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Vulcões na Lua? Nova missão vai investigar formações lunares

A empresa de engenharia aeroespacial Firefly fez parceria com a Honeybee Robotics, uma unidade da Blue Origin, do empresário Jeff Bezos, para desenvolver um rover. O equipamento entrará em ação na terceira missão lunar do grupo, em 2028, para estudar a composição das Cúpulas de Gruithuisen, uma parte da Lua nunca antes explorada.

As cúpulas estão no lado próximo do astro e são uma rara formação vulcânica. Especialistas acreditam que o local é rico em sílica, um composto escasso na superfície lunar. Pesquisar afundo essa estrutura pode trazer pistas sobre a história geológica da Lua e a localização dos recursos que a humanidade encontrará em futuras missões.

“Estamos animados em dar suporte à missão da Firefly para as Cúpulas Gruithuisen fornecendo mobilidade de superfície, uma capacidade essencial para a permanência lunar”, disse Paul Ebertz, vice-presidente sênior de In-Space Systems da Blue Origin, em comunicado

A Honeybee Robotics, parte da unidade de negócios In-Space Systems da Blue Origin, é uma empresa aeroespacial e de robótica focada no desenvolvimento de componentes e sistemas para astros do Sistema Solar. Ela já lançou mais de 3000 equipamentos para o espaço. As missões atuais incluem Dragonfly para Titã, Martian Moons eXploration (MMX) para Fobos e várias para a Lua, incluindo Blue Ghost da Firefly e Athena da Intuitive Machines.

A Honeybee tem três escritórios. Um está em Longmont, no Colorado, outro em Altadena, na Califórnia, e o mais recente em Greenbelt, Maryland, com foco em tecnologia de ponta. (Imagem: Honeybee Robotics)

Pouso será uma manobra complexa

Durante a missão, o veículo de transferência Elytra Dark, feito pela Firefly, colocará o módulo de pouso Blue Ghost em órbita lunar e então ficará orbitando para fornecer comunicações de longo alcance. Então, o módulo pousará nas Cúpulas, irá liberar o rover da Honeybee e dará suporte às operações por aproximadamente duas semanas.

O robô analisará o local com ajuda do Lunar Vulkan Imaging and Spectroscopy Explorer (Lunar-VISE) da NASA. Com essa ferramenta, ele poderá fazer gravações, medir raios gama e emissão de nêutrons, assim os cientistas poderão compreender a composição das rochas no local.

Ele viajará ao longo da borda sul da cúpula Gamma e através de um campo de pedras até chegar em uma cratera de impacto recente. Depois, voltará ao módulo de pouso pouco antes do pôr do sol para assim realizar observações repetidas em diferentes ângulos de iluminação solar.

O conjunto completo de equipamentos conta com seis cargas úteis patrocinadas pela NASA a bordo da Missão Blue Ghost 3, da Firefly. Todos os instrumentos servem para que o robô possa captar informações sobre a composição e os processos vulcânicos que formaram os domos.

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O rover da Honeybee Robotics da Blue Origin ajudará a investigar a composição das Cúpulas Gruithuisen. (Imagem: Honeybee Robotics)

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Firefly teve sucesso recente

A primeira missão da empresa privada Firefly Aerospace, a Blue Ghost 1, pousou com sucesso no dia 2 de março. Ela carregava dez instrumentos da NASA que coletaram dados por duas semanas.

Desde o lançamento do Kennedy Space Center da NASA, na Flórida, em 15 de janeiro, a nave viajou mais de 4,5 milhões de quilômetros

O módulo lunar pousou em uma formação vulcânica chamada Mons Latreille, dentro do Mare Crisium, uma bacia de mais de 480 quilômetros de largura localizada no quadrante nordeste do lado próximo da Lua.

A empresa faz parte da iniciativa Commercial Lunar Payload Services (CLPS) – na tradução, “Serviços Comerciais de Carga Lunar”, da NASA. O projeto tem como foco criar uma ponte de colaboração entre a Agência Espacial Americana e a iniciativa privada. Isso inclui tudo, desde integração e operações de carga útil até lançamentos da Terra e pousos na superfície lunar.

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Lander lunar Blue Ghost encerra missão histórica

A missão histórica do lander lunar Blue Ghost, da Firefly Aerospace, chegou ao fim. Movido a energia solar, o Blue Ghost foi desligado na noite de domingo (16), após o pôr do Sol em seu local de operação na Lua, marcando o término de duas semanas de atividades bem-sucedidas na superfície lunar.

