A empresa de serviços e logística em órbita Astroscale anunciou que vai reabastecer um satélite da Força Espacial dos Estados Unidos em uma missão complexa planejada para 2026. A sonda de 300 quilos será lançada a cerca de 35.786 quilômetros acima do equador da Terra.
“Estamos mudando a realidade do que é possível. Esta missão prova que a logística espacial não precisa estar a anos de distância. Somos uma equipe focada com um objetivo: entregar e operar um protótipo operacional de nave espacial para a Força Espacial”, disse Ron Lopez, presidente da Astroscale US.
Conceito da operação de reabastecimento planejada para 2026 (Imagem: Astroscale/Divulgação)
Objetivo da missão
A operação foi anunciada no 40º Simpósio Espacial em Colorado Springs e tem como objetivo abrir caminhos para serviços de reabastecimento no espaço. Além disso, busca trazer “agilidade e flexibilidade operacional adicionais para operações espaciais dinâmicas”.
A nave espacial APS-R Refueler da Astroscale foi projetada para “maior manobrabilidade” e transportará um tanque de hidrazina recarregável.
O líquido contém propriedades similares a amônia e funciona como propelente para satélites artificiais.
Essa será a primeira nave espacial a realizar operações de reabastecimento com esse tipo de composto químico acima do cinturão geoestacionário (GEO), assim como a primeira missão de apoio a uma nave do Departamento de Defesa dos EUA.
Missão pode abrir caminhos para serviços de reabastecimento no espaço (Imagem: yucelyilmaz/iStock)
De olho no futuro
A Astroscale diz que a missão vai estabelecer um “legado espacial para serviços de reabastecimento escaláveis, um passo crucial para permitir uma manobrabilidade sustentada”.
A empresa fechou uma parceria com a startup Orbit Fab para criar um ecossistema comercial com foco em logística escalável e flexível no espaço. Os satélites Tetra-5 vão transportar uma interface de transferência de fluidos criados pela Orbit Fab para facilitar o reabastecimento.
O Google anunciou um novo acordo com a Administração de Serviços Gerais dos Estados Unidos (GSA) que prevê descontos de até 71% no pacote de aplicativos corporativos Google Workspace para agências federais. As informações são da Reuters.
A medida pode gerar até US$ 2 bilhões em economia caso seja adotada amplamente por todo o governo.
Gestão de Trump está focada em economizar
A iniciativa surge em meio ao esforço do governo do ex-presidente Donald Trump de reduzir gastos públicos, liderado pela equipe de reforma administrativa conhecida como DOGE (Departamento de Eficiência Governamental), apoiada por Elon Musk.
Uma das frentes desse movimento é revisar contratos e otimizar os custos operacionais das agências públicas, muitas das quais estão sendo enxugadas ou reformuladas.
Segundo a GSA, o novo modelo de precificação é baseado em volume nacional — ou seja, válido para todo o governo federal — e não mais em acordos isolados por agência, como era feito anteriormente. Isso promete facilitar a adesão e ampliar o impacto financeiro positivo para os cofres públicos.
O Google oferece seus softwares para agências federais dos Estados Unidos (Imagem: JHVEPhoto/Shutterstock)
O objetivo do Google com o acordo é claro: enfraquecer o domínio da Microsoft no setor de software governamental.
Em 2021, a empresa de Redmond detinha cerca de 85% desse mercado nos EUA, de acordo com dados da consultoria Omdia.
O Google, por sua vez, vem investindo em inteligência artificial para fortalecer o Workspace, que agora integra funcionalidades impulsionadas pelo seu modelo de IA Gemini.
Embora o Google Workspace já esteja presente em algumas instituições federais — como o Laboratório de Pesquisa da Força Aérea, que utiliza a plataforma desde 2021 —, a expectativa é que os descontos incentivem uma adoção muito mais ampla.
O acordo com a GSA é válido até 30 de setembro e pode representar uma oportunidade estratégica para o Google ganhar espaço em um setor historicamente difícil de penetrar.
Google colabora com um dos objetivos de Trump, que é cortar gastos públicos – Imagem: Evan El-Amin/Shutterstock
As tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já começaram a movimentar o setor automotivo nos Estados Unidos. Marcas tradicionais, como Audi e Jaguar Land Rover, foram as primeiras a suspender a exportação de veículos para o país.
