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Icebergs perigosos já ameaçaram o Reino Unido

Um novo estudo revelou que, há cerca de 18 a 20 mil anos, durante a última era glacial, enormes icebergs tabulares — semelhantes aos da Antártidaflutuavam perigosamente próximos à costa do Reino Unido.

Pela primeira vez, cientistas identificaram sulcos profundos no fundo do Mar do Norte deixados pelas quilhas desses gigantes enquanto se arrastavam pelo leito marinho. O estudo foi publicado na revista Nature Communications.

Icebergs enormes já navegaram pelo Mar do Norte, perto da costa britânica (Imagem: Juergen Brand/Shutterstock)

Essas marcas, localizadas entre Escócia e Noruega, indicam a presença de icebergs com dezenas de quilômetros de largura e centenas de metros de espessura — dimensões comparáveis a cidades, como Cambridge (Reino Unido) ou Norwich (Reino Unido), pontua o Phys.org.

Os dados sísmicos usados foram originalmente coletados para a indústria de perfuração, mas revelaram pistas valiosas sobre o clima do passado.

Mais detalhes da pesquisa

  • A pesquisa sugere que, assim como hoje na Antártida, as antigas geleiras britânicas e irlandesas possuíam plataformas de gelo flutuantes;
  • Essas plataformas ajudam a estabilizar as geleiras e a regular a liberação de icebergs;
  • Porém, os cientistas notaram transição nos registros geológicos: os grandes sulcos de icebergs tabulares dão lugar a marcas de blocos menores, indicando o colapso dessas plataformas de gelo no final da era glacial;
  • Esse processo de colapso, semelhante ao observado em 2002 na plataforma de gelo Larsen B, está ligado à aceleração da perda de gelo e à elevação do nível do mar.

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Estudo sobre icebergs pode dar respostas sobre a Antártida

A descoberta no Mar do Norte pode fornecer modelo para entender como a Antártida pode responder ao aquecimento global atual.

Ainda resta saber se a fragmentação das plataformas causou a rápida retração das camadas de gelo ou se foi consequência dela. Estudos futuros com melhor datação dos sedimentos podem oferecer respostas cruciais sobre a dinâmica glacial passada e futura.

Estudo revela que enormes blocos de gelo semelhantes aos da Antártida cruzaram o Mar do Norte durante a última era glacial (Imagem: Anton_Ivanov/Shutterstock))

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Primeiros humanos passaram pela Era Glacial com técnica “avançada” para a época

Pesquisadores de Viena (Áustria) e do Algarve (Portugal) realizaram grande descoberta, capaz de nos ajudar a entender como os primeiros seres humanos enfrentaram a fase mais fria da Era Glacial. No caso, eles acharam três lareiras misteriosas. A novidade foi publicada na Geoarcheology.

A descoberta é muito importante, pois, até hoje, não tínhamos nenhuma evidência bem preservada desse período mais extremo da Era Glacial, impedindo, assim, que pudéssemos entender nossa evolução durante o frio mega extremo.

Primeiros humanos e a Era Glacial

  • No estudo, os pesquisadores da Universidade de Viena (Áustria) e do Algarve (Portugal) utilizaram técnicas geoarqueológicas consideradas inovadoras para encontras as três lareiras, localizadas na Ucrânia;
  • Essas lareiras seriam do auge do inverno, conhecido como Último Máximo Glacial, ocorrido entre 26,5 mil e 19 mil anos atrás. No período, as temperaturas na atual Europa caíram e permaneceram entre −26,6 °C e −20 °C;
  • Por meio da tecnologia empregada, foi possível ter mais informações sobre o Homo sapiens. Contudo, a ausência de outras lareiras deixou os cientistas atônitos.
Fogo era alimentado, especialmente, por madeira de abetos (Imagem: Divulgação/Universidade de Viena)

Ao Interesting Engineering, William Murphree, principal autor do estudo e geoarqueólogo da Universidade do Algarve, questionou: “A maior parte das evidências foi destruída pelo congelamento e degelo alternados do solo, típicos de uma era glacial? Ou será que as pessoas não encontraram combustível suficiente durante o Último Máximo Glacial? Não usaram o fogo, mas recorreram a outras soluções tecnológicas?

Já Philip R. Nigst, coautor do estudo e arqueólogo da Universidade de Viena, disse, em nota, que “o fogo não servia apenas para manter o calor; também era essencial para cozinhar, fazer ferramentas e para reuniões sociais”.

