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Mais antiga do mundo! Formiga-do-inferno de 113 milhões de anos encontrada no Brasil

Uma criatura aprisionada em rocha calcária por 113 milhões de anos acaba de ser revelada ao mundo. Cientistas anunciaram a descoberta no Brasil do fóssil de formiga mais antigo já encontrado, pertencente ao grupo das formigas-do-inferno (Haidomyrmecinae), predadoras exclusivas do período Cretáceo, época em que os dinossauros dominavam a Terra.

O achado extraordinário, ocorrido na rica Formação Crato, no Planalto do Araripe, nordeste do país, estabelece um novo marco na paleontologia das formigas, e também lança luz sobre a evolução precoce desses insetos.

Formiga mais velha conhecida pela ciência

“Nossa equipe descobriu uma nova espécie fóssil de formiga que representa o registro geológico indiscutível mais antigo de formigas”, comemorou Anderson Lepeco, pesquisador do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, em comunicado.

“Quando encontrei este espécime extraordinário, imediatamente reconhecemos sua importância, não apenas como uma nova espécie, mas como potencialmente a evidência definitiva de formigas na Formação Crato”, relatou o cientista e principal autor do estudo publicado na revista Current Biology.

Mandíbulas exóticas e estratégias de caça das formigas-do-inferno

O fóssil, incrivelmente bem preservado dentro do bloco de calcário, passou por uma análise detalhada por tomografia computadorizada de alta resolução. Essa técnica avançada permitiu aos pesquisadores visualizar a estrutura interna da formiga sem danificá-la.

Reconstrução por tomografia computadorizada do fóssil da formiga-do-inferno. (Crédito da imagem: Odair M. Meira)

As formigas-do-inferno receberam esse nome sombrio devido à sua aparência peculiar, marcada por “chifres diabólicos” que provavelmente utilizavam para imobilizar suas presas.

A nova espécie descoberta no Brasil não foge à regra, apresentando uma característica intrigante em suas mandíbulas. Diferentemente das formigas modernas, cujas mandíbulas se movem lateralmente como pinças, essa formiga ancestral possuía uma mandíbula que se estendia para frente, paralela à cabeça, acompanhada de uma projeção facial proeminente, localizada à frente dos olhos.

Ilustração mostra a provável aparência da nova espécie de formiga-do-inferno. (Crédito da imagem: Diego M. Matielo)

“O que torna esta descoberta particularmente interessante é que ela pertence à extinta ‘formiga-do-inferno’, conhecida por suas exóticas adaptações predatórias. Apesar de pertencer a uma linhagem antiga, essa espécie já apresentava características anatômicas altamente especializadas, sugerindo comportamentos de caça únicos”, detalhou Lepeco.

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Desafiando a evolução

A morfologia complexa dessa formiga desafia as concepções anteriores sobre a velocidade com que esses insetos desenvolveram adaptações sofisticadas.

“Encontrar uma formiga tão anatomicamente especializada de 113 milhões de anos atrás desafia nossas suposições sobre a rapidez com que esses insetos desenvolveram adaptações complexas. A morfologia complexa sugere que mesmo essas formigas primitivas já haviam desenvolvido estratégias predatórias sofisticadas, significativamente diferentes de suas contrapartes modernas”, explicou o pesquisador.

Outro aspecto fascinante da descoberta é a surpreendente semelhança entre a formiga-do-inferno brasileira e fósseis de parentes encontrados em Mianmar, na Ásia. Essa conexão sugere uma ampla distribuição geográfica dessas formigas durante o período Cretáceo.

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Pegada de 3 dedos no Canadá revela novo dinossauro da família anquilossaurídeos

Recentemente, um conjunto de pegadas pré-históricas foi descoberto numa pedra em Tumbler Ridge, cidade da província da Colúmbia Britânica (Canadá). As pegadas contêm marcas de três dedos e, segundo os paleontólogos, indicam a existência de um novo dinossauro da família dos anquilossaurídeos.

Esta não é a primeira vez que a Columbia Britânica ganha destaque por esse motivo: duas crianças, intituladas Mark Turner e Daniel Helm, encontraram uma trilha de fósseis já nos anos 2000.

