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Por que dá vontade de fazer xixi ao ouvir o barulho de água?

Você já sentiu uma vontade súbita de fazer xixi ao ouvir o som de água corrente, como uma torneira aberta ou a chuva caindo? Esse fenômeno é mais comum do que parece e tem explicações científicas que envolvem psicologia, fisiologia e condicionamento clássico.

Neste artigo, vamos explorar os motivos por trás dessa reação e como o nosso cérebro e corpo respondem a esses estímulos.

Por que o barulho de água dá vontade de urinar?

O Efeito Pavlov: condicionamento clássico

Durante seus estudos, o fisiologista russo Ivan Pavlov percebeu que os cães salivavam não apenas ao ver comida, mas também ao ouvir um som que antecedia a alimentação. Esse fenômeno comprovou como o cérebro pode criar associações entre estímulos neutros e respostas automáticas. 

Crédito: Nelson Antoine (Shutterstock/Reprodução)

Da mesma forma, muitas pessoas sentem vontade de urinar ao ouvir o som da água corrente, como o de uma torneira aberta ou de um chuveiro. Isso acontece porque, ao longo do tempo, o cérebro associa esses sons a momentos em que estamos no banheiro.

Assim, mesmo que a bexiga não esteja cheia, o simples barulho da água pode ser suficiente para desencadear essa sensação de urgência.

Ação do sistema nervoso parassimpático

Além do condicionamento psicológico, existe também uma explicação fisiológica para a vontade de urinar ao ouvir água corrente: a ação do sistema nervoso parassimpático. Esse sistema é responsável por controlar funções relacionadas ao “repouso e digestão”, incluindo o relaxamento da bexiga. 

Ilustração 3D do sistema nervoso do cérebro humano, destacando os nervos parassimpáticos e simpáticos. / Crédito: Life Science (Shutterstock/Reprodução)

Quando ouvimos o som da água, o sistema parassimpático pode “ativar”, enviando um sinal ao corpo de que aquele é um momento seguro para urinar. Isso ajuda a entender por que algumas pessoas sentem um alívio quase imediato ao ouvir água correndo, especialmente quando estão com dificuldade para urinar.

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Fator psicológico: sugestão e atenção

Outro aspecto importante é o efeito da sugestão. Se você já ouviu que “água dá vontade de fazer xixi”, seu cérebro pode acabar reforçando essa ideia, tornando a associação ainda mais forte. 

Quando o som da água chama sua atenção, você passa a prestar mais atenção ao próprio corpo e percebe sinais que antes estavam no plano subconsciente. Esse fenômeno é comum em situações de ansiedade ou quando se está tentando urinar sob pressão, como durante exames médicos.

Close-up de uma mulher com as mãos na região abdominal, segurando a urina./ Crédito: Vladimir Gjorgiev (Shutterstock/Reprodução)

Usos terapêuticos desse reflexo

Esse fenômeno não é apenas curioso, ele também possui aplicações terapêuticas e práticas. No treinamento de desfralde, por exemplo, muitos pais utilizam o som da água para estimular crianças a urinar no penico, aproveitando a associação já presente no cérebro.

Em ambientes hospitalares, o mesmo princípio é usado no tratamento de retenção urinária: pacientes com dificuldade para urinar podem ser auxiliados com o som de água corrente para facilitar o processo. 

Além disso, técnicas de relaxamento muitas vezes incluem ruídos de chuva ou riachos justamente por induzirem um estado de calma que pode contribuir para a liberação da urina.

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O nutriente esquecido que turbina seu cérebro

Você talvez nunca tenha ouvido falar dele, mas seu cérebro certamente já sentiu falta. Essencial para a memória, o raciocínio e até o bom humor, a colina é um nutriente vital que participa de funções-chave no corpo — do desenvolvimento do feto ao combate à depressão. O problema? Estudos mostram que quase ninguém consome a quantidade ideal.

Apesar de presente em alimentos como ovos, frango e soja, o nutriente vive à sombra de outras estrelas, como o ômega 3. E isso tem um custo. Pesquisas revelam que cerca de 90% da população consome menos colina do que deveria — o que pode afetar não só a memória, mas também a saúde do fígado, dos músculos e até dos ossos, como destaca matéria da BBC.

A ciência já sabe que bebês nascem com três vezes mais colina no corpo do que suas mães. E não é coincidência: no útero, esse nutriente ajuda a formar as conexões cerebrais que vão definir o desenvolvimento cognitivo por anos. Em adultos, ele continua essencial — mas, sem uma dieta bem planejada (ou um bom suplemento), fica quase impossível atingir a dose ideal.

Nutriente pode ser a chave para turbinar a mente, proteger o fígado e afastar distúrbios neurológicos

A colina é essencial para a produção de acetilcolina, substância que atua na comunicação entre os neurônios e comanda funções como memória, aprendizado e movimentos. Por isso, é considerada um combustível para o cérebro.

A colina é essencial para o cérebro: ela ajuda na formação de neurotransmissores e na proteção dos neurônios (Imagem: Lightspring/Shutterstock)

No fígado, ela age como um agente de limpeza. Facilita o transporte de gordura para fora do órgão e previne o acúmulo que pode causar inflamação e doenças hepáticas. Além disso, é peça-chave na estrutura das células.

