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O que é o Efeito Cherenkov?

O universo da física é repleto de fenômenos intrigantes, e um dos mais fascinantes é o efeito Cherenkov. Você já viu e se perguntou por que alguns reatores nucleares brilham com uma tonalidade azul intensa?

Esse brilho, muitas vezes retratado em filmes e séries de ficção científica, não é um mero efeito cinematográfico, mas sim um fenômeno real, conhecido como efeito Cherenkov.

Ele ocorre quando partículas carregadas, como elétrons, atravessam um meio dielétrico — como a água — a uma velocidade superior à da luz nesse meio. Esse efeito produz um característico brilho azul, que pode ser observado em reatores nucleares submersos.

Além de seu impacto visual impressionante, o efeito Cherenkov tem aplicações significativas na ciência e na tecnologia, desde a detecção de radiação até a astrofísica. Vamos entender o que é esse fenômeno, como ele ocorre e suas aplicações no mundo moderno.

Como ocorre o Efeito Cherenkov?

Para entender o efeito Cherenkov, é essencial compreender alguns conceitos básicos de física.

A luminosidade azulada da água nas piscinas de resfriamento dos combustíveis usados das usinas nucleares é gerada pelo efeito Cherenkov (Imagem: Advanced Test Reactor, Idaho National Laboratory.)

Quando uma partícula carregada, como um elétron, viaja através de um meio como a água ou um gás a uma velocidade maior do que a luz se propagaria nesse meio, ocorre uma liberação de radiação eletromagnética.

Essa radiação é emitida em um espectro que tende para o azul, resultando no brilho característico.

A velocidade da luz no vácuo é um limite absoluto, segundo a teoria da relatividade de Einstein. No entanto, em materiais como a água, o vidro ou até mesmo o ar, a luz viaja a uma velocidade reduzida.

Se uma partícula carregada consegue ultrapassar essa velocidade reduzida, ela provoca uma perturbação nas moléculas do meio, gerando um efeito análogo ao boom sônico, mas em formato óptico.

Aplicações do Efeito Cherenkov

O efeito Cherenkov não é apenas uma curiosidade da física, mas também uma ferramenta poderosa em diversas áreas. Algumas de suas principais aplicações incluem:

Detecção de Radiação

Os detectores de Cherenkov são amplamente usados para identificar partículas de alta energia em aceleradores, detectores de neutrinos e experimentos com raios cósmicos. Esses dispositivos são fundamentais para a física de partículas e para o entendimento do universo em escalas subatômicas.

Reatores Nucleares

O brilho azul observado em reatores nucleares submersos em água é um efeito direto da radiação Cherenkov. Ele ocorre porque os elétrons liberados na fissão nuclear ultrapassam a velocidade da luz na água, gerando esse efeito luminoso.

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Medicina e Diagnóstico por Imagem

Na medicina, o efeito Cherenkov está sendo explorado para melhorar técnicas de imagem biomédica, como a detecção de tumores. Essa abordagem permite visualizar processos biológicos em tempo real, utilizando partículas carregadas que interagem com tecidos biológicos.

Astrofísica e Exploração Espacial

Na astronomia, telescópios Cherenkov são usados para detectar raios cósmicos e fenômenos astrofísicos extremos. Esses telescópios conseguem captar a radiação Cherenkov emitida por partículas de alta energia que entram na atmosfera terrestre, ajudando na compreensão do cosmos.

Descoberta e Origem do Nome

O efeito Cherenkov foi descoberto pelo físico soviético Pavel Cherenkov em 1934, durante experimentos com soluções líquidas expostas à radiação.

Pavel Cherenkov
Pavel Cherenkov (Imagem: Domínio público)

Em 1958, Cherenkov, junto com seus colegas Igor Tamm e Ilya Frank, recebeu o Prêmio Nobel de Física por explicar teoricamente o fenômeno. Desde então, o efeito tem sido utilizado em diversas aplicações científicas e tecnológicas.

Diferença entre Efeito Cherenkov e Boom Sônico

Uma comparação interessante pode ser feita entre o efeito Cherenkov e o boom sônico. O boom sônico ocorre quando um objeto supera a velocidade do som no ar, gerando ondas de choque audíveis.

