aranhas-1024x343

Essa aranha colorida pode revolucionar a engenharia

A aranha-pavão australiana é capaz de saltar longas distâncias e resistir a forças gravitacionais mais altas do que as enfrentadas por pilotos de caça. Para isso, elas se impulsionam usando uma combinação distinta de pressão hidráulica e ação muscular.

Esta capacidade sempre impressionou os cientistas. Agora, pesquisadores da Universidade Macquarie, em Sydney, na Austrália, revelaram a biomecânica por trás dos insetos. Uma descoberta que pode revolucionar a engenharia e a robótica.

Pequenas, mas saltadoras incríveis

  • A aranha-pavão australiana é tão pequena que é possível colocar cinco delas apenas na unha do polegar.
  • Os machos pesam dois miligramas, enquanto as fêmeas são seis vezes mais pesadas.
  • Mas o que realmente impressiona é o fato destes insetos serem exímios saltadores.
  • Embora estes animais tenham músculos flexores nas pernas, eles não têm os músculos necessários para a extensão das pernas e o salto de força, como acontece com os humanos.
  • Em vez disso, as aranhas usam uma estratégia incomum que é chamada de “sistema de locomoção semi-hidráulico”.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado no Journal of Experimental Biology e podem ser utilizadas agora para criar novos sistemas de movimento para robôs.
Machos e fêmeas da espécie são diferentes (Imagem: Journal of Experimental Biology)

Leia mais

Aranhas têm um sistema de “propulsão” único

Os pesquisadores explicam que, antes de uma aranha pular, ela contrai os músculos de seu cefalotórax (a cabeça e o tórax fundidos destes insetos) para empurrar a hemolinfa, sua versão de sangue, para dentro de suas pernas. A hemolinfa aumenta a pressão nas pernas, fazendo com que elas se estendam rapidamente.

Quando a pressão é liberada, as pernas se movem para frente, impulsionando o animal no ar com grande força. Devido aos seus diferentes tamanhos e formas corporais, as aranhas saltadoras machos e fêmeas exibem diferentes dinâmicas de salto.

Como as aranhas saltam (Imagem: Journal of Experimental Biology)

A equipe coletou 10 aranhas machos e 12 fêmeas, analisando como ocorriam os saltos destes insetos. Os pesquisadores descobriram que o terceiro e o quarto pares de pernas “desempenharam um papel crucial” nestes movimentos.

As aranhas-pavão levantaram seus dois primeiros pares de pernas e as estenderam na frente de seus corpos. O quarto par deixou a plataforma de decolagem em seguida, seguido alguns milissegundos depois pelo terceiro par, que foram as últimas pernas a deixar o solo. Essas descobertas sugeriram que a perna três era a “perna propulsiva”.

O post Essa aranha colorida pode revolucionar a engenharia apareceu primeiro em Olhar Digital.

batucar

Este hábito tipicamente brasileiro pode ajudar o cérebro

Os brasileiros são verdadeiros especialistas na arte de batucar. E para isso nem é necessária a presença de um instrumento musical. Basta bater o dedo em uma superfície qualquer e escolher o ritmo de sua escolha.

Agora, um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Aix-Marseille, na França, aponta que este hábito pode fazer bem para o cérebro. Segundo eles, este batuque ajuda a “sintonizar” melhor a fala.

Melhor processamento da linguagem pelo cérebro

  • De acordo com os cientistas, o sistema motor é conhecido por processar informações temporais, e mover-se ritmicamente enquanto ouve uma melodia pode melhorar o processamento auditivo.
  • Dessa forma, a equipe realizou experimentos comportamentais para demonstrar como esse efeito se traduz no processamento da fala.
  • No primeiro deles, 35 participantes tocaram um dedo em diferentes batidas – lenta, média, rápida – antes de ouvirem uma longa frase falada em meio a um ruído de fundo.
  • A ideia é que, como a fala tem ritmos naturais diferentes entre suas sílabas e palavras, preparar seu cérebro para sintonizar esse padrão pode ajudá-lo a processar melhor a linguagem rítmica.
  • Os pesquisadores, então, descobriram que havia uma compreensão muito melhor dessa frase barulhenta depois de batucar.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Proceedings of the Royal Society B.
Batucar com o dedo pode ajudar uma função cerebral (Imagem: jajam_e/Shutterstock)

Leia mais

Capacidade pode estar ligada ao ritmo de idiomas específicos

No segundo experimento, os cientistas descobriram que apenas ouvir a frase sem uma resposta física não foi tão impactante. O resultado sugere que a batucada foi fundamental para que os participantes entendessem o que era falado.

