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‘Crocodilo do terror’ caçava dinossauros há 75 milhões de anos, revela estudo

Um antepassado dos crocodilos modernos foi descoberto por uma equipe de pesquisadores. O mais impressionante é que este enorme réptil pré-histórico caçava e se alimentava de dinossauros na América do Norte.

Chamado de “crocodilo do terror”, ele vagava por rios e estuários há cerca de 75 milhões de anos.

As marcas de dentes desta criatura antiga foram encontradas em ossos de dinossauros do período Cretáceo, confirmando a teoria dos cientistas.

Evolução permitiu a caça de presas maiores

  • Segundo os pesquisadores, estes crocodilos se adaptaram para comer os dinossauros.
  • O animal já possuía glândulas que permitiam tolerar a água salgada.
  • Dessa forma, eles foram capazes de se espalhar pelo continente e alcançar pântanos em ambos os lados do mar interior e ao longo da costa atlântica na América do Norte.
  • Nestas regiões existiam presas maiores, o que obrigou que o réptil pré-histórico evoluísse para incluir dinossauros em sua dieta.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Communications Biology.
Representação artística de um crocodilo atacando um dinossauro (Imagem: Elenarts/Shutterstock)

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Crocodilos antigos podem ser ‘elo perdido’

Os “crocodilos do terror” chegaram a ter 8 metros de comprimento. Esse tamanho monstruoso permitiu que eles se alimentassem de praticamente tudo o que existia nas regiões pantanosas há milhões de anos atrás.

Anteriormente, os fósseis desta espécie confundiram os cientistas. Eles foram encontrados em ambos os lados do vasto mar interior e não se sabia como o réptil havia conseguido atravessar este corpo de água salgada que se espalhava por mil quilômetros.

Fóssil de boca de crocodilo antigo mostra tamanho descomunal do animal (Imagem: Patrick Hatt/Shutterstock)

Após novas análises, os cientistas descobriram que muitos crocodilianos tinham uma característica antiga de tolerância à água salgada, que se perdeu nos jacarés atuais.

Os especialistas também usaram dados moleculares de crocodilianos modernos para estabelecer a diferença entre estes animais.

Dessa forma, foi possível concluir que a árvore genealógica se dividiu muito antes de os jacarés modernos surgirem. Isso explica porque existiam outros crocodilianos muito maiores, inclusive o caçador de dinossauros.

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Como marmotas encerraram um debate científico 154 anos

A ideia de que ter um ou mais amigos próximos pode influenciar seu bem-estar é bem plausível e aceita por cientistas. Porém, existe uma discussão de que se é possível que o ambiente social em que você está inserido possa também afetar seu “estado de espírito” e suas habilidades pessoais.

Um exemplo é a cultura do seu local de trabalho ou estudo, que pode influenciar na sua produtividade. Muitos pesquisadores defendem que isso é, de certa forma, óbvio. Porém, esse tema gera muitos debates na área das ciências biológicas.

A ideia central desse debate é a seleção multinível, um braço da teoria da seleção natural. A hipótese mais aceita sobre como a evolução funciona. Basicamente, os organismos com mais características que se adaptem ao ambiente tem mais chances de sobreviver e se reproduzir e, por consequência, gerar mais descendentes.

Seleção natural e Seleção Multinível

Segundo os pesquisadores Conner Philson e Daniel T. Blumstein, da Universidade da Califórnia, “a seleção natural age sobre as características de um organismo individual. Por exemplo, mamíferos com mais amigos geralmente vivem mais e têm mais descendentes. A característica sob seleção, nesse caso, é o número de conexões sociais”.

Imagem: frank60 / Shutterstock

O que isso quer dizer é que: ao mesmo tempo que essa teoria se aplica a indivíduos, ela também pode ser identificada em grupos. Ou seja, a seleção também acontece em traços de comportamento e relacionamento intra-específico.

De acordo com o artigo do The Conversation, um exemplo disso é que “viver em um grupo mais social e interconectado pode ser benéfico para os membros desse grupo, o que significa que as características do grupo estão sob seleção. Na natureza, isso implica que indivíduos em grupos bem conectados podem viver mais tempo”.

As habilidades de sobrevivência desses animais que estão inseridos em uma comunidade também são aprimoradas. Conforme informado por Philson e Blumstein “Grupos bem conectados podem ser melhores em encontrar recursos limitados ou detectar predadores. As características do grupo como um todo é que estão sob seleção nesse caso”.

Ainda segundo os pesquisadores “a seleção multinível pode até favorecer características que parecem contraditórias nos níveis individual e coletivo. Por exemplo, isso pode significar que a seleção favorece indivíduos mais reservados, ao mesmo tempo em que favorece grupos muito sociais — ou o contrário”.

