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Enchente histórica ameaça Estados Unidos com volume de chuva extremamente raro

A região central dos Estados Unidos está enfrentando, nesta semana, um dos episódios mais extremos de enchentes repentinas já registrados. A previsão é de que chuvas intensas e tempestades atinjam repetidamente as mesmas regiões, elevando os riscos de inundações súbitas e prolongadas. Meteorologistas alertam para a possibilidade de um evento com recorrência de 1 em 1.000 anos — um indicativo da gravidade da situação esperada.

O fenômeno atinge estados como Arkansas, Missouri, Tennessee, Illinois, Indiana e Kentucky, com destaque para o trecho que vai do nordeste do Arkansas até o oeste do Kentucky. Nessas áreas, a precipitação acumulada pode equivaler a quatro meses de chuva em apenas cinco dias, intensificando os impactos em locais que já vêm sofrendo com o excesso de água nos últimos meses.

Enchentes já causaram mortes, destruição e resgates em diversos estados dos EUA

As enchentes que atingem o centro dos Estados Unidos desde quarta-feira (2) já causaram ao menos oito mortes em estados como Tennessee, Missouri, Indiana e Kentucky. Um dos casos mais impactantes foi o do menino Gabriel Andrews, de 9 anos, que foi arrastado pelas águas enquanto caminhava para o ponto de ônibus escolar em Franklin County, Kentucky.

Diversas cidades relataram inundações severas, resgates aquáticos e prejuízos estruturais. Em West Plains, no sul do Missouri, autoridades realizaram múltiplos resgates com apoio de vários corpos de bombeiros. Uma mulher foi hospitalizada após ser atingida por um raio na cidade.

Já em Van Buren, também no Missouri, cerca de 15 resgates foram feitos na sexta-feira após uma chuva intensa de 3 polegadas em curto período. No Arkansas, a cidade de Hardy está entre as mais afetadas, com mais da metade da população impactada. A previsão é de que o rio Spring atinja níveis históricos neste fim de semana.

Sobrevoo aéreo do rio Spring ao lado da ferrovia BNSF em Hardy, Arkansas (Imagem: NSC Photography / Shutterstock.com)

No Kentucky, foram registrados 390 bloqueios de estradas no sábado (5), devido a alagamentos, deslizamentos de terra e quedas de rochas. A cidade de Hopkinsville teve ruas, prédios e veículos parcialmente submersos, e moradores relataram dificuldades em conter a água com sacos de areia e bombas.

A governadora Sarah Huckabee Sanders confirmou que o presidente Donald Trump aprovou ajuda federal de emergência para o Arkansas, enquanto o governador do Kentucky, Andy Beshear, declarou estado de emergência em parte do estado.

Fenômeno é alimentado por corredor de umidade tropical

  • O volume de água previsto se deve a um “rio atmosférico”, uma faixa longa e estreita de vapor de água na atmosfera, que está transportando umidade do Caribe e do Golfo do México em direção ao centro dos EUA.
  • Esse padrão meteorológico está sendo mantido por uma área de alta pressão estacionada na costa sudeste do país, que está canalizando a umidade para regiões já saturadas.
  • “O padrão [parece] um engarrafamento na atmosfera, com tempestades e pancadas de chuva se repetindo nas mesmas áreas. Essa combinação é uma receita para grandes problemas com enchentes”, explicou Porter.

Previsão indica melhora a partir de domingo, mas risco de tornados continua

Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA, o padrão climático que tem mantido as tempestades estacionadas sobre a mesma região nos últimos dias deve começar a se desfazer neste domingo (6). Com isso, as chuvas devem avançar em direção ao leste, reduzindo a ameaça de enchentes para estados como Arkansas, Tennessee e Kentucky.

No entanto, o risco de novos tornados permanece elevado, especialmente para áreas do Texas, Louisiana, Mississippi, Alabama e Geórgia. No sábado, cerca de 41 milhões de pessoas estavam sob risco de tempestades severas, com possibilidade de tornados de intensidade EF2 ou superior, ventos fortes e granizo de tamanho considerável. As sirenes em cidades como Nashville tocaram com tanta frequência que ficaram sem bateria, dificultando os alertas.