De acordo com a equipe, “essas descobertas fornecem evidências do papel funcional do sistema motor no processamento da dinâmica temporal da fala naturalista”. Apesar dos resultados, os pesquisadores admitem que novas pesquisas são necessárias.

Hábito pode melhorar processamento da linguagem pelo cérebro (Imagem: Shutterstock/meeboonstudio)

Entre os pontos limitantes do estudo estava o fato dos participantes serem franceses. Isso porque pesquisas anteriores mostraram que a preparação rítmica pode estar ligada ao ritmo de idiomas específicos.

O post Este hábito tipicamente brasileiro pode ajudar o cérebro apareceu primeiro em Olhar Digital.

fossil-antigo

Misterioso fóssil de 444 milhões de anos intriga cientistas

Um novo estudo descreve um fóssil de 444 milhões de anos com tecidos moles notavelmente intactos, como músculos, tendões e até órgãos digestivos. O que mais chamou a atenção dos cientistas foi o estado de conservação, embora as penas e a cabeça estejam faltando.

A espécie foi considerada um artrópode antigo, grupo do qual também fazem parte os camarões, aranhas e insetos. Foram 25 anos de análises sobre os ossos, que foram apelidados de Sue e receberam o nome científico de Keurbos susanae. 

Condições do fóssil são praticamente únicas

  • Os artrópodes têm uma longa e bem documentada história fóssil, abrangendo mais de 500 milhões de anos.
  • Os especialistas geralmente estudam a forma externa do animal porque a casca externa dura é o que fossiliza.
  • No entanto, tudo foi diferente com Sue.
  • O fóssil preserva os tecidos moles internos do animal, como músculos, tendões e vísceras.
  • Essa preservação única é uma mina de ouro científica, mas também um grande desafio para os pesquisadores.
  • As descobertas foram divulgadas pela Universidade de Leicester.

Leia mais

Animal antigo ainda está envolto em mistérios

O fóssil foi descoberto no xisto de Soom, uma formação rochosa sedimentar composta de lodos e argilas ao norte da Cidade do Cabo, na África do Sul. Essas camadas de rocha, formadas em um antigo fundo do mar há mais de 440 milhões de anos, fornecem informações sobre o passado da Terra.

Este período coincidiu com um grande evento de glaciação que desencadeou uma das “cinco grandes” extinções em massa do nosso planeta. O evento de extinção Ordoviciano-Siluriano levou à extinção de quase 85% de todos os organismos vivos.

Professora Sarah Gabbott, uma das responsáveis pelo estudo, no local onde o fóssil foi descoberto (Imagem: Universidade de Leicester)

A antiga bacia marinha onde este artrópode viveu ofereceu um refúgio, permitindo que uma comunidade diversificada de animais marinhos sobrevivesse. Os sedimentos onde Sue foi fossilizada eram extremamente ásperos, sem oxigênio e contendo altos níveis de sulfeto de hidrogênio tóxico.

Os pesquisadores acreditam que esse ambiente único contribuiu para a preservação incomum dos tecidos moles do fóssil por meio de um processo químico ainda desconhecido. Apesar de todas as descobertas, ainda é difícil determinar a posição precisa do animal na história evolutiva.

O post Misterioso fóssil de 444 milhões de anos intriga cientistas apareceu primeiro em Olhar Digital.

morcego-vampiro-comum-1024x683

Morcegos podem identificar se um pedido de socorro é real, revela estudo

Os morcegos podem ser animais fascinantes e um novo estudo confirma isso. Segundo pesquisadores, os animais têm uma capacidade de comunicação invejável, podendo, inclusive, identificar quando um pedido de ajuda é real ou falso.

O trabalho analisou a espécie Saccopteryx bilineata, que vive no Panamá. Quando correm perigo, estas criaturas costumam emitir chamados de socorro que são prontamente atendidos por outros membros do grupo.