Muito debate sobre essa hipótese já aconteceu

Essa hipótese gera discussões desde que Charles Darwin era vivo. Em 1871, quando o precursor da teoria da evolução publicou seu livro “A Descendência do Homem” os primeiros debates acerca do assunto começaram.

Crédito: CC0 Creative Commons

As únicas evidências que teoricamente comprovam a tese foram produzidas em laboratórios, nunca na natureza. Mesmo esse tipo de experimento sendo produtivo, uma conclusão ainda não foi definida e com isso o debate segue aceso há pelo menos 150 anos.

Nenhum trabalho de campo sobre o assunto foi publicado durante todo esse tempo, até agora.

De acordo com a pesquisa, “a estrutura dos grupos dos quais as marmotas fazem parte pode ser tão importante para a sobrevivência quanto — ou até mais do que — os relacionamentos amigáveis que elas mantêm individualmente com outras marmotas”.

Espionando as marmotas

Conseguir evidências o suficiente para confirmar a hipótese da seleção multinível leva um bom tempo por conta da quantidade imensa de dados requeridos. Cientistas de um laboratório no Colorado estavam estudando esses animais desde 1962 e armazenando suas informações.

Em 2003 eles resolveram prestar mais atenção nas interações sociais das marmotas. Então, todos os roedores aos arredores do Rocky Mountain Biological Laboratory foram marcados com identificadores e catalogados.

Grupo de marmotas
Grupo de marmotas identificados pela pesquisa (Imagem: D.T. Blumstein)

Uma equipe foi designada para investigar mais a fundo suas interações sociais. Ao longo dos mais de 20 anos de investigação foram observadas:

  • 42.369 interações sociais afiliativas únicas, como: brincadeiras e cuidados mútuos;
  • 1.294 indivíduos únicos;
  • 180 grupos sociais distintos;
  • Tamanho dos grupos: variando de 2 a 35 marmotas;
  • Tempo de vida das marmotas (algumas viveram até 16 anos);
  • Número de filhotes que cada animal teve por ano

Utilizando esses dados, Conner e Daniel mapearam as redes de conexões das marmotas. “Nosso objetivo era identificar quantos relacionamentos sociais cada marmota tinha, quem estava conectado a quem e qual era a estrutura geral de cada grupo”, disseram os pesquisadores.

Conclusões e aplicações da pesquisa

Com os dados coletados e catalogados, eles chegaram a duas perguntas cruciais:

  • Como os relacionamentos sociais afetam a sobrevivência e a reprodução dos indivíduos — ou seja, quais características individuais estão sob seleção?
  • Como os grupos sociais afetam a sobrevivência e a reprodução dos indivíduos — em outras palavras, quais características do grupo estão sob seleção?

Relacionamentos sociais individuais, como brincar ou se limpar mutuamente, afetam diretamente quanto tempo as marmotas vivem e quantos filhotes elas têm. A característica individual sob seleção é o número de conexões sociais. Em alguns casos, indivíduos mais reservados foram favorecidos.

Grupos sociais mais conectados aumentam a chance de sobrevivência e reprodução dos membros, ajudando na busca por recursos e na detecção de predadores. A característica sob seleção nesse nível é a estrutura do grupo. O impacto do grupo pode ser igual ou até maior que o dos laços individuais.

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Usando uma abordagem estatística chamada análise contextual, o estudo confirmou a existência de seleção multinível no comportamento social: tanto os laços sociais quanto os grupos influenciam a sobrevivência e a reprodução. A seleção multinível pode também ser relevante para humanos. A forma com que nos portamos como grupos é diretamente afetada por essa teoria.

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‘Jantar acompanhado’ pode ser a chave da evolução da vida complexa

Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (31) na revista Nature Physics revela que um organismo unicelular chamado stentor pode cooperar com outros da mesma espécie para melhorar sua alimentação. Embora não tenha cérebro ou sistema nervoso, essa criatura microscópica consegue formar colônias que aumentam o fluxo de água ao seu redor, facilitando a captura de alimentos.

Os stentores fazem parte de um grupo chamado protistas e são gigantes entre os seres unicelulares. Eles podem atingir o tamanho da ponta de um lápis afiado e vivem em lagoas e ambientes aquáticos. Para se alimentar, usam pequenos cílios que criam correntes na água e direcionam bactérias e algas microscópicas até suas bocas.

No entanto, quando a comida é escassa, esse mecanismo pode não ser suficiente. Foi observando esse problema que os cientistas descobriram que os stentores podem melhorar suas chances de capturar presas se juntando em grupos. Quando agem em conjunto, eles criam um fluxo de água mais forte e eficiente.

Os stentors em forma de trombeta, um dos maiores organismos unicelulares conhecidos na Terra, às vezes se agrupam – mas até agora não se sabia ao certo o objetivo disso. Crédito: Shashank Shekhar / Universidade Emory

A união faz a força

Pesquisadores da Universidade Emory, nos EUA, realizaram experimentos para entender como esses organismos interagem. O estudo foi liderado pelo biofísico Shashank Shekhar, que comparou essa cooperação ao comportamento de seres humanos organizados. “Eles formam essa estrutura de ordem superior, como o que fazemos como humanos”.

