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“Dia Mundial das Geleiras” alerta sobre impacto global e riscos do derretimento

Nesta sexta-feira (21), celebra-se o primeiro Dia Mundial das Geleiras, uma data que destaca a importância dessas massas de gelo para o equilíbrio ambiental e a sobrevivência humana. 

Presentes em diversas cadeias montanhosas globais, as geleiras têm sofrido um derretimento acelerado devido ao aumento das temperaturas globais. Segundo o jornal The Guardian, regiões como os Alpes e os Pirineus europeus perderam aproximadamente 40% do volume de gelo entre 2000 e 2023. ​

Essas áreas congeladas têm sido fontes essenciais de água doce por séculos, abastecendo quase dois bilhões de pessoas que vivem em regiões próximas. No entanto, o rápido derretimento das geleiras não apenas ameaça esse suprimento hídrico, como também aumenta os riscos de desastres naturais. A formação de grandes lagos glaciais, contidos por barragens naturais instáveis, eleva a possibilidade de inundações catastróficas.​

Geleira suspensa no Fiorde Dickson, na Groenlândia. Crédito: Jane Rix / Shutterstock

2025 é o Ano Internacional da Conservação das Geleiras 

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2025 como o Ano Internacional da Conservação das Geleiras e instituiu o Dia Mundial das Geleiras em 21 de março. Conforme destaca o jornal ​El País, essa iniciativa visa alertar sobre os perigos associados ao derretimento acelerado e à necessidade urgente de preservação dessas estruturas naturais.

O derretimento das geleiras resulta na formação de lagos glaciais, que podem ser contidos por barragens de gelo ou morenas rochosas. Essas barragens naturais são suscetíveis a rupturas devido ao acúmulo excessivo de água ou a deslizamentos de terra, podendo liberar volumes massivos de água e detritos pelos vales montanhosos, destruindo tudo em seu caminho.​

Eventos recentes ilustram a gravidade da situação. Em outubro de 2023, uma inundação no Himalaia danificou mais de 30 pontes e destruiu uma usina hidrelétrica de 60 metros de altura, resultando em mais de 50 mortes. No Alasca, a cidade de Juneau enfrentou inundações repentinas nos últimos anos devido ao rompimento de barragens de gelo na geleira Mendenhall.​

Além das inundações, o derretimento do permafrost – solo permanentemente congelado – desestabiliza encostas montanhosas, aumentando a ocorrência de avalanches e deslizamentos de terra. Esses desastres naturais representam ameaças significativas às comunidades locais e à infraestrutura.​

Governos ao redor do mundo têm implementado sistemas de alerta precoce e programas de monitoramento para identificar lagos glaciais potencialmente perigosos. Medidas como a redução dos níveis de água em lagos e a construção de estruturas de desvio de inundações buscam mitigar os riscos. No entanto, a educação pública e o planejamento urbano são essenciais para aumentar a conscientização e evitar construções em áreas propensas a inundações.​

Geleira no planalto tibetano. Crédito: HelloRF Zcool/Shutterstock

Degelo contribui com o aumento do nível do mar

O degelo das geleiras também contribui significativamente para o aumento do nível do mar, ameaçando milhões de pessoas com inundações costeiras e afetando fontes de água essenciais para a agricultura e a geração de energia hidrelétrica. ​

A perda de massa glaciar atingiu níveis recordes nos últimos anos. Segundo a agência de notícias Reuters, entre 2000 e 2023, as geleiras perderam, em média, 273 bilhões de toneladas de gelo anualmente, o que equivale a três piscinas olímpicas por segundo. Essa aceleração no derretimento ameaça a existência de numerosas geleiras até o final do século XXI. 

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A redução das geleiras afeta diretamente o abastecimento de água de regiões montanhosas, impactando a agricultura irrigada e exacerbando a insegurança alimentar. Mais de um bilhão de pessoas que vivem nessas áreas já enfrentam desafios relacionados à segurança alimentar, situação que tende a piorar com o contínuo derretimento das geleiras.

