em 2015. Com massas de 14 e 8 vezes a do Sol, eles se uniram formando um único buraco negro de 21 massas solares. O evento gerou ondas gravitacionais, embora essas ondulações sejam invisíveis a olho nu
Ilustração representa a fusão de dois buracos negros detectados pelo LIGO em 2015. Com massas de 14 e 8 vezes a do Sol, eles se uniram formando um único buraco negro de 21 massas solares. O evento gerou ondas gravitacionais, embora essas ondulações sejam invisíveis a olho nu. / Crédito: LIGO/T. Pyle (reprodução)

Tìtulo: The cosmos aquiver

Um dos avanços mais significativos da física e da astronomia moderna foi a primeira detecção de ondas gravitacionais, realizada pelo observatório LIGO em 2016. Essas ondulações no espaço-tempo, previstas por Albert Einstein um século antes, foram geradas pela colisão de dois buracos negros.

A descoberta abriu uma nova janela para a observação do universo, permitindo detectar eventos antes invisíveis aos telescópios convencionais. Futuras missões, como o LISA (observatório espacial de ondas gravitacionais), poderão captar sinais ainda mais distantes e ajudar a desvendar a natureza de buracos negros primordiais.

Desde então, diversos outros registros de eventos de ondas gravitacionais aconteceram, o que contribui para o avanço do conhecimento sobre buracos negros, estrelas de nêutrons e outros fenômenos extremos do cosmos.

Missão Rosetta e o estudo de cometas (2014)

[ Imagem: ESA/Rosetta ]
A missão Rosetta foi lançada há 10 anos rumo ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Crédito: ESA/Rosetta

Título: Comet rendezvous: Rosetta’s short-lived lander grabbed the headlines, but the ongoing orbital mission is the real news for science 

A Missão Rosetta, da Agência Espacial Europeia (ESA), foi a primeira a orbitar um cometa e pousar um módulo em sua superfície. Em 2014, a sonda chegou ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, e o módulo Philae realizou um pouso histórico.

A missão revelou detalhes importantes sobre a composição química do cometa, incluindo a presença de moléculas orgânicas complexas. Essas descobertas fornecem pistas sobre como a água e os blocos fundamentais da vida podem ter sido trazidos para a Terra por cometas, influenciando a origem da vida no planeta.

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Iogurte contra o câncer? Veja o que a ciência sabe

Iogurte no combate ao câncer? Uma nova pesquisa aponta que o alimento queridinho do café da manhã pode ter um superpoder: proteger o intestino contra formas agressivas de câncer colorretal. Enquanto os casos da doença disparam entre adultos com menos de 55 anos, cientistas agora miram no microbioma. Esse conjunto de bactérias que vive no nosso intestino pode ser a chave para frear a ameaça.

O número de novos casos de câncer colorretal praticamente dobrou entre os mais jovens nas últimas décadas. Só recentemente, o aumento nos diagnósticos foi de quase 20%. Diante desse cenário, cresce a curiosidade sobre o que pode ser feito para reduzir o risco — e a resposta pode estar na geladeira.

As estrelas desse possível efeito protetor são bactérias como Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus. Presentes em iogurtes naturais, essas culturas vivas ajudam a manter o microbioma saudável. E isso faz toda a diferença: um intestino com bactérias equilibradas é menos propenso a produzir substâncias nocivas e mais eficiente na defesa contra doenças.

Microrganismos do bem e proteção silenciosa

A explicação para esse efeito está na interação entre os microrganismos do iogurte e o ambiente intestinal. Segundo pesquisadores, esses microrganismos atuam como guardiões invisíveis, ajudando a modular a resposta do organismo a ameaças internas. Eles mantêm o equilíbrio da microbiota e dificultam a proliferação de bactérias associadas ao desenvolvimento do câncer.