Para visualizar os movimentos da água ao redor dos stentores, os cientistas usaram gotas de leite em uma placa de Petri. Sob o microscópio, o líquido se misturava com a água e revelava redemoinhos criados pelos cílios desses organismos. Shekhar descreveu o efeito como semelhante ao movimento das estrelas na famosa pintura “A Noite Estrelada”, de Vincent van Gogh.

Os experimentos mostraram que, quando estão sozinhos, os stentores produzem apenas pequenas correntes d’água. Mas, quando se agrupam, os fluxos se combinam e se tornam mais fortes, aumentando a quantidade de alimento capturado. Isso sugere que esses microrganismos unicelulares podem cooperar de maneira eficiente, mesmo sem um sistema nervoso.

Os movimentos criados pelos stentors foram comparados com o cosmos rodopiante de “A Noite Estrelada”, de Vincent van Gogh. Crédito: Shashank Shekhar / Universidade Emory

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Além disso, a equipe observou que os stentores se aproximavam e se afastavam repetidamente, como se estivessem sendo repelidos por um ímã. Esse comportamento intrigou os pesquisadores, que decidiram analisá-lo mais detalhadamente.

As gravações feitas no microscópio mostraram que os pares de stentores nem sempre eram iguais em força. Um dos organismos gerava um fluxo de água mais intenso que o outro. Quando se aproximavam, esse fluxo mais forte beneficiava o vizinho mais fraco, permitindo que ele capturasse mais presas.

Esse comportamento levou os cientistas a identificarem uma estratégia que Shekhar chamou de “comportamento promíscuo”. Ou seja, os stentores estão constantemente mudando de posição dentro do grupo para encontrar parceiros que gerem fluxos de água mais fortes. Dessa forma, eles maximizam sua capacidade de alimentação e aumentam as chances de sobrevivência.

Em uma placa de Petri, os cientistas estudaram a dinâmica dos fluidos dos stentors interagindo uns com os outros. Crédito: Shashank Shekhar / Universidade Emory

A pesquisa sugere que a formação de grupos entre seres unicelulares pode ter sido um passo crucial para a evolução dos organismos multicelulares. Segundo William Ratcliff, biólogo evolutivo do Instituto de Tecnologia da Geórgia, esse tipo de cooperação pode ter influenciado a evolução das presas também.

Evolução da vida vai além da genética e da química

Ratcliff explica que quando predadores unicelulares como os stentores se organizam para capturar melhor suas presas, essas presas precisam desenvolver estratégias para sobreviver. Uma dessas estratégias pode ter sido a formação de grupos, o que levou à evolução de organismos multicelulares.

“Se você é uma única célula, você é o jantar”, afirmou Ratcliff ao jornal The New York Times. “Mas se você pode formar grandes grupos de células, agora você é grande demais para ser comido.” Isso sugere que os predadores não foram os únicos a se beneficiar da cooperação. Suas presas também evoluíram para se proteger.

A pesquisa destaca que a evolução da vida não depende apenas de mutações genéticas ou processos bioquímicos, mas também de fatores físicos, como o movimento da água. Segundo Shekhar, a física pode ter desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento da multicelularidade.

“Sempre pensamos em genes e produtos químicos, mas também há uma forte base física no desenvolvimento da vida multicelular”, disse. “Mesmo algo como o fluxo de água poderia ter afetado a evolução”.

O estudo abre novas possibilidades para entender como os primeiros organismos vivos da Terra começaram a cooperar entre si, o que pode ter sido um fator essencial para a complexidade da vida que existe hoje.

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Ossos de 250 mil anos reforçam que o Homo naledi desafia as teorias evolutivas

Um artigo publicado na sexta-feira (28) na revista eLife reforça a ideia de que o Homo naledi, uma espécie extinta de hominídeo, enterrava seus mortos há cerca de 250 mil anos. Em 250 páginas de novas evidências, a pesquisa segue as conclusões de estudos anteriores, que sugerem que essa espécie tinha comportamentos complexos, como o enterro deliberado de corpos.

Essa descoberta desafia a concepção mais difundida de que apenas os humanos modernos e os neandertais realizariam tais práticas.