Da mesma forma, o efeito Cherenkov é uma “onda de choque” óptica, gerada quando partículas carregadas superam a velocidade da luz em um meio material.

Ambos os fenômenos são causados pela superação de uma barreira de velocidade dentro de um determinado ambiente, resultando na liberação de energia de maneira perceptível – seja como som, no caso do boom sônico, ou luz, no caso do efeito Cherenkov.

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Partículas misteriosas: neutrinos estão mais perto de serem desvendados

Não sabemos muito sobre os neutrinos, essas partículas sem carga e de interação fraca são abundantes no Universo, mas bem difíceis de detectar. Mas uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (10), mediu um neutrino com o maior grau de precisão já feito até hoje e nos colocou mais perto de entender essa partícula.

Ainda não sabemos o peso exato dos neutrinos, mas agora descobrimos que eles têm um peso diferente de zero. Isso muda muita coisa na física, pois indica que o Modelo Padrão, que basicamente serve de guia para a física de partículas, está errado nesse quesito. 

Segundo o modelo, os neutrinos não deveriam ter peso algum. “Estamos tentando entender por que estamos aqui”, disse John Wilkerson, físico da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, e um dos autores do novo estudo, ao The New York Times.

Por que é importante desvendar os neutrinos?

Uma das características mais impressionantes dos neutrinos é a sua capacidade de atravessar a matéria praticamente sem interagir com ela. Bilhões deles passam por nosso corpo a cada segundo, vindos principalmente do Sol, onde são produzidos em reações nucleares, mas também de outras fontes cósmicas, como supernovas e até mesmo do decaimento radioativo de elementos na Terra. 

Essa interação extremamente fraca faz com que detectá-los seja um enorme desafio, exigindo experimentos gigantescos e ultra-sensíveis, como os realizados em laboratórios subterrâneos para evitar interferências de outras partículas.

Existem três tipos de neutrinos, cada um associado a uma partícula diferente: o neutrino do elétron, o neutrino do múon e o neutrino do tau. 

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O mais intrigante é que eles podem “oscilar”, ou seja, se transformar de um tipo em outro enquanto viajam pelo espaço. Esse fenômeno só é possível porque os neutrinos têm massa, e foi justamente essa descoberta que rendeu o Prêmio Nobel de Física em 2015.

Além de serem peças-chave para entender os processos que ocorrem no interior das estrelas, os neutrinos podem ajudar a desvendar alguns dos maiores mistérios do Universo.

Como a pesquisa foi feita?

A pesquisa foi feita usando o experimento Karlsruhe Tritium Neutrino, ou KATRIN. O aparelho foi usado para reduzir a massa da partícula o máximo possível. O dispositivo possui 70 metros, que basicamente utilizou uma fonte de trítio para decair do hidrogênio com dois nêutrons em seu núcleo. Como o trítio é instável, ele decai em hélio e libera um antineutrino, uma espécie de antimatéria do neutrino, que deve ter seu mesmo peso. 

Reprodução de neutrinos (Imagem: Shutterstock)

Ao combinar dados das cinco primeiras execuções do experimento, os pesquisadores reduziram o limite superior da massa do neutrino por um fator de dois em comparação com o resultado anterior. A conclusão é que esse valor não era maior que 0,45 elétron-volts, nas unidades de massa usadas pelos físicos de partículas, um milhão de vezes mais leve que um elétron.

A expectativa é que com 1000 dias de experimentos os pesquisadores tenham dados ainda mais precisos. “Este é, por enquanto, o melhor limite do mundo”, disse o pesquisador.

“Há algo realmente interessante acontecendo”, finalizou Wilkerson.”E a solução provável para isso será a física além do Modelo Padrão.” A pesquisa foi publicada na Science.

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Um dos maiores enigmas da física pode ter sido desvendado após 125 anos

Uma equipe de matemáticos afirma ter solucionado um dos enigmas mais antigos da ciência: o chamado sexto problema de Hilbert. Lançado em 1900 pelo alemão David Hilbert, o desafio propunha unificar, em uma mesma estrutura matemática, as leis que explicam tanto o comportamento de partículas microscópicas quanto o movimento de fluidos em grande escala, como rios e oceanos.

