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Covid-19 em alta: cidade brasileira volta a ter uso obrigatório de máscara

O município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, voltou a ter uso obrigatório de máscaras em ambientes fechados. A prefeitura decretou o retorno na última sexta-feira (25), após aumento de casos de covid-19.

O descumprimento da medida pode resultar em sanções administrativas e outras medidas cabíveis de acordo com a legislação.

Município de São Gabriel da Cachoeira fica a cerca de 850 km de Manaus (Imagem: Wikimedia Commons)

Covid-19 em alta na cidade

De acordo com a Defensoria Pública do Amazonas, que recomendou a volta do uso obrigatório de máscaras em locais fechados, o município registrou apenas 14 casos de covid-19 em dezembro do ano passado. Em março deste ano, já eram 197 casos suspeitos, com 87 positivos. Em abril, o número subiu para 897 suspeitos e 400 casos positivos.

Segundo a Agência Brasil, um ofício do defensor público Marcelo Barbosa à Secretaria Municipal de Saúde alertou para a alta procura de testes. E mesmo os casos que deram negativo para covid-19, “indicam que outras viroses respiratórias estão circulando na cidade, colocando em risco a saúde da população”.

Enfermeira carregando dose de vacina em agulha de injeção
Órgãos poderão solicitar comprovação de vacinação para entrada em áreas indígenas (Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Uso de máscara vale para ambientes fechados

O decreto estabelece a obrigatoriedade do uso de máscara em São Gabriel da Cachoeira, a cerca de 850 km de Manaus, apenas em ambientes fechados. Isso vale para escolas, igrejas, estabelecimentos comerciais, transporte coletivo e repartições públicas.

O governo também restringiu o acesso a áreas indígenas:

  • A restrição vale para pessoas sem caderneta de vacinação contra covid-19 ou resultado negativo em teste nas últimas 48 horas;
  • A fiscalização é de responsabilidade de órgãos e do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), que poderão solicitar meios de comprovação;
  • O decreto permanece vigente até que a recomendação das autoridades mude;
  • Segundo a prefeitura, o objetivo é proteger a população, principalmente as comunidades indígenas, que são 90% dos habitantes do local.

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A Secretaria Municipal de Saúde também informou que testes rápidos estão sendo realizados em unidades básicas de saúde (UBS) para pessoas com sintomas gripais.

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Ciência brasileira publicou mais de 17 mil artigos relacionados à pandemia

Pesquisadores brasileiros tiveram um desempenho surpreendente durante a pandemia da covid-19: de acordo com um estudo publicado pelo Laboratório de Estudos sobre a Organização da Pesquisa e da Inovação (Lab-GEOPI) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mais de 17 mil artigos foram produzidos entre 2020 e 2022 relacionados à pandemia.

A informação foi divulgada pelo The Conversation, um site voltado para divulgação científica no Brasil. Nas primeiras semanas da crise sanitária, mais de 500 artigos foram divulgados, abordando tratamentos, estrutura do coronavírus, transmissão e outros temas relacionados à pandemia.

Em seu auge, a produção científica brasileira chegou a publicar mais de 500 artigos mensais relacionados à crise sanitária.

O estudo da Lab-GEOPI, publicado em março de 2025, identificou 531.708 estudos relacionados à covid-19 pelo mundo. Destes, 17.409 são de autores afiliados a 512 instituições brasileiras.

Universidades públicas dominam produção científica brasileira

Os mais de 17 mil artigos brasileiros foram concentrados em financiamento público. Segundo o estudo, 24 instituições públicas concentraram 61% da produção nacional.

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A Universidade de São Paulo (USP) publicou cerca de 7,7 mil estudos relacionados à covid-19 no período, sendo a líder nacional no assunto. Na sequência vem a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com 2,1 mil publicações; a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com 1,7 mil artigos; e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com 1,6 mil estudos.

Estudos foram feitos em diferentes áreas de conhecimento

Quando pensamos em uma crise sanitária como a pandemia do coronavírus, a primeira área de conhecimento que vem à mente é a medicina, mas os estudos brasileiros também focaram em outras áreas.