O que você vai ler aqui:

  • Fósseis do H. naledi foram encontrados em 2013, mostrando uma espécie bípede com habilidades manuais, apesar de ter um cérebro menor que o dos humanos modernos;
  • Esse hominídeo pode ter enterrado seus mortos há 250 mil anos, desafiando a ideia de que apenas humanos modernos e neandertais praticavam enterros;
  • Estudos de 2017 e 2023 sugerem que o H. naledi enterrava seus mortos intencionalmente e criava arte nas cavernas;
  • Estudo recente traz novas evidências de enterros planejados e artefatos de pedra, indicando práticas funerárias intencionais, mas ainda gerando controvérsias;
  • As gravuras nas cavernas sugerem que o H. naledi tinha habilidades simbólicas, possivelmente relacionadas a rituais ou crenças.
Reconstrução 3D do Homo naledi. Créditos: John Gurche / Mark Thiessen / National Geographic

Os fósseis de Homo naledi foram encontrados em 2013, no sistema de cavernas Rising Star, na África do Sul, onde os pesquisadores identificaram mais de 1.500 ossos de diferentes indivíduos. 

Eles eram bípedes, com cerca de 1,5 metro de altura e pesavam em média 45 quilos. Apesar de possuírem cérebros menores que os dos humanos modernos, suas mãos eram hábeis, o que gerou discussões sobre a complexidade de suas habilidades.

Em 2017, a equipe de Lee Berger, um dos principais pesquisadores envolvidos nas escavações, sugeriu pela primeira vez que o H. naledi havia enterrado seus mortos de forma intencional. 

Essa hipótese foi reforçada em 2023, com a publicação de três estudos no servidor de pré-impressão bioRxiv, que apresentaram novas evidências de enterros e até mesmo gravuras nas paredes das cavernas. Esses estudos indicaram que o H. naledi não apenas sepultava seus mortos, mas também decorava o espaço ao redor dos enterros com figuras abstratas feitas em rochas.

Os dados apresentados na revisão atual aprofundam a ideia de enterros intencionais. Entre as novas descobertas, estão poços rasos e ovais, com restos humanos que estavam cobertos por sedimentos, indicando que os corpos foram dispostos de maneira planejada. Um artefato de pedra encontrado ao lado de um esqueleto sugere que esse hominídeo pode até ter feito oferendas funerárias.

No entanto, o entendimento de enterros deliberados por H. naledi ainda gera controvérsia. Sheela Athreya, antropóloga da Universidade Texas A&M, nos EUA, está entre os especialistas que levantam questionamentos sobre a interpretação dos dados. Em uma entrevista ao site Live Science em 2023, ela apontou que as evidências, embora interessantes, não são conclusivas o suficiente para afirmar com certeza que o enterro foi uma prática consciente, sugerindo que outras explicações poderiam ser consideradas.

Esquema das duas características de sepultamento descobertas na Caverna Rising Star. (A) A posição dos enterros em relação às escavações de 2013-2016 é delineada por área quadrada. (B) Fotografia das principais características do enterro. A característica 1 é o corpo de um espécime adulto de Homo naledi. O recurso 2 mostra pelo menos um corpo juvenil na borda do local do enterro. (C) e (D) são ilustrações que mostram como os ossos foram posicionados dentro das sepulturas. Créditos: Berger et al.

No novo estudo, a equipe de Berger revisou suas conclusões e detalhou ainda mais os processos envolvidos nos enterros. Uma nova linha do tempo que vai da morte à decomposição dos corpos foi adicionada, ajudando a explicar como os corpos chegaram ao sistema de cavernas. Com isso, os pesquisadores esperam responder às críticas e demonstrar que as práticas funerárias de H. naledi eram, de fato, intencionais e sistemáticas.

Essa revisão gerou reações dentro da comunidade científica. Alguns especialistas, que antes estavam céticos, agora consideram as evidências mais robustas. Um revisor afirmou que os dados fornecidos pela equipe de Berger sugerem práticas de enterros repetidas e padronizadas. No entanto, outro revisor manteve uma postura cautelosa, afirmando que mais estudos independentes seriam necessários para confirmar essas conclusões.

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Gravuras nas cavernas podem ser símbolos de luto do Homo naledi

Além dos enterros, outro estudo de 2023 revelou que o H. naledi também praticava algum tipo de arte. Foram encontradas gravuras em forma de linhas e símbolos nas paredes das cavernas. Essas marcas, feitas em superfícies preparadas, sugerem que a espécie usava ferramentas para criar arte, o que indica uma capacidade simbólica bem desenvolvida.

As gravuras, que foram feitas em locais próximos aos enterros, podem indicar que esse espaço subterrâneo tinha um significado cultural para os H. naledi. Segundo o antropólogo Agustín Fuentes, da Universidade de Princeton, o enterro dos mortos e a criação dessas marcas podem estar relacionados a rituais ou crenças compartilhadas, como o luto. Isso apontaria para uma forma de comportamento simbólico, semelhante ao que vemos em humanos modernos.

Ainda assim, a interpretação das gravuras gerou divisões entre os especialistas. Alguns, como Athreya, questionam se essas marcas podem realmente ser atribuídas a um pensamento simbólico intencional. Eles argumentam que as evidências não são fortes o suficiente para afirmar que essas gravuras foram feitas com um propósito abstrato claro.

