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Médicos drenam 1 litro de líquido do pulmão de jovem que usava vape

Uma adolescente de Las Vegas, nos Estados Unidos, teve de passar por um procedimento de drenagem no pulmão após 18 meses de uso do cigarro eletrônico. Isabella Troncao, de 16 anos, contou ao The Daily Mail que começou a fumar vape de maconha para “impressionar” um garoto de quem gostava.

Ela disse que começou a se sentir mal após mudar para nicotina, relatando uma ardência na garganta que evoluiria para uma infecção pulmonar.  “Parecia que havia um peso de 22 kg no lado esquerdo do meu peito. Eu sentia tanta dor que era como se eu quisesse respirar, mas não conseguisse inspirar completamente”, relatou.

Infecção na garganta evoluiu para a síndrome de Lemierre Crédito: Amani A/Shutterstock

Atendimento no hospital

A mãe da jovem e o irmão tiveram de carregá-la até o hospital, pois a adolescente não conseguia andar. Ao chegar na unidade, a família foi informada que Isabella estava em choque séptico, uma condição de resposta a infecções que pode ser fatal.

“Disseram-me que, se eu tivesse chegado algumas horas depois naquele dia, teria morrido. Eu estava definitivamente perto da morte, então é uma loucura pensar nisso”, disse a adolescente à reportagem.

Segundo os médicos, a infecção na garganta evoluiu para a síndrome de Lemierre, uma infecção da veia jugular interna que desenvolveu a sepse. A equipe drenou um litro de líquido dos pulmões da adolescente, que passou um mês no hospital em recuperação.

Eles foram enfáticos: foi o uso do cigarro eletrônico que permitiu que bactérias se acumulassem nos pulmões da adolescente.

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Adolescente ficou internada por um mês em recuperação. Imagem: iama_sing/Shutterstock

Perigo constante

Nos Estados Unidos, cigarros eletrônicos são o produto de tabaco mais comumente usado entre os jovens desde 2014. Entre os alunos do ensino fundamental ou médio que usavam cigarros eletrônicos em 2024, 38,4% relataram uso frequente e 26,3% relataram uso diário, segundo relatório da ONG Truth Initiative.

Não há uma legislação federal sobre o assunto e cada estado tem autonomia para regulamentar o uso de vapes. A única regra nacional é a proibição do acesso de menores de 21 anos a produtos de tabaco.

“Todos nós fazemos coisas estúpidas, mas eles estão comercializando esses vapes com sabores frutados e cores extravagantes — eles são piores que cigarros”, desabafou a mãe da jovem internada ao site.

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Vape causa “pulmão de pipoca” em jovem de 17 anos; entenda

Uma adolescente foi diagnosticada com um quadro conhecido como “pulmão de pipoca” após usar cigarro eletrônico em segredo por três anos. O termo técnico para a condição é bronquiolite obliterante devastadora — e pode ser fatal.

Ao The Daily Mail, a mãe de Brianne Cullen, Christie Martin, contou que a jovem de 17 anos começou a usar os vapes descartáveis aos 14 anos para “aliviar a ansiedade” causada pelo retorno às aulas depois da pandemia de Covid-19.

Quatro meses atrás, a líder de torcida de Nevada, nos Estados Unidos, ligou para casa em pânico, relatando dificuldade para respirar. No mesmo dia, os exames confirmaram a doença já instalada no pulmão da jovem.

Jovem começou a usar vapes aos 14 anos. (Imagem: Fotogrin/Shutterstock)

O que é a condição?

A bronquiolite obliterante devastadora é desencadeada pela inflamação nos bronquíolos, as menores vias aéreas dos pulmões. A condição pode ser minimizada por inaladores e esteroides, mas casos graves podem levar a um transplante de pulmão.

Os sintomas precisam ser controlados ao longo de toda a vida, e os doentes precisam evitar a poluição do ar, a fumaça do cigarro e contato com pessoas doentes, que podem transmitir infecções mais facilmente.

“Eles me disseram que ela conseguiria se recuperar totalmente porque descobrimos o problema muito cedo, mas que isso também pode causar problemas como câncer no futuro”, explicou a mãe.

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Vape está associado a problemas de saúde e médicos fazem alerta. Imagem: DedMityay/Shutterstock

Relação com vapes

Cientistas já estudaram a possível ligação entre o “pulmão de pipoca” e uma substância química encontrada em alguns vapes, chamada diacetil, mas os resultados não foram conclusivos até o momento.

Em 2016, o produto foi proibido em líquidos para cigarros eletrônicos em uma diretriz da União Europeia, mas ainda pode ser encontrado em vapes vendidos nos EUA, de acordo com a reportagem.

Uma em cada quatro crianças já experimentou os dispositivos, enquanto uma em cada dez os usa regularmente, segundo uma pesquisa realizada no Reino Unido. As taxas sobem para até uma em cada seis entre jovens de 16 a 17 anos.

“Gostaria de pedir aos pais que conscientizem. Este é um alerta para não deixar seus filhos usarem cigarros eletrônicos, aconteça o que acontecer”, alertou a mãe. “Foi preciso um diagnóstico fatal para ela parar.”

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Existe um problema oculto nos vapes vendidos no Brasil

O líquido de seus vapes pode estar contaminado com metais tóxicos. São elementos que se desprendem do circuito elétrico das versões descartáveis dos cigarros eletrônicos. E a contaminação ocorre antes mesmo de o dispositivo ser usado pela primeira vez.

É o que sugere um estudo do Laboratório de Química Atmosférica (LQA) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), obtido pela BBC.

Os pesquisadores analisaram 15 vapes descartáveis e identificaram diferentes concentrações de cobre, estanho, níquel e zinco em níveis “muito acima do esperado para qualquer tipo de material que vai ser inalado”, segundo a reportagem.

Venda de cigarros eletrônicos é proibida pela Anvisa desde 2009 (Imagem: SeventyFour/iStock)

A equipe também analisou 14 líquidos de vapes recarregáveis, mas não identificou elementos em níveis quantificáveis. Isso ocorre possivelmente pelo fato de o líquido ser vendido separadamente, sem entrar em contato com o circuito elétrico previamente.

Os cientistas alertam que tanto o “juice” quanto o “e-líquido” usados na recarga apresentaram “toxicidade significativa” que podem desencadear processos associados a doenças crônicas, incluindo doenças cardiovasculares e respiratórias.

A venda de cigarros eletrônicos é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil desde 2009. Mas isso não tem impedido a distribuição de lotes contrabandeados, com formatos que mudaram ao longo dos anos, desde caneta, pen-drive a uma espécie de pequeno tanque.

No ano passado, um estudo preliminar em dez amostras apreendidas também encontrou octodrina, substância com estrutura similar à anfetamina. A análise foi feita pelo Laboratório de Pesquisas Toxicológicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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Vape usa aromatizante de vela e compostos de óleos essenciais (Imagem: Daisy-Daisy/iStock)

Vape: doce nada inocente

  • De acordo com a reportagem, mais de 20 substâncias foram detectadas nas amostras do estudo da PUC-Rio, das quais dez foram identificadas;
  • A maioria tem a função de conferir sabor e aroma ao cigarro eletrônico;
  • Os líquidos usam compostos extraídos de óleos essenciais que, em determinadas temperaturas, podem formar acroleína, presente nos escapamentos de carros e em frituras;
  • Se inalado de forma contínua, pode trazer prejuízos à saúde;
  • Diversas substâncias usadas pela indústria de alimentos também estavam presentes, como o mentol, que pode irritar as vias aéreas, além de um composto tradicionalmente usado pela indústria como aromatizante de vela.

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