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Nos últimos anos, os pesquisadores passaram a investigar seu papel no equilíbrio emocional. Bons níveis do nutriente têm sido associados à estabilidade do humor e à redução do risco de transtornos como ansiedade e depressão.

Pouco falada, muito necessária – e mais fácil de obter do que parece

Apesar de subestimada, a colina é fácil de encontrar no cardápio de quem consome ovos, carne ou derivados de soja. Um único ovo fornece cerca de 150 mg do nutriente — mais de um terço da necessidade diária de um adulto. Mas quem segue dietas veganas precisa prestar atenção: sem alimentos de origem animal, atingir a meta pode ser mais difícil.

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Ricos em colina, ovos ajudam na saúde cerebral e na formação da memória (Imagem: Danijela Maksimovic/Shutterstock)

Fontes vegetais existem, como grão-de-bico, tofu, pasta de amendoim e couve-flor. Só que as quantidades são bem menores. Para garantir o aporte ideal, especialmente em fases como gestação ou lactação, a suplementação pode ser uma aliada importante — uma recomendação cada vez mais comum entre especialistas.

Com benefícios que vão do desenvolvimento cerebral à saúde do fígado e da mente, a colina está deixando de ser um nutriente esquecido. E ganhando o lugar que merece como peça-chave da nossa saúde. Talvez esteja na hora de colocá-la no prato com mais consciência.

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Por que sentimos coceira só de ver alguém se coçando?

Você está sentado, tranquilo, até que vê alguém se coçando e, de repente, começa a sentir coceira também. Essa reação é mais comum do que parece e tem explicações científicas ligadas ao cérebro, à empatia e até a instintos primitivos de proteção. Mas por que isso acontece?

Neste artigo vamos explicar esse fenômeno. Acompanhe!

O que é a coceira contagiosa?

O fenômeno é chamado de coceira contagiosa e acontece quando sentimos vontade de nos coçar ao ver outra pessoa se coçando, mesmo que não haja nenhum motivo físico para isso. O curioso é que essa reação pode ocorrer presencialmente, ao ver vídeos, ao ler ou até ao ouvir falar de coceira. Aliás, talvez você esteja se coçando agora…

Homem jovem coçando a mão/ Crédito: AYO Production (Shutterstock/reprodução)

Neurônios-espelho: o cérebro que imita

Uma das principais explicações para esse fenômeno está nos neurônios-espelho: células cerebrais ativadas tanto quando realizamos uma ação quanto quando vemos outra pessoa realizando essa mesma ação. Esses neurônios são fundamentais para nossa capacidade de imitar comportamentos e sentir empatia.

Quando vemos alguém se coçando, essas áreas do cérebro são ativadas como se estivéssemos sentindo aquela coceira na pele. É como se o cérebro “simulasse” a experiência observada, levando o corpo a reagir automaticamente.

Mulher coçando o braço em fundo cinza / Crédito: Dragana Gordic (Shutterstock/reprodução)

Uma resposta evolutiva de proteção

Outra teoria fascinante vem da evolução humana. Em comunidades primitivas, notar que alguém estava se coçando podia ser um alerta para a presença de parasitas, como piolhos ou carrapatos. A coceira contagiosa teria, assim, uma função de autoproteção, instigando os demais membros do grupo a se coçar também, evitando infestações.

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Esse reflexo coletivo teria aumentado as chances de sobrevivência, tornando-se parte do nosso comportamento automático ao longo do tempo.

Homem coçando a mão / Crédito: vchal (Shutterstock/reprodução)

O cérebro sente com os olhos

Pesquisas em neurociência mostram que o cérebro pode ativar áreas sensoriais mesmo quando estamos apenas observando comportamentos físicos, como ver alguém se machucar, bocejar ou se coçar. É o mesmo princípio por trás da empatia tátil: o cérebro reage como se aquela sensação estivesse acontecendo conosco.

Isso explica por que a coceira, embora seja uma experiência física, pode ser desencadeada por estímulos puramente visuais ou simbólicos.

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8 hábitos que podem diminuir as chances de um AVC, segundo a ciência

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma doença grave, que causa lesões no cérebro e pode levar a sequelas e morte. No Brasil, essa é uma das principais causas de óbito, juntamente com outras doenças cardiovasculares igualmente sérias.

De acordo com o Portal da Transparência do Centro de Registro Civil (CRC), a mortalidade por AVC cresceu, ultrapassando o infarto, chegando a 112.052 em 2023. Além disso, existem três tipos principais: AVC isquêmico (o mais comum, representando 85% dos casos), AVC hemorrágico e AVC transitório (ou AIT).

Sabendo de todos esses dados e da gravidade do problema, é de extrema importância que as pessoas busquem cada vez mais por hábitos saudáveis, que possam ajudar a minimizar os riscos de um AVC acontecer. Além de estar sempre em dia com os exames médicos, existem algumas práticas que podemos fazer no dia a dia para ajudar a reduzir o perigo.

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Em um artigo publicado no The Conversation, podemos ver algumas dicas de hábitos que podem ajudar a diminuir os riscos de ter um AVC. Veja abaixo!

Hábitos que podem diminuir as chances de um AVC

1 – Parar de fumar

(Imagem: @Freepik/Freepik)

Quem é fumante tem mais do que o dobro de probabilidade de sofrer um AVC do que quem não fuma. Isso porque o fumo danifica as paredes dos vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial e a frequência cardíaca, além de reduzir os níveis de oxigênio.