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (17), o engenheiro-chefe Will Coogan ressaltou que “testamos todos os sistemas do lander e simulamos cada cenário possível para alcançarmos esse momento”.

Ele destacou, ainda, que “o que realmente diferencia nossa equipe é a paixão e o comprometimento mútuo. Embora nossa equipe seja mais jovem e com menos experiência do que a de muitas nações e empresas que já tentaram pousos lunares, o apoio que temos reciprocamente impulsiona o trabalho árduo e a dedicação para encontrar cada solução que tornou essa missão um sucesso”.

Sonda Blue Ghost registrou a Terra eclipsando o Sol enquanto nós víamos um eclipse lunar (Imagem: Elementos fornecidos pela Firefly Aerospace; edição: Olhar Digital)

Fim da missão do lander Blue Ghost

  • Nomeada “Ghost Riders in the Sky” pela própria Firefly, esta foi a primeira empreitada lunar da empresa;
  • A missão contou com o apoio do programa Commercial Lunar Payload Services (CLPS) da NASA, que coloca equipamentos científicos a bordo de landers robóticos para coletar dados de forma econômica, preparando o cenário para a chegada de astronautas da missão Artemis à Lua em alguns anos;
  • Em 2 de março, o Blue Ghost entregou, com sucesso, dez cargas científicas da NASA em uma planície basáltica do lado visível da Lua, conhecida como Mare Crisium (“Mar de Crises”);
  • Este pouso foi apenas o segundo realizado por um lander lunar privado, ficando atrás do veículo Odysseus, da Intuitive Machines, que havia operado por sete dias antes de ser desligado em fevereiro de 2024;
  • O planejamento da missão previa que o Blue Ghost e seus instrumentos científicos funcionassem durante um dia lunar — aproximadamente duas semanas terrestres. E, conforme anunciado pela Firefly, a operação foi considerada 100% bem-sucedida.

“Após um pouso impecável, nossa equipe iniciou, imediatamente, as operações na superfície para garantir que as dez cargas da NASA capturassem o máximo de dados possíveis durante o dia lunar”, afirmou o CEO da Firefly, Jason Kim, no comunicado.

Ele acrescentou: “Estamos imensamente orgulhosos das demonstrações viabilizadas pelo Blue Ghost, desde o rastreamento dos sinais de GPS na Lua pela primeira vez até a perfuração robótica que alcançou profundidades nunca exploradas na superfície lunar. Nosso agradecimento se estende à iniciativa CLPS da NASA e à administração da Casa Branca, que serviram de base para essa missão. Foi uma honra possibilitar experimentos em ciência e tecnologia que contribuirão para futuras missões à Lua, Marte e além.”

Além disso, o Blue Ghost teve a oportunidade de observar o eclipse lunar total conhecido como “Lua de Sangue”, ocorrido entre 13 e 14 de março. Devido à sua posição privilegiada, o lander captou esse evento dramático como se fosse um eclipse solar, registrando uma deslumbrante imagem do “anel de diamante” que foi compartilhada com o mundo pela Firefly.

Blue Ghost em órbita lunar
Blu Ghost em órbita lunar (Imagem: Firefly Aerospace)

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Durante toda a missão, o lander transmitiu 119 GB de dados, dos quais 51 GB eram informações científicas, antes de se desligar conforme o previsto, por volta das 20h15 (horário de Brasília) do domingo (16).

Nas horas finais, o Blue Ghost conseguiu registrar imagens do pôr do Sol lunar ainda no domingo (16), fornecendo à NASA dados sobre a possível levitação do pó lunar devido à influência solar, fenômeno que pode gerar brilho no horizonte, conforme observado por Eugene Cernan durante a Apollo 17. Após o crepúsculo, o lander permaneceu ativo por mais cinco horas durante a noite lunar, captando imagens que ajudam a entender como o comportamento do pó muda após o pôr do Sol.

Outras missões lunares privadas

A iniciativa “Ghost Riders in the Sky” integra onda crescente de exploração lunar privada. Em 15 de janeiro, o Blue Ghost foi lançado juntamente com outro lander lunar privado, o Resilience, da empresa japonesa ispace, que tem tentativa de pouso prevista para 5 de junho.

