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Estudo: forma como o café é preparado faz muita diferença na sua saúde

Mais de 2,25 bilhões de xícaras de café são consumidas todos os dias ao redor do planeta. A bebida pode trazer diversos benefícios para a nossa saúde, mas é preciso ter alguns cuidados na hora da preparação do produto.

Isso porque a forma como o café é preparado pode afetar significativamente os níveis de diterpenos, compostos naturais que aumentam o colesterol. As conclusões fazem parte de um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia.

Café pode aumentar os níveis do colesterol “ruim”

  • Durante o trabalho, a equipe investigou como o método de preparo do café pode afetar a nossa saúde.
  • E descobriu que, dependendo do processo utilizado, podem variar os níveis de compostos naturais chamados diterpenos, que aumentam os níveis de lipoproteína de baixa densidade, também conhecida como LDL ou colesterol “ruim”.
  • A conclusão é que a quantidade destas substâncias é muito maior nas máquinas de café.
  • Já o preparo em cafeteiras comuns com filtro de gotejamento reduz substancialmente estes riscos.
  • As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Nutrition, Metabolism & Cardiovascular Diseases.
Cafés preparados em máquinas podem aumentar colesterol (Imagem: Narong Khueankaew/Shutterstock)

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Como foi realizado o experimento

Os pesquisadores coletaram amostras de 14 máquinas de café instaladas em quatro unidades de saúde na Suécia. Eles selecionaram a configuração padrão e o tamanho para uma xícara de café coado, retirando duas amostras de cada aparelho, com duas a três semanas de intervalo.

Além disso, a equipe preparou cafés da maneira mais tradicional, usando cafeteiras. Por fim, quatro amostras de café expresso foram coletadas em três lanchonetes, bem como uma de uma máquina de café localizada no laboratório onde o experimento foi realizado.

Método de preparação faz toda a diferença (Imagem: amenic181/Shutterstock)

Cada exemplar de café foi analisado por um processo chamado cromatografia líquida-espectrometria de massa em tandem. Isso permite medir os níveis de cafestol e kahweol, substâncias encontradas nas bebidas.

As bebidas das máquinas apresentaram concentrações de diterpenos mais altas do que as filtradas em papel, mas menores do que o café fervido. Segundo os pesquisadores, a filtragem de café fervido reduziu consideravelmente a quantidade das substâncias que elevam o colesterol (e aumentam as chances de doenças cardiovasculares).

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A partir de que idade crianças e adolescentes devem dosar o colesterol?

Entre os adultos, é bastante comum (ou pelo menos deveria ser) realizar um check-up na saúde com certa frequência, principalmente quando a idade começa a avançar. Uma das principais preocupações são os testes de colesterol, sendo parte importante da triagem de saúde cardiovascular, ainda mais em pessoas que possuem histórico de doenças coronárias na família.

Em contrapartida, as crianças e adolescentes não costumam ter seus níveis de colesterol examinados como rotina, por diversas razões, como falta de informação dos pais, ou até mesmo porque os próprios médicos não costumam pedir esse tipo de exame.

Contudo, essa falta de investigação pode ser um problema em alguns casos, já que níveis altos de colesterol levam ao acúmulo de gordura nas artérias, causando a doença aterosclerótica, principal causa de infarto e AVC. E os altos níveis podem acontecer, inclusive, em crianças e adolescentes. Veja mais na matéria abaixo.

O que é e como é medido o colesterol?

O colesterol é uma substância gordurosa que está presente no organismo humano, sendo importante para a produção dos hormônios, de vitaminas e ácidos biliares, além de ser fundamental para a formação de membranas celulares.

Para acompanhar os níveis de colesterol, é importante realizar um exame de sangue que analisa os níveis de gorduras no organismo (Imagem: pch.vector/Freepik)

Essa substância pode ser encontrada em alimentos de origem animal, como ovo, leite e carne. Algumas das funções do colesterol:

  • Formação de membranas celulares;
  • Produção de ácidos biliares, que ajudam na digestão;
  • Síntese de vitaminas, como a D;
  • Síntese de hormônios sexuais;
  • Regula a fluidez da membrana em diversas faixas de temperatura.

Existem dois tipos de colesterol: o HDL, considerado o ‘bom’ e que remove o excesso de colesterol do sangue; e o LDL, conhecido como o ‘ruim’ e que se acumula nas artérias.

É importante tentar conservar níveis saudáveis de HDL, já que, além de remover o excesso de colesterol das células e o levar de volta ao fígado, ajuda a prevenir a formação de placas nas artérias e diminuir o risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais.

Já o LDL é considerado um problema quando está em excesso, porque pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares como infarto e AVC. Ele transporta colesterol do fígado e do intestino para as células e veias, contribuindo para a formação de placas nas artérias.

Para manter os níveis de colesterol regulares, é importante a ingestão da substância de forma equilibrada, além de acompanhamento médico e nutricional.