O ato de fumar também faz com que o sangue se torne pegajoso, o que eleva ainda mais o risco de coágulos que podem bloquear os vasos sanguíneos, causando um derrame.

2 – Controlar a pressão arterial

pessoa medindo pressão arterial de outra com equipamento
(Imagem: @Freepik/Freepik)

A pressão alta também danifica as paredes dos vasos sanguíneos, fazendo-os mais fracos e propensos a rupturas ou bloqueios. Além disso, pode ocasionar a formação de coágulos que podem se deslocar para o cérebro, bloqueando o fluxo de sangue e levando a um acidente vascular cerebral.

Quem tem mais de 18 anos tem que verificar a pressão arterial com regularidade, pois caso apresente sinais de desenvolvimento de pressão alta, é possível fazer as mudanças no estilo de vida visando reduzir o risco de derrame.

3 – Verificar o nível de colesterol

pessoa segurando um teste fictício de colesterol
(Imagem: Rawpixel.com/Freepik)

Segundo a UK Stroke Association, a chance de ter um derrame é quase três vezes e meia maior se a pessoa tiver colesterol alto e pressão alta. Sendo assim, também é preciso estar de olho nos níveis do colesterol. Para diminuí-lo, deve-se evitar a gordura saturada, mantendo-a abaixo de 7% das calorias diárias, além de praticar exercícios e controlar o peso.

4 – Ficar atento ao nível de açúcar no sangue

ilustração sobre o nível de glicemia
(Imagem: Pch.vector/Freepik)

O açúcar em níveis altos no sangue está associado a um risco maior de AVC, pois danifica os vasos e pode facilitar a viagem de coágulos sanguíneos até o cérebro.

Uma forma de reduzir essa possibilidade, além de diminuir o consumo do açúcar, é fazer exercícios regulares, ter uma dieta balanceada e rica em fibras e beber bastante água, além de manter o peso saudável e controlar o estresse, na medida do possível.

5 – Manter um peso saudável

ilustração pessoa em cima de uma balança com alimentos na outra ponta
(Imagem: @Freepik/Freepik)

O excesso de peso é um dos principais fatores de risco para o AVC, aumentando-o em 22%, sendo que um em cada cinco acidentes cerebrais são relacionados ao peso corporal elevado. Já a obesidade aumenta mais ainda esse risco, chegando a 64%.

Além disso, o excesso de peso eleva as chances de pressão alta, de doenças cardíacas, de colesterol alto e de diabetes tipo 2, todos fatores que contribuem para que um derrame aconteça.

6 – Seguir uma dieta mediterrânea

alimentos baseados em dieta mediterrânea
(Imagem: Jcomp/Freepik)

Seguir uma dieta balanceada é importante, como acontece com a culinária mediterrânea, que é repleta de frutas, legumes, fibras e óleos insaturados, sendo considerada a mais saudável pelos cientistas.

Essa gastronomia pode ajudar a manter um peso saudável por ser baseada em alimentos que fazem bem ao organismo, principalmente com o suplemento de nozes e azeite de oliva.

7 – Dormir bem

mulher se alogando após acordar em uma cama com lençóis, fronhas e edredons brancos
(Imagem: Gpointstudio/Freepik)

É importante manter uma rotina de sono de qualidade diariamente, já que dormir pouco pode ser um causador de pressão alta, um dos fatores de risco modificáveis mais importantes para o derrame.

Entretanto, não pense que quanto mais, melhor: dormir demais também está associado ao aumento dessas chances. O ideal é dormir entre sete a nove horas por dia, além de ser o mais ativo possível para descansar bem à noite.

8 – Manter-se ativo

ilustração de mulheres praticando exercícios físicos
(Imagem: @Freepik/Freepik)

O Sistema Nacional de Saúde (NHS na sigla em inglês) recomenda que as pessoas evitem ao máximo um comportamento sedentário prolongado, buscando pelo menos 150 minutos de atividade física de intensidade moderada, ou 75 minutos de atividade de intensidade vigorosa, semanalmente.

O exercício precisa ser distribuído uniformemente em quatro ou cinco dias por semana, ou até mesmo todos os dias. As atividades de fortalecimento, geralmente devem ser feitos em mais de dois dias por semana.

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O que é microplástico?

Quando pensamos em poluição, geralmente imaginamos grandes objetos descartados incorretamente na natureza, como garrafas plásticas, embalagens ou sacolas.

No entanto, existe uma forma de poluição plástica que nem sempre conseguimos enxergar, mas que está presente em praticamente todos os ambientes do planeta, inclusive nos alimentos que ingerimos.

São os chamados microplásticos: pequenos fragmentos de plástico com menos de cinco milímetros de diâmetro, tão minúsculos que muitas vezes só são visíveis com o uso de microscópios.

Os microplásticos e suas divisões

Os microplásticos podem ser divididos em duas categorias principais. A primeira inclui aqueles fabricados já em formato reduzido, que são amplamente utilizados em produtos do nosso dia a dia, como cosméticos, produtos de higiene pessoal, esfoliantes, tintas e tecidos sintéticos.

Exemplos de microplásticos (Imagem: SIVStockStudio/Shutterstock)

A segunda categoria abrange aqueles que surgem a partir da decomposição gradual de objetos maiores, resultado da ação do sol, do vento e das ondas, que quebram o plástico em pedaços cada vez menores.

