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Número de fungos ameaçados cresce e passa de mil espécies

Pela primeira vez, o número de espécies de fungos na lista vermelha de ameaçados ultrapassou a marca de 1.000. O levantamento é elaborado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).

O relatório agora inclui 482 espécies de fungos recém-avaliadas, totalizando 1.300, das quais pelo menos 411 estão em risco de extinção. Como um todo, a lista vermelha é formada por 169.420 espécies, das quais 47.187 estão ameaçadas de extinção. 

Fungos sustentam todos os ecossistemas no planeta Terra (Imagem: Michael Krikorev/IUCN)

O que aconteceu?

  • Para 279 espécies em risco de extinção, o problema é o rápido crescimento de áreas agrícolas e urbanas, que estão substituindo seus habitats;
  • Para outras 91 espécies, o escoamento de nitrogênio e amônia de fertilizantes e a poluição de motores contribuem para sua ameaça;
  • Os riscos acima são particularmente preocupantes na Europa, impactando espécies bem conhecidas em áreas rurais tradicionais, como a Hygrocybe intermedia;
  • Pelo menos 198 espécies de fungos estão ameaçados devido ao desmatamento para produção de madeira, extração ilegal de madeira e desmatamento para agricultura;
  • Mais de 50 espécies de fungos estão em risco de extinção devido às mudanças nos padrões de incêndios nos EUA; os abetos têm dominado as florestas, reduzindo o habitat do Gastroboletus citrinobrunneus, por exemplo.

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Por que devemos nos preocupar?

Os fungos sustentam todos os ecossistemas: a maioria das plantas se associa a eles para absorver nutrientes, além de possibilitarem a decomposição. Muitos deles são utilizados na produção de alimentos e bebidas, incluindo fermentação, além de formarem a base de medicamentos e na limpeza de locais contaminados, segundo o relatório.

Reino dos fungos tem cerca de 2,5 milhões de espécies (Imagem: Rani Nurlaela Desandi/iStock)

“À medida que perdemos fungos, empobrecemos os serviços ecossistêmicos e a resiliência que eles fornecem, desde a resistência à seca e a patógenos em plantações e árvores até o armazenamento de carbono no solo ”, disse o professor Anders Dahlberg, Coordenador da Autoridade da Lista Vermelha do Grupo de Especialistas em Cogumelos, Braquetes e Cogumelos-de-bico-fino da IUCN.

Fungos representam o segundo maior reino, depois dos animais, com cerca de 2,5 milhões de espécies, das quais cerca de 155.000 são nomeadas.

“Os fungos são uma parte vital, embora muitas vezes invisível, da biodiversidade, sustentando ecossistemas de maneiras que estamos apenas começando a compreender. Com dados melhores, podemos tomar medidas significativas para proteger os fungos, garantindo a saúde das plantas, animais e ecossistemas que dependem deles ”, disse a Dra. Anne Bowser, CEO da NatureServe.

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Lobo-terrível ‘ressuscitado’ em laboratório pode viver na natureza?

O mundo da genética foi abalado nesta semana após a Colossal Biosciences anunciar o nascimento de três lobos com traços genéticos do extinto lobo-terrível. A empresa afirmou que restaurou a espécie pela primeira vez por meio da “ciência da desextinção”. Apesar dos animais não serem exatamente a mesma espécie extinta há 10 mil anos, ao que tudo indica eles possuem as mesmas características, com isso, será que eles podem ser soltos na natureza?

O plano da Colossal é colocar esse animais em uma reserva natural no norte dos Estados Unidos, onde serão estudados ao longo da vida. Mas se a espécie continuar aumentando, os animais poderão viver livres? O Olhar Digital conversou com Maria Okumura, coordenadora do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos e professora de bioarqueologia e evolução humana no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP)

A professora explicou que, com as informações que temos, já que o estudo não foi publicado, o que ocorreu não foi uma “desextinção” da espécie, “O que a empresa fez não é exatamente trazer de volta uma espécie antiga”, disse.

