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Dinossauros poderiam estar vivos até hoje se não fosse por este (grande) detalhe

Se um asteroide não tivesse colidido com a Terra há 66 milhões de anos, os dinossauros jamais teriam entrado em extinção. É o que apontam os autores de um estudo publicado na Current Biology, sugerindo que, ao contrário do que parte da comunidade científica acredita, os dinossauros não estavam em declínio antes do fatídico evento que os apagou do planeta.

Entenda:

  • Se não fosse pelo asteroide que colidiu com a Terra há milhões de anos, os dinossauros provavelmente ainda estariam vivos;
  • Pesquisadores sugerem que, antes do evento de extinção em massa, os dinossauros não estavam em declínio;
  • Essa crença é, para os autores, fruto de um registro fóssil escasso, levando alguns cientistas a acreditarem que os dinossauros estavam caminhando para a extinção já antes do asteroide. 
Dinossauros não estavam em declínio antes do asteroide, sugere estudo. (Imagem: Herschel Hoffmeye/Shutterstock)

Como aponta a equipe por trás da pesquisa, a crença do suposto declínio – em número e diversidade – dos dinossauros no período Cretáceo se deve, na verdade, a um registro fóssil pobre. Para sustentar a hipótese, os cientistas da University College London analisaram o registro fóssil da América do Norte nos 18 milhões de anos que precederam o impacto do asteroide na Terra.

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Dinossauros não caminhavam rumo à extinção antes do asteroide

No estudo, a equipe analisou os registros de cerca de 8 mil fósseis da América do Norte do Campaniano (de 83,6 a 72,1 milhões de anos atrás) e do Maastrichtiano (de 72,1 a 66 milhões de anos atrás), com foco nas famílias Ankylosauridae, Ceratopsidae, Hadrosauridae e Tyrannosauridae.

De acordo com os pesquisadores, os dinossauros atingiram um pico de diversidade há cerca de 76 milhões de anos. 6 milhões de anos antes do evento de extinção em massa, o número de fósseis das quatro famílias no registro geológico já estava diminuindo. O motivo por trás disso, entretanto, ainda é um mistério para os cientistas.

Dinossauros poderiam estar vivos até hoje. (Imagem: funstarts33/Shutterstock)

“Os dinossauros provavelmente não estavam inevitavelmente condenados à extinção no final do Mesozóico [de 252 milhões a 66 milhões de anos atrás]. Se não fosse por aquele asteroide, eles ainda poderiam compartilhar este planeta com mamíferos, lagartos e seus descendentes sobreviventes: pássaros”, sugere Alessandro Chiarenza, coautor do estudo, em comunicado.

Redução de fósseis de dinossauros extintos ainda intriga cientistas

Uma das possibilidades abordadas pelos autores é que as condições geológicas para fossilização no período Maastrichtiano podem ter sido mais precárias. Além disso, as rochas que poderiam conter fósseis dessa época estavam cobertos por vegetação ou inacessíveis, dificultando a descoberta dos restos mortais.

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Terra pode enfrentar nova extinção em massa – e ela já começou

O planeta Terra pode enfrentar uma nova extinção em massa caso os efeitos das mudanças climáticas não sejam revertidos. O alerta foi feito pelo pesquisador Hugh Montgomery, diretor do Centro de Saúde e Desempenho Humano da University College London, da Inglaterra.

A situação piora: segundo Montgomery, essa extinção já está acontecendo. E o ser humano é o responsável.

Mudanças climáticas podem causar nova extinção em massa – e a culpa é nossa (Crédito: MarcelClemens – Shutterstock)

Terra pode sofrer nova extinção em massa

Montgomery é um dos autores do relatório de 2024 sobre saúde e mudanças climáticas na revista científica The Lancet. Ele abriu a programação do evento internacional Forecasting Healthy Futures Global Summit, que começou na terça-feira (08) no Rio de Janeiro. A escolha do local é devido à COP 30 em novembro, que também será no Brasil (em Belém, no Pará).

No evento, o pesquisador alertou que, se não conseguirmos reverter as mudanças climáticas em andamento, a Terra pode sofrer uma extinção em massa semelhante à do Período Permiano (entre 299 e 251 milhões de anos atrás), quando 90% das espécies morreram devido às condições climáticas drásticas.

Em 2024, chegamos a um nível recorde de 1,5ºC de temperatura. Segundo a Agência Brasil, cientistas indicam que, se continuarmos assim, o aumento deve chegar a 2,7ºC até 2100. E se a temperatura chegar a 3ºC, as mortes de espécies seriam catastróficas.

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Extinção já começou

A perspectiva não é nada positiva. De acordo com Montgomery, a “concentração atmosférica de CO₂ não só está aumentando, como está aumentando de forma cada vez mais acentuada”. Para ele, a extinção já começou e somos nós, humanos, que estamos causando tudo isso.