A taxa extra de 25% sobre o setor de autopeças e na importação de carros de passeio e picapes prontas começou a valer no dia 3 de abril. A resposta veio em menos de uma semana.
Além da Audi e da Jaguar Land Rover, outras montadoras também reagiram ao tarifaço do republicano. O Grupo Stellantis, responsável por Jeep e Fiat, por exemplo, paralisou a produção em fábricas no Canadá e no México – e suspendeu centenas de funcionários.
Várias marcas, aliás, mantêm plantas no México. E por vários motivos: a mão de obra é mais barata do que nos EUA, o governo federal dá bastante apoio, os impostos são mais baixos e a localização geográfica é excelente, facilitando o envio de carros para o vizinho americano.
A Jaguar Land Rover foi uma das primeiras montadoras a “abandonar os EUA”, mas ela não será a única – Imagem: Zakaria Zayane/Unsplash
O que pode acontecer agora?
O g1 conversou com representantes de várias montadoras e, obviamente, nenhuma delas gostou do tarifaço.
A grande maioria, no entanto, disse apenas que ainda avalia os efeitos da medida antes de tomar qualquer decisão.
Especialistas da área, porém, já fazem suas projeções sobre o futuro do setor.
A principal aposta é de um crescimento menor em 2025.
Alguns estudos falavam em uma alta global de 4% – número que deve cair agora.
Essa queda tem a ver com uma redução das vendas – uma redução que deve chegar à casa de 1 milhão de veículos.
Isso por causa da alta dos preços: a tarifa deve aumentar o valor dos carros em até US$ 12 mil (mais de R$ 60 mil), o que deve assustar uma boa parte do público.
Ah, mas isso não vai favorecer as empresas americanas?
Sim, mas a troca não é automática e orgânica.
Uma pessoa que quer um Audi específico não vai comprar um Ford no lugar dele.
A tendência é que esse consumidor espere mais para comprar o próximo carro.
O tarifaço também deve prejudicar o nível de emprego, a produção local e a eletrificação da frota.
Uma grande parte dos componentes de EVs são importados e isso deve atrasar a transição no país.
O tarifaço de Trump tem potencial para destruir mercados globais – e até mesmo levar a uma recessão – Imagem: Chip Somodevilla/Shutterstock
O que Trump alega?
O governo Trump reclama que todo o mundo estaria cobrando tarifas desproporcionais dos Estados Unidos. Ele já citou mais de uma vez o exemplo europeu. E, de fato, a União Europeia cobra uma taxa de 10% sobre os veículos americanos, sendo que os EUA cobravam antes um valor de apenas 2,5% sobre carros de passeio europeus.
Agora, o que Trump não fala é que os mesmos EUA aplicam um tributo de 25% sobre todas as picapes importadas – justamente o modelo de carro que faz mais sucesso no país.
Na ponta do lápis, portanto, as taxas não são tão desproporcionais assim.
O presidente dos EUA também disse esperar que a mudança ajude a fortalecer a indústria nacional. É verdade que o país possui algumas gigantes, como Ford e GM, mas é difícil ver essas duas companhias respondendo pela quase totalidade do mercado.
Dados da agência de classificação de risco Standard & Poor’s mostram que, em 2024, 46% dos 16 milhões de veículos vendidos nos Estados Unidos no período foram importados. Estamos falando, portanto, de mais de 7 milhões de carros!
Trump reclama das tarifas de outros países, mas os EUA cobram altas taxas de picapes importadas, favorecendo empresas locais, como a Ford e a GM – Imagem: Divulgação/Ford
Outro problema está no país de origem desses automóveis. Além do México, a lista inclui potências como Japão, Coreia do Sul e Canadá.
No caso mexicano, 76% da produção é exportada para o vizinho americano. Isso representa mais de 3 milhões de veículos. Se as exportações pararem (ou diminuírem), para onde vai tanto produto?
É claro que essa produção também deve cair, mas ainda assim vai sobrar carro no México. E para onde eles vão? Há uma possibilidade real deles virem para o mercado latino-americano, sobretudo o Brasil, já que os dois países possuem um acordo de livre comércio.
Pois é, o tarifaço de Trump é um verdadeiro tsunami no mercado automotivo. E quem pode sofrer é a nossa indústria, se tivermos de enfrentar a poderosa concorrência mexicana.