Em poucas palavras:

  • Matemáticos afirmam ter resolvido o sexto problema de Hilbert, proposto em 1900;
  • O desafio era unificar leis da física em diferentes escalas;
  • A equipe mostrou que equações dos fluidos surgem do movimento de partículas;
  • O estudo também resolve o paradoxo do tempo nas leis físicas;
  • A descoberta pode impactar áreas como meteorologia e engenharia.

O estudo foi hospedado em março no repositório online arXiv, que reúne pesquisas que ainda aguardam revisão por pares para publicação. Os autores são Zaher Hani e Ma Xiao, da Universidade de Michigan, e Deng Yu, da Universidade de Chicago. Apesar de ainda não ter sido oficialmente validado, o trabalho vem chamando a atenção da comunidade científica por enfrentar um dos problemas mais complexos da matemática moderna.

David Hilbert (1862–1943), físico alemão. Créditos: Universität Göttingen. Fundo: Triff – Shutterstock. Edição: Olhar Digital

Matemáticos decifram enigma centenário da física dos fluidos

A dificuldade central do sexto problema está em integrar três níveis distintos de descrição física. No nível microscópico, partículas seguem as leis de Newton. No nível intermediário, o comportamento coletivo dessas partículas é descrito pela estatística de Boltzmann. Já no nível macroscópico, entram em cena equações como a de Navier-Stokes, que modelam o movimento dos fluidos – e cuja solução completa ainda desafia os especialistas.

Segundo os autores, foi possível demonstrar matematicamente que as equações dos fluidos emergem, de forma natural, do comportamento de partículas microscópicas em colisão. Para isso, a equipe utilizou transformadas de Fourier, ferramenta que analisa oscilações e padrões, além de reorganizar cálculos com diagramas desenvolvidos pelo físico Richard Feynman. A chave da proposta foi reduzir a complexidade desses diagramas e traçar uma linha direta entre os diferentes níveis.

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Um ponto importante abordado no estudo é o chamado paradoxo do tempo. As leis de Newton são reversíveis – funcionam igualmente bem se o tempo for invertido. Já as equações de Boltzmann introduzem uma direção no tempo, estabelecendo uma distinção entre passado e futuro. Os matemáticos mostraram quando e como essa diferença aparece, resolvendo a contradição teórica.

China comemora conquista 

Na China, país de origem de Deng e Ma, o feito foi amplamente comemorado nas redes sociais. Usuários da plataforma Zhihu chegaram a chamar o avanço de parte de um “ano milagroso” para a matemática chinesa. Ma destaca que o cerne do sexto problema é verificar se as leis da física podem ser derivadas de axiomas matemáticos. Segundo ele, a nova pesquisa indica que sim.

Outros especialistas também reconheceram a importância do trabalho. “É um resultado impressionante. Eu pensava que isso era inalcançável”, declarou ao site New Scientist Benjamin Texier, da Universidade de Lyon, que não participou do estudo. Ainda assim, os próprios autores evitam declarações definitivas. Para Hani, a solução não encerra o problema, mas aponta novos caminhos.

Se confirmada, a descoberta pode impactar áreas como meteorologia, oceanografia, engenharia hidráulica e construção civil. Além de resolver um desafio histórico, ela reforça a ponte entre teoria matemática e fenômenos do mundo real.

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Por que não sentimos o peso da atmosfera? Entenda

A atmosfera terrestre é uma camada de gases que envolve nosso planeta, essencial para a manutenção da vida. Composta principalmente por nitrogênio (78%) e oxigênio (21%), ela também contém outros gases, vapor d’água e partículas em suspensão. 

Apesar de sua imensa massa, que chega a aproximadamente 5,5 quatrilhões de toneladas, não sentimos o peso da atmosfera sobre nossos corpos. Mas por que isso acontece? Continue lendo e descubra.

O que é a atmosfera?