Mesmo antes da situação ficar incontrolável, as consequências podem ser drásticas:

  • Segundo o pesquisador, um aumento entre 1,7 °C e 2,3 °C, mesmo que temporário, poderia colapsar as camadas de gelo no Ártico, desacelerar a Circulação Meridional do Atlântico (que controla todo o clima global) e elevar o nível do mar em vários metros;
  • As consequências serão sentidas já “nos próximos 20 ou 30 anos”;
  • Além das emissões de dióxido de carbono, Montgomery chamou atenção a emissão de metano, 83 vezes mais danoso.
Imagem mostra relógio de rua marcando 42 graus na cidade de São Paulo, nível de calor aumenta
Pesquisador recomendou medidas de adaptação ao clima (Imagem: Cris Faga / Shutterstock.com)

Há solução?

Durante o evento, Hugh Montegomery ressaltou a importância de pensar em medidas de adaptação ao clima, que já está afetando a saúde da população. Por exemplo, já reportamos no Olhar Digital como as ondas de calor devem afetar idoso com mais intensidade (confira os detalhes aqui).

No entanto, essa adaptação não pode substituir a redução “drástica e imediata nas emissões”. Para ele, “não faz sentido focar apenas no alívio dos sintomas quando deveríamos estar buscando a cura”.

Para além dos impactos na saúde, o pesquisador também estima impactos econômicos das mudanças climáticas: a economia mundial deve reduzir em 20% ao ano, cerca de US$ 38 trilhões, a partir de 2049. Imagine só uma extinção em massa total.

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Oásis pré-históricos ajudaram a vida a resistir à extinção em massa

O planeta Terra já passou por cinco extinções em massa. A pior delas sendo a do período Permiano, onde cerca de 96% das espécies marinhas foram extintas.

Porém, uma dúvida ainda levanta debates na comunidade científica, o mesmo desastre ocorreu em terra firme? Foi essa pergunta que pesquisadores do Instituto de Geologia e Paleontologia de Nanjing (NIGPAS) tentaram responder.

Segundo o estudo, publicado na Science, a fauna terrestre sofreu bem menos que a marítima. De acordo com o líder da pesquisa, Feng Liu, foram encontrados locais, ao ArsTechnica, apelidados de “oásis”, que serviram como refúgio para a vida. Estes recantos de tranquilidade em meio ao caos da Grande Morte, como foi chamado este período sombrio, foram essenciais para permitir que a vida na terra continuasse.

Fauna terrestre sofreu bem menos que a marítimafauna terrestre sofreu bem menos que a marítima (Imagem: Shutterstock)

Terceira Grande Extinção em massa

A terceira Grande Extinção em Massa durou cerca de 200 mil anos e também gera debates. Alguns especialistas apontam para o impacto de um asteroide; outros consideram que uma erupção vulcânica em grande escala teria alterado o clima a um ponto insustentável para a maioria das espécies.

Ainda conforme o estudo, levaria muito mais tempo para retomar a normalidade no planeta caso esses oásis não existissem. A reconstrução dos ecossistemas em tão pouco tempo só foi possível graças a eles.

“Este ambiente pode ter servido como um refúgio para a flora mesozoica que surgiu no final do Permiano, potencialmente contribuindo para a estabilidade da cadeia alimentar e atraindo muitos animais terrestres que se adaptaram a este ambiente”, disseram os responsáveis pela pesquisa.

Sítio arqueológico e descoberta dos pesquisadores

  • No sítio arqueológico de Turpan-Hami Basin, na província de Xinjiang (China), foram encontrados fósseis de árvores presos a pedras;
  • As raízes destas plantas se fixaram no que costumava ser solo fértil, que posteriormente, com a ação do tempo, se petrificou;
  • Isso significa que a vegetação que cresceu ali há milhões de anos estava realmente fixada ao solo e não apenas fragmentos acumulados;
  • A flora pré-histórica também indica que existia alimento o suficiente para os animais herbívoros da época sobreviverem a extinção em massa.

A existência de esporos e pólen demonstra a variedade de plantas e organismos que existiam nesses refúgios. Com isso, a grande presença de plantas e a multiplicidade de espécies pode evidenciar a disponibilidade de comida e água. Mesmo com a instabilidade do período, estes locais serviram como reservas para a vida terrestre.

Mesmo com a instabilidade do período, estes locais serviram como reservas para a vida terrestre (Imagem: Andriy Nekrasov/Shutterstock)

Boa parte das plantas encontradas eram características de beira de lagos e rios, tipo de flora que se adapta bem a climas úmidos. Por conta da abundância de esporos e das plantas fossilizadas, os cientistas concluíram que o clima no planeta era úmido ou sub-úmido com chuvas regulares.

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Como o ambiente dentro dos oásis tinha a umidade certa e a quantidade suficiente de comida e água, era possível resistir a eventos catastróficos que afetavam o resto do planeta. Após o fim do período da extinção em massa, muitos animais encontraram refúgio nestes locais, conseguiram manter sua linhagem e superar a extinção em massa.

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