Iogurte pode turbinar o microbioma intestinal e ajudar na prevenção de doenças silenciosas (Imagem: FOTOGRIN/Shutterstock)

É o que destaca a Medical Xpress, ao citar um estudo com mais de 150 mil participantes. A pesquisa observou que pessoas que consumiam iogurte duas vezes por semana tinham até 20% menos incidência de câncer colorretal associado a uma bactéria específica: a Bifidobacterium, presente no cólon proximal.

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Ainda que o iogurte não seja uma cura ou solução milagrosa, os especialistas reforçam que pequenos hábitos fazem diferença. Integrar o alimento à dieta, preferindo versões naturais e com culturas vivas, pode ser um passo simples e eficaz. Quando aliado a outros cuidados — como alimentação rica em fibras, prática regular de exercícios e exames preventivos — o iogurte se torna mais do que um lanche saudável: é um aliado na prevenção.

Mais do que prevenção: um aliado da saúde diária

Além do potencial protetor contra o câncer, o iogurte traz uma série de outros benefícios à saúde. Assim como o leite, ele é rico em cálcio, essencial para manter a densidade óssea e afastar o risco de osteoporose, especialmente com o avanço da idade.

Alimentação saudável protege seu intestino e ajuda a fortalecer os ossos (Imagem: Josep Suria/Shutterstock)

O iogurte também pode fazer bem ao coração. Há evidências de que seu consumo frequente contribui para a redução da pressão arterial e melhora a saúde cardiovascular como um todo. Além disso, ele pode ter um papel importante na regulação dos níveis de açúcar no sangue, ajudando a prevenir a diabetes tipo 2 e outras doenças metabólicas.

Mas é preciso atenção na escolha. Para aproveitar todos esses benefícios, o ideal é optar por versões naturais e sem adição de açúcar. Iogurtes adoçados ou com sabores artificiais podem anular os efeitos positivos — favorecendo o ganho de peso e aumentando, por tabela, o risco de obesidade e câncer.

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Conheça os diferentes tipos de hemorragia e seus riscos

A hemorragia é uma emergência médica séria que ocorre quando há sangramento excessivo dentro ou fora do corpo. Suas causas podem variar desde pequenos cortes até traumas graves, afetando diferentes regiões e exigindo atenção imediata para evitar complicações.

Mas você sabia que existem diferentes tipos de hemorragia e que cada um exige um cuidado específico?Nesta matéria, explicamos o que é a hemorragia, quando ela ocorre, quais são seus tipos e como agir corretamente para minimizar riscos. Confira!

O que é uma hemorragia e quando ela acontece?

A hemorragia é a perda súbita de sangue do sistema circulatório por conta da ruptura de um ou mais vasos sanguíneos. Ela pode aparecer como consequência de um ferimento, pancada ou até mesmo de alguma doença ou acidente.

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A gravidade dela é medida pela quantidade e rapidez que o sangue é perdido. O organismo age com respostas fisiológicas quando uma hemorragia acontece, porém, se a perda for acima dessa resposta compensatória, a pessoa pode ter um choque hipovolêmico, um problema muito grave.

O choque hipovolêmico é uma emergência médica que acontece quando o corpo perde uma grande quantidade de líquidos e sangue. Com isso, o coração não consegue bombear sangue suficiente para o corpo, podendo levar à falência de órgãos e à morte.

Contudo, a situação pode ser revertida caso o indivíduo receba assistência médica de forma imediata, com a reposição de volume de sangue correspondente à perda.

A hemorragia é a perda súbita de sangue do sistema circulatório, por conta da ruptura de um ou mais vasos sanguíneos. (Imagem: Freepik)

Quais são os tipos de hemorragia?

A hemorragia pode ser dividida em duas classificações:

Externa

Quando ela está na superfície e pode ser visível. Pode ser mais ou menos intensa de acordo com o tipo de vaso afetado e a localização, isto é, em uma área com poucos ou muitos vasos sanguíneos. Geralmente é causada por traumas, acidentes, fraturas externas ou feridas abertas, por exemplo.