Eles pegaram um dente e acho que um pedacinho de crânio também olharam para o genoma antigo desses lobos e pinçaram algumas características que tem a ver com a pelagem e o tamanho e incorporaram com a do lobo moderno. Então nesse sentido são animais transgênicos

Maria Okumura

Para o geneticista Jeremy Austin, diretor do Centro Australiano de DNA Antigo, a Colossal criou apenas um lobo cinzento modificado que lembra a imagem idealizada de um lobo-terrível. 

Em entrevista ao site Science Alert, ele destacou que as diferenças morfológicas entre os canídeos são sutis e que fósseis não garantem uma reconstrução visual precisa do animal extinto.

Filhotes criados em laboratório pela Colossal Biosciences, que se refere a eles como a “ressuscitação” do lobo-terrível. Crédito: Colossal Biosciences

Lobo-terrível extinto pode ser solto na natureza?

O lobo-terrível foi uma espécie de lobo pré-histórico que viveu durante o Pleistoceno, principalmente na América do Norte. As evidências fósseis sugerem que ele foi extinto há cerca de 9.500 a 13.000 anos, durante o evento de extinção do Quaternário, que também afetou outros grandes mamíferos, como os mamutes e os tigres-dentes-de-sabre.

A extinção da espécie está associada a mudanças climáticas, redução de suas presas e possivelmente competição com outros predadores.

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“A extinção é um processo natural, sempre houve extinção mesmo antes dos humanos aumentarem brutalmente esse processo”, disse Okumura. Dessa forma, as condições que causaram a extinção dessa espécie na época, não mudaram hoje, o que impede que esse animal seja solto na natureza.

“Eles iriam competir com outros animais já habituados. O que eles iriam comer? Na época deles existia a megafauna, que não existe mais”, completou a professora. 

Cientistas "ressuscitam" lobos de "Game of Thrones"
Empresa afirma ter restaurado lobo de 12 mil anos pela primeira vez por meio da “ciência da desextinção”. Crédito: Colossal Biosciences

Isso também dificulta que o “novo” lobo-terrível tenha futuro, já que com uma população inicial tão pequena e derivada de um mesmo cruzamento, a variedade genética tende a ser muito baixa. “Eles geraram três filhotes, essa é sua população inicial, qual é a diversidade genética desses filhotes?”, questiona a especialista.

Vale a pena trazer espécies extintas de volta à vida?

A iniciativa da Colossal Biosciences reacende um antigo debate: a desextinção é uma ferramenta válida para preservar a biodiversidade ou uma intervenção arriscada com impactos incalculáveis?

A professora questiona as vantagens de trazer o animal à vida, já que a espécie não parece ter futuro e nem vai poder ser solta na natureza. “Talvez tenham ‘desextinguido’ esses lobos para acabar extinguindo novamente”, finaliza.

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Além do lobo-terrível: empresa ainda quer ‘reviver’ estes 3 animais extintos

No início desta semana, a Colossal Biosciences anunciou o nascimento de três filhotes que seriam do extinto lobo-terrível, popularmente retratado no fenômeno Game of Thrones como símbolo da Casa Stark. E, de acordo com a empresa, a “desextinção” não deve parar por aí: os pesquisadores já estão trabalhando para reviver outras três espécies extintas.

Entenda:

  • Além do lobo-terrível, a Colossal Biosciences quer “ressuscitar” outras três espécies pré-históricas;
  • A empresa disse que está trabalhando na “desextinção” do mamute-lanoso, do dodô e do lobo-da-tasmânia;
  • Os pesquisadores já criaram um rato-lanoso com características do mamute, e estudam a modificação genética do elefante-asiático (parente próximo da espécie extinta);
  • A comunidade científica e ambientalista, entretanto, vem levantando debates sobre a ética da desextinção e suas possíveis consequências nos ecossistemas.
Após lobo-terrível, empresa quer ‘ressuscitar’ outros animais pré-históricos. (Imagem: Colossal Biosciences)

O lobo-terrível (Aenocyon dirus) entrou em extinção há cerca de 13 mil anos. E o novo trio – que recebeu os nomes de Remus, Romulus e Khaleesi – é o resultado da modificação genética de lobos-cinzentos. Ou seja, apesar do que sugere a empresa no comunicado, a espécie não está realmente “de volta”.