Para quem tem pressa:

  • Pegadas pré-históricas de um dinossauro da família dos anquilossauros foram encontradas numa pedra no Canadá;
  • A descoberta, além de importante para o estudo desses bichos, revelou que a pata dianteira tem 3 dedos: algo inédito para essa família de dinossauros;
  • A análise do fóssil ocorreu via “fotogrametria” e os cientistas nomearam esse novo animal como Ruopodosaurus clava.

Os anquilossauros são um grupo de dinossauros composto por duas famílias: os nodossaurídeos e os anquilossaurídeos; um membro desta última família foi o responsável por deixar as pegadas de três dedos encontradas em uma pedra.

Vestígios de um Ruopodosaurus clava encontrado no rio Wolverine, incluindo moldes naturais do dinossauro esquerdo manus e pes em bloco caído. A) fotografia, B) desenho de linha interpretativo e C) mapa de elevação do modelo fotogramétrico do par manus-pes. (Arbour et al., Jornal de Paleontologia de Vertebrados, 2025)

Segundo Science Alert, esta é a primeira vez que temos registro de pegadas de um anquilossaurídeo de 100 milhões de anos cuja pata traseira tem três dedos ao invés de quatro.

Charles Helm (pai de Daniel, uma das crianças que achou fósseis de dinossauros na região nos anos 2000) é consultor científico do Tumbler Ridge Museum e conversou com Victoria Arbour: uma especialista em anquilossauros. Ele a mostrou uma série de pegadas de três dedos encontradas pela região nos últimos anos.

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Quase todos os achados estão preservados no Geoparque Global da UNESCO de Tumbler Ridge. Estima-se que as pegadas são do período Cretáceo e foram preservadas em regiões não-marinhas num conjunto de rochas chamado de Formações Dunvegan e Kaskapau, local que hoje se encontra entre a Colúmbia Britânica e Alberta (ambas províncias canadenses).

Outra análise via fotogrametria (Arbour et al., Jornal de Paleontologia de Vertebrados, 2025)

Como todo fóssil, este é muito importante porque fornece material de estudo para que especialistas possam entender mais sobre as espécies pré-históricas que habitaram o planeta.

As pegadas foram analisadas e digitalmente reproduzidas por meio de uma tecnologia intitulada “fotogrametria”. Segundo o relatório dos cientistas (veja aqui), a pata traseira tinha três dedos e a dianteira tinha cinco. Eles deram o nome de Ruopodosaurus clava para esta nova espécie identificada.

Embora não saibamos exatamente como era o dinossauro que fez as pegadas do Ruopodosaurus, sabemos que ele teria cerca de 5 a 6 metros (16 a 20 pés) de comprimento, pontiagudo e blindado, e com uma cauda rígida ou um taco de cauda completa.

— Victoria Arbour: especialista em anquilossauros

De forma geral, os anquilossauros são conhecidos por serem herbívoros (uma dieta que inclui folhas, frutos, flores e caules), mas a característica mais marcante era o “corpo blindado”: um conjunto de placas ósseas (osteodermos) que os dominava da cauda, passava pelo dorso e continuava até a cabeça.

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Fóssil revela que dinossauro gigante foi devorado por vários predadores

Um artigo publicado este mês na revista Publicación Electrónica de La Asociación Paleontológica Argentina revela que um dinossauro gigante virou comida para vários animais depois de morrer. A conclusão foi possível graças a marcas observadas em um fóssil que foi encontrado em Cerro Fortaleza, na província de Santa Cruz, região argentina da Patagônia.

Trata-se de um pedaço de osso que ainda não foi identificado com precisão. Os cientistas acreditam que ele pode ser parte da perna do animal, da cintura pélvica ou da região dos ombros.