Alertas falsos são simplesmente ignorados

  • De acordo com os cientistas, os morcegos reconhecem a voz de seus companheiros e até conseguem avaliar se a situação é realmente de perigo.
  • O estudo mostrou, por exemplo, que se um chamado vier de um animal que visivelmente está em segurança, ele simplesmente é ignorado.
  • A descoberta sugere que eles são capazes de combinar o que veem com o que ouvem para decidir se devem agir ou não.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Current Biology.
Morcegos reconhecem a voz de seus companheiros (Imagem: Wirestock Creators/Shutterstock)

Leia mais

Morcegos são mais complexos do que se imaginava

Para chegar a esta descoberta, os pesquisadores reproduziram gravações dos chamados de socorro. Quando o pedido de ajuda vinha de um morcego que não estava por perto, os outros rapidamente reagiam.

No entanto, se o som era de um morcego que estava visível e fora de perigo, não havia reação alguma do grupo. Isso indica que, os animais não respondem automaticamente a um pedido de ajuda, sendo capazes de analisar a situação.

Morcego voando
Morcegos apresentam comportamento semelhante ao dos humanos (Imagem: Carl Allen/Shutterstock)

O comportamento é semelhante ao que acontece com os humanos, por exemplo. A descoberta aponta que os morcegos são mais complexos do que se imaginava e novos estudos devem ser realizados com estes animais.

O post Morcegos podem identificar se um pedido de socorro é real, revela estudo apareceu primeiro em Olhar Digital.

depresso-1-1024x683

Ingrediente que você come todo dia pode estar ligado com a depressão

Pesquisadores da Universidade Médica de Nanjing, na China, descobriram que um dos alimentos mais consumidos no mundo pode estar ligado aos casos de depressão. A conclusão pode ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos contra a doença.

Segundo um novo estudo, uma dieta rica em sal induziu sintomas depressivos em camundongos, impulsionando a produção de uma proteína chamada IL-17A. Ela também já foi identificada em estudos clínicos realizados em humanos.

Experimentos realizados em roedores

Durante o trabalho, os animais receberam uma dieta normal ou outra rica em sal. Após um período de cinco semanas, os camundongos do segundo grupo mostraram menos interesse em explorar e mais inatividade em vários cenários, sugerindo sintomas semelhantes aos da depressão.

Descobertas podem ajudar a criar novos tratamentos contra a doença (Imagem: Aonprom Photo/Shuttersotkc)

Os pesquisadores identificaram um tipo de célula imune chamada células T gama-delta como uma importante fonte de IL-17A em camundongos que receberam altas doses de sal. Já a ausência delas aliviou significativamente os sintomas depressivos induzidos pela alimentação, sugerindo um outro método de tratamento possível.

As conclusões, descritas em estudo publicado no The Journal of Immunology, apontam que o consumo de sal tem relação com a doença. O próximo passo é validar estas descobertas em pesquisas realizadas com humanos.

Leia mais

saleiro
Consumo excessivo de sal pode causar depressão (Imagem 8photo/Freepik)

Estudo confirma que o sal pode ser um vilão para a nossa saúde

  • De acordo com a equipe responsável pelo trabalho, intervenções relacionadas com a dieta podem servir como prevenção para doenças mentais.
  • Os cientistas ainda esperam que as descobertas incentivem discussões sobre as diretrizes de consumo de sal.
  • O alimento e amplamente utilizado em fast foods, geralmente contendo 100 vezes mais sal do que uma refeição caseira.
  • Este consumo excessivo ainda pode causar doenças cardiovasculares, autoimunes e neurodivergentes.

O post Ingrediente que você come todo dia pode estar ligado com a depressão apareceu primeiro em Olhar Digital.

seca-1-1024x683

Mega secas: Brasil entra na lista de países mais afetados

Períodos de estiagem que duram pelo menos dois anos são conhecidos como mega secas. E segundo um novo estudo, estes fenômenos têm se tornado cada vez mais frequentes, quentes e devastadores nas últimas décadas.

De acordo com os pesquisadores, foram mais de 13 mil eventos do tipo entre 1980 a 2018. Os efeitos para o meio ambiente são catastróficos e o Brasil apareceu duas vezes entre os dez episódios mais graves.

Falta de chuvas e evaporação

Os cientistas explicam que essas secas prolongadas não são exatamente um evento meteorológico, mas algo que ocorre ao longo de um período maior e em uma área mais extensa. Elas são caracterizados principalmente pela redução das chuvas, embora em alguns casos também envolvam um aumento na demanda atmosférica por água.

