A Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou na manhã desta terça-feira (15) uma megaoperação nacional para desarticular uma organização criminosa voltada à prática de crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes. Batizada de Adolescência Segura, a ação ocorre simultaneamente em oito estados brasileiros: Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul.
Segundo a corporação, trata-se de uma das maiores operações já realizadas no país com foco em crimes digitais envolvendo menores de idade. Até o momento, dois adultos foram presos e dois adolescentes apreendidos. A operação cumpre mandados de prisão temporária, busca e apreensão e internação provisória de adolescentes infratores.
Organização criminosa era altamente estruturada
As investigações foram iniciadas em 18 de fevereiro deste ano, após um ataque brutal cometido por um adolescente contra um homem em situação de rua, no qual foram usados dois coquetéis molotov. A vítima, que dormia na rua, teve 70% do corpo queimado. O crime foi filmado e transmitido ao vivo por uma plataforma online, revelando a existência de um grupo que usava a internet para compartilhar atos violentos.
A Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) identificou que o caso fazia parte de uma atuação coordenada por uma rede criminosa especializada em crimes digitais. De acordo com os investigadores, os administradores do servidor envolvido no ataque promoviam diferentes práticas criminosas, com ênfase na exploração e manipulação de menores.

Crimes digitais vão de apologia ao nazismo a pornografia infantil
Entre os delitos apurados, estão tentativa de homicídio, induzimento e instigação ao suicídio, armazenamento e divulgação de pornografia infantil, maus-tratos a animais, apologia ao nazismo e diversos tipos de crimes de ódio. As ações do grupo eram realizadas por meio de diferentes plataformas digitais, utilizando estratégias de manipulação psicológica e aliciamento de menores em idade escolar.
“A operação Adolescência Segura representa um marco significativo no combate à criminalidade digital no Brasil e reafirma o compromisso da Polícia Civil com a proteção dos direitos fundamentais da infância e da juventude, conforme prevê o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)”, declarou a corporação em nota.
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Apoio internacional e continuidade das investigações
- A operação contou com o apoio das polícias civis dos oito estados envolvidos, além da participação do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) da Secretaria Nacional de Segurança Pública.
- Também contribuíram duas agências norte-americanas, que elaboraram relatórios sobre a atuação da organização criminosa.
- Segundo a Polícia Civil, os trabalhos continuam com o objetivo de identificar e localizar outros integrantes da rede criminosa, cujas atividades expõem crianças e adolescentes a riscos extremos à integridade física e mental.
- A cooperação entre os estados e o uso de tecnologia foram apontados como pontos-chave para o avanço da investigação.
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