O que você vai ler aqui:

  • Um fóssil de dinossauro gigante foi encontrado com marcas de mordida na Patagônia;
  • O osso, possivelmente de um saurópode, foi devorado por ao menos três tipos de predadores;
  • As marcas indicam ataques de dinossauros carnívoros, crocodilos extintos e um pequeno mamífero;
  • A carcaça parece ter ficado exposta por muito tempo, sendo consumida por animais com hábitos diferentes;
  • O achado revela interações complexas entre espécies no Cretáceo e destaca a diversidade de espécies da região.

Esse osso pertenceu a um saurópode, grupo de dinossauros herbívoros, quadrúpedes e de grande porte. Apesar de não saberem a espécie exata, os pesquisadores conseguiram analisar as marcas deixadas no osso e concluir que o animal morto foi devorado por pelo menos três tipos diferentes de predadores.

Entre os animais que se alimentaram dele estão dinossauros carnívoros, crocodilos ancestrais e até mesmo um pequeno mamífero. Cada grupo teria atacado em momentos diferentes, o que indica que o corpo permaneceu exposto por um tempo considerável.

Fragmento de osso de dinossauro com marcas de predação pós-morte por diferentes espécies. Crédito: Paulina-Carabajal et. al.

Predadores arrancaram a carne do osso do animal

A equipe envolvida no estudo é formada por pesquisadores do Museu Paleontológico de Bariloche, do Instituto Patagônico de Geologia e Paleontologia e do Instituto de Pesquisas em Biodiversidade e Meio Ambiente, todas instituições argentinas. Os cientistas analisaram o osso em laboratório e o compararam com outros fósseis já estudados.

Ao todo, foram identificados 99 sulcos e 19 perfurações no fragmento. Essas marcas são diferentes das mordidas de caça, que geralmente acontecem durante o ataque. No caso deste fóssil, os traços são repetitivos e seguem um padrão, o que indica que os animais estavam arrancando carne do osso.

As marcas foram divididas em três tipos. O primeiro apresenta sulcos individuais ou em pares. O segundo tipo mostra sulcos paralelos, semelhantes a cortes feitos com ferramentas afiadas. Já o terceiro corresponde a buracos profundos, redondos ou ovais, que indicam mordidas mais fortes.

Representação dos três tipos de marcas encontrados no fragmento ósseo. Crédito: Paulina-Carabajal et. al.

Os pesquisadores acreditam que essas marcas podem ter sido feitas por dinossauros carnívoros como os abelissaurídeos e os megaraptores, ambos parentes distantes do tiranossauro. Também podem ter vindo de crocodilos extintos chamados notossúquios, além de um pequeno mamífero carnívoro.

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Carcaça de dinossauro foi consumida em horários variados

A diferença nos hábitos desses animais também ajudou a montar o quebra-cabeça. Enquanto dinossauros predadores eram ativos durante o dia, mamíferos costumavam agir à noite. Isso sugere que a carcaça ficou exposta por um bom tempo, sendo visitada por diferentes espécies em horários variados.

Segundo os autores, não é possível dizer com certeza se os animais caçaram o dinossauro ou apenas aproveitaram seus restos. Assim como urubus e hienas hoje em dia, muitos animais do passado se alimentavam de cadáveres que já estavam no chão.

O estudo mostra como a alimentação em grupo, mesmo entre espécies diferentes, já existia há milhões de anos. Além disso, revela a complexidade das relações entre predadores e carniceiros no fim do período Cretáceo, entre 72 e 66 milhões de anos atrás.

Por fim, os pesquisadores destacam a importância do achado para entender a diversidade de espécies que viveram na Patagônia no passado. As marcas de mordida revelam diferentes estratégias de sobrevivência e alimentação em uma região rica em vida pré-histórica.

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É um gorila? É um homem? Mistério sobre fóssil é resolvido

Um paleontólogo de Taiwan se deparou com um fóssil curioso em 2010. Era uma mandíbula que lembrava a de um gorila. A “peça”, encontrada no fundo do oceano por pescadores taiwaneses, intrigou cientistas por 15 anos. Agora, o mistério foi resolvido: o osso pertencia a um denisovano, parente dos neandertais.

A descoberta, publicada na revista Science nesta semana, amplia o que e sabe sobre onde denisovanos viveram. Até então, seus fósseis tinham sido encontrados apenas na Sibéria e no Tibete. Agora, Taiwan integra esta lista.