Ciência Política, Psicologia, Geografia, Sociologia, Ciência da Computação e Administração também tiveram pesquisadores estudando o tema, mostrando uma preocupação da comunidade científica em entender não só as causas médicas, mas também repercussões clínicas e sociais da pandemia.

Questões como os desafios econômicos, sociais e de saúde impostos pela pandemia estão entre os pesquisados pelos cientistas brasileiros.

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EUA promovem teoria de vazamento de laboratório como origem da Covid-19

Nesta sexta-feira (18), o site covid.gov, que até então reunia informações sobre testes, vacinas e tratamentos contra a Covid-19, passou a redirecionar usuários para uma nova página do governo dos Estados Unidos. A mudança, aparentemente promovida pela gestão do presidente Donald Trump, sinaliza um reposicionamento oficial sobre a origem do coronavírus, com forte ênfase na teoria do vazamento de laboratório.

A nova página, intitulada “Lab Leak — a verdade sobre as origens da Covid-19” (tradução livre), traz uma imagem de Trump em destaque e afirma que a pandemia teria começado a partir de um incidente em um laboratório na cidade de Wuhan, na China. O conteúdo questiona a versão até então apoiada por agências de saúde e pela própria Casa Branca, que indicava uma origem natural do vírus a partir da transmissão entre animais e humanos.

Covid-19 volta a ser tópico após mudança em site de governo norte-americano (Imagem: Ninc Vienna / Shutterstock.com)

Teorias e disputas políticas em torno da Covid-19

O novo site acusa diretamente o ex-presidente Joe Biden e seu então assessor médico, Dr. Anthony Fauci, de “ocultar” informações sobre o suposto vazamento em laboratório. Segundo o texto, Fauci teria promovido um estudo específico que reforça a teoria da origem natural, ignorando outras possibilidades.

A Casa Branca afirma agora que um vazamento laboratorial é provavelmente a origem da Covid-19, contrariando o consenso majoritário de cientistas que apontam para a transmissão zoonótica como causa mais plausível. Um estudo revisado por pares, inclusive, identificou material genético de animais selvagens em amostras recolhidas no mercado de frutos-do-mar de Huanan, reforçando essa hipótese.

Redirecionamento e exclusão de informações

Além do Covid.gov, outro endereço federal, o Covidtests.gov — antes utilizado para solicitar testes gratuitos — também passou a redirecionar para a nova página. Não está claro exatamente quando a mudança ocorreu, mas registros arquivados mostram que os conteúdos originais estavam disponíveis até pelo menos 10 de abril. A mudança foi notada por Andrew Couts, do Wired.

A substituição desses sites por uma narrativa alinhada ao discurso da nova administração tem gerado críticas. A publicação americana The Verge classificou o novo conteúdo como conspiratório, destacando que ele promove ideias sem respaldo científico e acusa a Organização Mundial da Saúde (OMS) de ceder a pressões do governo chinês.

Placa com o logo da OMS
Organização Mundial da Saúde é alvo de críticas em novo site da Casa Branca (Imagem: Elenarts/Shutterstock)

Divergência entre agências e incertezas persistentes

Em janeiro, a CIA divulgou um relatório indicando que o vazamento laboratorial seria uma possibilidade, mas com “baixa confiança”. Essa classificação indica que as informações disponíveis são insuficientes, contraditórias ou pouco confiáveis. A própria agência havia declarado anteriormente que não tinha dados suficientes para chegar a uma conclusão definitiva sobre a origem do vírus.

Outros órgãos, como o Departamento de Energia e o Departamento de Estado, também mencionaram a hipótese do laboratório, mas sem apresentar evidências conclusivas. Já a comunidade científica tem reiterado que, apesar de ainda haver incertezas, não há indícios sólidos que sustentem a tese de manipulação genética ou vazamento intencional.

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Críticas a medidas tomadas durante a pandemia

A nova versão do site também critica medidas adotadas durante a pandemia, como lockdowns, o uso de máscaras e o financiamento de pesquisas em doenças infecciosas. Um dos focos do conteúdo é a defesa da retomada da moratória sobre pesquisas de ganho de função, que envolvem o aprimoramento de vírus em laboratório para entender seu comportamento.

