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Concreto vivo se regenera e pode revolucionar a construção civil

Pesquisadores da Universidade Estadual de Montana, nos Estados Unidos, criaram um concreto vivo composto por fungos e bactérias, capaz de se regenerar e durar por mais tempo que materiais semelhantes. A novidade foi detalhada em um estudo publicado na Cell Reports Physical Science.

Entenda:

  • Pesquisadores criaram um novo concreto vivo feito de fungos e bactérias;
  • O material consegue se regenerar e possui vida útil de até um mês;
  • Além disso, a novidade também permanece viável por mais tempo que materiais de construção tradicionais;
  • Ao substituir materiais como o cimento – responsável por 8% das emissões de carbono de origem humana –, o concreto vivo pode ajudar a tornar a construção civil mais sustentável e adaptável.
Cimento tradicional emite 8% do CO2 de origem humana. (Imagem: Bannafarsai_Stock/Shutterstock)

Além da capacidade de regeneração, o novo concreto vivo também consegue permanecer viável por várias semanas – o que não acontece com os materiais de construção tradicionais. As vantagens ainda incluem o baixo impacto ambiental do concreto, visto que, como aponta a equipe, o cimento está por trás de até 8% das emissões de CO₂ em atividades humanas.

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Concreto vivo foi criado com fungos e bactérias

Produzido em baixas temperaturas, o concreto vivo é feito com micélios do fungo Neurospora crassa e células bacterianas. Ainda que outros biomateriais do tipo já tenham sido desenvolvidos antes, eles não são tão resistentes e sua vida útil chega a apenas dias ou semanas. O novo concreto, entretanto, pode durar até um mês com suas funções preservadas.

Concreto vivo é feito com fungos e bactérias. (Imagem: MakroBetz/Shutterstock)

“Materiais biomineralizados não têm resistência suficiente para substituir o concreto em todas as aplicações, mas estamos trabalhando para melhorar suas propriedades para que tenham maior utilização”, diz Chelsea Heveran, autora correspondente do estudo, no comunicado.

Novo concreto pode apoiar sustentabilidade na construção civil

Os pesquisadores destacam que, ao substituir outros materiais com altas taxas de emissão de CO₂, o novo concreto pode ajudar a tornar a construção civil mais sustentável e adaptável. Atualmente, a equipe trabalha para estender ainda mais a vida útil e encontrar métodos para produzir o concreto vivo em larga escala.

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CO2

Vilão das mudanças climáticas pode virar aliado na produção de combustíveis renováveis

Os gases de efeito estufa são grandes vilões no contexto das mudanças climáticas.

Mas pode ser possível transformá-los em combustíveis renováveis a partir de um processo denominado hidrogenação do dióxido de carbono (CO2).

De acordo com os cientistas responsáveis por esta conclusão, isso poderia gerar metanol e metano. Além disso, podem ser formados hidrocarbonetos de cadeias maiores, que podem ser usados como gasolina ou combustível de aviação.

Combustíveis fósseis podem ajudar a limpar o planeta

  • A ideia dos cientistas era encontrar formas de potencializar as alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis tradicionais.
  • Segundo eles, em vez de vê-lo como um resíduo, podemos capturar o CO2 de fontes industriais ou até mesmo diretamente do ar e usá-lo como um valioso bloco de construção de carbono.
  • Em outras palavras, isso significaria mudar completamente a nossa relação com o dióxido de carbono.
  • As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Science.
Dióxido de carbono pode virar combustível renovável (Imagem: Krivosheev Vitaly/Shutterstock)

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Hidrogenação do CO2 é esperança para o futuro

Os pesquisadores explicam que a superfície das partículas catalíticas captura as moléculas de CO2 e hidrogênio, enfraquecendo as ligações fortes que as mantêm unidas.

Este processo permite que os átomos se reorganizem e formem novas ligações, criando os produtos desejados.