Além disso, persiste a dúvida sobre como o H. naledi acessava as cavernas, um ponto importante para entender o comportamento desse hominídeo. O sistema Rising Star é de difícil acesso, o que levanta questões sobre como eles conseguiram entrar nesse ambiente. Alguns cientistas, como Jonathan Marks, da Universidade da Carolina do Norte, sugerem que pode haver outras explicações para esse acesso, o que poderia impactar as interpretações sobre os comportamentos dos H. naledi.

Enquanto os debates continuam, as novas evidências sobre os comportamentos do Homo naledi estão mudando nossa visão sobre as capacidades dessa espécie. Se confirmadas, essas descobertas podem ampliar a compreensão sobre as origens do comportamento simbólico e das práticas funerárias entre os primeiros hominídeos. 

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Oscilações de oxigênio: como o estresse diário moldou a evolução da vida na Terra

Há cerca de 500 milhões de anos, os oceanos eram um ambiente estressante para a vida primitiva na Terra. Durante o dia, a fotossíntese das algas enriquecia a água com oxigênio, mas à noite esse gás essencial se esgotava rapidamente. 

Esse ciclo diário de abundância e escassez representava um grande desafio para os primeiros animais, que precisavam se adaptar para sobreviver.

Um estudo publicado sexta-feira (21) na revista Nature Communications sugere que essas variações bruscas nos níveis de oxigênio foram um fator determinante para a diversificação da vida animal na chamada Explosão Cambriana. 

Segundo a nova abordagem, em vez de uma mudança gradual nos níveis globais de oxigênio, como antes se acreditava, o que teria impulsionado a evolução foi a necessidade de lidar com condições imprevisíveis no ambiente marinho raso.

A explosão cambriana foi um momento muito rápido de incrível diversificação do início da vida. Crédito: Katrina Kenny/Museu de História Natural do Reino Unido

Águas quentes e rasas passaram por flutuações significativas de oxigênio

Cientistas há décadas discutem os gatilhos da Explosão Cambriana, um período de rápida diversificação da vida animal. Muitas teorias apontavam para o aumento do oxigênio atmosférico ao longo de milhões de anos como a principal causa. No entanto, pesquisas recentes questionam essa hipótese e sugerem que as mudanças diárias no nível de oxigênio no fundo do mar tiveram um papel primordial.

Modelos computacionais que simulam as condições da época mostram que as águas rasas e quentes experimentavam oscilações extremas de oxigênio. Durante o dia, a intensa fotossíntese elevava a concentração do gás, criando um ambiente favorável à vida. À noite, no entanto, o consumo de oxigênio pelos microrganismos levava rapidamente à anoxia, tornando o ambiente inóspito.

Para os primeiros animais, esse ciclo de abundância e escassez foi crucial. Aqueles que conseguiam lidar melhor com essas flutuações tinham uma vantagem evolutiva, pois conseguiam explorar melhor os recursos disponíveis. Esse estresse ambiental teria sido um poderoso motor para a evolução, favorecendo organismos mais resistentes e adaptáveis.

Em um artigo publicado no site The Conversation a líder do estudo, Emma Hammarlund, pesquisadora de geobiologia da Universidade de Lund, na Suécia, explica que outro fator que contribuiu para a diversificação da vida no Cambriano foi a fragmentação do supercontinente Rodínia. A separação das massas continentais aumentou a área de plataformas rasas iluminadas pelo Sol, criando novos ecossistemas ricos em nutrientes. Essas regiões passaram a abrigar uma biodiversidade crescente, favorecendo espécies que já estavam adaptadas às oscilações de oxigênio.

Os animais que suportavam esse ambiente instável tinham acesso facilitado a alimentos e podiam se espalhar por diferentes regiões. Esse processo levou ao surgimento de novas estratégias evolutivas e maior diversidade biológica. 

Ilustração de um Anomalocaris canadensis, um dos maiores animais do período Cambriano. Crédito: Rowrow/Ball Apirak – Shutterstock. Edição: Olhar Digital

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Estresse pode ter contribuído com a evolução da vida na Terra

Embora o estresse seja geralmente visto como um obstáculo à sobrevivência, na evolução ele pode desempenhar um papel positivo. Ambientes extremos frequentemente impulsionam a seleção de características especializadas que aumentam as chances de sobrevivência.

Um dos mecanismos-chave para enfrentar a falta de oxigênio no Cambriano pode ter sido o desenvolvimento de um sistema celular chamado HIF-1α (fator 1 induzível por hipóxia). Esse sistema permite que as células detectem e respondam rapidamente às mudanças nos níveis de oxigênio, regulando processos metabólicos e protegendo contra substâncias tóxicas como o sulfeto de hidrogênio.