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Empresa que ‘ressuscitou’ lobo-terrível visa outras espécies extintas

Como dissemos, a Colossal já está trabalhando para “ressuscitar” outras três espécies pré-históricas após o lobo-terrível. À Time, a equipe revelou que seus esforços estão, agora, focados no mamute-lanoso (Mammuthus primigenius), no dodô (Raphus cucullatus) e no lobo-da-tasmânia (Thylacinus cynocephalus, também chamado de tigre-da-tasmânia).

O mamute-lanoso, que viveu durante a Era do Gelo, entrou em extinção há cerca de 4 mil anos. Já os dodôs, originários da ilha de Maurício, e o lobo-da-tasmânia, último membro do gênero Thylacinus, foram extintos mais tarde, nos séculos XVII e XX respectivamente.

Em março, a Colossal usou uma cópia do DNA do mamute pré-histórico para criar o rato-lanoso, com pelos longos e metabolismo acelerado característicos do M. primigenius. A empresa também vem estudando o elefante-asiático (parente próximo do mamute-lanoso) para receber os genes da espécie extinta.

Empresa criou rato com características do extinto mamute-lanoso. (Imagem: Colossal Biosciences)

“Estamos desenvolvendo tecnologias que nunca existiram antes, e elas podem transformar não só a conservação, mas também a biologia reprodutiva humana e animal”, disse Ben Lamm, CEO da Colossal, na entrevista à Time.

‘Desextinção’ de animais pré-históricos é controversa

Vale lembrar que a iniciativa de “ressuscitar” espécies extintas vem sendo criticada pela comunidade científica e ambientalista, levantando debates sobre a ética da desextinção e as possíveis consequências da reintrodução desses animais – como o desequilíbrio das cadeias alimentares e da biodiversidade.

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Dinossauros poderiam estar vivos até hoje se não fosse por este (grande) detalhe

Se um asteroide não tivesse colidido com a Terra há 66 milhões de anos, os dinossauros jamais teriam entrado em extinção. É o que apontam os autores de um estudo publicado na Current Biology, sugerindo que, ao contrário do que parte da comunidade científica acredita, os dinossauros não estavam em declínio antes do fatídico evento que os apagou do planeta.

Entenda:

  • Se não fosse pelo asteroide que colidiu com a Terra há milhões de anos, os dinossauros provavelmente ainda estariam vivos;
  • Pesquisadores sugerem que, antes do evento de extinção em massa, os dinossauros não estavam em declínio;
  • Essa crença é, para os autores, fruto de um registro fóssil escasso, levando alguns cientistas a acreditarem que os dinossauros estavam caminhando para a extinção já antes do asteroide. 
Dinossauros não estavam em declínio antes do asteroide, sugere estudo. (Imagem: Herschel Hoffmeye/Shutterstock)

Como aponta a equipe por trás da pesquisa, a crença do suposto declínio – em número e diversidade – dos dinossauros no período Cretáceo se deve, na verdade, a um registro fóssil pobre. Para sustentar a hipótese, os cientistas da University College London analisaram o registro fóssil da América do Norte nos 18 milhões de anos que precederam o impacto do asteroide na Terra.

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Dinossauros não caminhavam rumo à extinção antes do asteroide

No estudo, a equipe analisou os registros de cerca de 8 mil fósseis da América do Norte do Campaniano (de 83,6 a 72,1 milhões de anos atrás) e do Maastrichtiano (de 72,1 a 66 milhões de anos atrás), com foco nas famílias Ankylosauridae, Ceratopsidae, Hadrosauridae e Tyrannosauridae.

De acordo com os pesquisadores, os dinossauros atingiram um pico de diversidade há cerca de 76 milhões de anos. 6 milhões de anos antes do evento de extinção em massa, o número de fósseis das quatro famílias no registro geológico já estava diminuindo. O motivo por trás disso, entretanto, ainda é um mistério para os cientistas.