Essas partículas se tornaram uma preocupação ambiental devido à sua grande capacidade de persistir no ambiente.

Diferentemente dos materiais orgânicas, que podem ser decompostos em períodos relativamente curtos, os plásticos são extremamente resistentes e levam centenas de anos para se degradar completamente. Enquanto isso não acontece, eles permanecem nos oceanos, rios, solos e até no ar que respiramos.

Consequências da ingestão dos microplásticos

A presença generalizada dos microplásticos tem consequências negativas não só para a fauna e a flora, mas também para os seres humanos.

Microplásticos
Microplásticos foram encontradas em todas as localidades analisadas (Imagem: Uladzimir Zuyeu/iStock)

Muitos animais, especialmente aqueles que vivem nos oceanos, confundem essas pequenas partículas com alimento.

Ao ingerirem microplásticos, acabam obstruindo o trato digestivo, prejudicando a absorção de nutrientes e até mesmo causando a morte. Além disso, essas partículas podem acumular substâncias químicas tóxicas, como pesticidas e metais pesados, potencializando ainda mais o risco para os organismos que as consomem.

No caso dos humanos, a ingestão de microplásticos ocorre de forma indireta, mas frequente. Estudos já identificaram a presença dessas partículas em alimentos como peixes, frutos do mar, sal e até mesmo em água potável, tanto engarrafada quanto da torneira.

O efeito dessas partículas sobre a saúde humana ainda não está completamente esclarecido, mas há preocupações legítimas quanto à possibilidade de os microplásticos provocarem inflamações, perturbações hormonais e até mesmo facilitarem a absorção de compostos tóxicos pelos órgãos do corpo humano.

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Além dos impactos diretos na saúde, a presença dos microplásticos prejudica gravemente os ecossistemas marinhos e terrestres, podendo levar ao desequilíbrio das cadeias alimentares e à redução da biodiversidade.

Fauna Costa Rica
Macaco-prego com filhote nas costas em galho de árvore na floresta tropical da Costa Rica. Imagem: Steve Bruckmann / Shutterstock

Espécies essenciais para o equilíbrio ecológico acabam sofrendo, com reflexos negativos na produtividade e sustentabilidade desses ambientes.

Como reduzir os microplásticos

A redução dos microplásticos é possível por meio de mudanças nos hábitos de consumo, especialmente evitando produtos descartáveis, optando por produtos biodegradáveis e participando ativamente de iniciativas de reciclagem e descarte adequado do lixo.

Diversas pesquisas também vêm buscando soluções para remover essas partículas do meio ambiente, através de filtros, barreiras e novas tecnologias. Porém, a verdadeira solução passa por conscientização global e por políticas ambientais mais eficazes, que limitem o uso excessivo de plástico em escala mundial.

Com informações de NOAA.

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Eearworms: por que algumas músicas grudam na cabeça?

Quem nunca passou por isso? Basta ouvir uma música, ou até um trechinho, e, de repente, ela começa a tocar repetidamente na sua mente. Você tenta focar em outras coisas, mas o refrão insiste em voltar. 

Esse fenômeno, conhecido como earworm (literalmente, “verme de ouvido”), é mais comum do que parece. Cerca de 90% das pessoas relatam que já vivenciaram essa experiência em algum momento da vida.

Mas por que certas músicas grudam tanto? A resposta envolve uma combinação de fatores neurológicos, psicológicos, culturais e até sociais.

O que são Earworms?

Earworms é um termo emprestado do alemão Ohrwurm, usado desde meados do século XX. Em inglês, sua primeira aparição conhecida foi no romance Flyaway, de Desmond Bagley (1978).

Homem ouvindo atentamente ao seu redor | Imagem: pathdoc/Shutterstock

Entretanto, o conceito foi popularizado pelo professor James Kellaris, da Universidade de Cincinnati, para descrever o fenômeno em que trechos de músicas se repetem involuntariamente na mente.

Na ciência, isso é chamado de Involuntary Musical Imagery (IMI): a repetição espontânea de fragmentos melódicos de músicas marcantes.

Apesar do nome curioso, earworms não são uma condição médica como a palinacusia, que envolve alucinações auditivas reais. Eles são apenas impressões mentais de músicas que parecem tocar na cabeça.

Por que isso acontece?

Pesquisadores identificaram múltiplos fatores que explicam por que certas músicas “grudam” mais do que outras.

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Mulher ouvindo sons do ambiente com atenção | Crédito: Janeberry (shutterstock)

Um deles é o funcionamento do nosso próprio cérebro. Estudos mostram que, quando ouvimos uma música familiar, o córtex auditivo continua a reproduzir mentalmente o som mesmo depois de ele ter parado. Esse “eco mental” é mais intenso quando a melodia é simples, repetitiva e contém variações inesperadas.

A neurocientista Jessica Grahn, da Universidade do Oeste de Ontario, explica que a música ativa regiões cerebrais associadas não só ao som, mas também ao movimento, à emoção e à recompensa. Isso cria um circuito muito potente, e até persistente, que favorece a repetição involuntária.

O que torna uma música pegajosa?

Nem toda música vira earworm. Há características específicas que tornam certos trechos mais suscetíveis a esse efeito.