Secas estão cada vez mais devastadoras (Imagem: Chakkaphong wanphukdee/Shutterstock)

De acordo com o estudo, três fatores principais estão contribuindo para o agravamento das mega secas pelo mundo: o aumento das temperaturas globais, a diminuição das chuvas em regiões específicas e o aumento da evapotranspiração, processo pelo qual a água é transferida da superfície da Terra para a atmosfera por evaporação do solo e transpiração das plantas.

De forma geral, o trabalho destaca um padrão alarmante: nas regiões mais quentes, a falta de chuvas castiga mais, enquanto nas áreas frias, o problema maior está na água que se perde para a atmosfera. As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Science.

Leia mais

Terra seca e rachada; crise hídrica e mudanças climáticas mundiais.
Brasil enfrentou duas das piores secas dos últimos anos (Imagem: Piyaset/Shutterstock)

As piores secas da história

  • O estudo aponta que a pior seca analisada ocorreu na bacia do Congo, na África, e durou quase dez anos: de 2010 a 2018.
  • Ela afetou uma área 30 vezes maior que o estado do Rio de Janeiro. 
  • Já no no Brasil, a chamada Amazônia Sul-Ocidental, que abrange parte dos estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, além de porções da Bolívia e Peru, enfrentou uma mega seca devastadora durante o mesmo período.
  • Este foi o sétimo episódio mais grave do mundo no período estudado, causando o secamento de rios importantes como o Madeira, Negro e Solimões, que atingiram níveis historicamente baixos.
  • Na região Leste do Brasil, o estudo ainda identificou como a nona mega seca mais severa do mundo aquela ocorrida entre 2014 e 2017, afetando principalmente os estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.
  • Na época, uma crise hídrica sem precedentes atingiu a região mais populosa e economicamente ativa do país.

O post Mega secas: Brasil entra na lista de países mais afetados apareceu primeiro em Olhar Digital.

creatina_capa-1024x576

Creatina pode não ser tão boa quanto pensávamos, revela estudo

A creatina é um dos suplementos mais utilizados no mundo em função dos impactos dela no desempenho físico. No entanto, um novo estudo aponta que estes efeitos podem ter sido supervalorizados por anos.

De acordo com pesquisadores da Universidade de New South Wales, na Austrália, a ingestão de cinco gramas de creatina diariamente não leva a maiores ganhos musculares. Isso mesmo que seja combinada à prática regular de exercícios físicos.

Não há benefícios no ganho de massa muscular

  • Segundo a equipe responsável pelo trabalho, “tomar cinco gramas de suplemento de creatina por dia não faz nenhuma diferença na quantidade de massa muscular magra que as pessoas ganham durante o treinamento de resistência”.
  • A conclusão do estudo é que os benefícios do suplemento podem ter sido superestimados no passado.
  • Isso teria acontecido devido a problemas metodológicos em trabalhos anteriores.
  • O novo estudo foi publicado na revista Nutrients.
Problemas metodológicos em trabalhos anteriores podem ter superestimado os benefícios do suplemento (Imagem: Erhan Inga/Shutterstock)

Leia mais

Experimento não revelou diferenças significativas

No novo trabalho, foram analisados 54 indivíduos com idade média de 31 anos. Eles foram separados em dois grupos: um tomou 5 gramas por dia de creatina monohidratada durante 13 semanas enquanto realizava 12 semanas de treinamento de resistência, enquanto o outro manteve a mesma rotina, mas sem tomar o suplemento.

Todos os participantes do estudo eram relativamente saudáveis e praticavam menos do que os 150 minutos recomendados de exercícios mínimos de intensidade moderada por semana. Eles também mantiveram um registro alimentar, que não mostrou diferenças significativas em suas dietas.

Participantes do experimento ingeriram 5 gramas de creatina por dia (Imagem: Savvapanf Photo/Shutterstock)

Os pesquisadores explicam que as pessoas que tomaram creatina experimentaram mudanças antes mesmo de começarem a se exercitar. Isso possivelmente aconteceu pela retenção de líquidos, um dos efeitos do suplemento, e não por um crescimento muscular real.

Após o início dos exercícios, nenhum benefício adicional da creatina foi observado, o que sugere que cinco gramas por dia não são suficientes para ganhar músculos. Apesar dos resultados, a equipe admite que são necessários maiores análises para determinar os verdadeiros efeitos da substância.