A OMS segue mantendo todas as hipóteses em aberto, mas ainda considera a origem natural como a explicação mais provável, reiterando que falta acesso a dados completos da China para uma investigação definitiva.

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Estudo pode viabilizar o primeiro tratamento da COVID longa

Pesquisadores da WEHI, um instituto médico da Austrália, desenvolveram um composto antiviral que demonstrou prevenir sintomas da COVID longa em camundongos, oferecendo uma possível esperança para o tratamento dessa condição debilitante.

Publicado na Nature Communications, o estudo é o primeiro a mostrar que o tratamento evitou disfunção cerebral e pulmonar de longo prazo, principais sintomas da COVID longa.

A pesquisa abre caminho para futuros ensaios clínicos e, potencialmente, um tratamento oral para a doença.

COVID longa ainda carece de tratamentos

  • A COVID longa, ou sequela pós-aguda da COVID-19 (PASC), é uma condição crônica caracterizada por sintomas persistentes como dificuldades respiratórias, fadiga e confusão mental.
  • Embora afete milhões de pessoas, sua causa ainda é pouco compreendida, e não há tratamento aprovado.
  • O Dr. Marcel Doerflinger, chefe do laboratório WEHI, destacou que os resultados podem ser um marco na busca por terapias eficazes.
Tratamento oral para a COVID longa, que ainda não existe, pode estar perto de ser criado graças ao novo estudo – Imagem: Dmitry Demidovich/Shutterstock

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A pesquisa

Os pesquisadores identificaram uma proteína chamada PLpro, essencial para o coronavírus, como alvo promissor.

Após examinar mais de 400 mil compostos, a equipe desenvolveu um novo medicamento que pode superar barreiras dos tratamentos existentes. O Prof. David Komander, co-líder da equipe, comemorou a rapidez da descoberta, realizada em menos de cinco anos.

Além de prevenir a COVID longa, o novo composto mostrou eficácia superior a antivirais atuais, como o Paxlovid, que apresenta limitações, como interações com outros medicamentos.

A pesquisa continua em colaboração com outros centros para otimizar o composto e avaliar seu potencial em tratamentos mais amplos para a COVID-19.

Ilustração do vírus da Covid-19
Causa para a COVID longa ainda não é completamente compreendida por especialistas (Imagem: Xeniia X/Shutterstock)

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Pesquisa brasileira mostra caminho para aprimorar vacinas contra a Covid

Um estudo publicado na revista Pathogens, realizado por pesquisadores do Instituto Pasteur de São Paulo (IPSP), Universidade de São Paulo (USP) e Instituto Butantan, faz um balanço dos avanços na vacinação contra a Covid-19 e discute estratégias para melhorar a eficácia das vacinas diante das novas variantes do vírus, como mostra o Jornal da USP.

A pesquisa, liderada por Fábio Mambelli e coordenada por Sergio Costa Oliveira, professor da USP, destaca que, apesar de as vacinas atuais reduzirem casos graves, a constante evolução do vírus exige soluções inovadoras.

Descobertas do estudo

  • O estudo aponta que a dependência da proteína Spike, alvo principal das vacinas atuais, pode limitar sua eficácia a longo prazo, já que variantes como a Ômicron têm mutações que ajudam a escapar da imunidade induzida.
  • O declínio na resposta imunológica ao longo do tempo também reforça a necessidade de doses de reforço.
  • Além disso, a eficácia das vacinas varia conforme a plataforma usada, e grupos como idosos e imunossuprimidos apresentam resposta vacinal comprometida.
Novas variantes do vírus da covid-19 demandam que a pesquisa sobre a vacina também passe por avanços – Imagem: Shutterstock/WESTOCK PRODUCTIONS

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Uma abordagem promissora discutida é o uso da vacina BCG, modificada para incluir antígenos do SARS-CoV-2, como a proteína Spike e Nucleocapsídeo. Essa estratégia pode oferecer uma proteção mais duradoura, já que a proteína Nucleocapsídeo é mais estável e menos suscetível a mutações.

