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Qual a relação entre energéticos e problemas cardíacos?

As bebidas energéticas ganharam popularidade nas últimas décadas, especialmente entre jovens e adultos que buscam aumentar a disposição, melhorar o desempenho físico ou combater o cansaço. No entanto, o consumo excessivo dessas bebidas tem levantado preocupações entre médicos e especialistas em saúde, principalmente em relação aos seus efeitos no coração. 

Mas qual é, de fato, a relação entre energéticos e problemas cardíacos? E como saber se algo está errado com o coração? Vamos explorar essas questões com base em evidências científicas e orientações de órgãos de saúde.

Atenção: os dados deste artigo são apenas informativos. Em caso de alterações fisiológicas, o médico cardiologista deve sempre ser consultado.

Qual a relação entre energéticos e problemas no coração?

Lata de energético Red Bull / Crédito: Mehmet Cetin (shutterstock / reprodução)

O que há dentro de uma bebida energética?

As bebidas energéticas são compostas principalmente por cafeína, açúcares, taurina, guaraná, vitaminas do complexo B e outros estimulantes. Uma lata de 250 ml de energético pode conter entre 80 mg e 150 mg de cafeína, dependendo da marca. Para comparação, uma xícara de café contém cerca de 95 mg de cafeína.

Além disso, essas bebidas costumam ter altas concentrações de açúcar, o que também pode impactar a saúde cardiovascular.

A cafeína, em particular, é um estimulante que atua no sistema nervoso central, aumentando a frequência cardíaca e a pressão arterial. Em doses moderadas, ela pode melhorar o estado de alerta e o desempenho físico. 

No entanto, em excesso, pode desencadear efeitos colaterais graves, especialmente em pessoas com condições cardíacas pré-existentes.

Como os energéticos afetam o coração?

Cafeína
Cafeína / Crédito: Danijela Maksimovic (shutterstock / reprodução)

Estudos científicos demonstram que o consumo de bebidas energéticas pode causar alterações significativas no sistema cardiovascular. Um estudo clínico randomizado e controlado por placebo, publicado no Journal of the American Heart Association, analisou os efeitos do consumo de 946 ml (cerca de três latas) de bebidas energéticas em jovens saudáveis. 

Os resultados mostraram que essas bebidas prolongaram o intervalo QTc no eletrocardiograma, um parâmetro associado ao risco de arritmias cardíacas. Além disso, houve um aumento significativo na pressão arterial sistólica e diastólica.

O prolongamento do intervalo QTc é particularmente preocupante, pois está associado a um maior risco de arritmias graves, como a taquicardia ventricular e a fibrilação ventricular, que podem levar à parada cardíaca. A Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, considera que um aumento de mais de 10 ms no intervalo QTc já é motivo para investigação adicional.

Outro estudo, publicado no International Journal of Cardiology, destacou que o consumo de energéticos pode aumentar a liberação de adrenalina, o que eleva a frequência cardíaca e a pressão arterial. Esses efeitos são especialmente perigosos para pessoas com hipertensão, doenças cardíacas ou predisposição a arritmias.

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Quem deve evitar bebidas energéticas?

Problema no coração
Problema no coração / Crédito: jaojormami (shutterstock / reprodução)

Alguns grupos de pessoas devem evitar ou limitar drasticamente o consumo de bebidas energéticas devido aos riscos cardiovasculares. Entre eles estão:

  • Pessoas com problemas cardíacos pré-existentes: indivíduos com arritmias, insuficiência cardíaca ou síndrome do QT longo devem evitar energéticos, pois a cafeína pode agravar essas condições.
  • Hipertensos: o aumento da pressão arterial causado pelos energéticos pode ser perigoso para quem já tem pressão alta.
  • Gestantes: a cafeína pode atravessar a placenta e afetar o feto.
  • Menores de 18 anos: o sistema cardiovascular de adolescentes ainda está em desenvolvimento, e o consumo de energéticos pode causar efeitos adversos.
  • Pessoas sensíveis à cafeína: alguns indivíduos metabolizam a cafeína mais lentamente, o que aumenta o risco de efeitos colaterais.