O post Creatina pode não ser tão boa quanto pensávamos, revela estudo apareceu primeiro em Olhar Digital.

Brain rot: “cérebro podre” está por trás de tática dos jovens para estudar melhor

Em 2024, especialistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, escolheram “brain rot” como o “termo do ano”. Ao pé da letra, “brain rot” quer dizer “cérebro podre” ou “cérebro apodrecido”, sendo um termo amplamente utilizado nas redes sociais, principalmente pelos jovens – que agora estão usando esse “problema” para irem bem na hora de estudar.

Mas antes de entender melhor do que estamos falando, vamos deixar bem claro o que é “brain rot”. Ficar vários minutos passando pelo feed do Instagram ou assistindo a vídeos do TikTok… então, esses minutos viram horas e, ao se dar conta, a gente sente um vazio existencial. Isso é o “brain rot”.

O Dicionário de Oxford (publicado pela universidade) define esse termo da seguinte maneira: “a suposta deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa, especialmente quando resultado do consumo excessivo de material (principalmente online) considerado trivial ou pouco desafiador”. Então, como isso poderia ajudar na educação?

Leia também:

Uma reportagem do G1 traz que os alunos estão transformando textos acadêmicos em narrativas simplificadas acompanhadas de imagens visualmente estimulantes – mas frequentemente sem conexão lógica com o material de fato. Isso oferece um conteúdo semelhante aos que aparecem quando “rolamos o feed” do TikTok.

Para estudar “rolando o feed”

O processo é simples: plataformas como Coconote, Raena ou PDF to Brain Rot permitem que o aluno envie um arquivo PDF. Em segundos, o sistema gera um vídeo com uma voz robótica lendo o texto enquanto exibe cenas vibrantes de jogos populares, memes ou animações relaxantes.

Essa abordagem atrai justamente pelo apelo visual. Acostumados ao consumo rápido de informações nas redes sociais, os estudantes buscam formas de “gamificar” o aprendizado, liberando dopamina (o hormônio da felicidade) por meio de estímulos visuais constantes. No entanto, especialistas alertam que essa prática pode trazer consequências negativas.

Isso inclui a falsa sensação de aprendizado. Não há garantia de retenção do conteúdo a longo prazo. Atividades como anotar ou resolver exercícios, que ativam regiões cerebrais fundamentais para consolidar conhecimentos, acabam sendo desprezadas. Já a superficialidade elimina nuances importantes, dificultando o desenvolvimento da análise.

Há também uma sobrecarga cognitiva (tendo em vista os inúmeros estímulos visuais que aparecem junto à mensagem principal). A leitura também é afetada, com os alunos perdendo ainda mais o hábito de ler com o passar do tempo.

Aliás, essa dificuldade de análise e outros detalhes relacionados aos impactos cognitivos do “brain rot” foram tema da Coluna Olhar do Amanhã em dezembro do ano passado. Você pode conferir abaixo:

Equilíbrio para não apodrecer o cérebro

Os próprios jovens têm relatado nas redes sociais que utilizam esses vídeos “brain rot” como substitutos à leitura tradicional para estudar. Os especialistas apontam que, enquanto a tecnologia pode ser uma ferramenta útil, seu uso excessivo ou inadequado pode prejudicar o desenvolvimento acadêmico e cognitivo.

Em vez de demonizar as plataformas de inteligência artificial ou ignorá-las completamente, educadores e pais devem abrir espaço para discutir o tema com os alunos. De certo modo, o verdadeiro desafio está em equilibrar inovação tecnológica com métodos de estudo eficazes e sustentáveis.

O post Brain rot: “cérebro podre” está por trás de tática dos jovens para estudar melhor apareceu primeiro em Olhar Digital.

Captura-de-tela-2025-03-17-211015-1024x575

Lagos estão mudando de cor — de quem é a culpa?

A maioria dos lagos do mundo mudou de cor nos últimos 40 anos, de acordo com estudo da Universidade de Lund (Suécia). O principal motivo seriam as grandes mudanças nos ecossistemas — em parte, por conta da atividade humana.

Os pesquisadores analisaram mais de 32 milhões de imagens de satélite de mais de 67 mil lagos coletadas de 1984 em diante. Os resultados foram publicados na revista científica Water Resources Research.