Aurora Boreal na atmosfera / Crédito: muratart (shutterstock/reprodução)

A atmosfera é uma camada de gases que envolve a Terra, retida pela força da gravidade. Ela desempenha um papel crucial na proteção do planeta, filtrando radiação ultravioleta, regulando a temperatura e permitindo a respiração dos seres vivos.

A atmosfera tem cinco camadas principais:

  • Troposfera (0-12 km): onde ocorrem os fenômenos meteorológicos e se encontra o ar respirável.
  • Estratosfera (12-50 km): contém a camada de ozônio, que absorve a radiação UV.
  • Mesosfera (50-80 km): camada onde as temperaturas são mais baixas e onde a maioria dos meteoros se desintegra.
  • Termosfera (80-700 km): onde ocorre a ionização dos gases e a formação de auroras boreais e austrais.
  • Exosfera (700-10.000 km): parte mais externa, onde os gases são extremamente rarefeitos e os satélites orbitam.

A pressão atmosférica, que é a força exercida pelo ar sobre a superfície terrestre, diminui conforme a altitude aumenta. Ao nível do mar, a pressão média é de 1 atmosfera (atm), equivalente a 101.325 Pascal (Pa). Essa pressão é produto do peso do ar acima de nós, que se estende por cerca de 100 quilômetros de altura.

Por que não sentimos o peso da atmosfera?

Um satélite na atmosfera terrestre
Um satélite na atmosfera terrestre / Crédito: Mechanik (shutterstock/reprodução)

Apesar da atmosfera exercer uma pressão significativa sobre nós, não sentimos seu peso devido a um equilíbrio de forças. O ar, sendo um fluido, exerce pressão em todas as direções. Isso significa que a pressão atmosférica atua tanto de cima para baixo quanto de baixo para cima, além de atuar lateralmente. Esse equilíbrio de forças faz com que a pressão externa se cancele, o que impede que sintamos o peso da atmosfera.

Além disso, nosso corpo é adaptado para lidar com essa pressão. A pressão interna do nosso corpo, gerada por fluidos e gases, é igual à pressão externa exercida pela atmosfera. Esse equilíbrio é essencial para nossa sobrevivência. Se houvesse uma diferença significativa entre a pressão interna e externa, nosso corpo seria comprimido ou expandido, causando danos graves.

Um exemplo prático é o que acontece ao nível do mar. A pressão atmosférica nessa altitude equivale a cerca de 10 toneladas por metro quadrado. No entanto, como a pressão se distribui uniformemente, não sentimos essa força poderosa.

Imagine segurar um objeto pesado com as duas mãos: se você aplicar a mesma força em ambos os lados, o objeto parecerá leve. O mesmo princípio se aplica à pressão atmosférica.

A atmosfera do céu da estratosfera
A atmosfera do céu da estratosfera / Crédito: Chaleephoto (shutterstock/reprodução)

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O papel da gravidade e da pressão interna

A gravidade é a força que mantém a atmosfera presa à Terra. Sem ela, os gases escapariam para o espaço, como acontece em corpos celestes menores, como a Lua. A gravidade também é responsável por comprimir o ar próximo à superfície, tornando-o mais denso ao nível do mar. Conforme subimos em altitude, o ar se torna mais rarefeito, e a pressão diminui.

Um céu com nuvens cinzentas
Um céu com nuvens cinzentas / Crédito: Bilanol (shutterstock/reprodução)

Nosso corpo, por sua vez, sofreu adaptações ao passar dos anos para resistir a essas forças. A pele, os músculos e os ossos são estruturas que ajudam a manter a integridade física mesmo sob pressão. Em situações extremas, como no vácuo do espaço, onde não há pressão atmosférica, o corpo humano sofreria danos devido à falta de equilíbrio entre as pressões interna e externa.

No entanto, na superfície terrestre, esse equilíbrio se mantêm, o que permite que vivamos sem sentir o peso da atmosfera.

Em resumo, a atmosfera terrestre é uma camada essencial para a vida, e os habitantes da Terra não sentem seu peso por causa do equilíbrio entre a pressão externa e a pressão interna do nosso corpo. A física por trás desse fenômeno demonstra como a natureza encontra maneiras de manter a harmonia entre forças aparentemente opostas.