Dinossauros poderiam estar vivos até hoje. (Imagem: funstarts33/Shutterstock)

“Os dinossauros provavelmente não estavam inevitavelmente condenados à extinção no final do Mesozóico [de 252 milhões a 66 milhões de anos atrás]. Se não fosse por aquele asteroide, eles ainda poderiam compartilhar este planeta com mamíferos, lagartos e seus descendentes sobreviventes: pássaros”, sugere Alessandro Chiarenza, coautor do estudo, em comunicado.

Redução de fósseis de dinossauros extintos ainda intriga cientistas

Uma das possibilidades abordadas pelos autores é que as condições geológicas para fossilização no período Maastrichtiano podem ter sido mais precárias. Além disso, as rochas que poderiam conter fósseis dessa época estavam cobertos por vegetação ou inacessíveis, dificultando a descoberta dos restos mortais.

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Terra pode enfrentar nova extinção em massa – e ela já começou

O planeta Terra pode enfrentar uma nova extinção em massa caso os efeitos das mudanças climáticas não sejam revertidos. O alerta foi feito pelo pesquisador Hugh Montgomery, diretor do Centro de Saúde e Desempenho Humano da University College London, da Inglaterra.

A situação piora: segundo Montgomery, essa extinção já está acontecendo. E o ser humano é o responsável.

Mudanças climáticas podem causar nova extinção em massa – e a culpa é nossa (Crédito: MarcelClemens – Shutterstock)

Terra pode sofrer nova extinção em massa

Montgomery é um dos autores do relatório de 2024 sobre saúde e mudanças climáticas na revista científica The Lancet. Ele abriu a programação do evento internacional Forecasting Healthy Futures Global Summit, que começou na terça-feira (08) no Rio de Janeiro. A escolha do local é devido à COP 30 em novembro, que também será no Brasil (em Belém, no Pará).

No evento, o pesquisador alertou que, se não conseguirmos reverter as mudanças climáticas em andamento, a Terra pode sofrer uma extinção em massa semelhante à do Período Permiano (entre 299 e 251 milhões de anos atrás), quando 90% das espécies morreram devido às condições climáticas drásticas.

Em 2024, chegamos a um nível recorde de 1,5ºC de temperatura. Segundo a Agência Brasil, cientistas indicam que, se continuarmos assim, o aumento deve chegar a 2,7ºC até 2100. E se a temperatura chegar a 3ºC, as mortes de espécies seriam catastróficas.

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Extinção já começou

A perspectiva não é nada positiva. De acordo com Montgomery, a “concentração atmosférica de CO₂ não só está aumentando, como está aumentando de forma cada vez mais acentuada”. Para ele, a extinção já começou e somos nós, humanos, que estamos causando tudo isso.

Mesmo antes da situação ficar incontrolável, as consequências podem ser drásticas:

  • Segundo o pesquisador, um aumento entre 1,7 °C e 2,3 °C, mesmo que temporário, poderia colapsar as camadas de gelo no Ártico, desacelerar a Circulação Meridional do Atlântico (que controla todo o clima global) e elevar o nível do mar em vários metros;
  • As consequências serão sentidas já “nos próximos 20 ou 30 anos”;
  • Além das emissões de dióxido de carbono, Montgomery chamou atenção a emissão de metano, 83 vezes mais danoso.
Imagem mostra relógio de rua marcando 42 graus na cidade de São Paulo, nível de calor aumenta
Pesquisador recomendou medidas de adaptação ao clima (Imagem: Cris Faga / Shutterstock.com)

Há solução?

Durante o evento, Hugh Montegomery ressaltou a importância de pensar em medidas de adaptação ao clima, que já está afetando a saúde da população. Por exemplo, já reportamos no Olhar Digital como as ondas de calor devem afetar idoso com mais intensidade (confira os detalhes aqui).

No entanto, essa adaptação não pode substituir a redução “drástica e imediata nas emissões”. Para ele, “não faz sentido focar apenas no alívio dos sintomas quando deveríamos estar buscando a cura”.