Os casos de infecções por uma bactéria “comedora de carne” mais que dobraram nos Estados Unidos, de acordo com um estudo que avaliou o cenário entre 2012 e 2022. A pesquisa também mostrou que o estreptococo tornou-se resistente a antibióticos comuns.
O levantamento dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) engloba cerca de 35 milhões de americanos em 10 estados: Califórnia, Colorado, Geórgia, Maryland, Oregon, Nova York, Novo México, Tennessee, Connecticut e Minnesota.
A bactéria Streptococcus pyogenes pode desencadear fasceíte necrosante, uma doença devoradora de carne, bem como a síndrome do choque tóxico, uma infecção semelhante à sepse que pode desencadear falência de órgãos.
Levantamento foi feito pelo CDC em 10 estados americanos (Imagem: hapabapa/iStock)
Descobertas da pesquisa
A prevalência de estreptococos mais que dobrou, de 3,6 por 100.000 pessoas para 28,2 por 100.000 pessoas;
No total, os casos anuais aumentaram de 1.082 em 2013 para 2.759 em 2022;
Pessoas em instituições de longa permanência, como asilos, tiveram quase o dobro do risco de morrer devido à infecção (17,7% dos casos);
Ao longo de 10 anos, as cepas mais raras que causam infecção aumentaram de 0,3% para 26,9%, incluindo as que desencadeiam infecções carnívoras;
A resistência antimicrobiana aumentou, particularmente em resposta à clindamicina e macrolídeos (de 12,7% para 33,1%) e à tetraciclina (16,2% para 45,1%);
Todas as cepas ainda são tratadas com β-lactâmicos, como penicilina e ampicilina.
CDC defende nova modelagem epidemiológica para rastrear a resistência antimicrobiana (Imagem: Md Ariful Islam/iStock)
O CDC defendeu pesquisas para uma vacina contra as doenças, melhor acesso ao tratamento de feridas e uma nova modelagem epidemiológica para rastrear a resistência antimicrobiana.
“A vigilância contínua para monitorar a carga da doença, a distribuição das cepas e a resistência antimicrobiana é essencial. Uma melhor compreensão dos fatores que impulsionam a transmissão de GAS e o aumento da incidência da doença pode orientar os esforços de prevenção e controle antes da disponibilidade de uma vacina licenciada.”
A contaminação por estreptococo se dá por meio de gotículas no ar de uma pessoa infectada ao tossir, espirrar ou falar. Também é possível se infectar tocando em superfícies contaminadas, seja maçanetas a lesões na pele, ou compartilhando utensílios.
Há quem acredite que a guerra econômica entre China e Estados Unidos possa evoluir para um conflito armado num futuro próximo. Se for o caso, os dois países mostraram avanços impressionantes em suas novas gerações de caças.
Recentemente, a Força Aérea dos Estados Unidos apresentou o F-47, o primeiro caça de 6ª geração do mundo. Mas nesta semana os chineses reagiram com a apresentação do Chengdu J-36, um dos principais projetos desenvolvidos em um programa militar secreto do país.
Caça de 6ª geração da China
Embora o governo da China não tenha divulgado qualquer informação oficial sobre o novo caça de 6ª geração, a imprensa do país revelou algumas das principais características da aeronave.
O Chengdu J-36 não tem estabilizadores verticais, apresentando uma aparência stealth.
Ele conta ainda com três motores e autonomia operacional expandida, além de estar preparado para receber novas e modernas tecnologias.
Informações extraoficiais ainda dão conta de que o caça chinês tem níveis de excelência no que diz respeito à manobrabilidade.
Isso permite que ele fuja dos radares inimigos com facilidade.
A apresentação do Chengdu J-36 ocorre após a revelação do caça J-35 de quinta geração pela Shenyang Aircraft Corporation, amplamente comparado ao F-35 estadunidense. Também parece ser uma resposta ao avanço tecnológico dos EUA.
A introdução simultânea de duas aeronaves de sexta geração demonstra não apenas um marco tecnológico, mas, também, uma mensagem política. Ao avançar com projetos sofisticados e furtivos, a China reafirma sua posição na corrida tecnológica militar.
Novidade chinesa é uma resposta ao caça F-47, dos EUA (Imagem: Boeing/Reprodução)
Além disso, a apresentação da tecnologia militar acontece em um momento de aumento das tensões. Os EUA anunciaram novas tarifas econômicas contra a China, elevando a taxação para mais de 100%. Pequim reagiu e retaliou novamente, dobrando a aposta.