A presença desse mecanismo em animais modernos sugere que ele surgiu durante a Explosão Cambriana como uma resposta evolutiva às condições desafiadoras da época. Organismos que possuíam essa adaptação teriam uma vantagem competitiva sobre aqueles que não conseguiam lidar com a variação diária do oxigênio.

Como condições extremas favorecem a diversidade

Atualmente, os ecossistemas mais biodiversos, como recifes de corais e florestas tropicais, são caracterizados por intensa competição entre espécies. No entanto, em ambientes extremos, onde a sobrevivência depende da tolerância a condições adversas, outros fatores evolutivos entram em jogo.

No Cambriano, os organismos que melhor resistiam às oscilações ambientais tiveram maior sucesso reprodutivo, passando suas adaptações para as gerações seguintes. Esse processo pode ter sido um dos grandes responsáveis pela rápida diversificação da vida animal nesse período.

O estudo sugere que a evolução não foi apenas influenciada por grandes mudanças geológicas, como o aumento do oxigênio na atmosfera. As pressões ambientais locais, como as oscilações diárias de oxigênio nos mares rasos, podem ter sido igualmente determinantes na origem da complexidade biológica que caracteriza o mundo moderno.

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Nossos antepassados usavam pedras vulcânicas de forma inusitada

Esferas de basalto naturais podem ter sido usadas como um tipo de ferramenta por espécies de hominídeos por mais de um milhão de anos. É o que sugere um novo estudo publicado na revista científica Quaternary International.

Nas últimas décadas, diversos itens que datam do período Pleistoceno, entre 2,5 milhões e 11,7 mil anos atrás, foram coletados em regiões da Europa, Ásia e África. Acredita-se que eram usados como ferramentas de percussão a implementos de caça.

A análise recente se concentrou no acervo da região de Melka Kunture, Etiópia, onde foram encontrados líticos globulares naturais, denominados “esferas”. As peças são feitas de basalto vulcânico, diferentemente daquelas encontradas nas áreas vizinhas, de calcário.

Itens analisados foram encontrados na Etiópia (Imagem: Dmitry_Chulov/iStock)

“É possivelmente a primeira evidência do uso de formas naturais para atividades variadas, e isso aconteceu repetidamente ao longo de mais de 1 milhão de anos de evolução humana em Melka Kunture”, diz a arqueóloga Margherita Mussi, autora do artigo.

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Como foi feita a pesquisa?

  • As esferas utilizadas na análise do estudo foram coletadas em oito locais: Gombore IB, Atebella II, Garba XII, Gombore II-1, Gombore II-2, Garba IIIE, Gotu III e Garba I;
  • Gombore IB foi o sítio habitado mais antigo, datado de 1,7 milhões de anos atrás, e continha  5.000 ferramentas de pedra , três esferas e dois fósseis de ossos do braço de um Homo cf. ergaster humerus;
  • Já Garba I, III e II eram os sítios mais jovens, datados de cerca de 0,6 milhões de anos atrás, com 22 esferas e mais de 7.000 ferramentas líticas.
  • A cientista analisou peso, formato, tamanho e evidências de cicatrizes de lascas de cada uma das esferas; ela concluiu que as peças foram levadas deliberadamente aos locais onde foram encontradas, excluindo métodos naturais de transporte, como a água.
Pedras são feitas de basalto vulcânio, e não de calcário como as demais (Imagem: Mussi/Reprodução)

“Estou convencida de que os duros vulcânicos eram usados ​​para lascar/retocar ferramentas líticas, enquanto os mais macios, de lapilli, eram usados ​​para esfregar vegetais/peles ou outras coisas”, explica a pesquisadora.

O estudo fornece novos insights sobre a evolução do comportamento das ferramentas nos primeiros hominídeos, na transição de Homo erectus para H. heidelbergensis. “Esta é uma boa evidência de como os hominídeos estavam explorando cuidadosamente qualquer novo recurso e usando-os habilmente”, conclui.

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Linhagem humana teve separação misteriosa há 1,5 milhão de anos

Por muito tempo, acreditou-se que a evolução da nossa espécie ocorreu de forma linear, partindo de um único grupo ancestral. No entanto, a complexidade da evolução humana sempre desafiou essa ideia. Agora, um estudo da Universidade de Cambridge revelou uma divisão inesperada na nossa história evolutiva, sugerindo que a população humana se separou há 1,5 milhão de anos e se unificou novamente apenas 300 mil anos atrás.

A pesquisa, baseada na análise do DNA humano moderno, indica que uma dessas populações isoladas deixou uma herança genética mais forte do que a outra. “A questão sobre nossas origens sempre intrigou a humanidade”, afirma o geneticista Trevor Cousins, primeiro autor do estudo publicado na revista Nature Genetics.