Para além dos impactos na saúde, o pesquisador também estima impactos econômicos das mudanças climáticas: a economia mundial deve reduzir em 20% ao ano, cerca de US$ 38 trilhões, a partir de 2049. Imagine só uma extinção em massa total.

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Tartaruga ameaçada de extinção vira mãe em idade recorde

Uma tartaruga-das-galápagos nativa da ilha de Santa Cruz, em Galápagos, alcançou recentemente um recorde no Zoológico da Filadélfia, nos EUA. Chamada de Mommy, a Chelonoidis niger porteri de aproximadamente 100 anos se tornou a mãe de primeira viagem mais velha de sua espécie, trazendo ao mundo uma ninhada de quatro filhotes.

Entenda:

  • Mommy, uma tartaruga-das-galápagos do Zoológico da Filadélfia, se tornou a mãe de primeira viagem mais velha de sua espécie;
  • Aos 100 anos de idade, ela deu à luz quatro filhotinhos com o parceiro Abrazzo, um macho da mesma espécie;
  • Mommy já havia se relacionado com parceiros de outras espécies antes, mas foi só em 2023, com Abrazzo, que teve a primeira de suas quatro ninhada de ovos;
  • Os filhotes só vieram na mais recente, colocada pela fêmea em novembro de 2024;
  • Os recém-nascidos representam um grande passo para proteger as tartarugas-das-galápagos da extinção.
Tartaruga bateu recorde ao se tornar mãe com 100 anos. (Imagem: Philadelphia Zoo)

O pai das tartaruguinhas é Abrazzo, um macho de idade também estimada em cerca de 100 anos. Os ovos começaram a eclodir em fevereiro, com o primeiro filhote nascendo no dia 27. Com os recém-chegados, o Zoológico da Filadélfia agora tem sete tartarugas-das-galápagos – além da família de seis, o local também abriga Little Girl, que nasceu nas Bermudas em 1940.

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Mãe tartaruga e filhotes deixam espécie um passo mais longe da extinção

Como explica a equipe do zoológico em comunicado, Mommy faz parte do chamado Plano de Sobrevivência de Espécies (SSP) da Associação de Zoológicos e Aquários (AZA), um programa voltado à proteção, conservação e reprodução de espécies sob ameaça de extinção.

A tartaruga chegou à Filadélfia em 1932 e já tinha se relacionado com outras espécies, mas seu primeiro parceiro nativo de Santa Cruz foi Abrazzo. A “química” entre os dois, porém, não foi imediata, e a equipe fez algumas mudanças em seu habitat para incentivá-los. Felizmente, funcionou: desde 2023, Mommy teve quatro ninhadas de ovos. Mas os filhotes só vieram na mais recente, de novembro do ano passado. 

Filhotes de tartaruga serão apresentados ao público em breve. (Imagem: Philadelphia Zoo)

“Esses filhotes não apenas protegem a espécie da extinção, mas servem como embaixadores importantes para inspirar os visitantes a salvar a vida e os lugares selvagens”, diz Rachel Metz, vice-presidente de bem-estar animal e conservação do zoológico.

As tartarugas-bebês – que ainda não têm nome – serão apresentadas ao público no dia 23 de abril (no 93º aniversário da chegada de Mommy ao zoológico) e, por ainda serem muito pequenas, vivem separadas dos pais. 

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Por que dinossauros não evoluíram de novo depois da extinção?

Lagartos que chegavam a 20 metros de altura e pesavam algumas toneladas. Predadores vorazes que ocupavam o topo da cadeia alimentar global. Criaturas deslumbrantes (e assustadoras) que habitavam as águas, a terra e os céus.

Os dinossauros dominaram o planeta por cerca de 179 milhões de anos, durante a Era Mesozoica e os seus períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo. Eles, porém, foram extintos há cerca de 65 milhões de anos.

A maioria dos cientistas concorda que a extinção deles ocorreu a partir da queda do asteroide Chicxulub, no México. O evento desencadeou uma reação em cadeia que levou à morte de 75% das espécies de animais que viviam naquela época.