O tarifaço anunciado recentemente pelo presidente dos EUA, Donald Trump, tem pressionado big techs. E isso pode frear o desenvolvimento de inteligência artificial (IA) no país, segundo o Wall Street Journal (WSJ).
Entre as empresas que tem bancado a expansão da IA nos EUA, estão: Amazon, Alphabet (dona do Google), Meta e Microsoft. Juntas, elas planejam gastar mais de US$ 270 bilhões (R$ 1,6 trilhão) com data centers voltados para IA em 2025, segundo estimativa do Citigroup.
No entanto, manter esse ritmo de investimento depende da disposição em gastar, mesmo com o risco de recessão no horizonte da economia estadunidense. “É pedir muito. Provavelmente demais“, aponta a reportagem do WSJ.
Medo de ficar para trás impulsionava corrida da IA, mas tarifaço do Trump muda cenário
Parte da corrida por investimentos em IA vinha do medo de ficar para trás. Agora, o cenário mudou, segundo o WSJ. Big techs já mostraram agilidade em se adaptar (na pandemia, por exemplo). Mas nem todas têm a mesma estrutura para resistir à crise.
Nem todas as big techs dos EUA têm estrutura para resistir à possível crise que paira no horizonte (Imagem: Ascanio/Shutterstock)
A Meta, por exemplo, depende quase totalmente de publicidade. E anúncios são um setor vulnerável. Isso porque tarifas mais altas encarecem produtos, reduzem o consumo e podem derrubar os investimentos em marketing.
O Google também é sensível a esse cenário, aponta o WSJ. Cerca de três quartos da receita da big tech vieram de publicidade em 2024. A Amazon também pode sofrer por depender do consumo em seu e-commerce e de negócios de publicidade.
Amazon, Google e Microsoft podem ter mais resistência à possível crise trazida pelo tarifaço de Trump por oferecerem serviços de nuvem para empresas (Imagem: Michael Vi/Shutterstock)
No entanto, as big techs aparecem junto da Microsoft entre as que podem ter mais resistência. Isso porque essas têm grandes operações de computação em nuvem voltadas para empresas. Nesses casos, o retorno dos investimentos em IA é mais direto — embora ainda incerto.
Outro nome possivelmente afetado é a Nvidia. A empresa vinha se beneficiando da corrida por data centers. Promessas do CEO, Jensen Huang, entusiasmavam investidores até março. “Agora, num piscar de olhos de Trump, tudo isso pode virar apenas ilusão”, diz o Wall Street Journal.
Possíveis impactos das tarifas
Tarifaço de Donald Trump pode levar empresas a investirem mais ou servir de justificativa para cortes de gastos (Imagem: Chip Somodevilla/Shutterstock)
Antes das tarifas, as gigantes da tecnologia aceleravam os gastos com IA. Em fevereiro, o Citi estimou que o setor planejava investir US$ 325 bilhões (R$ 1,9 trilhão) em data centers em 2025.
No entanto, existe um problema: a IA ainda não se mostrou um negócio altamente lucrativo. Até agora, os lucros não acompanham o tamanho dos investimentos.
Para alguns analistas ouvidos pelo Wall Street Journal, esse é o momento de reforçar os aportes. Mas esse ponto é questionável.
De um lado, há quem argumente que as empresas de tecnologia vão usar as tarifas de Trump como um sinal para investir ainda mais na área, reduzindo gastos em outras partes do negócio;
De outro, especialistas acreditam que a tendência mais provável é algumas empresas recuarem e usarem as tarifas como justificativa para cortar gastos.
A segunda etapa do plano tarifário (o tarifaço) do presidente dos EUA, Donald Trump, entrou em vigor nesta quarta-feira (09). O país mais atingido é a China, cujos produtos serão taxados em 104%. E o país asiático revidou, anunciando tarifas de 84% sobre produtos importados dos EUA a partir de quinta-feira (10).
No total, cerca de 60 países serão atingidos pela nova etapa do tarifaço de Trump. Ela ocorre após taxação ser imposta a mais de 180 nações na última sexta-feira (04). Entre elas, estavam o Brasil e a China. E o país asiático tinha sido alvo de uma das taxas mais altas (34%).