Além disso, vacinas intranasais, que estimulam a imunidade nas vias respiratórias, também são vistas como uma alternativa eficaz para reduzir a transmissão e melhorar a resposta imunológica contra novas variantes.

O estudo conclui que, embora as vacinas atuais tenham sido fundamentais no controle da pandemia, é essencial continuar a inovação para garantir proteção duradoura contra a Covid-19.

As vacinas atuais são eficazes para controlar os danos do vírus, mas a necessidade de seguir buscando inovações com vacinas melhores ainda existe – Imagem: CrispyPork/Shutterstock

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EUA cancelam financiamento para estudos sobre Covid-19

A pandemia de Covid-19 oficialmente já terminou. No entanto, milhares de pessoas continuam sendo infectadas pelo vírus todos os meses e equipes de pesquisadores do mundo todo ainda trabalham para entender melhor esta doença.

No entanto, todo este trabalho pode ser prejudicado por uma recente decisão do governo dos Estados Unidos. A Casa Branca está cancelando bilhões de dólares em financiamento de pesquisas relacionadas ao coronavírus.

EUA são o maior financiador mundial de pesquisas

  • A medida foi anunciada após a posse do presidente Donald Trump e faz parte dos esforços de redução de gastos do governo dos EUA.
  • De acordo com um documento interno dos Institutos Nacionais de Saúde, os recursos foram liberados para combater a pandemia, uma situação que já foi superada.
  • Por conta disso, não seriam necessários mais recursos para trabalhos do tipo.
  • Lembrando que os EUA são o maior financiador mundial de pesquisas e concedeu subsídios a quase 600 projetos em andamento que têm alguma relação com o vírus.
Casa Branca cancelou bilhões de dólares em financiamento de pesquisas relacionadas ao coronavírus (Imagem: ImageFlow/Shutterstock)

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Decisão pode prejudicar o enfrentamento de novas pandemias

O SARS-CoV-2, vírus que causa a Covid-19, matou mais de 7 milhões de pessoas em todo o mundo. Embora a situação esteja controlada, pesquisadores alertam que estudar a doença é crucial para prevenir a próxima pandemia.

Em publicação na revista Nature, um grupo de cientistas condenou a decisão da Casa Branca. Eles afirmaram que cancelar o repasse de recursos para pesquisas é algo “perigoso para a preparação para futuras pandemias”.

Cientistas alertam que corte de recursos prejudicará enfrentamento de novas crises sanitárias (Imagem: Manoej Paateel/Shutterstock)

Além de estudos sobre o vírus, são impactados pela decisão novos trabalhos envolvendo o desenvolvimento de vacinas mais eficazes. O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA não se pronunciou oficialmente sobre a situação.

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Estudo revela novo caminho para tratar a COVID longa

Cientistas da Universidade da Virgínia descobriram que a COVID-19 pode prejudicar a capacidade das células imunológicas de reparar os pulmões, o que pode ajudar a explicar os efeitos persistentes da COVID longa.

A pesquisa, publicada na revista Science, foi liderada por Jie Sun e revelou que infecções virais graves, como a COVID-19 e a gripe, danificam os peroxissomos, organelas essenciais dentro dos macrófagos — células imunológicas responsáveis pelo reparo pulmonar após danos nos tecidos.

Quando esses peroxissomos são danificados, sua função é comprometida, o que resulta em inflamação contínua e cicatrizes nos pulmões.

Descobertas do estudo

  • Os pesquisadores descobriram que essa disfunção nos peroxissomos é uma das causas da dificuldade de recuperação pulmonar observada em pacientes com COVID longa.
  • O estudo também sugeriu uma abordagem promissora para tratar esses efeitos persistentes: o uso do fenilbutirato de sódio, um medicamento já aprovado pelo FDA para tratar pacientes com altos níveis de amônia no sangue.
  • Esse medicamento foi capaz de restaurar a função dos peroxissomos em testes iniciais, melhorando a capacidade do sistema imunológico de reparar os pulmões.
Medicamento já aprovado pela FDA foi capaz de ajudar o sistema imunológico a reparar a inflamação dos pulmões (Imagem: JOURNEY STUDIO7/Shutterstock)

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Embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar a eficácia desse tratamento na COVID longa, os cientistas acreditam que suas descobertas podem abrir novas possibilidades terapêuticas.