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A Terra se recuperou depois desse episódio, tanto que estamos aqui hoje. Os dinossauros, porém, nunca mais voltaram – e muita gente se pergunta o porquê. Como animais que foram dominantes por tanto tempo (muito mais do que nós, humanos) não evoluíram de novo depois do asteroide? A ciência tem uma resposta.

Há um consenso na comunidade científica que a extinção dos dinossauros ocorreu a partir da queda de um grande asteroide – Imagem: IvaFoto/Shutterstock

A complexidade da natureza

  • Cientistas ouvidos pelo site gringo IFL Science explicam que a evolução é um processo complexo de sorte e oportunidade.
  • Os organismos se adaptam ao ambiente por meio de uma combinação de seleção natural, seleção sexual e mutações genéticas.
  • Isso, no entanto, não garante que as coisas sempre acontecerão da mesma maneira.
  • Em outras palavras: a vida não é uma ciência exata.
  • Os dinossauros evoluíram com sucesso ao longo de milhões de anos, ajustando-se ao seu ambiente e se tornando a classe dominante de animais no planeta.
  • Após a extinção, a chance deles retornarem é praticamente nula, uma vez que o planeta mudou e outras criaturas assumiram o topo da cadeia alimentar.
  • Aliás, esse posto foi ocupado pelos grandes mamíferos, que foram capazes de sobreviver ao novo mundo e, posteriormente, à Era do Gelo.
  • De acordo com os cientistas, uma espécie extinta não pode evoluir naturalmente para retornar exatamente como era antes.
  • E aqui vai uma alfinetada nos projetos que buscam ressuscitar espécies como o mamute lanoso.
  • Ah, e para não dizer que não sobrou nada dos dinossauros no nosso mundo atual, algumas aves descendem de um grupo desses répteis.
  • Estudos apontam que pequenos terópodes, uma família de dinossauros bípedes, acabaram evoluindo para algumas espécies de aves que conhecemos atualmente.
  • Mas foram milhões de anos de evolução nessa história.
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Os dinossauros dominaram o planeta Terra por quase 180 milhões de anos – Imagem: Herschel Hoffmeye/Shutterstock

A extinção dos dinossauros

Um estudo de 2023 afirma que, após a queda do asteroide, a planeta passou a ter uma espécie de poeira fina na atmosfera, bloqueando a luz solar. E teria sido essa escuridão a principal responsável pela aniquilação da espécie.

Muitos seres vivos não conseguiram se adaptar a essa nova realidade, que contava também com erupções vulcânicas, tsunamis e a redução de 15 °C da temperatura global média.

E não estamos falando somente dos dinossauros e outros animais, mas das plantas também. De acordo com os pesquisadores, sem a luz solar, vários vegetais morreram, dando início a um efeito cascata. Dinossauros herbívoros não tinham mais do que se alimentar e também faleceram. Os carnívoros, por sua vez, perderam suas presas.

Você pode ler mais sobre essa teoria neste outro texto do Olhar Digital.

As informações são do IFL Science.

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Filhote de tubarão ameaçado de extinção nasce em aquário na Austrália

Uma nova esperança para uma espécie ameaçada de extinção e que é considerada uma peça chave para o equilíbrio de ecossistemas marinhos australianos. Estamos falando do nascimento de um tubarão-lixa cinza.

O SEA LIFE Sydney Aquarium, na Austrália, anunciou a chegada ao mundo de Archie, um filhote macho completamente saudável. O nascimento foi muito comemorado dentro do local e é considerado um episódio inédito.

Nascimento do tubarão foi acompanhado por visitantes do aquário

O nascimento ocorreu durante um procedimento de rotina na exposição Shark Valley. Em função disso, os visitantes do aquário puderam filmar a chegada de Archie ao mundo, bem como os funcionários do local.

Os tubarões-lixa cinzentos (Carcharias taurus) dão à luz filhotes vivos e, desde que começou a existir, Archie avançou aos trancos e barrancos pelo local. Ele tem cerca de 74 centímetros de comprimento, muito longe dos 3,2 metros que pode chegar na fase adulta.