Canções com refrões repetitivos, batidas marcantes e letras simples costumam ter maior potencial de “grudar”. É o caso de hits como “Despacito” ou até jingles publicitários criados propositalmente para serem memoráveis.

Estudos indicam que mais de 75% dos earworms envolvem músicas com letra, e cerca de 90% desses casos se concentram nos refrões.

Isso acontece porque essas partes costumam reunir ritmo, melodia e palavras em uma combinação ideal para a memorização inconsciente.

Fatores pessoais e contextuais

Além das características musicais, fatores individuais também influenciam na frequência e intensidade dos earworms.

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Adolescente ouvindo música no celular | Crédito: KiyechkaSo (shutterstock)

Pessoas com maior sensibilidade auditiva ou com formação musical têm mais chances de experimentar o fenômeno com frequência.

O mesmo vale para quem apresenta quadros de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), Ansiedade Generalizada (TAG) ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), condições que favorecem padrões repetitivos de pensamento.

O contexto também importa. Momentos de tédio, estresse ou divagação mental, como quando estamos no trânsito, tomando banho ou fazendo tarefas repetitivas, são especialmente propícios para que os earworms apareçam. Emoções intensas ou lembranças ligadas a determinada música também podem funcionar como gatilho.

A pesquisadora Vicky Williamson, da Universidade de Londres, identificou que até mesmo estímulos visuais ou verbais relacionados à canção, como uma palavra escrita ou uma situação específica, podem despertar um earworm. Isso ajuda a explicar por que músicas que remetem a fases importantes da vida (mesmo que inconscientemente) tendem a retornar com frequência.

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Quando se torna um incômodo

Embora dois terços das pessoas relatem que os earworms são neutros ou até agradáveis, um terço os considera irritantes ou perturbadores. Para essas pessoas, a experiência pode ser comparável a uma “coceira mental” difícil de aliviar.

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Homem incomodado com barulhos | Crédito: DimaBerlin (shutterstock)

O psiquiatra Srini Pillay, da Universidade de Harvard, aponta que o estresse pode aumentar a incidência de earworms. Quando você está sobrecarregado, o cérebro tende a se fixar em um estímulo repetitivo, como forma de auto-regulação, explica Pillay em um artigo publicado no blog da Universidade.

Como lidar com músicas que não saem da cabeça?

Se o fenômeno se torna incômodo, algumas estratégias podem ajudar. Uma delas é cantar a música inteira, do início ao fim. Muitas vezes, o que se repete mentalmente é apenas um fragmento mal resolvido da canção. Completar o ciclo ajuda o cérebro a “encerrar” o processo.

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Mulher incomodada com barulhos externos | Crédito: Krakenimages.com (shutterstock)

Outra técnica eficaz é substituir a música por outra: o famoso “virar o disco”. Trocar um earworm por outro pode parecer estranho, mas oferece variedade mental e, em muitos casos, alivia o desconforto.

Por outro lado, tentar suprimir o pensamento pode ter o efeito contrário. Esse comportamento ativa o chamado “processo irônico”, pelo qual quanto mais se tenta não pensar em algo, mais ele ocupa nossa mente. Em vez disso, o ideal é buscar distrações envolventes ou mudar o foco para tarefas que exijam concentração ativa.

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Por que algumas pessoas espirram quando olham para o sol?

Você já sentiu uma vontade irresistível de espirrar ao sair de um ambiente escuro e encarar a luz do sol? Se sim, saiba que você não está sozinho. Essa resposta involuntária tem nome: reflexo fótico do espirro — ou, em termos científicos, a síndrome ACHOO (sigla em inglês para Autosomal-Dominant Compelling Helio-Ophthalmic Outburst).

Neste artigo, vamos explicar como isso acontece e por que esse fenômeno curioso afeta algumas pessoas. Continue lendo e descubra!

O que é o reflexo fótico do espirro?

O reflexo fótico do espirro acontece quando a exposição à luz intensa, principalmente a luz solar, desencadeia espirros involuntários.

Crédito: Mix and Match Studio (Shutterstock/reprodução)

A maioria das pessoas afetadas relata que o fenômeno ocorre especialmente ao sair de locais escuros para ambientes bem iluminados. Em geral, os espirros vêm em sequência, podendo variar de um único espirro até rajadas de 10 ou mais.

Esse fenômeno também pode ser provocado por outras fontes de luz intensa, como flashes de câmeras ou refletores, embora o sol seja o principal gatilho.

Estima-se que entre 18% e 35% da população mundial tenha esse reflexo. Embora seja uma curiosidade inofensiva, ele revela aspectos interessantes da interação entre o sistema visual e o sistema respiratório humano.

Por que isso acontece?

A explicação mais aceita entre os cientistas envolve uma “conversa cruzada” entre dois nervos cranianos: o nervo óptico, que leva informações da visão ao cérebro, e o nervo trigêmeo, responsável por sensações faciais, incluindo o controle do espirro.

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Crédito: dreii (Shutterstock/reprodução)

Em pessoas com esse reflexo, acredita-se que a estimulação intensa do nervo óptico (pela luz) acabe ativando, acidentalmente, o nervo trigêmeo. O cérebro interpreta esse sinal misto como uma irritação no nariz, e responde com um espirro.

Outra teoria, chamada de somação óptico-trigeminal, sugere que esse “curto-circuito” entre os nervos aumenta a sensibilidade em regiões próximas ao nariz, favorecendo ainda mais o espirro.

