shutterstock_634413407

Novo método para identificar os primeiros sinais do Alzheimer

Colocar óculos de realidade virtual pode até lembrar um videogame, mas pesquisadores estão usando essa tecnologia para algo muito mais sério: identificar os primeiros sinais do Alzheimer. Em vez de batalhas ou mundos medievais, os participantes enfrentam desafios de memória e navegação em salas de estar virtuais. Erros sutis nessas tarefas podem estar ligados a proteínas associadas à doença — anos antes dos sintomas surgirem.

Pesquisadores de Stanford e da Universidade da Colúmbia Britânica apresentaram os estudos na conferência da Sociedade de Neurociência Cognitiva, de acordo com o site EurekAlert!. Nos testes, pessoas com comprometimento cognitivo leve — estágio inicial do Alzheimer — tiveram mais dificuldade em lembrar a localização de objetos no ambiente virtual. Os resultados mostraram uma correlação entre esse desempenho e biomarcadores da doença.

A grande vantagem da tecnologia imersiva é permitir uma avaliação cognitiva não invasiva. Diferente de exames tradicionais, que exigem punção lombar ou imagens cerebrais detalhadas, os testes em VR usam tarefas simples e intuitivas. Ainda assim, conseguem revelar padrões ligados às alterações biológicas que caracterizam o Alzheimer.

Engenharia, sensores e o corpo em movimento

Outro experimento da pesquisa focou na habilidade de navegação espacial. Em vez de interagir com salas mobiliadas, os participantes percorriam longos corredores virtuais, monitorando sua posição inicial e identificando marcos escondidos ao longo do caminho.

Tecnologia imersiva pode se tornar uma alternativa simples e eficaz para clínicas (Imagem: Ground Picture/Shutterstock)

Os testes foram aplicados em adultos jovens e idosos saudáveis, revelando diferenças claras entre os grupos. As tarefas exigiam atenção constante ao ambiente e adaptação a diferentes níveis de complexidade nas rotas simuladas.

Leia mais:

Para garantir a precisão das medições, os sistemas de VR contavam com sensores de movimento, rastreamento ocular e controles manuais. Essa combinação permitiu registrar, em tempo real, tanto as respostas motoras quanto os processos cognitivos, sem recorrer a exames invasivos.

Do laboratório para o futuro do diagnóstico

A aposta dos cientistas é que tecnologias imersivas como a realidade virtual possam se tornar ferramentas acessíveis para rastrear sinais precoces de Alzheimer, muito antes que os sintomas comprometam a vida cotidiana. Por serem mais confortáveis e intuitivas, essas abordagens também facilitam a adesão de participantes, inclusive os mais velhos.

Saúde cerebral.
Exames de imagem ajudam a revelar alterações no cérebro, mas pesquisadores apostam na realidade virtual como uma alternativa mais simples e não invasiva (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

Segundo os pesquisadores, a combinação entre dados comportamentais e biomarcadores — como as proteínas associadas ao Alzheimer — pode abrir caminho para diagnósticos mais precisos, personalizados e menos invasivos. E, com o avanço da tecnologia, até mesmo clínicas com menos recursos poderão adotar soluções baseadas em VR.

Além dos dados, chamou atenção o envolvimento dos participantes. Muitos demonstraram interesse genuíno durante os testes, mesmo sem familiaridade com a realidade virtual. Para os cientistas, esse engajamento é um sinal positivo: experiências imersivas podem não apenas medir, mas também aproximar o paciente do cuidado com a própria saúde.

O post Novo método para identificar os primeiros sinais do Alzheimer apareceu primeiro em Olhar Digital.

sangue_alzheimer-1024x767

Novo exame de sangue pode melhorar tratamentos do Alzheimer

Recentemente, diagnosticar a doença de Alzheimer envolvia autópsias para detectar emaranhados das proteínas tau e amiloide no cérebro. Embora esses emaranhados não sejam a causa direta da doença, eles estão ligados ao declínio cognitivo característico do Alzheimer.

Hoje, graças aos avanços médicos, os médicos podem identificar essas proteínas por meio de exames de sangue ou tomografias por emissão de pósitrons (PET), uma tecnologia mais precisa, embora cara e limitada a centros médicos especializados.

Pesquisadores da Universidade de Washington em St. Louis (WashU) e da Universidade de Lund (LU) desenvolveram uma abordagem inovadora para mapear os níveis sanguíneos de uma proteína chamada MTBR-tau243, que está associada aos emaranhados das proteínas tau no cérebro.

A pesquisa está publicada na revista Nature Medicine.