O filhote foi transferido para uma piscina especial e será devolvido à exibição pública quando for grande o suficiente para nadar com segurança entre os tubarões mais velhos, incluindo sua mãe, Mary-Lou. Isso deve acontecer apenas quando ele atingir 1,5 metros.

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Risco de extinção é real

  • A pesca excessiva e a destruição do habitat natural da espécie colocaram os tubarões-lixa cinzentos na lista de animais que correm risco de extinção.
  • Além disso, estas criaturas têm a menor taxa reprodutiva de qualquer espécie de tubarão.
  • As fêmeas dão à luz apenas uma vez a cada dois anos, o que dificulta o aumento da população.
  • Os tubarões-lixa cinzentos são considerados um componente vital para um ecossistema saudável, atuando como predadores-chave.
  • Por isso, o nascimento de Archie é visto como uma grande esperança.

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Qual a ligação entre supernovas e extinções na Terra?

Um estudo recente sugere que pelo menos duas das extinções em massa ocorridas na Terra podem ter sido desencadeadas pelos efeitos poderosos de explosões de supernovas próximas.

Pesquisadores da Keele University (Inglaterra) propõem que essas explosões cósmicas – que marcam o fim de estrelas massivas – teriam despojado a atmosfera terrestre de ozônio, induzido chuvas ácidas e exposto a vida a níveis nocivos de radiação ultravioleta emitida pelo Sol.

Situação teria acontecido há muitos e muitos anos (Imagem: muratart/Shutterstock)

Extinções do Devoniano Superior e Ordoviciano

  • A pesquisa aponta supernovas como possíveis responsáveis pelos eventos de extinção do Devoniano Superior e Ordoviciano, ocorridos aproximadamente há 372 e 445 milhões de anos, respectivamente;
  • No caso do Ordoviciano, cerca de 60% dos invertebrados marinhos desapareceram, em período em que a vida era predominantemente oceânica;
  • Já o evento do Devoniano Superior resultou na eliminação de quase 70% das espécies, alterando, profundamente, os ecossistemas aquáticos;
  • Embora estudos anteriores tivessem relacionado essas extinções à redução da camada de ozônio, nenhuma causa definitiva havia sido identificada até então;
  • As novas descobertas, publicadas na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, revelam que a ocorrência de supernovas próximas coincide com esses eventos, reforçando a hipótese de que explosões cósmicas tiveram papel crucial nesse processo.

O autor principal, Dr. Alexis Quintana (antigo pesquisador da Keele University e atualmente na University of Alicante [Espanha]), explicou ao Science Daily: “Explosões de supernovas introduzem elementos químicos pesados no meio interestelar, que são, posteriormente, utilizados na formação de novas estrelas e planetas. Porém, se um planeta – como a Terra – estiver muito próximo a esse tipo de evento, os efeitos podem ser devastadores.”

Dr. Nick Wright, também da Keele University, enfatizou o potencial destrutivo dessas explosões.
Supernovas estão entre os eventos mais energéticos do Universo. Se uma estrela massiva explodisse como supernova próxima à Terra, os resultados seriam catastróficos para a vida. Nossa pesquisa indica que isso pode ter ocorrido no passado.”

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Pesquisa

A equipe realizou pesquisa detalhada das estrelas massivas situadas em um raio de um quiloparsec (cerca de 3,26 mil anos-luz) do Sol, com foco na distribuição das estrelas do tipo OB – quentes e de curta duração.

Utilizando a Via Láctea como referência para a evolução estelar e a formação de aglomerados, os pesquisadores calcularam a frequência das supernovas na galáxia. Esses dados permitiram obter insights sobre os remanescentes dessas explosões, bem como sobre a formação de buracos negros e estrelas de nêutrons.

Além disso, os resultados têm implicações para futuras detecções de ondas gravitacionais, ferramenta essencial para o entendimento da estrutura e das origens do Universo.