Análise do DNA humano moderno identificou isolamento genético em nossa linhagem (Imagem: Billion Photos/Shutterstock)

Um novo olhar sobre a evolução humana

  • A evolução é frequentemente representada por uma árvore genealógica, onde cada espécie compartilha um ancestral comum.
  • Mas essa representação pode ser simplista demais, pois as populações nem sempre evoluem de forma independente.
  • Em muitos casos, grupos que se separaram podem se misturar novamente, tornando o processo ainda mais complexo.
  • “A troca genética entre grupos provavelmente desempenhou um papel essencial na formação de novas espécies ao longo da história”, explica Cousins.
  • Junto com os geneticistas Aylwyn Scally e Richard Durbin, ele propôs que esse tipo de dinâmica pode ter influenciado fortemente a evolução de Homo sapiens.
  • Estudos anteriores já indicavam que humanos modernos tiveram contato com Neandertais e Denisovanos, resultando em traços genéticos compartilhados.
  • A nova pesquisa utiliza um modelo estatístico para estimar a probabilidade de certos genes terem se originado de um ancestral comum, sem interferência de seleção natural.
  • Os cientistas analisaram dados do 1000 Genomes Project e do Human Genome Diversity Project, revelando que nossa linhagem passou por um período de separação e reunião que alterou profundamente nossa composição genética.

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O impacto da divisão na genética humana

Logo após a divisão entre duas populações ancestrais, uma delas passou por um severo gargalo genético, com uma drástica redução no tamanho populacional. “Esse grupo encolheu para um número muito pequeno de indivíduos e levou um milhão de anos para se recuperar“, afirma Scally.

No entanto, esse mesmo grupo se tornou o principal contribuinte para o DNA dos humanos modernos, representando cerca de 80% da nossa herança genética. Além disso, parece ter sido dessa população que surgiram os ancestrais diretos dos Neandertais e Denisovanos. Por outro lado, a segunda população, que compõe cerca de 20% do DNA humano moderno, deixou traços específicos ligados ao desenvolvimento cerebral e processamento neural.

Cada população identificada no estudo deixou traços importantes nos humanos modernos (Imagem: frank60 / Shutterstock.com)

Isso sugere que a mistura genética ocorrida há 300 mil anos teve um impacto significativo na evolução da nossa espécie. “Embora essa população menor tenha deixado uma contribuição menor no genoma humano moderno, alguns de seus genes podem ter sido cruciais para a nossa evolução”, destaca Cousins.

Os cientistas agora defendem que a ideia de uma evolução linear e bem definida entre espécies é simplista demais. “O que estamos descobrindo é que a evolução humana foi muito mais interconectada do que imaginávamos”, conclui Cousins.

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Novo capítulo da evolução humana é revelado em estudo genético

Humanos modernos descendem não de uma, mas de pelo menos duas populações ancestrais. É o que mostra uma análise avançada baseada em sequências genômicas completas conduzida por pesquisadores da Universidade de Cambridge.

Até então, a visão predominante era de que o Homo sapiens descendia de uma linhagem única, tendo surgido pela primeira vez na África por volta de 200.000 a 300.000 anos atrás. Mas os resultados publicados na revista Nature sugerem uma nova abordagem.

A equipe encontrou evidências de que a genética dos humanos modernos provém da mistura de duas populações antigas que se separaram há cerca de 1,5 milhão de anos e, depois, se reconectaram, cerca de 300.000 anos atrás.

Pesquisadores de Cambridge usaram dados do 1000 Genomes Project (Imagem: Issaurinko/iStock)

Um dos grupos contribuiu com 80% da composição genética dos humanos modernos e o outro, 20%. O valor é substancialmente maior do que os 2% do DNA neandertal presente em humanos modernos não africanos.

A pesquisa sugere, portanto, que a interação de 300.000 anos atrás foi mais substancial do que o cruzamento de neandertais e os denisovanos com o Homo sapiens, há cerca de 50.000 anos.

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Como foi feita a análise?

Os cientistas priorizam a análise do DNA humano moderno, excluindo a necessidade de extração do material genético de ossos antigos. Os dados usados ​​no estudo são do 1000 Genomes Project, uma iniciativa global que sequenciou o DNA de populações da África, Ásia, Europa e Américas.

A partir daí, a equipe desenvolveu um algoritmo computacional chamado cobraa, que modela como populações humanas antigas se separaram e depois se fundiram novamente.

Análise foi feita com algoritmo computacional chamado cobraa (Imagem: Cavan Images/iStock)

“Imediatamente após as duas populações ancestrais se separarem, vemos um gargalo severo em uma delas — sugerindo que ela encolheu para um tamanho muito pequeno antes de crescer lentamente ao longo de um período de um milhão de anos”, disse o coautor Professor Aylwyn Scally, também do Departamento de Genética. 

O estudo concluiu que alguns dos genes da população que contribuíram com uma minoria do nosso material genético, particularmente aqueles relacionados à função cerebral e ao processamento neural, podem ter desempenhado um papel crucial na evolução humana.