Além disso, o estudo sugere que o tratamento dos peroxissomos também pode ser útil no tratamento de outras doenças respiratórias, tanto agudas quanto crônicas, como a gripe ou a doença pulmonar intersticial (DPI).

A pesquisa é um passo importante para entender melhor a COVID longa e outras condições pulmonares, oferecendo esperança de novas terapias centradas no peroxissomo para ajudar os pacientes a se recuperarem e melhorarem sua qualidade de vida.

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A  Covid longa ocorre quando os sintomas da doença persistem, ou aparecem pela primeira vez meses após a contaminação, causando danos ao pulmão – Imagem: Josie Elias/Shutterstock

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Vacinas contra Covid abrem caminho para revolução no tratamento do câncer

A pandemia de Covid-19, um período marcado por desafios globais sem precedentes, catalisou avanços científicos que transcendem a luta contra o coronavírus.

A tecnologia de mRNA, que se provou fundamental no desenvolvimento de vacinas eficazes contra a Covid-19, agora emerge como uma poderosa aliada na batalha contra o câncer, abrindo um novo capítulo na oncologia.

A oncologia e a revolução do mRNA

Lennard Lee, oncologista do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido e figura central na vanguarda dessa transformação, destaca o papel crucial da pandemia em demonstrar a viabilidade das vacinas de mRNA (Via: Wired).

Anteriormente, as vacinas contra o câncer enfrentavam inúmeros obstáculos, com resultados clínicos frustrantes. A chegada da Covid-19, no entanto, impulsionou a pesquisa e o desenvolvimento, provando que a tecnologia de mRNA poderia ser utilizada para treinar o sistema imunológico a reconhecer e atacar células cancerígenas.

A capacidade de personalizar tratamentos, a eficácia comprovada da tecnologia de mRNA e o progresso acelerado das pesquisas clínicas indicam que estamos à beira de uma revolução no combate ao câncer.(Imagem por pedro7merino – Shutterstock)

Vacinas personalizadas e mais precisão no combate ao câncer

A tecnologia de mRNA permite a criação de vacinas personalizadas, adaptadas ao perfil genético de cada paciente. O processo envolve a realização de uma biópsia do tumor, o sequenciamento do tecido e o desenvolvimento de uma vacina sob medida, capaz de instruir o sistema imunológico a identificar e eliminar as células cancerígenas específicas daquele paciente.

Essa abordagem individualizada representa um avanço significativo em relação aos tratamentos convencionais, que muitas vezes apresentam efeitos colaterais severos e resultados limitados.

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A tecnologia de mRNA permite a criação de vacinas personalizadas, adaptadas ao perfil genético de cada paciente. (Imagem: angellodeco/Shutterstock)

O Reino Unido, reconhecendo o potencial transformador das vacinas de mRNA contra o câncer, lançou o Cancer Vaccine Launch Pad em 2022. Essa iniciativa ambiciosa visa acelerar os testes clínicos e impulsionar a pesquisa na área, aproveitando a infraestrutura e a experiência adquiridas durante a pandemia.

O país estabeleceu parcerias estratégicas com empresas líderes no setor, como BioNTech e Moderna, consolidando sua posição como um centro de excelência em oncologia de precisão.

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Testes clínicos em andamento

Atualmente, diversos testes clínicos de vacinas de mRNA contra o câncer estão em andamento em todo o mundo, com resultados promissores.

No Reino Unido, um teste para prevenir a recorrência do câncer de pele já concluiu a fase de recrutamento, com resultados esperados para o final de 2025 ou início de 2026. A expectativa é que, em breve, a primeira vacina de mRNA personalizada contra o câncer seja aprovada, marcando um novo marco na história da medicina.

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Por que alguns vírus causam pandemias e outros não?

Vírus e pandemia são termos que frequentemente andam juntos quando se trata de crises globais de saúde. Enquanto muitos vírus causam surtos limitados, apenas alguns têm o potencial de desencadear pandemias, espalhando-se rapidamente e impactando populações ao redor do mundo. Vamos entender por que alguns vírus causam pandemias e outros não?