O estudo também incluiu cálculos das taxas de supernovas dentro de 20 parsecs (aproximadamente 65 anos-luz) do Sol, comparando-os com as taxas dos eventos de extinção em massa do passado.

Essa análise reforça a ideia de que as supernovas contribuíram para as extinções do Devoniano Superior e Ordovicianodois dos cinco principais eventos de extinção na história da Terra – desconsiderando aqueles relacionados a impactos de asteroides ou a eras glaciais.

Supernova explodindo
Dr. Nick Wright: “Se uma estrela massiva explodisse como supernova próxima à Terra, os resultados seriam catastróficos para a vida” (Imagem: ManowKem/Shutterstock)

Embora supernovas ocorram na Via Láctea a uma taxa de uma a duas por século, os astrônomos apontam que apenas duas estrelas próximas – Antares e Betelgeuseapresentam potencial para se tornarem supernovas nos próximos um milhão de anos.

No entanto, ambas estão localizadas a mais de 500 anos-luz da Terra e simulações indicam que uma explosão a essa distância teria impacto mínimo sobre nosso planeta.

Essa pesquisa amplia nosso entendimento sobre a influência dos eventos cósmicos na história da Terra, sugerindo que explosões de supernovas podem ter sido agentes determinantes em momentos críticos da evolução biológica.

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Como ‘parentes’ dos anfíbios sobreviveram à maior extinção do planeta

Pesquisadores descobriram como antigos ancestrais e parentes dos atuais anfíbios, como os sapos e rãs, sobreviveram ao maior evento de extinção em massa do planeta. Ocorrida no final do Período Permiano, há 252 milhões de anos, ela causou a morte de quase 90% de todas as espécies do planeta.

No trabalho, os cientistas acompanharam a trajetória dos temnospondyli, uma categoria de anfíbios que tinha uma dieta generalista, ou seja, podia se alimentar de uma vasta gama de animais. Este teria sido um fator chave para sua sobrevivência, bem como o habitat localizado em água doce.

Animais antigos sobreviveram mesmo em condições adversas

  • A ciência já sabia que os temnospondyli tinham sobrevivido à extinção do Permiano, mas como isso ocorreu ainda era um mistério.
  • Estes animais eram predadores que se alimentavam de peixes e outras presas, mas eram ligados à água assim como os anfíbios modernos, como rãs e salamandras.
  • No início do Triássico, após o evento de extinção, houve grande atividade vulcânica, o que gerou o aumento das temperaturas, além da aridez da terra, redução do oxigênio atmosférico, chuva ácida e incêndios florestais, deixando o ambiente bastante hostil.
  • Este cenário acabou fazendo com que os trópicos se tornassem uma “zona morta tropical”.

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Criaturas praticamente não sofreram alterações

Durante o trabalho, os pesquisadores avaliaram 100 temnospondyli com o objetivo era entender como eles foram afetados pelas mudanças climáticas. A descoberta, no entanto, surpreendeu a equipe de cientistas. De acordo com o estudo, as criaturas antigas quase não sofreram alterações. Seus corpos continuaram na mesma proporção, com alguns pequenos, se alimentando de insetos, e outros grandes, com focinhos compridos para caçar peixes ou largos para dietas generalistas.

O que também chamou a atenção foi a diversificação de corpos e funções corporais nos 5 milhões de anos seguintes, expandindo a variedade de animais após a crise. Apesar do sumiço dos animais dos trópicos, os temnospondyli conseguiram cruzar a zona morta, o que provavelmente aconteceu durante períodos mais frios.

Estudo analisou mais de 100 fósseis de temnospondyli (Imagem: Royal Society Open Science)

Esta certeza vem da presença de fósseis na África do Sul, Austrália, América do Norte, Europa e Rússia. Acredita-se que a baixa seletividade alimentar das espécies tenha ajudado em sua sobrevivência, uma vez que eles comiam a maioria dos animais disponíveis e se escondiam em grandes corpos d’água.

O declínio destes animais só aconteceu na metade do Triássico, quando ancestrais dos mamíferos e dos dinossauros começaram a dominar o planeta. As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Royal Society Open Science.

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