A nova tarifa por parte da China representa uma alta de 50% frente aos também 34% anunciados pelo governo asiático na última sexta, em retaliação ao tarifaço de Trump.
Tarifaço: guerra entre EUA e China já tem consequências em diversos setores
Alguns dos efeitos da guerra comercial já começaram a ser sentidos em diversos setores da economia.
Guerra tarifária entre China e Estados Unidos impacta diversos setores da economia – talvez, todos (Imagem: amagnawa1092/Shutterstock)
A Nintendo, por exemplo, adiou a pré-venda recém-anunciada do Switch 2. A Jaguar Land Rover suspendeu embarques de carros para os EUA em abril. E tanto a Framework quanto a Razer pausaram vendas de alguns laptops.
A fabricante norte-americana de chips de memória Micron anunciou que aplicará uma taxa extra em seus produtos a partir de 9 de abril, caso as tarifas mais altas entrem em vigor. E outras empresas provavelmente seguirão o mesmo caminho em breve, segundo o Verge.
Donald Trump disse disse que outra grande tarifa vai ser anunciada “muito em breve” (Imagem: Anna Moneymaker/Shutterstock)
Ao discursar durante um jantar em Washington, Trump disse a apoiadores: “Estamos fazendo acordos e os países estão pagando as tarifas”. E acrescentou que “muito em breve” outra grande tarifa será anunciada, segundo a BBC.
A próxima etapa do tarifaço de Trump vai mirar na indústria farmacêutica. A ideia é pressionar as empresas do setor a “deixarem a China” e desenvolverem sua fabricação nos Estados Unidos.
O recente “tarifaço” imposto por Donald Trump, embora tenha poupado um lucrativo setor dos Estados Unidos, acendeu um alerta para possíveis retaliações de outros países.
Com uma receita anual superior a US$ 1 trilhão e um superávit de quase US$ 280 bilhões, os EUA dominam o mercado de serviços, um pilar fundamental da economia global que, ironicamente, pode se tornar o calcanhar de Aquiles da guerra comercial.
Serviços dos EUA em risco
O setor de serviços, que abrange áreas como tecnologia, finanças e entretenimento, foi deixado de fora das tarifas de Trump, uma decisão que não surpreende, dada a sua importância para a balança comercial americana. No entanto, essa aparente blindagem pode se revelar um erro estratégico.
Os números não mentem: em 2023, os EUA exportaram cerca de US$ 1 trilhão em serviços, um valor três vezes superior ao da China, o segundo maior exportador, destaca o g1. O Brasil, por sua vez, ocupa a modesta 33ª posição nesse ranking.
Desde a utilização de smartphones e internet até o aluguel de imóveis para temporada, a influência dos serviços americanos é inegável. (Imagem: Chip Somodevilla/Shutterstock)
A União Europeia, por exemplo, já explora a possibilidade de taxar as gigantes de tecnologia americanas, as chamadas “big techs”. Essa medida seria uma forma eficaz de retaliação, dada a forte dependência global dos serviços digitais americanos.
A imposição de taxas sobre os serviços americanos teria um impacto direto nos consumidores, encarecendo produtos e serviços. No entanto, essa medida também poderia gerara outro efeito: estimular a concorrência, abrindo espaço para empreendedores investirem em alternativas.
A dúvida que paira no ar é se o setor de serviços se tornará o próximo campo de batalha da guerra comercial iniciada por Trump. A resposta dependerá da reação dos países afetados pelo “tarifaço” e da disposição do governo americano em negociar.
A Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSMC) está sujeita a uma multa de US$ 1 bilhão (R$ 5,9 bilhões) por supostamente ter exportado chips para processadores da Huawei, violando regras comerciais dos Estados Unidos. A informação é da Reuters.
O Departamento de Comércio americano está investigando a venda de quase três milhões de chips da empresa taiwanesa para a chinesa Sophgo, de soluções em nuvem.
Os aparelhos, no entanto, teriam acabado em processadores de IA da Huawei.
Por se tratar de fabricação com tecnologia americana, o chip da TSMC está sujeito a controles de exportação dos EUA, que impediu a venda de certos chips avançados para clientes na China — incluindo a Huawei.
Huawei está proibida de adquirir tecnologias americanas sem licença (Imagem: HJBC/iStock)
As ações da TSMC caíram quase 3% e foram negociadas em leve baixa após a notícia, segundo a Reuters. Altos funcionários consultados pela reportagem disseram que planejam buscar penalidades maiores para violações de exportação.