Para acompanhar os níveis de colesterol, é importante realizar o exame de sangue chamado lipidograma, que analisa os níveis de gorduras no organismo. Ele é indicado para avaliar o risco de doenças cardiovasculares.

Também pode ser pedido a análise de colesterol total e de suas frações em exames de sangue de rotina, que é feito a partir da coleta de uma amostra de sangue venoso, geralmente do braço.

Antes de fazer o exame, em geral, é recomendado fazer jejum de 8 a 12 horas antes do exame, além de evitar bebidas alcoólicas nos 3 dias anteriores ao exame, e evitar atividades físicas intensas nas 24h anteriores ao exame.

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A partir de que idade crianças e adolescentes devem dosar o colesterol?

Em 2023, foi publicado um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) no periódico Archives of Endocrinology and Metabolism, revelando que 24,4% das crianças e adolescentes do Brasil possuem alterações nos níveis totais de colesterol.

Além disso, 19,2% apresentam altas taxas de colesterol LDL, considerado ruim por seus riscos à saúde.

Os altos níveis da lipoproteína no sangue pode levar ao acúmulo lento e progressivo de gordura em nossas artérias, o que pode causar a doença aterosclerótica, que é a principal causa de infarto e acidentes vasculares cerebrais (AVC).

Eles podem provocar a morte ou deixar sequelas nos indivíduos que passam por essas situações.

Orientações de acordo com a idade

De acordo com a cardiologista pediátrica e ecocardiografista fetal, Mirna de Sousa, do Hospital Israelita Albert Einstein em Goiânia, o colesterol já pode ser dosado em crianças de 2 a 8 anos de idade.

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A alimentação influencia nos níveis de colesterol, além do histórico familiar (Imagem: pvproductions/Freepik)

A dosagem é ainda mais importante quando os pais ou avós das crianças possuem algum histórico de risco, como infarto, AVC, doença arterial periférica, hipercolesterolemia (colesterol total acima de 240mg/dl, de difícil controle) ou outros fatores de risco cardiovascular (hipertensão, diabetes, tabagismo passivo e obesidade, por exemplo).

Dos 9 aos 12 anos, o exame precisa ser feito em todas as crianças, mesmo que não tenham histórico familiar. Na faixa etária de 12 a 16 anos, a avaliação do colesterol volta a ser de acordo com casos na família ou o surgimento de algum novo fator de risco.

Por fim, dos 17 aos 21 anos, é recomendado que todos façam pelo menos uma triagem do colesterol. Se os níveis estiverem alterados, o exame deve ser repetido a cada seis meses, até voltarem ao normal. Já para menores de 2 anos, não existe a indicação de triagem.

De acordo com a profissional, na infância, a elevação do colesterol é assintomática, mas a lesão das artérias começa de forma muito precoce.

Por conta disso, existe a importância do diagnóstico ainda no começo, para que os pais iniciem mudanças no estilo de vida da criança, uma vez que é na infância que se estabelecem os hábitos que se leva para a vida toda. Sendo assim, não há um momento melhor para esse tipo de intervenção.

Mirna ainda complementa que, em sua visão, vivemos atualmente uma “pandemia de doenças do aparelho cardiovascular”, cujo início pode acontecer na infância.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que as doenças cardiovasculares matam quase 18 milhões de pessoas por ano no mundo. “É fundamental investirmos em prevenção, pois nenhuma medida terapêutica isolada até hoje teve impacto em reduzir mortalidade”, alerta a médica do Einstein.

Existe tratamento?

Quando existe o diagnóstico de alteração do colesterol, a primeira recomendação é não medicar, sendo que o ideal é apostar na mudança de estilo de vida, principalmente na prática de atividades físicas regulares e adaptações na dieta.

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Os alimentos saudáveis precisam ter preços acessíveis, para estimular uma melhor dieta entre os adultos e as crianças (Imagem: senivpetro/Freepik)

Dependendo do caso, também pode ser que outras doenças estejam levando ao quadro, como diabetes ou problemas renais. Nesses casos, a dieta e mudança no estilo de vida devem ser alinhadas a medicações específicas, prescritas pelo médico.

Mirna explica: “É importante ressaltar que, diferentemente do que acontece com adultos, o uso de medicações depende da faixa etária. Crianças mais velhas podem ser tratadas como adultos, mas o médico deve ser sempre consultado para particularizar o tratamento”.

A médica ainda reforça que é preciso não só divulgar que um estilo de vida saudável previne esse tipo de doença, mas que também é preciso estimular e viabilizar esse estilo de vida.

Para que isso aconteça, é preciso que haja atividades físicas e educação alimentar nas escolas. Parques e praças podem ser meios de facilitar o acesso à prática de exercícios, e os alimentos saudáveis precisam ter preços acessíveis. “Os ultraprocessados devem ser taxados e mais caros para desencorajar seu consumo, assim como acontece com cigarro e álcool”, sugere Sousa.

Informações: Agência Einstein.

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