A hidrogenação do CO2 pode fornecer combustíveis limpos para setores nos quais a eletrificação é considerada um grande desafio, como a aviação e o transporte marítimo.

A chave para isso está no desenvolvimento de catalisadores mais eficazes, caso do dióxido de carbono.

Emissões de gases de efeito estufa são um grande problema (Imagem: AYDO8/Shutterstock)

De acordo com o estudo, “avançando na hidrogenação do CO2, podemos reduzir as emissões de gases de efeito estufa, especialmente quando usamos energia renovável para impulsionar o processo”. No entanto, existem vários problemas a serem superados.

Isso porque a tecnologia utilizada para converter o gás de efeito estufa em combustível limpo pode gerar impactos negativos para o meio ambiente. Dessa forma, ainda seria necessário desenvolver métodos mais avançados para colocar a nova descoberta em prática.

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Do ar ao concreto: o plano para capturar CO₂ em Las Vegas

Um ex-engenheiro da SpaceX está transformando o ar de Las Vegas em pedra – literalmente. Capturando CO₂ direto da atmosfera, ele o transforma em concreto sustentável. A ideia ambiciosa pode revolucionar a construção civil. E ainda ajudar a frear a crise climática.

O projeto, batizado de Juniper, nasceu no deserto de Nevada. Ali, a startup Clairity Tech está testando uma tecnologia que suga o CO₂ do ar e o armazena em concreto. O sistema usa energia solar e promete remover toneladas de carbono da atmosfera por ano.

Mas não é só captura – é conversão. O CO₂ vira carbonato, um composto que se incorpora ao concreto e o torna mais forte. O resultado é um material com pegada negativa, que reduz emissões em vez de somá-las. Uma virada promissora num setor que emite 7% do CO₂ global.

Entendendo a tecnologia

A mágica começa com um material simples, primo do bicarbonato de sódio. Barato, abundante e já usado em larga escala, ele suga o CO₂ do ar com eficiência. Depois, com pouco gasto de energia, o gás é liberado e armazenado. Diferente de outros compostos usados na captura direta, ele não se desgasta com o tempo – pode ser usado várias vezes.

O reator de captura direta de CO₂ da Clairity em Nevada, uma inovação que transforma gases do ar em concreto sustentável (Imagem: Clairity/Divulgação)

Essa eficiência também vale para as instalações. As plantas industriais da Clairity são tão acessíveis que não precisam operar o tempo todo. Elas funcionam com energia solar intermitente, aproveitando os momentos mais baratos da rede. Um modelo que desafia a lógica das usinas contínuas e que pode disputar espaço com os data centers que também buscam energia limpa.

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Enquanto outros apostam em injetar CO₂ no subsolo – algo ainda distante nos EUA – a Clairity olha para os resíduos. Em vez de enterrar o carbono, ela o mistura com cinzas de carvão para criar concreto de baixo carbono. E faz tudo sozinha, da captura à transformação. Um ciclo fechado que transforma poluição em estrutura.

O futuro da construção civil: revolução à vista?

Por enquanto, a escala ainda é experimental. O Project Juniper captura cerca de 100 toneladas de CO₂ por ano – uma gota no oceano, frente às mais de 40 bilhões de toneladas emitidas globalmente em 2023. O custo atual é alto: US$ 700 por tonelada capturada.

Cartucho de sorvente sendo inserido na estação de adsorção, parte do processo de captura de CO₂ (Imagem: Clairity/Divulgação)

Esse valor só é viável graças a incentivos fiscais do governo dos EUA. Créditos federais ajudam a manter a operação, e contam com apoio bipartidário, incluindo republicanos – o que dá certa estabilidade frente a outros subsídios ambientais em risco.

Mesmo com os custos e a escala limitada, a Clairity aposta na expansão. O plano é ambicioso: remover até 10 megatoneladas de CO₂ nos próximos dez anos. Um salto de cem mil vezes em relação ao primeiro passo dado no deserto de Nevada.

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