As lareiras encontradas deram luz ao período sombrio da Era Glacial, já que nossos antepassados precisavam de calor para seguirem vivos, mas poucas informações sobre como conseguiam viver naquela época estão disponíveis atualmente.

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Encontrando o fogo antigo

Os sinais da existência de fogo nas lareiras antigas só foram encontrados a partir de análises microestatigráficas, micromorfológicas e colorimétricas. As três lareiras são simples, planas e movidas a lenha, mas com tamanhos distintos.

Uma delas, maior e mais espessa que as demais, gerava temperaturas mais altas. Outra descoberta interessante é que o fogo atingiu 600 °C. Isso, segundo os pesquisadores, mostra como o Homo sapiens dominava esse elemento da natureza.

Nigst complementou: “As pessoas controlavam perfeitamente o fogo e sabiam como usá-lo de diferentes maneiras, dependendo da finalidade do fogo. Mas nossos resultados também mostram que esses caçadores-coletores usavam o mesmo local em diferentes épocas do ano durante suas migrações anuais.”

Ainda segundo as análises dos cientistas, a técnica adotada pelos humanos da época para alimentar o fogo era a partir de madeira, especialmente de abetos. Outras possibilidades abarcam a inclusão de ossos ou gordura, uma vez que nossos antepassados que viveram a Era Glacial queimavam ossos de animais até que ficassem crocantes no pico da temperatura.

Outra imagem em plano aberto das lareiras
Descobertas também atestam que nossos antepassados tinham bom domínio de temperatura (Imagem: Divulgação/Universidade de Viena)

Marjolein D. Bosch, uma das autoras e zooarqueóloga da Universidade de Viena, da Academia Austríaca de Ciências e do Museu de História Natural de Viena, explicou que, “atualmente, estamos investigando se eles foram usados ​​como combustível ou se foram queimados acidentalmente“.

Sendo assim, os cientistas podem ter dado importante passo rumo ao entendimento desse misterioso período para nossa própria história, bem como os Homo sapiens evoluíram sua tecnologia para escapar do frio extremo.

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A Ciência prevê uma nova ‘Era do Gelo’ – mas algo pode impedir isso

O aumento da temperatura média do planeta já tem causado o derretimento de geleiras em diversas partes do mundo. No entanto, segundo um novo estudo, as mudanças climáticas podem trazer impactos ainda mais severos.

Pesquisadores apontam que o aquecimento da Terra pode inviabilizar a ocorrência de uma nova era glacial, prevista pela ciência para ocorrer daqui a 10 mil anos. Isso significa que a atividade humana já é capaz de impactar os ciclos naturais.

Nova era glacial pode estar em risco

  • Os cientistas explicam que o nosso planeta sempre passou por ciclos de calor e frio, eras glaciais e interglaciais.
  • Estes fenômenos são causados por mudanças em três propriedades da Terra e sua órbita ao redor do Sol.
  • Juntos, eles são chamados de ciclos de Milankovitch, em homenagem ao físico sérvio do início do século XX Milutin Milankovitch.
  • Os principais atores nesses ciclos são a obliquidade da Terra, a precessão de seu eixo de rotação e a forma da órbita do nosso planeta ao redor do Sol.
  • A partir deste entendimento, pesquisadores conseguiram datar quando deve acontecer a próxima era glacial: daqui 10 mil anos.
  • Mas a atividade humana pode mudar este cenário, segundo conclusões apresentadas em um estudo publicado na revista Science.

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Padrão foi quebrado pela atividade humana

No trabalho, a equipe analisou registros de um milhão de anos de mantos de gelo e temperaturas oceânicas profundas e combinou estas informações com fases específicas nos ciclos de Milankovitch. O resultado foi a descoberta de um padrão previsível.

Segundo eles, o fim de qualquer era glacial, a última das quais foi há 11.700 anos, é provocado por uma combinação de mudanças na precessão do eixo da Terra, que afeta o pico do aquecimento do verão no hemisfério norte, e variações na obliquidade, que afeta a energia solar total recebida em altas latitudes.

Aumento das temperaturas inviabilizam novas eras glaciais (Imagem: 418studio/Shutterstock)

No entanto, os efeitos das mudanças climáticas causadas pelo homem serão tão duradouros que podem impedir que a próxima era glacial aconteça. A pesquisa observa que “essa transição para um estado glacial em 10 mil anos é muito improvável de acontecer, porque as emissões humanas de dióxido de carbono na atmosfera já desviaram o clima de seu curso natural, com impactos de longo prazo no futuro”.

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