Além disso, o segundo lander da Intuitive Machines, chamado Athena, decolou em 26 de fevereiro e aterrissou próximo ao polo sul lunar em 6 de março, mas tombou logo após o pouso, sendo declarado inoperante em 7 de março.

Essa onda de exploração deve continuar nos próximos anos, se tudo ocorrer conforme o planejado. A Firefly já planeja sua segunda missão lunar, novamente sob o programa CLPS, prevista para 2026. Nesta missão, o Blue Ghost será enviado para o lado oculto da Lua e a empresa colocará sua espaçonave “Elytra Dark” em órbita lunar, abrindo caminho para novas descobertas no Espaço.

Registro feito pelo módulo lunar Blue Ghost
Registro feito pelo módulo lunar Blue GhostRegistro feito pelo módulo lunar Blue Ghost (Imagem: Reprodução/Firefly Aerospace)

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Nave privada na Lua ganha “anel de diamante” histórico em noite de eclipse

Na madrugada desta sexta-feira (14), um verdadeiro espetáculo tomou conta do céu: o primeiro eclipse de 2025. Enquanto para nós, a Lua foi ocultada pela sombra da Terra (ou seja, um eclipse lunar), do ponto de vista do satélite natural, foi o Sol que acabou escondido pelo planeta (o que caracteriza um eclipse solar).

Para os observadores na Terra, o céu ganhou uma “Lua de Sangue” por cerca de 65 minutos, gerando imagens incríveis que foram compartilhadas nas redes sociais – confira aqui.

Também há registros da ocultação do Sol pelo planeta. E o responsável pela captura foi o módulo de pouso Blue Ghost, da Firefly Aerospace, que pousou na Lua em 2 de março. Esse é um feito histórico, já que foi a primeira vez que um equipamento privado (sem ligação com qualquer agência espacial federal) observou um eclipse solar diretamente da superfície lunar. 

O módulo lunar Blue Ghost capturou um “anel de diamante” durante um eclipse solar total por volta das 5h30(pelo horário de Brasília), em 14 de março de 2025, do Mare Crisium, na Lua. Crédito: Firefly Aerospace

“Blue Ghost ganhou seu primeiro anel de diamante!”, celebrou a Firefly Aerospace, responsável pela sonda, em um comunicado. A expressão faz referência ao contorno luminoso do Sol ao redor da Terra.

Segundo a empresa, o módulo capturou a Terra bloqueando o Sol durante o eclipse por volta das 5h30 (pelo horário de Brasília). “Quando o Sol começou a espreitar ao redor da Terra, formou um anel de luz brilhante no céu lunar escuro”.

Uma foto tirada cerca de quatro horas antes do registro do “anel de diamante” mostra os estágios iniciais do eclipse. Alguns Instrumentos e antenas do Blue Ghost podem ser vistos na foto ao lado dos painéis solares da espaçonave.

Início do eclipse solar total, capturado pela sonda Blue Ghost em 14 de março de 2025, a partir da Lua. Crédito: Firefly Aerospace

O fenômeno “anel de diamante” também pode ser observado da Terra durante eclipses solares, quando surgem pontos luminosos à medida que a luz do Sol passa por vales e montanhas na superfície da Lua, momentos antes ou logo após a totalidade.

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O que o módulo Blue Ghost vai fazer na Lua

Desde o pouso e ao longo de 14 dias terrestres da missão (o equivalente a um dia lunar), a sonda Blue Ghost conduz operações na superfície e oferece suporte a demonstrações científicas e tecnológicas da NASA.

Confira abaixo o que está previsto nos trabalhos desempenhados pela espaçonave:

  • Perfuração subterrânea;
  • Coleta de amostras e imagens de raios X;
  • Testes do sistema global de navegação por satélite e da computação tolerante à radiação;
  • Captura de imagens de alta definição de um eclipse total – quando a Terra bloqueará o Sol acima do horizonte da Lua – em 14 de março;
  • Registro do pôr do sol, em 16 de março, fornecendo dados sobre como a poeira lunar levita devido às influências solares e cria um brilho no horizonte documentado pela primeira vez por Eugene Cernan, na Apollo 17.

A poeira lunar pode ser um desafio para futuras bases em nosso satélite natural. Por isso, observações e testes são importantes.

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Blue Ghost: NASA revela novas imagens de pouso na Lua; veja

A NASA revelou novas imagens do pouso do Blue Ghost na Lua. Na quinta-feira (13), a agência espacial divulgou um vídeo que mostra as plumas do motor do módulo interagindo com a superfície lunar. O momento foi registrado pelo SCALPSS 1.1 (sigla em inglês para Câmeras Estereoscópicas para Estudos de Pluma-Solo Lunar).