Os sintomas principais de hemorragia externa são:

  • Sangramento visível na parte externa do corpo;
  • Pouco ou muito sangue;
  • Palidez ou suor excessivo;
  • Fraqueza ou agitação.

Também pode acontecer confusão mental, batimentos cardíacos acelerados ou alteração do nível de consciência. Os sintomas ainda variam de acordo com a quantidade de sangue perdida.

Interna

É mais difícil de ser identificada, podendo acontecer sem lesão na pele. Ela não pode ser visível, já que acontece em alguma cavidade do organismo, como o abdômen ou tórax, por exemplo. É a mais comum de acontecer depois de acidentes.

Os sintomas principais de hemorragia interna são:

  • Palidez intensa e cansaço;
  • Pele fria e suor intenso;
  • Pulso rápido e fraco;
  • Respiração acelerada;
  • Muita sede;
  • Tontura, confusão mental ou desmaios;
  • Muita dor do abdômen, que fica endurecido.

Em alguns casos, dependendo da lesão, é possível que também seja verificada a saída de sangue pela boca, nariz, urina ou fezes. Os sintomas desse tipo de hemorragia podem demorar mais para aparecer, e geralmente surgem conforme o sangue vai se acumulando no corpo.

A hemorragia interna pode causar o choque hipovolêmico rapidamente, caso o sangramento não seja identificado e estancado pelo médico. Isso coloca a vida do paciente em risco.

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A hemorragia pode ser arterial, venosa ou capilar. (Imagem: Freepik)

Quanto aos tipos, a hemorragia pode ser:

Arterial

O sangue jorra de uma artéria, e o sangramento é vermelho vivo, em forma de jatos, pulsando em sincronia com as batidas do coração. Nesse caso, a perda de sangue é rápida e abundante.

Venosa

O sangue sai de uma veia, e o sangramento é uniforme e de cor escura.

Capilar

O sangue escoa de uma rede de capilares. Sua cor é vermelha, e geralmente menos viva do que o sangue arterial, com fluxo lento.

Independente do tipo da hemorragia, caso a pessoa apresente sinais de palidez, pulso fraco, confusão mental ou desmaio, é preciso levá-la de forma imediata ao pronto-socorro ou ligar para o SAMU no 192 ou corpo de bombeiros no 193. Com isso, o sangramento será estancado, evitando complicações.

Estancar a hemorragia é importante para evitar complicações. (Imagem: Freepik)

Tratamento para hemorragia

Embora existam algumas medidas que possam ajudar a interromper o sangramento, o ideal é buscar atendimento médico, especialmente se você não tiver experiência em primeiros-socorros. Aplicar pressão direta sobre o ferimento pode ser eficaz em muitos casos, mas o uso inadequado de torniquetes ou técnicas erradas pode agravar a situação.

Uma manobra mal-executada, como apertar excessivamente um torniquete ou deixá-lo por muito tempo, pode cortar completamente a circulação do membro afetado, aumentando o risco de necrose e, em casos extremos, levando à necessidade de amputação. Por isso, em situações de sangramento grave, é fundamental agir com cautela e chamar socorro o mais rápido possível.

Informações: site do Hospital Albert Einstein.

Quem pode ter uma hemorragia?

Qualquer pessoa pode ter uma hemorragia. Ela pode ser causada por diversos fatores, como traumas, doenças, medicamentos, hábitos de vida e complicações em procedimentos médicos.imagem ilustrativa de sangue sobre um fundo branco

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Manuscrito Voynich: descubra os segredos do livro que ninguém consegue decifrar

O Manuscrito Voynich é considerado um dos livros mais misteriosos do mundo. Suas páginas, repletas de textos escritos em uma língua ou código desconhecido e acompanhadas por ilustrações intrigantes, têm fascinado estudiosos e curiosos há séculos. Até hoje, ninguém conseguiu decifrar com certeza o significado de seu conteúdo ou descobrir quem foi o autor desse enigmático documento.

