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Corais estão mudando ao redor da Terra – e cientistas fazem alerta

Há um ano, cientistas alertaram sobre um grande evento de branqueamento de corais ao redor da Terra. Mas o fenômeno, descrito como “sem precedentes” em um novo comunicado, parece ser mais sério do que imaginávamos: já atingiu 84% dos recifes do mundo e, nesse ritmo, pode trazer consequências desastrosas.

Entenda:

  • Um evento de branqueamento “sem precedentes” está afetando os corais ao redor da Terra;
  • O relatório mais recente estima que 84% dos recifes já foram atingidos;
  • O branqueamento acontece quando os corais enfrentam fatores ambientais estressantes – como o excesso de calor da queima de combustíveis fósseis;
  • Os recifes expelem algas responsáveis por dar cor e produzir energia, e, além de ficarem brancos, também são expostos à doenças e correm risco de morte;
  • Além de benefícios à vida marinha, os recifes de corais são aliados dos seres humanos, fornecendo alimentos, empregos e proteção.
Branqueamento de corais é o mais grave já registrado. (Imagem: Ethan Daniels/Shutterstock)

A Iniciativa Internacional para os Recifes de Coral (ICRI), que publicou a declaração na quarta-feira (23), explica que os eventos de branqueamento são provocados, principalmente, por altas temperaturas no mar – tendo em vista que 90% do excesso de calor liberado na queima de combustíveis fósseis é armazenado pelos oceanos.

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O que é o branqueamento de corais?

O fenômeno de branqueamento acontece quando os corais são expostos a fatores ambientais estressantes – neste caso, o calor extremo.

Diante dessas situações, os recifes expelem algas que fornecem cor e produzem energia, e, além de ficarem brancos, também são expostos a doenças e podem acabar morrendo.

Além de sustentarem cerca de um terço de toda a vida marinha, os recifes de corais também trazem benefícios aos seres humanos que, como apontam pesquisadores, equivalem a US$ 10 trilhões e vão desde alimentos a empregos e proteção.

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Calor gerado pela queima de combustíveis fósseis é principal causa do branqueamento de corais. (Imagem: Lane V. Erickson/Shutterstock)

Branqueamento de corais já aconteceu outras vezes

Ainda que este seja o mais preocupante, outros casos de branqueamento dos corais já aconteceram ao longo da história. O primeiro deles foi registrado no início da década de 1980, e outros dois se passaram por volta de 2010 e 2016.

“Os recifes de corais são o sinal da humanidade para muito mais do que apenas as mudanças climáticas. O que escolhermos fazer para salvá-los, tanto das mudanças climáticas quanto do consumo excessivo em nossas economias, determinará seu futuro e afetará toda a vida na Terra e a qualidade de vida de todos até o final deste século e além”, destaca David Obura, fundador da CORDIO East Africa, no comunicado da ICRI.

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Anúncios de empresas poluentes são proibidos em várias cidades pelo mundo

Cidades ao redor do mundo estão avançando com políticas climáticas ambiciosas, mesmo diante da fragmentação da colaboração global sobre a crise climática.

Um exemplo notável são as proibições de publicidade para produtos e empresas altamente poluentes, como combustíveis fósseis, companhias aéreas, SUVs e viagens de luxo, como mostra um artigo publicado no The Conversation.

No Reino Unido, cidades como Edimburgo e Sheffield implementaram essas proibições, removendo anúncios de outdoors de empresas como Shell e BP, além de companhias aéreas e veículos movidos a combustíveis fósseis.

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O objetivo é alinhar as políticas locais com metas climáticas, reduzindo a promoção de produtos que contribuem para o aquecimento global. O mesmo movimento pode ser observado em cidades como Haia, Estocolmo, Gotemburgo, Montreal e Toronto, com propostas semelhantes surgindo em outras localidades.

Anúncios de empresas de combustíveis fósseis, como a Shell, vem sendo removidos em várias cidades – Imagem: Magda Wygralak/Shutterstock

Diminuir publicidade já se mostrou eficaz no passado

  • A ideia por trás dessas proibições é reduzir o consumo desses bens e serviços, ajudando a mitigar as emissões associadas a eles.
  • O precedente de proibição de publicidade de tabaco, por exemplo, mostrou resultados positivos na redução do consumo e no impacto na saúde pública.
  • Um estudo recente também destacou que a propaganda de alto carbono, como a de companhias aéreas, impulsiona a demanda por serviços de alto impacto ambiental, como voos frequentes, exacerbando a crise climática.

Em resposta, mais de 1.000 cidades têm metas de emissões líquidas zero, e muitas se uniram ao Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis.

A proibição de publicidade pode ser uma ferramenta crucial para alcançar essas metas. O IPCC estima que estratégias do lado da demanda, como a redução do consumo de bens intensivos em emissões, poderiam cortar até 70% das emissões até 2050.

Com o aumento da popularidade de SUVs e outros produtos de alto carbono, espera-se que mais governos adotem restrições à publicidade de produtos prejudiciais ao meio ambiente.

À medida que os desastres climáticos se intensificam, as cidades enfrentam a pressão de escolher entre promover empresas que estão agravando a crise climática ou tomar medidas mais drásticas para proteger o futuro.

Diante de uma crise climática que vem se agravando, mais medidas para mitigar os riscos vão sendo criadas – Imagem: Lane V. Erickson/Shutterstock

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Metade das emissões de CO² do mundo vêm de 36 empresas, mostra estudo

Em 2023, 36 empresas de combustíveis fósseis foram responsáveis por metade das emissões globais de carbono, gerando mais de 20 bilhões de toneladas de CO², segundo uma nova pesquisa da plataforma Carbon Majors.

Entre essas empresas estão gigantes como Saudi Aramco, ExxonMobil, Shell e empresas chinesas. Se a Saudi Aramco fosse um país, ficaria em quarto lugar entre os maiores poluidores, atrás apenas de China, EUA e Índia.

Apesar da meta global de reduzir as emissões em 45% até 2030 para limitar o aquecimento global a 1,5 °C, as emissões continuam a crescer. A Agência Internacional de Energia alertou que novos projetos de combustíveis fósseis após 2021 são incompatíveis com o objetivo de emissões líquidas zero até 2050.

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Emissões de carbono em crescimento estão em desacordo com metas de 2030
(Imagem: SuPatMaN/Shutterstock)

Dependência por combustíveis fósseis precisa diminuir

  • Christiana Figueres, ex-chefe da ONU sobre mudanças climáticas, enfatizou a necessidade de reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e avançar para um sistema econômico descarbonizado.
  • O relatório destaca o impacto desproporcional das maiores empresas de combustíveis fósseis, que estão aumentando sua produção e emissões, apesar dos compromissos climáticos globais.
  • Esses dados têm sido usados em processos judiciais e regulatórios, incluindo ações nos EUA para responsabilizar empresas por danos climáticos.
  • As 36 empresas, que incluem estatais como a China Energy e Gazprom, dominam as emissões, com o carvão sendo a principal fonte (41%), seguido por petróleo (32%) e gás (23%).

Os dados históricos indicam que dois terços das emissões de carbono desde a Revolução Industrial vêm de 180 empresas, com muitas delas ainda operando. O estudo alertou para a necessidade de ação governamental para enfrentar a expansão dos combustíveis fósseis e mitigar a crise climática.

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Dados de novo estudo podem servir de evidência para aprovar medidas que impeçam novos projetos usando combustíveis fósseis – Imagem: Lane V. Erickson / Shutterstock.com

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