Fóssil de denisovano fazia parte de coleção particular

A mandíbula, chamada de Penghu 1, foi analisada por uma equipe internacional liderada por Chun-Hsiang Chang, do Museu Nacional de Ciências Naturais de Taiwan. Ele conheceu o fóssil por meio de um colecionador particular.

(Imagem: Yusuke Kaifu)

Ao estudar o fóssil, Chang percebeu que não era de um gorila. O formato não era em U, mas projetado para fora do queixo, como nas mandíbulas humanas. No entanto, não tinha o queixo proeminente dos Homo sapiens.

“Pensei que parecia humana, mas não de um humano moderno”, contou Chang, segundo o New York Times. Ele convenceu o colecionador a emprestar a peça ao museu. Ao longo dos cinco anos seguintes, trabalhou com outros cientistas para investigar sua origem.

Determinar a idade da mandíbula foi um desafio. Isso porque sua origem exata no fundo do mar era desconhecida. Pela química do osso, os cientistas descobriram semelhanças com fósseis de uma hiena asiática de cerca de 400 mil anos.

Ilustração de homem denisovano andando em floresta com dois mamutes ao fundo
(Imagem: Cheng-Han Sun)

Taiwan era separado do continente naquela época. Mas houve períodos em que o nível do mar caiu, formando pontes de terra. Os pesquisadores acreditam que o homem de Penghu 1 viveu numa dessas épocas.

A hipótese de que o fóssil era de um denisovano já existia desde 2010, ano em que os primeiros restos desse grupo foram encontrados na caverna Denisova, na Sibéria. Um dente da mandíbula se assemelhava a outro encontrado lá. Porém, isso não bastava.

Os pesquisadores tentaram extrair DNA do osso, mas não conseguiram. Em 2015, a pesquisa emperrou.

Análise de proteínas antigas

Então, o cientista Frido Welker passou a trabalhar com análise de proteínas antigas. Em 2019, ele encontrou fragmentos de colágeno numa mandíbula de 160 mil anos no Tibete. E concluiu que era de um denisovano.

Homens das cavernas em volta de fogueira
Descoberta recente expande mapa dos misteriosos denisovanos (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

Isso o levou a buscar outros fósseis com características parecidas. Foi aí que a mandíbula de Penghu, com seus dentes grandes, entrou no seu radar. E Welker contatou Chang.

Em 2023, o fóssil foi levado a Copenhague, na Dinamarca, para nova análise. O resultado confirmou: havia proteínas compatíveis com as de denisovanos.

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Outro dado veio das proteínas do esmalte dentário. Elas mostraram que o fóssil era de um homem adulto. Isso porque carregava a versão masculina do gene do esmalte, localizada no cromossomo Y.

Com essa confirmação, o mapa dos denisovanos se expandiu. Ainda assim, os cientistas acreditam que outras pistas podem estar guardadas em cavernas do sudeste asiático. E também em coleções de museus mundo afora.

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Dinossauro misterioso de 150 milhões de anos é encontrado

Um grupo de paleontólogos fez uma descoberta impressionante em Portugal. Eles desenterram um fóssil que pertence a um dinossauro herbívoro até então desconhecido que viveu no planeta há cerca de 150 milhões de anos.

Os pesquisadores explicaram que este animal antigo se caracteriza por uma boca bicuda e um corpo robusto. A espécie recém-descoberta não recebeu um nome devido ao material limitado recuperado até agora.

Ossos não correspondiam a nenhuma espécie conhecida

  • Apesar dos mistérios, os cientistas afirmam que a descoberta evidência que havia uma diversidade maior de dinossauros no Jurássico Superior do que se acreditava.
  • Eles também destacaram a importância da Europa nos eventos de diversificação e dispersão desta nova espécie.
  • O novo dinossauro herbívoro seria parente dos iguanodontianos e foi encontrado em camadas rochosas da era jurássica na Bacia Lusitana de Portugal, uma região rica em fósseis do período.
  • Após análise, os pesquisadores determinaram que os ossos não correspondiam a nenhuma espécie conhecida.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado no Journal of Systematic Palaeontology.