A ONU enfatiza a necessidade de ações globais para proteger as geleiras, destacando que a preservação dessas estruturas é vital não apenas para o meio ambiente, mas também para a sobrevivência humana. A comunidade científica ressalta a importância de reduzir as emissões de gases de efeito estufa para conservar parte das geleiras atuais e mitigar futuros danos.

O derretimento das geleiras não é apenas um indicador das mudanças climáticas, mas também uma ameaça direta às economias, ecossistemas e comunidades globais. A perda dessas massas de gelo pode desencadear uma série de impactos em cascata, afetando desde o nível dos oceanos até a disponibilidade de água doce para bilhões de pessoas. ​

Neste Dia Mundial das Geleiras, é fundamental reconhecer a urgência de medidas para preservar essas importantes reservas de água doce. A conscientização global e a ação coletiva são essenciais para enfrentar os desafios impostos pelo derretimento acelerado das geleiras e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.​

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Planeta em alerta: gelo marinho desaparece e temperaturas disparam

Fevereiro de 2025 registrou um marco preocupante para o clima global: a menor extensão de gelo marinho já observada, de acordo com dados do observatório europeu Copernicus (C3S).

Este evento crítico ocorreu em paralelo com o terceiro mês de fevereiro mais quente da história, intensificando os alertas sobre as rápidas mudanças climáticas que afetam o planeta.

Mínimos históricos nas regiões polares

A extensão do gelo marinho atingiu níveis sem precedentes no início de fevereiro, mantendo-se abaixo dos recordes anteriores. No Ártico, a cobertura de gelo ficou 8% abaixo da média, marcando o menor valor já registrado para o mês e o terceiro mês consecutivo de recordes negativos.

Na Antártida, a situação é igualmente alarmante, com a cobertura de gelo 26% abaixo da média, a quarta menor já registrada.

Evento crítico ocorreu em paralelo com o terceiro mês de fevereiro mais quente da história. (Imagem: Steve Allen/Shutterstock)

Temperaturas globais em ascensão

A sequência de temperaturas recordes, observada nos últimos dois anos, persiste. Fevereiro de 2025 registrou uma temperatura média global de 13,36 °C, um aumento de 0,63 °C em relação à média de 1991–2020.

O mês também ultrapassou em 1,59 °C os níveis pré-industriais, referência para o Acordo de Paris, com 19 dos últimos 20 meses registrando temperaturas acima deste limite.

Termômetro marcando temperaturas altas em montagem para ilustrar calor e aquecimento global
Inverno no hemisfério norte foi o segundo mais quente já registrado. (Imagem: Quality Stock Arts/Shutterstock)

O aumento das temperaturas e o degelo acelerado têm consequências vastas. O inverno no hemisfério norte foi o segundo mais quente já registrado, com anomalias de temperatura evidentes em diversas regiões, incluindo o norte da Escandinávia, Islândia, Alpes, Ártico, partes da América do Sul e Oceania.

A temperatura da superfície do mar também atingiu um recorde para fevereiro, com 20,88°C, e recordes locais foram observados no Golfo do México e no Mar Mediterrâneo. As alterações climáticas também impactam os padrões de precipitação, com secas e chuvas intensas em diversas partes do globo, além de eventos climáticos extremos como furacões e ciclones.

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Alerta para o futuro

  • Os dados divulgados pelo Copernicus reforçam a urgência de ações globais para mitigar as mudanças climáticas.
  • A redução do gelo marinho e o aumento das temperaturas globais são sinais claros da aceleração do aquecimento global, com impactos diretos em ecossistemas e comunidades ao redor do mundo.
  • A necessidade de transição para energias renováveis, redução de emissões e adaptação às mudanças climáticas torna-se cada vez mais crucial para garantir um futuro sustentável.

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