Para muitos, a descoberta de suas origens é um convite a explorar os limites do conhecimento humano, enquanto para outros, o manuscrito é uma prova de que há muito mais no universo do que podemos compreender. O que realmente está contido nessas páginas? De onde vem esse livro? E, talvez o mais intrigante, quem o escreveu?

Imagem: Beinecke Library/Reprodução

O que é o Manuscrito Voynich?

  • O manuscrito é um livro medieval cheio de ilustrações estranhas e um texto em uma linguagem jamais decifrada. O nome Voynich vem do livreiro Wilfrid Voynich, que comprou o manuscrito em 1912.
  • O manuscrito é composto por cerca de 240 páginas, feitas de pergaminho de alta qualidade.
  • O livro apresenta desenhos detalhados de plantas desconhecidas, símbolos astrológicos complexos e figuras humanas misteriosas.
  • Não se sabe ao certo quem escreveu ou por que criou o manuscrito, alimentando diversas teorias, desde práticas médicas secretas até sociedades ocultas.
  • Uma das teorias mais amplamente discutidas é que o manuscrito é uma obra de ficção medieval, talvez uma criação literária destinada a confundir ou entreter.
  • Apesar dos esforços de criptógrafos e linguistas renomados, ninguém conseguiu até hoje entender a língua ou o código utilizado no manuscrito.
O Manuscrito Voynich, o livro mais misterioso do mundo
Imagem: Beinecke Library/Reprodução

De onde veio o Manuscrito Voynich?

O manuscrito foi adquirido por Wilfrid Voynich em 1912, mas suas origens remontam muito antes disso. Acredita-se que o livro tenha sido escrito em algum momento entre 1400 e 1500, com base nas características do pergaminho e da tinta, bem como nas análises científicas realizadas em sua estrutura.

A primeira menção histórica conhecida é de 1665, quando o médico Johannes Marcus Marci mencionou tê-lo recebido do jesuíta Athanasius Kircher, famoso por seus estudos sobre mistérios e códigos.

Tentativas de decifração

O que torna o Manuscrito Voynich ainda mais intrigante são as inúmeras tentativas de decifrá-lo. Criptógrafos renomados, como William Friedman, o chefe do serviço de inteligência dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial, tentaram analisar o manuscrito, mas sem sucesso.

O código utilizado no livro é complexo e aparentemente não segue nenhum padrão lógico que se possa aplicar a outras línguas ou sistemas de escrita conhecidos.

O Manuscrito Voynich, o livro mais misterioso do mundo
Imagem: Beinecke Library/Reprodução

Embora a criptografia tenha sido uma das abordagens mais populares para decifrar o livro, outras teorias sugerem que o manuscrito pode ser uma forma de escrita inventada, uma espécie de “linguagem artificial” que nunca teve um significado real.

Isso levaria à hipótese de que o livro poderia ser uma obra de entretenimento ou um projeto de alguma mente criativa e excêntrica da época medieval, destinada a criar uma sensação de mistério sem um propósito prático ou científico.

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Teorias sobre sua criação

Alguns pesquisadores acreditam que o manuscrito tenha sido escrito por um único autor, talvez um alquimista ou monge, que desejava proteger segredos importantes com um código indecifrável. Outros apostam em uma criação coletiva por um grupo com objetivos simbólicos ou espirituais.

Uma das teorias mais interessantes é que o Manuscrito Voynich foi escrito por uma civilização desaparecida ou por uma sociedade secreta com o propósito de preservar um conhecimento proibido.

Seja qual for sua origem, o Manuscrito Voynich continua sendo um fascinante quebra-cabeça histórico, um desafio que segue mobilizando estudiosos ao redor do mundo em busca de respostas definitivas.

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