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Dinossauros teriam migrado entre continentes

Os pesquisadores estimam que o dinossauro era extraordinariamente pesado e robusto em comparação com outras espécies que viviam na mesma área. Eles relatam que os ossos demonstram que ainda há muito a ser descoberto sobre o período.

Dinossauro seria parente dos iguanodontianos (Imagem: AKKHARAT JARUSILAWONG/Shutterstock)

A equipe também ficou surpresa com a localização de fêmures menores e isolados. Isso indica que restos de animais de diferentes faixas etárias foram encontrados, sugerindo uma próspera comunidade desta nova espécie.

Por fim, os cientistas identificaram que o animal recém-descoberto compartilha semelhanças com as espécies iguanodontianas da América do Norte e da Europa. Eles acreditam que a Península Ibérica teria servido como uma ponte para a travessia entre os continentes.

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Misterioso fóssil de 444 milhões de anos intriga cientistas

Um novo estudo descreve um fóssil de 444 milhões de anos com tecidos moles notavelmente intactos, como músculos, tendões e até órgãos digestivos. O que mais chamou a atenção dos cientistas foi o estado de conservação, embora as penas e a cabeça estejam faltando.

A espécie foi considerada um artrópode antigo, grupo do qual também fazem parte os camarões, aranhas e insetos. Foram 25 anos de análises sobre os ossos, que foram apelidados de Sue e receberam o nome científico de Keurbos susanae. 

Condições do fóssil são praticamente únicas

  • Os artrópodes têm uma longa e bem documentada história fóssil, abrangendo mais de 500 milhões de anos.
  • Os especialistas geralmente estudam a forma externa do animal porque a casca externa dura é o que fossiliza.
  • No entanto, tudo foi diferente com Sue.
  • O fóssil preserva os tecidos moles internos do animal, como músculos, tendões e vísceras.
  • Essa preservação única é uma mina de ouro científica, mas também um grande desafio para os pesquisadores.
  • As descobertas foram divulgadas pela Universidade de Leicester.

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Animal antigo ainda está envolto em mistérios

O fóssil foi descoberto no xisto de Soom, uma formação rochosa sedimentar composta de lodos e argilas ao norte da Cidade do Cabo, na África do Sul. Essas camadas de rocha, formadas em um antigo fundo do mar há mais de 440 milhões de anos, fornecem informações sobre o passado da Terra.

Este período coincidiu com um grande evento de glaciação que desencadeou uma das “cinco grandes” extinções em massa do nosso planeta. O evento de extinção Ordoviciano-Siluriano levou à extinção de quase 85% de todos os organismos vivos.

Professora Sarah Gabbott, uma das responsáveis pelo estudo, no local onde o fóssil foi descoberto (Imagem: Universidade de Leicester)

A antiga bacia marinha onde este artrópode viveu ofereceu um refúgio, permitindo que uma comunidade diversificada de animais marinhos sobrevivesse. Os sedimentos onde Sue foi fossilizada eram extremamente ásperos, sem oxigênio e contendo altos níveis de sulfeto de hidrogênio tóxico.

Os pesquisadores acreditam que esse ambiente único contribuiu para a preservação incomum dos tecidos moles do fóssil por meio de um processo químico ainda desconhecido. Apesar de todas as descobertas, ainda é difícil determinar a posição precisa do animal na história evolutiva.

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Fóssil de peixe inédito tem 15 milhões de anos; veja!

Na Austrália, pesquisadores encontraram o fóssil de uma espécie inédita de peixe de água doce com conteúdo estomacal preservado. Com idade estimada em 15 milhões de anos, o exemplar recebeu o nome de Ferruaspis brocksi e foi detalhado em um artigo publicado no Journal of Vertebrate Paleontology.