Além disso, estudos recentes apontam uma possível hiperexcitabilidade do córtex visual, a região do cérebro responsável por processar imagens, como fator adicional. A luz intensa pode ativar também áreas cerebrais ligadas ao reflexo do espirro, criando essa reação incomum.

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O reflexo tem base genética?

Sim. O reflexo fótico do espirro é herdado geneticamente, seguindo um padrão de herança autossômica dominante.

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Crédito: shopping king louie (shutterstock/reprodução)

Isso significa que basta um dos pais ter a condição para que o filho também possa apresentá-la. Não por acaso, é comum encontrar esse comportamento repetido em diferentes membros de uma mesma família.

Estudos genéticos já identificaram uma possível relação com uma mutação no cromossomo 2. Ainda que o gene exato não seja totalmente compreendido, essa descoberta reforça a hipótese de que se trata de uma característica hereditária.

Um fenômeno observado há séculos

O interesse pelo espirro induzido pelo sol não é novo. Já no século IV a.C., o filósofo Aristóteles questionava por que isso ocorria.

Mais tarde, no século XVII, Francis Bacon tentou explicar o fenômeno observando que, com os olhos fechados, o espirro não acontecia, sugerindo a participação direta da luz nos olhos, e não apenas do calor.

Hoje sabemos que, apesar das hipóteses históricas imprecisas, os olhos realmente são o ponto de partida do reflexo.

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Saudade pode tratar a depressão? Entenda essa relação estabelecida pela ciência

A saudade é capaz de despertar diversas emoções, e estar associadas e muitas lembranças. Para alguns, ela faz referência à ausência e distância, nos fazendo sentir falta de pessoas, lugares, objetos e animais, por exemplo. Para outros, esse sentimento remete à nostalgia e boas lembranças, causando uma sensação que transita entre a alegria e a tristeza.

Um estudo publicado por um neurocientista brasileiro, juntamente com pesquisadores do King’s College London, do Reino Unido, mostrou uma possibilidade inédita de que esse sentimento tem um potencial de agir como um recurso para amenizar sintomas em pacientes com depressão.

Saiba mais sobre o estudo e seus resultados abaixo.

O sentimento de saudade no sentido de nostalgia pode ajudar no tratamento dos sintomas de depressão. (Imagem: PeopleImages.com – Yuri A/Shutterstock)

A saudade pode tratar depressão? Veja o que diz a ciência

De acordo com o dicionário Michaelis, a definição de saudade é: “sentimento nostálgico e melancólico associado à recordação de pessoa ou coisa ausente, distante ou extinta, ou à ausência de coisas, prazeres e emoções experimentadas e já passadas, consideradas bens positivos e desejáveis“.

Com isso em mente, é mais fácil entender a pesquisa publicada no periódico Frontiers in Psychology. O estudo é fruto de uma parceria entre os pesquisadores do King’s College de Londres, no Reino Unido, e o brasileiro Jorge Moll Neto, neurocientista e idealizador do IDOR Ciência Pioneira, uma iniciativa independente de investimento em pesquisas de ponta.

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Ver a saudade sob essa perspectiva é essencial, uma vez que a ideia de usar esse sentimento como aliado para o tratamento de sintomas da depressão pode parecer inusitada, principalmente por sua associação à carga emocional melancólica.

Entretanto, a saudade tem uma natureza ambígua, podendo também ser descrita como uma forma de sentir falta e amor por algo do passado. Acessar músicas, livros e filmes antigos, por exemplo, pode trazer à tona a nostalgia e a admiração, além de muitas vezes lembrar de tempos felizes.

O pesquisador Jorge Moll Neto explica: “A saudade pode ser analisada como um sentimento que traz senso de valorização sobre eventos e pessoas e que ajuda o paciente a se reconectar com memórias significativas para sua vida. Embora não seja descrita como puramente positiva, a saudade, quando observada nessa outra perspectiva, pode ter efeitos positivos importantes de estabilização emocional e reforço do significado da vida”.

De acordo com a psicologia, a saudade é um sentimento complexo, que pode estar ligado às emoções de pertencimento, família e senso de significado. Mesmo que tenha uma grande complexidade, esse tema é pouco explorado nesse campo, o que fez com que os pesquisadores decidissem investigá-la mais a fundo, unindo a lacuna de pesquisas com observações clínicas.

Isso motivou a investigação de uma possibilidade inédita de tratamento da depressão, uma doença que afeta mais de 11 milhões de brasileiros (segundo dados da OMS).

Usando como base os debates entre os pesquisadores e estudos anteriores que apontaram a nostalgia como uma ajuda para encontrar um sentido para a vida, os cientistas desenvolveram a hipótese de que a saudade poderia funcionar como um recurso emocional útil na psicoterapia.

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(Imagem: Yournameonstones/Shutterstock)

Como foi a pesquisa

No estudo, a equipe de pesquisadores observou 39 indivíduos com sentimentos intensos e recorrentes de autocrítica e autoculpabilização, que são sintomas comuns em quadros de depressão, e costumam estar acompanhados por baixa autoestima e sensação de desesperança. Contudo, a pesquisa considerou participantes que não possuíam um diagnóstico clínico formal.