Leia mais:

Novo estudo descobriu teste de sangue que consegue identificar progressão do Alzheimer com mais precisão do que os métodos já conhecidos – Imagem: Saiful52/Shutterstock

Ao comparar os níveis de MTBR-tau243 no sangue de pacientes com Alzheimer e de pessoas saudáveis, eles criaram um guia preciso para identificar o estágio da doença, com 92% de precisão na previsão de emaranhados tau cerebrais.

Teste sanguíneo se mostra promissor

  • O novo teste sanguíneo é capaz de identificar a progressão do Alzheimer, sendo mais eficaz em estágios iniciais, onde terapias anti-amiloides podem ser mais benéficas.
  • Nos estágios mais avançados, tratamentos anti-tau podem ser mais adequados.
  • Esse avanço promete otimizar o tratamento, oferecendo uma abordagem personalizada, e pode ser combinado com outro teste que analisa outra forma de proteína tau, o p-tau217, criando uma maneira ainda mais precisa de diagnosticar e tratar a doença.

Esse método pode revolucionar a medicina personalizada para Alzheimer, permitindo tratamentos mais direcionados e eficazes.

Pesquisa abre caminho para tratamentos personalizados mais eficazes, criados com base no estágio em que a doença se encontra – Imagem: Shutterstock/LightField Studios

O post Novo exame de sangue pode melhorar tratamentos do Alzheimer apareceu primeiro em Olhar Digital.

exercicio-fisico-1024x683

Há uma maneira ao nosso alcance de afastar o risco de Alzheimer, diz estudo

O risco de desenvolver Alzheimer é influenciado principalmente por genes e idade, mas uma nova pesquisa sugere que você pode ter mais controle sobre isso do que imagina.

O estudo, publicado na revista Nature Communications, introduz o conceito de “idade bioenergética”, que não é a mesma que a idade cronológica. A idade bioenergética reflete a eficiência com que as células geram energia, o que pode afetar diretamente o risco de Alzheimer.

Pesquisas anteriores indicam que a idade bioenergética pode ser alterada por hábitos saudáveis, como exercício físico.

Leia mais

Hábitos saudáveis, como o exercício físico, podem nos dar o controle de melhorar a idade “bioenergética”, e assim afastar o risco de desenvolver Alzheimer – Imagem: Cameron Prins / Shutterstock

Descobertas do estudo

  • O estudo revelou que melhorar essa idade pode até retardar a progressão do Alzheimer de forma tão eficaz quanto medicamentos como o lecanemab.
  • Segundo Jan Krumsiek, um dos autores do estudo, isso oferece uma alternativa sem os efeitos colaterais dos tratamentos convencionais.
  • A pesquisa também pode explicar por que Alzheimer se desenvolve de maneira diferente em pessoas com sinais iniciais semelhantes, como células que produzem energia de forma menos eficiente.
  • Algumas pessoas mantêm-se cognitivamente saudáveis por anos, apesar desses sinais. Acredita-se que uma “capacidade bioenergética” especial as proteja, permitindo que mantenham níveis normais de energia.

Os pesquisadores identificaram um marcador de risco potencial: os níveis de acilcarnitina no sangue. Esse composto, relacionado ao metabolismo energético, se correlaciona com a idade bioenergética.

Pacientes com níveis mais baixos de acilcarnitina apresentaram declínio cognitivo mais lento, similar ao de quem usa medicamentos como o lecanemab. Isso sugere que uma idade bioenergética mais baixa pode oferecer proteção contra o Alzheimer.

O próximo passo é desenvolver testes para medir a idade bioenergética e aplicar tratamentos personalizados, como mudanças no estilo de vida, para reduzir o risco da doença.

Representação de doenças degenerativas cerebrais
Conceito da idade bioenergética pode ajudar a reduzir o risco de Alzheimer – Imagem: SewCream/Shutterstock

O post Há uma maneira ao nosso alcance de afastar o risco de Alzheimer, diz estudo apareceu primeiro em Olhar Digital.

2-6-1024x576

Qual a relação entre demência e apneia do sono? Veja o que diz a ciência

A apneia do sono é uma condição grave que vai muito além de roncos ou noites mal dormidas, podendo causar diversos prejuízos ao corpo, especialmente ao cérebro. Um dos maiores perigos é o aumento do risco de demência associado a apneia.

Pesquisas recentes indicam que as repetidas pausas na respiração durante o sono podem reduzir o fornecimento de oxigênio ao cérebro, afetando funções cognitivas a longo prazo.

Entenda a relação entre demência e apneia do sono

Um estudo realizado na Universidade de Michigan e publicado no periódico SLEEP Advances, revelou que a apneia obstrutiva do sono aumenta o risco de demência nas pessoas. No entanto, mulheres mais velhas têm maior probabilidade de terem a doença.