Os vírus são partículas microscópicas compostas por material genético (DNA ou RNA) envolto por uma cápsula proteica. Apesar de sua simplicidade, eles têm a capacidade de causar profundas transformações no mundo.

Diferentemente de outros microrganismos, os vírus não possuem metabolismo próprio e dependem de células vivas para se reproduzir, sequestrando os recursos da célula hospedeira para multiplicar-se. Essa característica os torna especialistas em adaptação e disseminação.

A imagem ilustra a estrutura do coronavírus. Destaque para as proteínas spike da superfície, que permitem a entrada do vírus nas células hospedeiras. Imagem: PenWin / iStock

Ao longo da história, os vírus foram responsáveis por algumas das pandemias mais devastadoras. A gripe espanhola de 1918, causada pelo vírus influenza H1N1, infectou cerca de um terço da população mundial e matou mais de 50 milhões de pessoas.

Outras pandemias importantes incluem a pandemia de HIV/AIDS, que começou nos anos 1980 e ainda afeta milhões, e a pandemia de COVID-19, causada pelo SARS-CoV-2, que transformou o mundo a partir de 2020.

Epidemia e pandemia: qual a diferença?

Para entender o alcance de uma doença viral, é necessário diferenciar os conceitos de epidemia e pandemia. Uma epidemia ocorre quando há um aumento súbito de casos de uma doença em uma região específica, como uma cidade ou país. Já uma pandemia é caracterizada pela disseminação global de uma doença, afetando diversos continentes e populações.

Por exemplo, o surto de Zika que ocorreu na América Latina em 2015 foi uma epidemia, pois seus efeitos foram concentrados em determinadas áreas. Em contraste, a COVID-19 é considerada uma pandemia porque o vírus SARS-CoV-2 se espalhou por quase todos os países do mundo.

A progressão geométrica de uma doença

Uma das razões pelas quais certas doenças se tornam pandemias está na forma como se espalham. A transmissão viral frequentemente segue um padrão de progressão geométrica, ou seja, cada pessoa infectada pode transmitir o vírus a várias outras, que, por sua vez, o passam a um número ainda maior de pessoas. Esse ritmo exponencial de transmissão permite que algumas doenças se espalhem rapidamente em populações densas e interconectadas.

Terminais de ônibus são locais de maior contaminação por Covid-19
Imagem: Free-Photos (Pixabay)

O parâmetro usado para medir essa dispersão é o número básico de reprodução, conhecido como R₀ (R zero). Ele indica, em média, quantas pessoas um indivíduo infectado pode contagiar. Quando o R₀ é maior que 1, a doença tende a se espalhar; se for menor que 1, a propagação tende a diminuir. Vírus com altos valores de R₀, como o sarampo, têm potencial para causar surtos globais caso não sejam controlados.

Vírus letais versus vírus altamente transmissíveis

Nem todos os vírus têm o mesmo potencial pandêmico. Alguns, como o ebola e o Marburg, causam doenças extremamente graves, mas têm dificuldade de se espalhar amplamente porque matam seus hospedeiros rapidamente. Esses vírus, que apresentam altas taxas de letalidade, geralmente são transmitidos por contato direto com fluidos corporais infectados, o que limita a dispersão.

Imagem: Innovative Creation/Shutterstock

O vírus ebola, por exemplo, pode matar até 90% das pessoas infectadas em algumas epidemias, mas sua transmissão exige um contato muito próximo, como o cuidado de doentes ou manuseio de cadáveres. O mesmo ocorre com o vírus Marburg, que causa febre hemorrágica severa.

Apesar de serem devastadores, esses agentes não possuem a mesma capacidade de propagação aérea ou por gotículas que vírus como a gripe ou o SARS-CoV-2, o que impede que se tornem pandemias globais.

Por outro lado, vírus menos letais, mas mais facilmente transmissíveis, são os que geralmente desencadeiam pandemias. A gripe, por exemplo, pode ser transmitida pelo ar e por superfícies contaminadas, permitindo que uma única pessoa infectada contagie dezenas de outras. Isso cria o cenário ideal para surtos de grandes proporções.