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Risco de novos tornados permanece neste fim de semana (Imagem: Lucian Coman / Shutterstock.com)

Desde quarta-feira, ao menos 31 tornados foram confirmados em oito estados, incluindo casos de força EF3 no Missouri, Tennessee e Arkansas. Em Selmer, Tennessee, um complexo residencial recém-construído foi parcialmente destruído. Em Nevada, Missouri, um antigo motel transformado em alojamento estudantil sofreu danos severos. As equipes de avaliação dos danos ainda enfrentam dificuldades para concluir os levantamentos devido às condições perigosas.

O meteorologista-chefe do AccuWeather, Jonathan Porter, destacou ao Live Science que existe preocupação com o risco de enchentes históricas, que podem evoluir para inundações em grandes rios.

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Rios podem continuar subindo após o fim das chuvas

Apesar da previsão indicar uma redução das chuvas no fim de semana, os níveis dos rios devem continuar subindo até a próxima semana. O acúmulo de água causado pelas chuvas persistentes pode sobrecarregar bacias hidrográficas locais, prolongando o risco de enchentes mesmo após o fim das precipitações.

“Preparem-se para se deslocar rapidamente para locais mais altos”, alertou Porter, destacando que o escoamento da água pode transformar rapidamente um cenário de risco em um evento perigoso em questão de segundos.

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Por que as cidades inundam? Veja a diferença entre inundação e enchente

Nos últimos anos, eventos climáticos extremos têm causado grandes estragos em diversas cidades ao redor do mundo. No Brasil, por exemplo, fortes chuvas frequentemente resultam em ruas alagadas, deslizamentos de terra e até mesmo no deslocamento de milhares de pessoas. Mas você já se perguntou por que cidades inundam e quais são as causas desse problema?

Para entender melhor esse fenômeno, é fundamental diferenciar dois conceitos que muitas vezes são confundidos: inundação e enchente.

Embora ambos estejam relacionados ao excesso de água em um determinado local, cada um tem características distintas e impactos diferentes. Além disso, a urbanização desordenada, o desmatamento e falhas na infraestrutura contribuem diretamente para a recorrência das inundações.

Qual a diferença entre inundação e enchente?

Apesar de muitas pessoas usarem os termos “inundação” e “enchente” como sinônimos, eles possuem significados diferentes. A enchente ocorre quando um rio, lago ou outro corpo d’água transborda devido ao aumento do volume de água, geralmente causado por chuvas intensas.

Esse fenômeno é natural e pode ocorrer mesmo em áreas sem presença humana, sendo agravado pelo desmatamento e pela impermeabilização do solo.

A enchente ocorre quando um rio transborda devido ao aumento do volume de água. Imagem: Nick_ Raille_07 – Shutterstock

Já a inundação é um processo mais amplo e pode ocorrer mesmo sem a presença de rios próximos. Esse fenômeno acontece quando a água da chuva não consegue escoar adequadamente, acumulando-se nas ruas, casas e outras áreas urbanas.

As inundações são comuns em cidades com infraestrutura precária, falta de drenagem eficiente e alto índice de impermeabilização do solo, onde o asfalto impede a absorção da água pelo terreno.

A principal diferença entre os dois fenômenos é que a enchente está diretamente relacionada ao transbordamento de corpos d’água, enquanto a inundação ocorre por conta do acúmulo de água em locais onde ela não consegue escoar. Ambos os eventos podem causar prejuízos significativos para a população, desde danos materiais até riscos à saúde pública.

Por que as cidades inundam?

Fatores que contribuem para as inundações

A urbanização acelerada e muitas vezes desordenada das cidades é um dos principais fatores que contribuem para as inundações. O crescimento das áreas urbanas leva à substituição de áreas naturais por concreto e asfalto, que não absorvem a água da chuva como o solo faria naturalmente.

Além disso, problemas como sistemas de drenagem insuficientes, lixo acumulado nos bueiros e mudanças climáticas intensificam ainda mais essa situação.