De acordo com a equipe, a cor desses corpos d’água é indicador de quão saudáveis esses locais estão e a diferença de tons pode revelar processos físicos e bioquímicos em andamento, além do estado ecológico dos lagos.

Yamzho Yumco, na Região Autônoma do Tibete da China – um dos corpos d’água que, graças ao mínimo impacto humano, não sofreu grandes mudanças de cor (Imagem: Google Earth)

São locais que fornecem habitats para espécies aquáticas e terrestres, preservam a biodiversidade, além de garantir fonte de água potável, sustentar a agricultura e influenciar o clima por meio de seus processos atmosféricos. 

“Nossos resultados mostram a forte correlação entre mudanças nas cores dos lagos, mudanças climáticas e impacto humano. Descobrimos que 60% dos lagos passaram por mudanças significativas de cor”, diz Zheng Duan, pesquisador de geografia física na Universidade de Lund. 

Leia mais:

Principais descobertas da pesquisa sobre lagos mundo afora

  • 60% dos lagos passaram por mudanças significativas de cor;
  • 14% dos corpos d’água estudados mantiveram cores estáveis ​​ao longo do tempo;
  • Mudanças na qualidade da água, concentrações de algas, fluxo de matéria orgânica dissolvida são os principais fatores para a alteração de cor;
  • Lagos azuis estão localizados principalmente em áreas de latitudes do norte, enquanto lagos verdes são mais prevalentes em regiões densamente povoadas de latitude média, como o sul da Europa;
  • Lagos avermelhados e amarelados são encontrados principalmente no hemisfério sul.
Yamzho Yumco está localizado a 4,5 mil metros acima do nível do mar (Imagem: Zheng Duan)

“Lagos em regiões de alta latitude, como América do Norte e norte da Europa, mostraram mudança mais pronunciada na cor em comparação com aqueles no Equador e no Hemisfério Sul. Não sabemos de fato por que isso acontece. Essa variação regional sugere que as mudanças climáticas e a atividade humana estão impactando os ecossistemas de maneiras complexas e localizadas”, completa Zheng Duan.

O post Lagos estão mudando de cor — de quem é a culpa? apareceu primeiro em Olhar Digital.

celulas-tronco-1024x556

Técnica permite que células da pele sejam convertidas em células cerebrais

Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, desenvolveram uma maneira de converter células da pele diretamente em células cerebrais de forma extremamente eficiente. O processo é revolucionário porque não exige a etapa intermediária de convertê-las em células-tronco.

O problema do método mais comum, segundo pesquisadores, é que grande parte das células pode ficar presa nos estágios intermediários, reduzindo a eficiência da técnica. No novo trabalho, entretanto, a eficácia pode chegar a 100%.

Técnica é considerada revolucionária

  • Durante o trabalho, a equipe do MIT descobriu uma maneira de eliminar o processo intermediário, ignorando a etapa das células-tronco.
  • Isso quer dizer que as células são convertidas de um tipo para outro.
  • Segundo os cientistas, a técnica permite que, para cada célula de origem, sejam obtidas 10 ou mais células-alvo.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Cell.
Método não depende de células-tronco (Imagem: anusorn nakdee/iStock)

Leia mais

Resultados promissores em testes com camundongos

Para o novo estudo, os pesquisadores experimentaram seis fatores de transcrição de trabalhos anteriores, tentando diferentes combinações para encontrar o menor número que ainda poderia ser eficaz. Depois de muitas tentativas e erros, eles identificaram uma combinação de três, conhecida como NGN2, ISL1 e LHX3, que poderia realizar a conversão.

Apenas usar esses três permitiu que todos eles fossem amontoados em um vetor viral, possibilitando que a dosagem certa chegasse a todas as células. Usando um segundo vírus, a equipe entregou dois outros genes que fazem com que as células comecem a proliferar primeiro.

Nova técnica gerou células cerebrais funcionais em camundongos (Imagem: MIT)

A equipe testou a técnica convertendo células da pele de camundongos em neurônios motores. Descobriu-se que eles eram funcionais, sendo capazes de de formar conexões com outras células cerebrais. Agora, os pesquisadores querem aprimorar o método para poder utilizá-lo em humanos.

O post Técnica permite que células da pele sejam convertidas em células cerebrais apareceu primeiro em Olhar Digital.