Como saber se algo está errado com o coração?

Médico Cardiologista
Médico Cardiologista / Crédito: Ton Wanniwat(shutterstock / reprodução)

O consumo excessivo de bebidas energéticas pode desencadear sintomas que indicam problemas cardíacos. O Ministério da Saúde informa alguns sinais que merecem atenção:

  • Palpitações: sensação de batimentos cardíacos acelerados ou irregulares.
  • Dor no peito: pode ser um sinal de angina ou infarto.
  • Falta de ar: dificuldade para respirar, especialmente durante atividades físicas.
  • Tonturas ou desmaios: podem indicar arritmias ou queda na pressão arterial.
  • Inchaço nas pernas: pode ser um sinal de insuficiência cardíaca.

Se você experimentar qualquer um desses sintomas após consumir bebidas energéticas, é fundamental buscar atendimento médico imediatamente. Exames como eletrocardiograma (ECG) e monitoramento da pressão arterial podem ajudar a identificar problemas cardíacos.

Quem tem problema de coração pode beber café e energético?

Pessoas com problemas cardíacos devem evitar o consumo de bebidas energéticas e café, pois a cafeína pode agravar arritmias e aumentar a pressão arterial.

Quem tem pressão alta pode tomar energético?

Hipertensos devem evitar bebidas energéticas, pois elas podem elevar ainda mais a pressão arterial e aumentar o risco de complicações cardiovasculares.

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Conheça o homem com dois corações – e o que aconteceu quando ambos pararam de funcionar

Pode parecer um enredo de ficção científica ou de uma série de fantasia, como “Doctor Who“, em que o protagonista pertence a uma espécie alienígena com dois corações. No entanto, essa ideia não se limita à cultura pop.

Embora extremamente raro, há registros de pessoas que já tiveram dois corações funcionando simultaneamente em seu corpo, seja por condições médicas específicas ou devido a procedimentos cirúrgicos. 

Episódio de Doctor Who em que é possível ver os dois corações do protagonista / Crédito: BBC (reprodução)

Mas o que acontece quando ambos deixam de funcionar? Esse caso impressionante desafia a medicina e desperta a curiosidade sobre os limites do corpo humano.

Como é possível uma pessoa ter dois corações?

Ter dois corações não é uma condição natural para os seres humanos. No entanto, em alguns casos, uma pessoa pode viver temporariamente com dois corações devido a um procedimento médico chamado transplante cardíaco heterotópico

Nesse tipo de transplante, um coração doado é implantado sem remover o original, o que pode ser necessário quando o novo órgão não é forte o suficiente para funcionar sozinho ou quando o paciente apresenta pressão pulmonar elevada, dificultando o funcionamento de um único coração transplantado. 

Homem com dois corações
Homem com dois corações / Crédito: Imagem feita por inteligência artificial(Grok/reprodução)

Em alguns casos, esse procedimento permite que o coração original tenha tempo para se recuperar, trabalhando em conjunto com o novo órgão. Entre as vantagens dessa técnica, destaca-se o fato de que o coração original ainda pode auxiliar na circulação sanguínea e, caso o coração transplantado falhe, ele pode ser removido sem que o paciente morra imediatamente. 

No entanto, há desvantagens, como o espaço limitado no peito, que pode comprimir outros órgãos, além do maior risco de arritmias e rejeição imunológica.

Quanto ao fluxo sanguíneo e funcionamento, ambos os corações trabalham juntos, mas não de forma completamente sincronizada. O fluxo sanguíneo pode ser mais intenso, mas também exige maior coordenação dos médicos para garantir que a pressão arterial se mantenha equilibrada.

O curioso caso do homem com dois corações

Médicos operando um paciente
Médicos operando um paciente / Crédito: Assist m4x1ight happiness (shutterstock/reprodução)

Em 2010, um homem de 71 anos chegou ao pronto-socorro em Verona, Itália, com falta de ar. O que parecia um caso comum revelou-se uma situação rara: ele possuía dois corações.