Os voluntários foram escolhidos a partir de uma longa lista de candidatos, que vieram de anúncios online, listas de e-mails e redes sociais. Então, os participantes foram convidados a fazer um vídeo de 10 minutos usando fotos, vídeos e músicas.

Na primeira parte da dinâmica, eles precisavam trazer sentimentos de autocrítica e tristeza, enquanto na segunda deveriam explorar a saudade com memórias afetivas e significativas do passado.

Então, os voluntários receberam a instrução de assistir ao vídeo diariamente durante uma semana, enquanto refletiam sobre seus sentimentos. Depois, os pesquisadores aplicaram formulários e fizeram acompanhamento online, com o objetivo de avaliar, através de pontuações, a frequência dos pensamentos autocríticos e a presença de possíveis sintomas depressivos.

Os especialistas então puderam perceber uma redução significativa desses pensamentos depois de uma semana do início do experimento. Com isso, o resultado mostrou que o incentivo a uma “transformação” emocional para a saudade pode trazer efeitos positivos na saúde mental.

Os pesquisadores levantaram a hipótese de que a saudade pode ser usada como um recurso emocional na psicoterapia. (Imagem: Pixel-Shot/Shutterstock)

Para os cientistas, uma vez que essa emoção era apresentada no final do vídeo, ela era capaz de ajudar a mudar o tom emocional do material, incentivando uma reflexão mais leve e menos negativa dos participantes. Assim, os pesquisadores levantaram a hipótese de que a saudade pode ser usada como um recurso emocional na psicoterapia, durante suas discussões.

Segundo Moll, o estudo feito foi uma das primeiras tentativas de usar a saudade como intervenção terapêutica estruturada, e teve alta adesão e segurança, sem relatos de eventos adversos.

Além disso, os resultados reforçam a importância de estudos maiores, como ensaios clínicos randomizados com pacientes diagnosticados com depressão. “Isso mostra que a saudade pode ser mais explorada por seu potencial terapêutico, como recurso culturalmente próximo das pessoas”, conclui o neurocientista.

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Por que algumas vezes sentimos “choque” ao tocar em alguém? 

Você já sentiu um pequeno “choque” ao encostar em alguém ou em uma maçaneta metálica? Esse fenômeno, por mais comum que seja, muitas vezes causa surpresa ou desconforto.

A explicação está na eletricidade estática, um processo natural que acontece constantemente ao nosso redor, mesmo quando não percebemos.

O que é eletricidade estática?

Ao pentear o cabelo, o atrito entre o pente e os fios gera eletricidade estática, fazendo com que alguns fios fiquem arrepiados por repulsão de cargas iguais. / Crédito: Janeberry (Shutterstock/reprodução)

A eletricidade estática é resultado do acúmulo de cargas elétricas em um corpo. Isso acontece quando há um desequilíbrio entre os prótons (cargas positivas) e os elétrons (cargas negativas) nos átomos que compõem a matéria.

Quando dois materiais diferentes entram em contato e são friccionados, como ao caminhar sobre um carpete com meias ou ao vestir uma blusa de lã, pode ocorrer a transferência de elétrons de um material para outro. Um fica carregado positivamente (perdeu elétrons) e o outro negativamente (ganhou elétrons).

Esse acúmulo de cargas não se dissipa imediatamente, especialmente em ambientes com ar seco, o que faz com que os corpos “guardem” essa energia até que ela encontre um caminho para se descarregar.

Por que sentimos choque?

Nosso corpo é um bom condutor de eletricidade. Quando acumulamos elétrons e tocamos em um objeto condutor ou em outra pessoa com carga diferente, as cargas se redistribuem rapidamente, provocando uma pequena corrente elétrica. Essa transferência súbita é sentida como um choque.

O fenômeno é mais frequente em locais com baixa umidade, pois o ar seco dificulta a dispersão natural das cargas acumuladas. Assim, elas se mantêm por mais tempo em nossos corpos até encontrarem um ponto de descarga, que pode ser, por exemplo, o dedo de outra pessoa.

A esfera de plasma ilustra o comportamento de cargas elétricas e descargas visuais que se assemelham aos efeitos da eletricidade estática.
A esfera de plasma ilustra o comportamento de cargas elétricas e descargas visuais que se assemelham aos efeitos da eletricidade estática. / Crédito: @Freepik(Freepik/Reprodução)

Situações que favorecem a eletrização

Alguns fatores aumentam a probabilidade de acumularmos eletricidade estática:

  • Ambientes secos ou com ar-condicionado: menor umidade no ar significa menos dispersão das cargas.
  • Uso de roupas sintéticas, como poliéster, lã ou náilon, que aumentam o atrito com a pele.
  • Movimentos repetitivos, como andar sobre carpetes, especialmente com calçados isolantes.
  • Contato com tecidos estofados, como ao se levantar de cadeiras acolchoadas.

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Choques entre pessoas

Quando tocamos em outra pessoa, e uma das duas está carregada eletricamente, ocorre uma rápida redistribuição de elétrons. Embora a corrente gerada seja extremamente pequena (e inofensiva), ela é suficiente para ativar nossos receptores sensoriais e causar a sensação de choque.

Em alguns casos, esse processo pode até gerar pequenas faíscas visíveis e sons de estalo, especialmente no escuro ou em locais muito secos.

Camisetas de algodão dispostas em uma arara de roupas
Usar roupa de algodão pode ajudar a acumular menos carga elétrica e, portanto, evitar os choques por estática. Imagem: Naypong / iStock

Como evitar os choques de eletricidade estática?