Outro fator agravante é o desmatamento em regiões próximas às cidades. A vegetação tem um papel fundamental na retenção da água da chuva, evitando que grandes volumes escoem rapidamente para áreas urbanas. Sem essa proteção natural, a água chega às cidades de forma abrupta, sobrecarregando os sistemas de drenagem e aumentando o risco de inundações.

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Impactos das inundações para a cidade

As inundações representam um problema grave para a infraestrutura urbana. Ruas alagadas dificultam a mobilidade, podendo paralisar o transporte público e o tráfego de veículos. Além disso, a água acumulada pode danificar asfalto, calçadas, pontes e construções, gerando altos custos para reparos e manutenção.

Outro impacto significativo é a contaminação da água e do solo. Durante as inundações, resíduos químicos, lixo e esgoto podem se misturar com a água acumulada, tornando-a extremamente poluída. Isso não só compromete o meio ambiente, mas também representa sérios riscos para a saúde pública.

Carros engolidos por enchente em Rio Grande do Sul que poderiam ir para leilão
(Imagem: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Consequências para os cidadãos

Para a população, as inundações nas cidades trazem prejuízos financeiros, sociais e de saúde. Casas e comércios podem ser invadidos pela água, causando perdas materiais irreparáveis. Muitas vezes, famílias inteiras precisam deixar suas residências devido ao risco de desmoronamento ou contaminação da água.

Além das perdas materiais, as inundações podem provocar doenças, como leptospirose, dengue e infecções respiratórias. A presença de água parada favorece a proliferação de mosquitos e outros vetores de doenças, tornando a situação ainda mais preocupante.

Problemas para animais e moradores de rua

Os animais de rua e pessoas em situação de vulnerabilidade são os mais afetados pelas inundações. Sem um abrigo adequado, eles ficam expostos ao frio, à fome e às doenças transmitidas pela água contaminada. Muitos animais acabam morrendo afogados ou adoecendo após o contato com substâncias tóxicas presentes na água das inundações.

Para a população em situação de rua, a falta de locais seguros para se proteger pode ser fatal. Abrigos superlotados e a dificuldade de acesso a cuidados médicos agravam ainda mais o impacto desse fenômeno para essas pessoas.

Quem paga pelos danos causados pelas inundações nas cidades?

Os prejuízos financeiros causados por inundações podem ser gigantescos, tanto para o setor público quanto para os cidadãos. Em muitos casos, os custos com reparos de infraestruturas, reconstrução de casas e indenizações são arcados pelos governos municipais, estaduais e federais. No entanto, esses recursos nem sempre são suficientes para cobrir todos os danos.

Os seguros residenciais e comerciais podem ajudar a minimizar as perdas, mas nem todas as pessoas possuem acesso a esse tipo de serviço. Em algumas situações, programas de assistência governamental podem ser acionados para ajudar vítimas de enchentes e inundações, mas a burocracia pode dificultar esse processo.

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Carros pegos por uma enchente (Reprodução: Sveta K/Pexels)

Como prevenir inundações e de quem é a responsabilidade?

A prevenção de inundações exige ações coordenadas entre governos, empresas e a população. Algumas medidas essenciais incluem:

  • Melhoria do sistema de drenagem urbana: manutenção e ampliação das redes de escoamento pluvial para garantir que a água da chuva tenha um destino adequado.
  • Preservação de áreas verdes e mananciais: proteger e restaurar vegetações próximas às cidades para absorver melhor a água da chuva.
  • Redução da impermeabilização do solo: investir em soluções como pavimentos permeáveis e telhados verdes.
  • Campanhas de conscientização: incentivar a população a evitar o descarte irregular de lixo, que entope bueiros e agrava as inundações.
  • Fiscalização e planejamento urbano eficiente: políticas públicas devem garantir que novas construções sigam normas de sustentabilidade e drenagem eficiente.

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Carro passou por uma enchente? Veja o que revisar no veículo para evitar problemas

As enchentes são um problema recorrente em diversas cidades, causando danos não apenas a imóveis, mas também a veículos. Se o seu carro foi atingido por uma enchente, é essencial realizar uma revisão completa para ver os problemas antes de colocá-lo novamente em circulação.