Leia mais

Para realizar a pesquisa, foram reunidos dados de cerca de 18.500 adultos com mais de 50 anos que nunca haviam sido diagnosticados com demência. Essas informações foram coletados durante um período de 10 anos por meio do Health and Retirement Study (HRS).

Inicialmente, os pesquisadores identificaram a apneia nos participantes, realizando diagnósticos autorrelatados ou triagens baseadas em questionários específicos. A partir daí, descobriram a relação da doença com a perda cognitiva, que desencadeia a demência.

Além disso, os pesquisadores observaram que, embora os homens também corram esse risco, às mulheres apresentaram maiores chances de desenvolver o transtorno neurocognitivo.

Ronco, sono agitado e falta de disposição são alguns dos sintomas de apneia do sono/Shutterstock_New Africa

Apneia do sono e os danos cognitivos

A apneia do sono, frequentemente observada em pacientes diagnosticados com demência, também pode estar associada à Alzheimer. Segundo a Dra. Jerusa Smid, médica neurologista e coordenadora do Departamento Científico de Cognição da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) ao portal Drauzio, alguns estudos indicam que o sono desempenha um papel crucial na remoção de proteínas patogênicas do cérebro, um processo que pode impactar diretamente a saúde cognitiva.

Sendo assim, quando há privação de sono e a remoção dessas proteínas não acontecem, portanto, esse acúmulo no cérebro aumenta o risco de declínio cognitivo e doenças relacionadas. No caso do Alzheimer, a beta-amiloide é a proteína depositada no cérebro dos pacientes.

Por que é importante entender a relação de apneia e demência?

Doenças como a demência e o Alzheimer representam desafios significativos para a medicina moderna devido à dificuldade de encontrar curas definitivas ou tratamentos completamente eficazes. Diante disso, cientistas ao redor do mundo dedicam-se a investigar possíveis causas dessas condições, buscando compreender os fatores que contribuem para seu desenvolvimento.

Esses esforços são essenciais não apenas para aprimorar os métodos de diagnóstico e tratamento, mas também para criar estratégias de prevenção, com o objetivo de reduzir a incidência de novos casos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias.

Conforme abordado neste artigo, pesquisas indicam que a apneia do sono está entre os fatores contribuintes para o desenvolvimento de doenças cognitivas. Diferentemente de condições como demência e Alzheimer, a apneia do sono dispõe de tratamentos mais eficazes e oferece um controle mais significativo. Confira a seguir as opções de tratamento e como o diagnóstico é realizado.

Como é realizado o diagnóstico e tratamento de apneia?

Vista lateral próxima de um paciente do sexo masculino dormindo em uma cama de hospital com máscara de oxigênio no quarto branco. Jovem se recuperando após a doença ou recebendo terapia de apneia obstrutiva do sono na enfermaria do hospital.
Paciente recebendo terapia de apneia obstrutiva do sono na enfermaria de um hospital/Shutterstock_Studio Romantic

Pacientes que apresentam sintomas noturnos como o ronco associado à fragmentação do sono, caracterizada por diversos despertares, sonolência, cansaço e fadiga devem procurar ajuda de um profissional. Afinal, esses são os maiores sinais de apneia.

A partir da consulta ao especialista, o diagnóstico pode ser realizado por meio de um exame chamado polissonografia, que monitora diversos parâmetros enquanto a pessoa dorme. No entanto, essa análise envolve uma combinação de avaliação clínica, como histórico médico e avaliação das vias aéreas superiores, como garganta, nariz e mandíbula, para identificar possíveis obstruções.

Conforme indicado pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, o objetivo do tratamento é assegurar que a garganta permaneça aberta, evitando episódios de apneia, redução nos níveis de oxigênio no sangue, elevação da pressão arterial e aumento da liberação de adrenalina. Além disso, busca-se melhorar a sonolência excessiva durante o dia e proporcionar uma melhor qualidade de vida aos pacientes.

A partir da identificação dos fatores relacionados ao quadro de cada paciente, são indicados tratamentos específicos. Tais como:

Apneia leve e moderada (casos selecionados):

  • Aparelhos intraorais: facilitam o aumento da passagem de ar na região da garganta.
  • Fonoaudiologia: contribui para o fortalecimento dos músculos responsáveis por manter a garganta aberta.

Apneia moderada a acentuada:

  • CPAP (Gerador de Pressão Positiva Contínua na Via Aérea): é considerado o principal tratamento. O dispositivo proporciona o bombeamento de ar, prevenindo o fechamento da garganta e as consequências prejudiciais da apneia.
  • Cirurgias: tratamentos reservados para situações específicas, sendo indicados apenas em casos excepcionais.