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Gravidade pode ser ilusão? Nova teoria propõe explicação

A gravidade pode não ser uma força fundamental, mas um efeito emergente da entropia. Esse conceito, que mede a desordem dos sistemas, pode esconder a chave para unir relatividade e mecânica quântica. Um novo estudo sugere que a atração entre os corpos celestes pode ser apenas um reflexo de processos mais profundose essa ideia pode até explicar mistérios, como a matéria e a energia escuras.

A proposta vem da professora Ginestra Bianconi, da Queen Mary University of London (Inglaterra). Em seu estudo, publicado na Physical Review D, ela utiliza a entropia quântica relativa para redefinir a gravidade. A pesquisa sugere que a curvatura do espaço-tempo pode ser apenas um efeito de uma interação entrópica, o que ajudaria a explicar anomalias gravitacionais hoje atribuídas à matéria escura.

Matéria escura pode não existir — a resposta pode estar na entropia! (Imagem: Zita/Shutterstock)

O estudo também prevê uma constante cosmológica positiva, relacionada à energia escura. Além disso, introduz um campo G, capaz de modificar a gravidade e dispensar a necessidade da matéria escura. Se confirmada, essa ideia pode revolucionar nossa compreensão do Universo — e, finalmente, aproximar a relatividade da mecânica quântica.

Gravidade e entropia: conexão inesperada?

A entropia é a grande lei do caos: uma medida de desordem que, no Universo, só cresce com o tempo. Mas ela não se resume a bagunça — também está diretamente ligada à informação. E é nessa conexão que o estudo aposta para unir as duas gigantes da física.

A pesquisa usa um conceito chamado entropia quântica relativa para repensar a relação entre matéria e espaço-tempo. Em vez de ver a gravidade como uma força, a ideia é que ela surja naturalmente da interação entre esses elementos, como um efeito secundário da própria estrutura do cosmos.

Nos modelos clássicos, imaginamos o espaço-tempo como uma malha elástica deformada pela matéria. Mas, na prática, essa geometria é definida por uma métrica invisível, influenciada pela massa dos objetos. E se a chave para entender tudo isso estiver na informação, e não na força?

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Novo olhar sobre o cosmos

  • A proposta também mexe com outra peça fundamental do quebra-cabeça cósmico: a estrutura invisível do Universo;
  • O estudo sugere que a gravidade pode não precisar da matéria escura para explicar anomalias gravitacionais;
  • Em vez disso, o campo G modificaria a gravidade em escalas cósmicas, influenciando a rotação das galáxias sem a necessidade de uma substância oculta;
  • Outra implicação direta está na energia escura. O modelo prevê constante cosmológica emergente, que pode ser a chave para entender a aceleração da expansão do Universo;
  • Em vez de ser um ajuste arbitrário nas equações, essa constante surgiria naturalmente da interação entrópica entre espaço-tempo e matéria.

Se confirmadas, essas ideias podem indicar que os fenômenos mais misteriosos do cosmos não são causados por elementos invisíveis, mas por sutilezas profundas nas leis fundamentais da física.

Cosmos.
Campo G: nova peça no quebra-cabeça da gravidade? (Imagem: Atharv77/Shutterstock)

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O que é metafísica e como ela influencia a ciência e o estudo do Universo?

A metafísica é um dos ramos mais antigos e complexos da filosofia. Desde os tempos da Grécia Antiga, esse campo do conhecimento busca compreender a realidade para além do mundo físico, explorando questões como a existência, a natureza do ser, a consciência, o espaço, o tempo e a origem do Universo.

A palavra “metafísica” significa literalmente “além da física“, refletindo seu objetivo de investigar aquilo que não pode ser explicado apenas por meio da ciência empírica.

Ao longo dos séculos, a metafísica influenciou diversas áreas do pensamento humano, como a ciência, a religião e a própria filosofia. Seu impacto pode ser percebido em debates sobre a essência da realidade e na formulação de conceitos fundamentais que moldaram o conhecimento moderno.

Questões como “O que é o ser?”, “Existe uma realidade independente da nossa percepção?”, “O tempo e o espaço são reais ou apenas construções humanas?” fazem parte das discussões centrais desse campo do saber.