Espécies como Homo erectus e Homo heidelbergensis são candidatos potenciais para esses ancestrais, mas seriam necessárias mais pesquisas para confirmar essa hipótese.

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Esse esqueleto revolucionou estudos sobre a evolução. Agora, sabemos mais sobre ele

Encontrado na região do vale do Lapedo, em Portugal, no ano de 1998, um esqueleto se transformou em uma das maiores evidências do cruzamento entre os neandertais e os Homo sapiens. A descoberta confirmou que houve contato entre as espécies no passado.

Várias tentativas de calcular a idade da chamada “Criança de Lapedo” fracassaram desde então. Agora, no entanto, uma equipe de arqueólogos conseguiu chegar num resultado utilizando uma técnica mais avançada para determinar a idade dos ossos.

Processo para avaliar materiais degradados foi utilizado

Desde o final da década de 1990, foram menos quatro tentativas de datar o esqueleto. O grande problema encontrado pelos cientistas foi o alto grau de degradação dos ossos, o que impossibilitava uma datação precisa.

Restos do esqueleto da Esqueleto da “Criança de Lapedo” (Imagem: Science Advances)

Para resolver este problema, pesquisadores investiram em uma técnica mais avançada. Extraindo um aminoácido chamado hidroxiprolina do rádio direito da “Criança de Lapedo”, eles conseguiram medir a taxa de decaimento de radiocarbono neste componente do colágeno.

Este processo é considerado ideal para avaliar materiais degradados. Foi assim que a equipe descobriu que os ossos têm entre 27 mil e 28 mil anos. Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista Science Advances.

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Ossos foram encontrados em 1998 (Imagem: Science Advances)

Esqueleto foi enterrado junto com ossos de coelho

  • Os cientistas ainda usaram a técnica em materiais encontrados junto ao esqueleto, como carvão, ossos de um cervo vermelho e restos de um coelho.
  • Eles descobriram que os dois primeiros eram bem mais velhos do que a criança e estavam na área muito antes do enterro dela.
  • Já os ossos do coelho foram espalhados ao redor do esqueleto e apresentam as mesmas manchas avermelhadas dele, além de idade semelhante.
  • Isso indica que o animal foi usado em algum tipo de oferenda funerária, tendo sido colocado na sepultura ao mesmo tempo que a criança.
  • As manchas seriam resultado de uma mortalha tingida de vermelho que cobria o corpo.

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Fóssil de 168 milhões de anos ajuda a desvendar mistério dos dinossauros

Um fóssil raro de dinossauro de 168 milhões de anos foi descoberto por paleontólogos na cordilheira Atlas Médio, no Marrocos. Em um artigo publicado na Royal Society Open Science, a equipe revelou que o exemplar – um fêmur – pertence ao dinossauro mais antigo do grupo Cerapoda conhecido até então. 

Entenda:

  • Um fóssil de dinossauro de 168 milhões de anos foi encontrado no Marrocos;
  • O exemplar – um fêmur – pertence ao dinossauro mais antigo do grupo Cerapoda;
  • Características únicas do fóssil permitiram determinar sua origem, ajudando a solucionar um mistério acerca da evolução do grupo.
Fóssil de dinossauro é o mais antigo do gênero Cerapoda. (S. Maidment et al.; Royal Society Open Science)

Herbívoros de pequeno porte, os dinossauros do grupo Cerapoda andavam sobre duas pernas e, durante o Cretáceo, habitavam todo o planeta. No Jurássico Médio, entretanto, sua população era um grande mistério – até o fóssil encontrado no Marrocos. “Tínhamos evidências de que os dinossauros ornitópodes [infraordem do grupo Cerapoda] provavelmente já haviam evoluído com base em algumas pegadas fossilizadas, mas este é o fóssil corporal mais antigo que existe”, disse Susannah Maidment, líder do estudo, ao IFLScience.

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Fóssil de dinossauro ajuda a solucionar mistério do grupo Cerapoda

Ainda que um fêmur pareça simples, o segredo para identificar um dinossauro Cerapoda está justamente nas pernas: o fóssil encontrado pela equipe tinha características que só são encontradas no gênero. “A cabeça do fêmur é realmente distinta e separada do eixo em um pescoço, o que não vemos em ornitísquios divergentes anteriores”, explicou Maidment.

Fóssil de Cerapoda soluciona mistério sobre a evolução do gênero. (Imagem: david.costa.art/Shutterstock)

Até então, o fóssil de Cerapoda mais antigo pertencia a um outro fêmur encontrado na Inglaterra, com 166 milhões de anos. A descoberta mais recente não só confirma que os dinossauros do grupo se diversificaram durante o período Jurássico Médio, mas também aponta o sítio arqueológico em Marrocos como uma fonte promissora para novas descobertas.

Vale citar que a região também abrigava o fóssil de Anquilossauro mais antigo do mundo e um dos Estegossauros mais antigos descobertos até hoje.

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