Entenda:

  • A NASA revelou novas imagens do pouso do módulo Blue Ghost na Lua;
  • Em um vídeo divulgado pela agência espacial, podemos ver as plumas do motor do módulo interagindo com a superfície lunar;
  • As imagens foram registradas por quatro câmeras do SCALPSS 1.1, da NASA;
  • O conteúdo pode conter informações valiosas sobre pousos e operações na Lua, e deve apoiar futuras missões.
Blue Ghost, da Firefly Aerospace, pousou na Lua no dia 2 de março. (Imagem: Firefly Aerospace)

Como pode ser visto abaixo, as imagens mostram uma sequência capturada por quatro câmeras durante a descida e o pouso bem-sucedido do módulo da Firefly Aerospace, que aterrissou próximo ao pico Mons Latreille no último domingo (2). Há alguns dias, a empresa aeroespacial também publicou um vídeo do momento em suas redes sociais.

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Novas imagens do Blue Ghost podem apoiar futuras missões na Lua

O SCALPSS 1.1 inclui, ao todo, seis câmeras – sendo quatro de curta distância focal e duas de longa distância focal. Usando imagens registradas pelas câmeras do segundo tipo, a equipe pretende comparar imagens da superfície da Lua antes e depois do pouso. Além disso, o instrumento também deve ajudar a compreender como a poeira lunar reage à transição do dia para a noite.

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Imagens capturadas pela NASA podem apoiar futuras missões lunares. (Imagem: Grey Zone/Shutterstock)

“Embora os dados ainda sejam preliminares, as mais de 3.000 imagens que capturamos parecem conter exatamente o tipo de informação que esperávamos para entender melhor a interação pluma-superfície e aprender como modelar com precisão o fenômeno com base no número, tamanho, impulso e configuração dos motores”, diz Rob Maddock, gerente de projeto do SCALPSS, em comunicado.

Michelle Munk, pesquisadora principal, completa: “A operação bem-sucedida do SCALPSS é um passo fundamental na coleta de conhecimento sobre o pouso e a operação na Lua, e essa tecnologia já está fornecendo dados que podem informar futuras missões.”

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VÍDEO: lander Blue Ghost perfura a Lua e traz incríveis imagens

O lander Blue Ghost, da Firefly Aerospace, continua a apresentar resultados surpreendentes em sua missão na Lua.

Em sua tentativa de pouso realizada em 2 de março, a espaçonave aterrissou próximo a Mons Latreille – pico lunar isolado situado na vasta bacia de Mare Crisium (“Mar de Crises”, em português), na região nordeste do lado visível da Lua. Rapidamente, o Blue Ghost iniciou seus objetivos científicos, incluindo a captura de uma imagem deslumbrante durante o nascer do Sol lunar.

Novas atualizações da Firefly Aerospace divulgam vídeos que mostram algumas das cargas úteis do Blue Ghost em ação. Um destaque é o experimento Lunar Instrumentation for Subsurface Thermal Exploration with Rapidity (LISTER), que vem realizando perfurações na superfície lunar ao longo da última semana.

Um vídeo mostra o perfurador pneumático movido a gás, desenvolvido pela Texas Tech University e pela Honeybee Robotics, enquanto ele avança na Lua. As pequenas erupções explosivas e as faíscas geradas – possivelmente decorrentes da superfície lunar eletricamente carregada – acompanham o avanço do equipamento. Veja a seguir:

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Blue Ghost antecede missões com humanos do século XXI na Lua!

  • Utilizando nitrogênio purificado, o LISTER tem, como meta, atingir profundidade de cerca de dois a três metros, registrando medições de temperatura durante o percurso para estudar a transferência de calor e as variações térmicas com o aumento da profundidade;
  • Além disso, o lander Blue Ghost implantou quatro eletrodos conectados por cabos e uma haste de 2,4 metros, que, juntos, compõem o instrumento Lunar Magnetotelluric Sounder (LMS) da NASA. Esse equipamento tem a função de investigar a estrutura e a composição do manto lunar;
  • Outra carga útil a bordo, o Lunar PlanetVac, conseguiu coletar, transferir e classificar amostras do solo lunar utilizando gás nitrogênio pressurizado, com vídeos que demonstram o instrumento em plena operação.