Ele nasceu com apenas um coração, mas, devido a uma cardiomiopatia dilatada idiopática, sua função cardíaca estava comprometida. Em 2003, ele passou por um transplante cardíaco heterotópico, mantendo seu coração original e recebendo um novo.

Esse procedimento foi escolhido porque o coração doado era menor que o ideal e precisava de apoio para funcionar adequadamente. Dessa forma, ambos os corações foram conectados para trabalharem juntos.

O que acontece quando dois corações falham?

Desfibrilador em um paciente com parada cardíaca.
Desfibrilador em um paciente com parada cardíaca. / Crédito: trairut noppakaew (shutterstock/reprodução)

Anos depois, sua condição piorou. No hospital, os médicos notaram que seu coração original apresentava um ritmo irregular, enquanto o coração doado batia mais rápido que o normal. A arritmia piorou, levando-o à inconsciência, parada respiratória e perda de pulso.

Diante da situação crítica, a equipe médica aplicou uma descarga de 200 joules com um desfibrilador. O choque conseguiu restaurar o ritmo normal de ambos os corações. Posteriormente, seu marcapasso foi substituído por um cardiodesfibrilador implantável, um dispositivo capaz de corrigir arritmias perigosas automaticamente.

O destino desse paciente anos depois é desconhecido, mas, no momento da publicação do estudo de caso pela IFLScience ele estava “em boas condições clínicas”, um desfecho positivo para uma condição tão incomum.

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Caso semelhante no Brasil

Cirurgião médico com um coração
Cirurgião médico com um coração / Crédito: Marko Aliaksandr (shutterstock/reprodução)

Em 2023, o urbanista Lincoln Paiva, de 54 anos, viveu com dois corações por 45 dias após uma cirurgia inovadora no Instituto do Coração (Incor) em São Paulo. Após sofrer um infarto, um AVC e duas paradas cardíacas, ele foi diagnosticado com insuficiência cardíaca terminal, mas sua pressão pulmonar alta impedia um transplante convencional.

O cirurgião Fábio Gaiotto desenvolveu uma técnica inédita no Brasil, implantando um novo coração sem remover o original. Durante esse período, o coração doado ajudou a reduzir a pressão pulmonar, permitindo que o transplante fosse bem-sucedido. Passados os 45 dias, o coração original foi removido, e Paiva seguiu a vida com o novo órgão.

A técnica ainda está em fase de validação científica, mas pode beneficiar pacientes que não têm acesso a corações artificiais, um tratamento caro e de difícil acesso no Brasil. Graças à cirurgia, Paiva agora tem uma expectativa de vida de pelo menos 20 anos.

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Paciente sobrevive mais de 100 dias com coração de titânio

Pela primeira vez na história, uma pessoa viveu mais de 100 dias com um coração de titânio. O paciente é um homem australiano que sofria de problemas cardíacos graves e estava internado à espera de um coração doado.

De acordo com os médicos responsáveis pelo procedimento, o indivíduo, que não teve a identidade revelada, já retirou o dispositivo e recebeu um novo coração. O sucesso do experimento reforça as esperanças de quem aguarda por um transplante de órgão.

Homem já recebeu um novo órgão

  • A implantação do coração de titânio aconteceu em novembro de 2024.
  • Com o quadro de saúde do paciente se agravando, os médicos conseguiram uma autorização para que ele recebesse o dispositivo.
  • A ideia era utilizar o equipamento até que o homem pudesse receber o novo órgão.
  • Na última semana, após mais de 100 dias, isso finalmente aconteceu.
  • Segundo os pesquisadores, o uso do dispositivo pode aumentar o tempo de vida de pacientes que aguardam uma doação.
  • O australiano foi a sexta pessoa no mundo a receber o coração de titânio, conhecido como BiVACOR, e o primeiro a conviver com ele por mais de um mês.
  • As informações são do G1.
Paciente sobreviveu até receber um transplante de coração (Imagem: Inside Creative House/Shutterstock)

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Como funciona o coração de titânio

Os médicos explicam que o dispositivo é uma substituição total do coração e funciona como uma bomba contínua, na qual um rotor suspenso magneticamente impulsiona o sangue em pulsos regulares por todo o corpo. Todo o material é feito de titânio e, no total, o equipamento pesa cerca de 650 gramas.