Embora inofensivos, esses choques podem ser incômodos. Algumas estratégias simples ajudam a evitá-los:

  • Aumente a umidade do ambiente, especialmente no inverno, com o uso de umidificadores.
  • Use roupas de algodão ou de tecidos naturais, que acumulam menos carga elétrica.
  • Hidrate a pele, pois a pele seca conduz menos eletricidade e intensifica a sensação de choque.
  • Evite sapatos com solado totalmente isolante se estiver em locais com muito carpete.

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O cérebro é capaz de se lembrar de um alimento que fez mal?

Sabe quando uma pessoa te faz algo que te afeta negativamente, e você não quer mais encontrá-la por aí? Sente até mesmo uma dificuldade de perdoá-la? Pois isso é mais ou menos o que acontece com nosso organismo quando comemos uma comida que nos faz passar mal.

Nosso corpo demora um pouco para perdoar alguns alimentos, e isso nos faz ter aversão e até mesmo repulsa a eles. De acordo com a a ciência, isso não é uma frescura: trata-se de uma resposta neurológica, causada por um “lugar da memória” nos cérebros responsável por causar esse tipo de reação.

Se você hoje não consegue nem olhar para um alimento que comeu anos atrás, veja abaixo na matéria a explicação científica sobre como isso acontece.

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O corpo não perdoa aquele alimento que fez seu organismo passar mal. (Imagem: Stockking/Freepik)

Como o cérebro se lembra de um alimento que fez mal?

Um time de cientistas foi responsável pela descoberta sobre o local da memória nos cérebros que é responsável pela reação de aversão a alimentos que fizeram mal. Christopher Zimmerman, coautor do estudo e pesquisador de pós-doutorado no Instituto de Neurociência de Princeton (PNI) da Universidade de Princeton, conta: “faz algum tempo que não tenho intoxicação alimentar, mas agora sempre que falo com as pessoas em reuniões e ouço tudo sobre suas experiências de intoxicação alimentar”.

A pesquisa foi publicada em forma de artigo no site EurekAlert!, pela própria Universidade de Princeton, no qual é contato sobre como o estudo foi feito. Em um laboratório, Zimmerman e uma equipe de neurocientistas buscaram entender mais sobre o fenômeno chamado de “one-shot learning”, que é quando o cérebro registra e aprende com um único erro, criando uma memória duradoura.

Isso acontece, por exemplo, em casos de transtornos de estresse pós-traumáticos (TEPT), que gera uma reação parecida. E a mesma situação é registrada com as intoxicações alimentares. Quando a comida não desce muito bem, há um período entre a ingestão do alimento que está contaminado e o começo do mal-estar. Esse tempo foi batizado de “atraso da refeição ao mal-estar”.

Como foi feito o experimento

O estudo publicado na Nature mostra que os cientistas exploraram mecanismos cerebrais de pequenos ratos para entender como funciona a aversão aos alimentos específicos. No experimento, os animais experimentavam um suco de uva de caixinha, sendo uma substância totalmente nova para eles.

Rapidamente, os roedores aprenderam que, quando colocavam a cabeça em um local específico da gaiola, eles ganhavam mais gotas do suco doce. Após meia hora da descoberta, os ratos receberam uma injeção que causou alguns sintomas parecidos com a de uma intoxicação alimentar.

Com isso, dois dias depois, os pesquisadores ofereceram o suco de uva aos animais mais uma vez, e nenhum deles aceitou a bebida roxa, preferindo a água normal para matar a sede.

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Aversão à comida que fez mal não é frescura, e sim uma resposta neurológica que acontece no cérebro. (Imagem: Redgreystock/Freepik)

Foi descoberto que a associação entre o suco e a doença acontecia na amígdala central, o mesmo canal responsável pelo aprendizado sobre o medo e outras emoções. Ela também processa informações do ambiente, incluindo fatores relacionados ao olfato e paladar, por exemplo.

De acordo com Zimmerman: “A amígdala acaba sendo um lugar realmente interessante porque é preferencialmente ativada por sabores novos em cada estágio do aprendizado. Ela fica ativa quando o rato está bebendo, quando o rato está se sentindo mal mais tarde, e também quando o rato recupera aquela memória negativa dias depois.”

Além disso, a equipe investigou como os sinais de doença do intestino chegam ao cérebro, e perceberam o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP). Ao estimular essas células 30 minutos depois da experiência do suco, foi recriada a mesma aversão à intoxicação alimentar real.

“Foi como se os ratos estivessem pensando e se lembrando da experiência anterior que os fez sentir mal mais tarde”, explicou Ilana Witten, professora de neurociência no PNI, no comunidado do site EurekAlert!.

Os pesquisadores acreditam que os sabores responsáveis pelo mal-estar podem marcar algumas células, e quando elas são especificamente reativadas pela doença, acabam conectando uma causa e efeito mesmo com o atraso de tempo. Em outras palavras, é como se as células colocassem um grande sinal de “bloqueado” nos alimentos que fizeram a o organismo passar mal.

Homem segurando uma tigela com batata frita e com cara de quem está com dor no estômago
É como se as células colocassem um grande sinal de “bloqueado” nos alimentos que fizeram a o organismo passar mal. (Imagem: @Freepik/Freepik)

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