Como parte da iniciativa Commercial Lunar Payload Services (CLPS) da NASA, o Blue Ghost transporta dez cargas úteis, das quais, segundo informações da Firefly, oito já alcançaram seus objetivos de missão até 6 de março.

Entre elas está o SCALPSS, que monitorou os efeitos das plumas dos motores do lander sobre o regolito lunar durante o pouso do Blue Ghost.

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“Fantasma Azul” pousa na Lua neste domingo (2) – saiba como assistir

Conforme noticiado pelo Olhar Digital, um foguete Falcon 9, da SpaceX, lançou o módulo robótico Blue Ghost (“Fantasma Azul”), da empresa privada de voos espaciais Firefly Aerospace, em 15 de janeiro. Pouco mais de seis semanas depois, a sonda se prepara para pousar na Lua, um evento que poderá ser acompanhado ao vivo.

O pouso está programado para acontecer na madrugada deste domingo (2), às 5h35 (pelo horário de Brasília). A transmissão ao vivo começa às 4h30, pelo canal da NASA no YouTube e no serviço de streaming NASA+. A Firefly Aerospace também disponibilizará uma transmissão própria, que se inicia às 4h20.

Representação artística da sonda Blue Ghots, da Firefly Aerospace, na Lua. Crédito: Firefly Aerospace

O Blue Ghost transporta 10 experimentos da NASA, parte do programa Serviços de Carga Útil Lunar Comercial (CLPS). Durante 14 dias terrestres, a sonda realizará estudos sobre a superfície lunar. No entanto, antes de iniciar sua missão científica, precisa concluir um pouso seguro – um processo totalmente automatizado e cheio de desafios.

Tudo começa com uma queima de inserção da órbita de descida, quando a sonda estiver a 100 km da superfície da. Em seguida, ativará seus motores para reduzir a velocidade e garantir um toque controlado no solo. Todo o processo levará cerca de 63 minutos.

Em um comunicado, Ray Allensworth, diretor do programa de espaçonaves da Firefly Aerospace, destacou que os momentos finais serão tensos. “Os 12 a 13 minutos finais serão críticos, pois o pouso ocorrerá de forma autônoma. O sistema de navegação a bordo precisará identificar um local seguro para a descida”.

Registro feito pelo módulo lunar Blue Ghost

Imagem captada pela espaçonave Blue Ghost poucos dias depois de deixar a Terra. Crédito: Firefly Aerospace/Reprodução

Destino: Mare Crisium

O Blue Ghost pousará na Mare Crisium, uma vasta bacia de impacto localizada no lado visível da Lua. Essa região, que cobre aproximadamente 176 mil km², foi formada pelo impacto de um asteroide há bilhões de anos.

O local exato do pouso é Mons Latreille, uma cúpula vulcânica dentro da cratera. Cientistas acreditam que essa área pode oferecer informações valiosas sobre a composição da superfície lunar, diferentes das regiões exploradas pelas missões Apollo.

Mapa mostra a localização da vasta bacia de impacto Mare Crisium, no lado visível da Lua, onde o Blue Ghost vai pousar. Crédito: NASA

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Quanto tempo a sonda vai trabalhar na Lua?

A missão do Blue Ghost será curta. O módulo foi projetado para operar por um dia lunar, o equivalente a 14 dias terrestres. Depois desse período, a longa noite lunar tornará impossível a continuidade da missão.

No dia 14 de março, a sonda terá uma oportunidade especial: capturar imagens de um eclipse lunar total diretamente da superfície da Lua. Dois dias depois, o módulo registrará o pôr do sol lunar, fornecendo dados sobre o comportamento da poeira lunar ao ser influenciada pela luz solar.

E se algo der errado?

Se houver falhas na descida, a Firefly Aerospace pode tentar pousar em outro momento. Caso um problema impeça a sonda de iniciar a aproximação, a equipe de controle pode manter o Blue Ghost em órbita e reprogramar o pouso.

“Se qualquer uma das manobras finais não ocorrer como planejado, temos a chance de orbitar a Lua novamente e tentar uma nova descida”, explicou Allensworth. Esse ajuste poderia atrasar o pouso em até duas horas.

O sucesso da missão será um marco para a Firefly Aerospace e para o programa CLPS da NASA, fortalecendo os planos de exploração e uso comercial da Lua no futuro.

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