Com informações de UCF News.

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Covid-19: o que são mutações, linhagens, cepas e variantes?

Os vírus, como o SARS-CoV-2, causador da Covid-19, são organismos únicos e intrigantes. Durante a pandemia, palavras como cepas, linhas e variantes passaram a fazer parte do vocabulário cotidiano, mostrando a velocidade e complexidade com que o vírus evolui e se adapta.

Os vírus ocupam um espaço único na biologia, não sendo considerados vivos nem completamente inertes. A ciência ainda debate como classificá-los, mas o que se sabe com certeza é que eles dependem de células hospedeiras para se reproduzir, razão pela qual são chamados de parasitas intracelulares obrigatórios.

Embora sejam minúsculos, sua capacidade de adaptação e evolução os torna poderosos agentes de transformação no mundo natural.

Covid-19: o que são mutações, linhagens, cepas e variantes?

Desde o início da pandemia de SARS-CoV-2, decretado pela OMS em 11 de março de 2020, termos como mutações, linhagens, cepas, variantes, sub linhagens e recombinantes têm sido amplamente usados para descrever o comportamento do vírus.

Essas palavras, no entanto, muitas vezes geram confusão. Entender o que elas significam é essencial para compreender a evolução do vírus e o impacto que ele continua causando na saúde pública global.

Uma mutação ocorre quando há uma alteração no material genético do vírus. Ao infectar uma célula, o vírus vai usar os ribossomos dela para criar proteínas e criar cópias de si mesmo até essa célula explodir de tantos vírus.

Nesse processo de milhares de cópias de cada vez alguns erros ocorrem, e a esses erros nós damos o nome de mutação. Muitas dessas mutações não causam efeitos perceptíveis, mas algumas podem alterar características importantes do vírus, como sua capacidade de transmissão ou a gravidade da infecção que provoca.

Imagem: Imagem: shutterstock/Lightspring

Se você viu bastante X-Men, vai saber que quando um grupo de mutações se acumula e dá origem a um novo perfil genético, surgem as linhagens. Elas permitem que os cientistas identifiquem e rastreiem como o vírus evolui e se espalha em diferentes regiões do mundo.

Durante a pandemia de Covid-19, nomes como Alpha, Beta, Gamma, Delta e Omicron ganharam a boca do povo, essas eram as variantes, mutações do vírus que foram batizadas com nomes diferentes por apresentarem características distintas.

O termo cepa, por sua vez, é mais amplo. Ele é usado para se referir a versões do vírus que apresentam grandes e bruscas mudanças no comportamento ou na estrutura, diferenciando-se da versão original de maneira definitiva. Apesar de amplamente utilizado, “cepa” nem sempre é o termo mais adequado para descrever as variações do SARS-CoV-2.

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As variantes são classificações mais específicas dentro das linhagens. Elas se destacam por suas mutações, que podem impactar sua transmissibilidade, a gravidade da doença ou até mesmo a eficácia das vacinas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) utiliza termos como “variantes de preocupação” e “variantes de interesse” para identificar aquelas que requerem maior atenção. Exemplos notáveis incluem a variante Omicron e suas várias sublinhagens.

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Imagem: shuttrstock/angellodeco

Sublinhagens são subdivisões dentro de uma linhagem principal, resultantes de novas mutações que ocorrem em variantes existentes. No caso da Ômicron, por exemplo, sub linhagens como BA.1, BA.2 e BA.5 foram monitoradas devido ao seu impacto na transmissão e no escape imunológico.

Já os recombinantes surgem quando duas variantes diferentes infectam a mesma célula e trocam fragmentos de material genético, criando uma nova variante híbrida. Esse processo é especialmente preocupante quando há circulação simultânea de diversas linhagens em uma população, aumentando a complexidade do controle epidemiológico.

O sequenciamento genético é a ferramenta que permite identificar mutações, linhagens, cepas, variantes, sub linhagens e recombinantes. Esse processo é essencial para acompanhar a evolução do SARS-CoV-2, ajudando a ajustar vacinas, prever surtos e orientar medidas de saúde pública.

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