A água pode comprometer componentes elétricos, mecânicos e até a estrutura do veículo, levando a falhas graves e custos elevados de reparo.

A principal preocupação ao recuperar um carro alagado é evitar danos permanentes e garantir a segurança ao dirigir. Mesmo que o veículo pareça estar funcionando normalmente, a umidade pode causar corrosão em sistemas internos, afetar o motor e comprometer a transmissão. Para evitar problemas no futuro, é fundamental seguir um checklist de inspeção e manutenção.

Aqui, listamos as 10 principais áreas do carro que devem ser verificadas após uma enchente. Seguindo essas recomendações, você aumenta as chances de recuperar o veículo com segurança e reduzir prejuízos.

10 dicas de revisão para carros que passaram por enchentes

Avaliação inicial do nível da água

Antes de tentar ligar o carro, verifique até onde a água subiu. Se atingiu o painel, há grandes chances de danos elétricos e mecânicos graves. Em casos extremos, o ideal é chamar um especialista para avaliar se o veículo ainda pode ser recuperado.

Painel do carro com todas as luzes de advertência acesas (Imagem: Stock Foto / Shutterstock)

Não ligue o motor imediatamente

Tentar ligar o carro logo após a enchente pode causar danos irreversíveis ao motor, principalmente se a água entrou no sistema de combustão. A melhor abordagem é chamar um mecânico para inspecionar o veículo antes de qualquer tentativa de partida.

Verificação do óleo e do combustível

A água pode contaminar o óleo do motor e o combustível, comprometendo a lubrificação e o funcionamento do carro. Se houver sinais de emulsificação (óleo esbranquiçado ou espumoso), é necessário trocar o óleo e os filtros imediatamente.

Inspeção do sistema elétrico

Após passar por uma enchente, a umidade pode afetar fiações, conectores e componentes eletrônicos do carro. Luzes piscando, falhas no painel e problemas nos vidros elétricos são sinais de curto-circuito. O ideal é realizar uma revisão completa do sistema elétrico antes de usar o carro novamente.

Sistema elétrico de um carro
Sistema elétrico de um carro (Imagem: Foxlux/Reprodução)

Conferência dos filtros de ar e cabine

Se os filtros estiverem molhados ou sujos, podem obstruir a entrada de ar para o motor e afetar a ventilação do veículo. Substituí-los por novos garante melhor desempenho e evita o acúmulo de sujeira.

Análise do sistema de freios

Os freios podem perder eficiência se a água contaminou o fluido ou danificou os discos e pastilhas. Teste o funcionamento antes de dirigir e, se houver qualquer irregularidade, providencie a troca de componentes.

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Checagem da transmissão e do diferencial

Se a água entrou na transmissão ou no diferencial, pode causar falhas no sistema de engrenagens. Uma troca preventiva do fluido evita danos internos e prolonga a vida útil dessas peças.

Inspeção da suspensão e rolamentos

A água pode remover a lubrificação dos rolamentos e causar corrosão nos componentes da suspensão. Verifique ruídos incomuns e faça a lubrificação adequada para evitar problemas futuros.

suspensão de um carro
Imagem: Mercedes/Reprodução

Verificação dos pneus e alinhamento

A correnteza e os detritos da enchente podem comprometer a integridade dos pneus e o alinhamento do veículo. Faça uma inspeção visual e um alinhamento para garantir a segurança ao dirigir.

Higienização interna do veículo

A umidade pode causar mofo e odores desagradáveis no interior do carro. Faça uma limpeza profunda nos bancos, carpetes e forros, além de usar produtos antibacterianos para evitar problemas respiratórios.

Por que enchentes podem danificar carros?

A água pode entrar em componentes elétricos, mecânicos e no motor, causando falhas, corrosão e perda de eficiência.

Tem problema atravessar uma enchente com um carro?

Sim. Além do risco de aquaplanagem e pane elétrica, o motor pode aspirar água e sofrer um calço hidráulico, causando danos graves.

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