Ele é pequeno o suficiente para caber dentro de uma criança de 12 anos e é alimentado por uma bateria externa recarregável que se conecta ao coração por meio de um fio no peito do paciente. A bateria dura quatro horas. Após o período, um alerta é emitido para que uma nova bateria seja instalada.

Coração de titânio pode representar esperança para quem aguarda por transplantes de órgão (Imagem: reprodução/BiVACOR)

A esperança é que, no futuro, o paciente não precise trocar baterias para recarregar o coração de titânio. Isso poderia ocorrer a partir de um carregador sem fio sobre o peito, semelhante a como um telefone celular. Além disso, estão sendo realizados estudos para que o equipamento possa ser utilizado sem a necessidade de um transplante.

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Morte de Gene Hackman: ator morreu por complicações cardíacas; esposa faleceu uma semana antes

Nesta sexta-feira (7), foi divulgada a autópsia realizada nos corpos do ator Gene Hackman e de sua esposa, Betsy Arakawa. Segundo a análise, Hackman morreu de doença cardíaca – agravada por hipertensão crônica, problemas respiratórios e o avançado estágio de Alzheimer.

Hackman, de 95 anos, teve seu marca-passo registrado com um ritmo cardíaco anormal em 18 de fevereiro, data considerada como o provável momento de sua morte.

Hackman e Arakawa (Imagem: Featureflash Photo Agency/Shutterstock)

Já Arakawa, de 65 anos, faleceu cerca de uma semana antes, vítima de hantavírus pulmonar – síndrome rara e potencialmente fatal transmitida por partículas presentes em excrementos de roedores.

Segundo a médica legista Heather Jarrell, do Escritório de Investigação Médica do Novo México (EUA), os exames descartaram a hipótese de envenenamento por monóxido de carbono e confirmaram que ambas as mortes ocorreram por causas naturais.

É bem possível que ele não soubesse que ela estava morta“, afirmou Jarrell, destacando que o comprometimento cognitivo de Hackman o impediu de perceber a ausência de sua esposa.

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Relembre como Gene Hackman e sua esposa foram encontrados

  • Os corpos foram descobertos entre os dias 26 e 27 de fevereiro, na casa onde o casal vivia, situada em um condomínio nas encostas do Novo México;
  • As condições de aridez e a elevada altitude – cerca de 2,2 mil metros – contribuíram para um processo de decomposição com sinais de mumificação;
  • Investigações apontam que Arakawa havia realizado suas últimas atividades em 11 de fevereiro, ao visitar uma farmácia, um pet shop e um supermercado, antes de retornar à residência;
  • Durante a perícia, também foi constatado que um dos três cães do casal foi encontrado morto em uma caixa, próximo ao local onde Betsy foi descoberta, enquanto os outros dois animais sobreviveram;
  • Autoridades ressaltam que os cães não são suscetíveis à doença causada pelo hantavírus.

Especialistas, como o ex-legista Dr. Michael Baden, acreditam que o estado avançado de Alzheimer de Hackman foi fator determinante para que ele permanecesse alheio à morte de Betsy, intensificando o desfecho trágico.

Gene Hackman
Ator teria falecido uma semana após sua esposa de causas naturais (Imagem: Featureflash Photo Agency/Shutterstock)

Ambos os óbitos ocorreram naturalmente, mas o comprometimento cognitivo de Hackman o deixou incapaz de buscar ajuda após a perda de sua esposa”, explicou Baden à agência de notícias Associated Press (AP).

A investigação segue em aberto para confirmar, com precisão, os horários dos óbitos e compreender melhor a sequência dos eventos, mas todas as evidências apontam para diferença de aproximadamente uma semana entre as mortes.

Enquanto a comunidade artística e os fãs lamentam a perda do lendário ator, o caso reforça a importância do cuidado e monitoramento contínuo de idosos que sofrem de demência, além de evidenciar os riscos das doenças raras mesmo em ambientes residenciais.

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