O post Qual a relação entre demência e apneia do sono? Veja o que diz a ciência apareceu primeiro em Olhar Digital.

image-42

Alzheimer: células imunológicas do cérebro podem auxiliar tratamento

Pesquisadores da Northwestern University fizeram um avanço promissor no tratamento da doença de Alzheimer ao explorar o uso das células imunológicas do cérebro. O estudo está publicado na revista Nature Medicine.

Os especialistas aplicaram uma técnica chamada transcriptômica espacial, que permite analisar a localização da atividade genética dentro do tecido cerebral.

Com isso, conseguiram identificar que as microglia, as células imunológicas do cérebro, desempenham um papel crucial ao limpar as placas de beta-amiloide e restaurar um ambiente saudável no cérebro, o que poderia ajudar na recuperação neuronal.

Leia mais:

No computador, uma imagem de tecido cerebral humano com doença de Alzheimer que foi tratado com imunização beta-amiloide – Imagem: Northwestern University

Detalhes do estudo

  • Esse mecanismo recentemente descoberto pode abrir caminho para o desenvolvimento de tratamentos que foquem diretamente nessas células, evitando os efeitos colaterais comuns dos medicamentos atuais.
  • Embora ainda não seja uma cura, esse avanço representa um passo importante no entendimento das complexidades do Alzheimer, sugerindo formas de tratá-lo de maneira mais eficaz e direcionada no futuro.
  • Além disso, a pesquisa se soma a outros avanços, como o teste desenvolvido pela Universidade de Pittsburgh, que detecta pequenas quantidades da proteína tau no cérebro até uma década antes de ela ser visível em exames, e a recente categorização do Alzheimer em cinco subtipos, o que pode permitir tratamentos mais personalizados.

Esses estudos são animadores e podem levar a um futuro em que o tratamento do Alzheimer seja mais preciso e menos prejudicial aos pacientes.

Máquina de transcriptômica espacial segura uma lâmina contendo tecido cerebral humano de ensaio clínico – Imagem: Universidade Northwestern

O post Alzheimer: células imunológicas do cérebro podem auxiliar tratamento apareceu primeiro em Olhar Digital.

Alzheimer-1024x576

Quem foi pessoa mais jovem já diagnosticada com Alzheimer?

Em 2023, neurologistas de uma clínica de memória na China diagnosticaram um jovem de 19 anos com Alzheimer, tornando-o o paciente mais jovem do mundo a receber esse diagnóstico. Um estudo sobre o caso foi publicado no Journal of Alzheimer’s Disease.

O adolescente, que começou a apresentar declínio de memória aos 17 anos, teve seu quadro agravado ao longo do tempo. Imagens de seu cérebro mostraram encolhimento no hipocampo, associado à memória, e seu fluido cerebrospinal indicou sinais típicos de Alzheimer.

Alzheimer com início precoce pode ocorrer, mas não é comum

  • Embora o Alzheimer seja frequentemente associada a pessoas idosas, casos de início precoce, como o deste jovem, representam até 10% dos diagnósticos;
  • Geralmente, esses casos estão ligados a mutações genéticas, mas a pesquisa genômica do jovem não revelou mutações usuais, o que dificultou a classificação de seu caso como Alzheimer familiar (DAF, na sigla em inglês);
  • Segundo o Science Alert, não havia histórico familiar de demência, o que torna seu caso um mistério.

O jovem, que enfrentava dificuldades de concentração e memória desde os 17 anos, teve um declínio cognitivo tão severo que não conseguiu terminar o ensino médio.

Jovem com Alzheimer apresentou primeiros sintomas aos 17 anos e foi diagnosticado aos 19 (Imagem: Naeblys/Shutterstock)

Leia mais:

Um ano após o diagnóstico, sua pontuação de memória estava significativamente abaixo da média para sua idade, e ele apresentou perdas de memória em testes específicos.

Os neurologistas envolvidos no caso sugeriram que a falta de mutações patogênicas claras indica que a patogênese de sua doença ainda precisa ser explorada.

O estudo destacou a complexidade da doença, que pode surgir por diversas vias e apresentar efeitos variados. Os especialistas pediram mais estudos sobre casos de Alzheimer de início precoce para aprofundar a compreensão dessa condição.

Cérebro se desfazendo
Complexidade da doença de Alzheimer, que pode ter efeitos variados, indica a necessidade de mais pesquisas sobre casos de início precoce (Imagem: Naeblys/Shutterstock)

O post Quem foi pessoa mais jovem já diagnosticada com Alzheimer? apareceu primeiro em Olhar Digital.