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Há um tipo poluição “escondendo” a gravidade do aquecimento global

Uma nova pesquisa liderada pela Universidade da Finlândia Oriental e pelo Instituto Meteorológico Finlandês revela que a poluição atmosférica causada por aerossóis tem um impacto maior do que se pensava na regulação do clima.

Segundo o estudo, publicado na Nature Geoscience, essas partículas finas – oriundas tanto de fontes naturais quanto de atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis – estão resfriando o planeta ao modificar as propriedades das nuvens, especialmente as de baixa altitude.

Descobertas do estudo

  • O efeito de resfriamento causado por aerossóis teria “neutralizado parcialmente” o aquecimento provocado pelos gases de efeito estufa, como explica a professora Annele Virtanen, uma das autoras do estudo.
  • A influência dessas partículas sobre as nuvens é mais intensa do que estimativas anteriores sugeriam, estando no limite superior do que os modelos baseados em satélite previam.
  • Os dados foram coletados por longos períodos em estações da rede ACTRIS localizadas em Svalbard e na Finlândia, permitindo uma análise mais precisa da relação entre a presença de aerossóis e a formação de nuvens.
Partículas poluentes resfriam o clima ao alterar nuvens e podem estar mascarando parte do aquecimento global – Imagem: Vadim Sadovski/Shutterstock

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Modelos climáticos precisam ser mais precisos

O estudo também revelou falhas nos modelos climáticos atuais em representar corretamente essas interações, além de mostrar grande variação entre diferentes simulações.

De acordo com o pesquisador Sami Romakkaniemi, os resultados vão contribuir para o desenvolvimento de modelos climáticos mais precisos, que são essenciais para prever cenários futuros de mudança climática e avaliar o impacto de políticas de redução de emissões.

Estudo sobre os aerossóis vai ajudar a desenvolver modelos climáticos mais precisos para prever causas do aquecimento global – Imagem: nito/Shutterstock

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Concentração de CO² na atmosfera é a mais alta em 800 mil anos

A concentração atmosférica de dióxido de carbono (CO²) atingiu o nível mais alto dos últimos 800 mil anos, segundo o Relatório do Estado Global do Clima, publicado nesta quarta-feira (19), pela Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês).

Na comparação com a era pré-industrial, o volume de CO² é 151% maior, considerando dados coletados até 2023. Já a concentração de metano (CH₄) na atmosfera cresceu 266%, enquanto a de óxido nitroso (N₂O) subiu 124%.

O levantamento também confirma 2024 como o ano mais quente da história, sendo o aquecimento global e o fenômeno El Niño os principais fatores para o resultado. Todos os últimos dez anos foram, individualmente, os mais quentes em 175 anos de medições.

Eventos climáticos extremos devem ser cada vez mais recorrentes (Imagem: Boyloso/iStock)

O número de deslocamentos provocados por fenômenos climáticos em 2024 foi o maior desde 2008, especialmente na África. De acordo com especialistas, as mudanças agravaram a seca e aumentaram os preços dos alimentos em pelo menos 18 países.

“Nosso papel é prover evidências científicas”, afirmou o diretor de serviços climáticos da WMO, Chris Hewitt. “Os impactos estão devastando comunidades. Cada fração de grau importa”, afirmou.

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Nível do mar traz aviso

  • Imagens de satélite mostraram que o gelo da Antártida atingiu a menor extensão dos últimos 18 anos, com as maiores perdas de massa de geleira registradas em 2024;
  • Foi, também, o ano em que o aquecimento do oceano atingiu o nível mais alto em 65 anos de registros observacionais, segundo o relatório;
  • Além disso, a taxa de elevação do nível do mar dobrou desde o início das medições: no período de 1993-2002, estava em 2,1 mm por ano; agora, entre 2015 e 2024, subiu para 4,7 mm por ano;
  • Isso pode gerar efeito cascata nos ecossistemas, já que 74% da população global vive em áreas costeiras, que abrangem até 50 km a partir do oceano;
  • Outro risco dessa elevação é a contaminação de águas subterrâneas por água salgada.
Derretimento das geleiras pode impactar 74% da população global, que vive em áreas costeiras (Imagem: eeilers/iStock)

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