Mas, afinal, qual é o objetivo da metafísica? E por que ela ainda é estudada? Vamos explorar suas origens, os principais pensadores que ajudaram a estruturá-la e como esse campo do saber ainda influencia diversas discussões atuais.

O que é e quem criou a metafísica?

O termo “metafísica” surgiu na Grécia Antiga e foi popularizado pelo filósofo Andrônico de Rodes, que organizou os escritos de Aristóteles no século I a.C.

O nome deriva do grego “metá ta physiká”, que significa “além da física”, referindo-se a estudos que iam além da matéria e dos fenômenos observáveis. Aristóteles, considerado o principal precursor da metafísica, buscava compreender os princípios fundamentais da realidade e a estrutura do ser, formulando conceitos como substância, causa e essência.

Estátua de Aristóteles (Imagem: FASBAM/Reprodução)

No entanto, Aristóteles não foi o único pensador a influenciar a metafísica. Platão, seu mestre, desenvolveu a teoria das ideias, que defendia a existência de uma realidade superior e imutável, acessível apenas pelo intelecto.

Enquanto Platão argumentava que o mundo sensível é apenas uma cópia imperfeita dessa realidade ideal, Aristóteles se concentrava na investigação da substância e da existência em si.

Com o passar do tempo, a metafísica ganhou novas interpretações. Na Idade Média, pensadores como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino incorporaram elementos religiosos, relacionando a metafísica com a existência de Deus, a natureza da alma e a origem do Universo. Para Aquino, a metafísica era a ciência do “ser enquanto ser”, um estudo da realidade que buscava harmonizar a fé com a razão.

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No período moderno, filósofos como Descartes, Kant e Hegel reformularam suas questões fundamentais. Descartes introduziu a ideia do “cogito, ergo sum” (penso, logo existo), enfatizando a consciência como base da realidade.

Kant, por sua vez, questionou se era possível conhecer a realidade como ela é em si mesma, distinguindo entre o “fenômeno” (o que percebemos) e o “númeno” (a realidade inalcançável pela experiência).

Hegel desenvolveu a dialética, uma abordagem que via a realidade como um processo dinâmico de mudança e contradição.

Para que serve a metafísica?

A metafísica tem um papel essencial na filosofia, pois busca responder questões fundamentais sobre a existência e a realidade. Seu objetivo é investigar a natureza do ser, o conceito de identidade, a relação entre mente e corpo, o livre-arbítrio, a causalidade e a origem do Universo. Essas questões, apesar de abstratas, têm impacto direto em várias áreas do conhecimento e da vida cotidiana.

Ilustração mostra como neurônios se formam, destacando sua estrutura complexa com dendritos e axônios, representando comunicação neural e função cerebral
Ilustração de neurônios (Imagem: Kateryna Kon / Shutterstock)

Na ciência, a metafísica influencia a física teórica e a cosmologia, ajudando a formular questões sobre a existência do tempo, do espaço e das leis naturais. Físicos modernos, como Albert Einstein e Stephen Hawking, discutiram temas metafísicos ao explorar a natureza do tempo e do espaço, a teoria da relatividade e os mistérios dos buracos negros.

Na ética, a metafísica colabora para entender os fundamentos da moralidade, questionando se existem princípios objetivos ou se a moralidade é apenas uma construção social. Até mesmo a inteligência artificial e a computação quântica utilizam princípios metafísicos ao questionar a natureza da consciência e da realidade digital.

Além disso, a metafísica também tem um papel na religião e na espiritualidade, abordando temas como a existência de Deus, a alma e a vida após a morte. Dessa forma, ela continua sendo um campo fundamental para a compreensão do mundo e da própria condição humana.

Quem inventou a metafísica?

O termo foi popularizado por Andrônico de Rodes ao organizar os escritos de Aristóteles no século I a.C. No entanto, os debates metafísicos já existiam desde Platão e outros filósofos gregos.

O que é a metafísica?

A metafísica é o ramo da filosofia que estuda a natureza da realidade, do ser e da existência, indo além da matéria e das observações físicas, abordando questões sobre o tempo, o espaço, a causalidade e a identidade.

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