A investigação ocorre ao mesmo tempo em que a guerra comercial toma conta das relações EUA-Taiwan. Na semana passada, o presidente Donald Trump anunciou uma taxa de 32% sobre as importações de Taipei, excluindo chips.
Trump taxou importações de Taipei em 32% (Imagem: Chip Somodevilla/Shutterstock)
Em uma declaração enviada à Reuters, a porta-voz da TSMC, Nina Kao, disse que a empresa não fornece serviços para a Huawei desde setembro de 2020, e que a companhia está cooperando com o Departamento de Comércio.
A Agência de Defesa contra Mísseis (MDA) dos Estados Unidos convocou uma reunião com representantes da indústria. O assunto: desenvolvimento de um novo sistema antimísseis chamado Golden Dome (“Domo de Ouro”, em tradução livre). Seria um sistema de defesa nuclear espacial.
O encontro está marcado para ocorrer entre 30 de abril e 2 de maio de 2025, no Complexo Von Braun, em Huntsville, no Alabama. A reunião será realizada em parceria com a Força Espacial do país. E o objetivo é fortalecer a proposta anunciada em janeiro pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
‘Domo de Ouro’ interceptaria mísseis balísticos, hipersônicos e nucleares do espaço
O “Domo de Ouro” seria um sistema para interceptar mísseis diretamente do espaço. A ideia é ampliar a capacidade de defesa contra ameaças balísticas, hipersônicas e nucleares, com interceptação antes que esses mísseis atinjam a atmosfera.
‘Domo de Ouro’ interceptaria mísseis antes deles chegarem à atmosfera (Imagem: Alexyz3d/Shutterstock)
O aviso oficial da reunião foi publicado recentemente, segundo a Reuters. Nele, a MDA solicita informações técnicas sobre o projeto. Entre os itens de interesse, estão: interceptadores, sensores, rastreadores.
A MDA destaca que empresas não tradicionais do setor de defesa são bem-vindas. A agência busca soluções inovadoras e disruptivas para atender aos requisitos do programa Interceptador Baseado no Espaço (SBI, na sigla em inglês), conforme divulgado pelo governo.
As propostas devem abranger tanto a interceptação na fase inicial de propulsão quanto em fases posteriores, como o início e o meio do voo dos mísseis inimigos.
Domo dos EUA interceptaria mísseis nucleares diretamente do espaço (Imagem: Bordovski Yauheni/Shutterstock)
O evento pretende informar a indústria sobre todos os aspectos do programa, promover reuniões individuais com representantes do governo e incentivar parcerias.
Entre os temas que devem ser abordados na ocasião, estão:
Aquisição e contratos;
Cadeia de interceptação (kill chain);
Colaboração entre governo e indústria;
Controle de tiro;
Modelagem e simulação.
Haverá também interações com a liderança da MDA e com o Escritório do Programa SBI, especialmente sobre segmentos espaciais e terrestres, avaliação de ameaças, aquisição e contratos.
Departamento de Defesa dos EUA vai desenvolver arquitetura para ‘Domo de Ouro’
Em janeiro, o governo Trump divulgou um comunicado no qual detalhava uma nova diretriz para reforçar os Estados Unidos diante das crescentes ameaças com mísseis.
Governo Trump defende que ‘Domo de Ouro’ é essencial para segurança nacional (Imagem: Chip Somodevilla/Shutterstock)
De acordo com o comunicado, o Departamento de Defesa dos EUA foi incumbido de desenvolver uma arquitetura abrangente para a nova geração de um sistema antimísseis.
Entre os componentes inclusos nesta arquitetura, estava a aceleração da implantação de sensores espaciais para rastreamento de mísseis hipersônicos e balístico. E o desenvolvimento de interceptadores avançados para neutralizar ameaças em múltiplas fases — especialmente na crítica fase de propulsão.
Críticos expressaram preocupação quanto ao financiamento e à viabilidade de um programa tão ambicioso, especialmente num cenário de recursos orçamentários limitados.
Já a administração de Trump defende que a iniciativa é vital para a segurança nacional. O governo do republicano quer uma cadeia de suprimentos segura e um sistema de defesa nuclear espacial eficaz. A ver o que vai sair do papel (e das bravatas).