Entenda:

  • O fóssil de uma espécie inédita de peixe de água doce foi descoberto na Austrália;
  • O exemplar de 15 milhões de anos recebeu o nome de Ferruaspis brocksi, e é a primeira evidência desse tipo encontrada no país;
  • O conteúdo estomacal do peixe estava preservado, e apontou uma dieta rica em invertebrados com destaque para larvas de mosquitos;
  • Graças a uma técnica que jamais havia sido usada em peixes antes, também foi possível determinar a cor do fóssil, que tinha a barriga mais clara e duas listras laterais no corpo. 
Fóssil de peixe descoberto na Austrália pertencia a espécie inédita. (Imagem: Laura Martin/University of New South Wales)

O F. brocksi é o primeiro fóssil de eperlano (pequeno peixe da família Osmeridae) de água doce descoberto na Austrália. Até então, não havia nenhuma evidência concreta que permitisse compreender a chegada da família ao país e se ela havia evoluído com o passar dos anos. 

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Conteúdo estomacal revelou detalhes sobre fóssil de peixe

Graças à preservação do conteúdo estomacal do fóssil, a equipe foi capaz de mergulhar fundo nos hábitos alimentares da espécie – que, como descobriram, consistia em uma variedade de invertebrados (principalmente pequenas larvas de mosquitos).

Conteúdo estomacal preservado revelou hábitos alimentares de peixe. (Imagem: Australian Museum)

Além disso, os pesquisadores também puderam identificar a cor do fóssil de F. brocksi. “O peixe era mais escuro na superfície dorsal, mais claro na barriga e tinha duas listras laterais ao longo do corpo. Usando um microscópio poderoso, conseguimos ver pequenas estruturas produtoras de cor conhecidas como melanossomos”, explicou Michael Frese, participante da pesquisa.

Frese completou dizendo que os melanossomos fossilizados já eram usados como uma forma de reconstruir a cor de penas, mas, até então, a técnica nunca havia sido aplicada no caso de peixes.

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Conheça a ‘planta alienígena’ que pode viver por mais de mil anos

No deserto do Namibe, entre a Angola e a Namíbia, vive uma misteriosa “planta alienígena” cuja vida pode se estender por mais de um milênio. Na verdade, estimativas apontam que a idade máxima da chamada Welwitschia mirabilis pode chegar a até 3.000 anos – o que explica seu apelido de “fóssil vivo”. E ela realmente parece de outro planeta!

Entenda:

  • Uma “planta alienígena” do deserto do Namibe pode viver por mais de mil anos;
  • Chamada de Welwitschia mirabilis, a planta passou por um evento de duplicação genética há milhões de anos, adquirindo uma combinação de genes que a mantém protegida nas condições extremas do deserto;
  • Além de raízes, a planta ainda possui duas folhas extremamente longas que capturam umidade;
  • Ainda, capaz de capturar matéria orgânica carregada do vento no deserto, a impressionante planta alienígena evita que o solo se torne infértil.
‘Planta alienígena’ vive no deserto e pode chegar a mais de mil anos. (Imagem: Pavaphon Supanantananont/Shutterstock)

A W. mirabilis é, na verdade, o único gênero vivo da família Welwitschiaceae, e sua longevidade impressionante está relacionada a um evento de duplicação genética que aconteceu há 86 milhões de anos. De acordo com um estudo publicado na Nature Communications, uma combinação de genes ajudou a planta a se adaptar e se manter protegida nas condições extremamente secas e quentes do deserto. 

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Planta alienígena tem folhas que nunca param de crescer

Foram necessárias duas décadas de pesquisas para confirmar a hipótese, mas, em 2005, um estudo determinou que a W. mirabilis desenvolveu algo chamado de metabolismo ácido das crassuláceas (MAC). O processo permite que a planta absorva dióxido de carbono na forma de ácido málico durante a noite, e o transforme em glicose durante o dia, através da fotossíntese.

Comprimento das folhas de ‘planta alienígena’ impressiona. (Imagem: Boonthasak1995/Shutterstock)

Além de raízes longas para encontrar água no subsolo, a planta alienígena também pode contar com um impressionante e igualmente extenso par de folhas que servem como uma “armadilha” de água, capturando a umidade na neblina. Para se ter ideia, suas folhas nunca param de crescer, podendo alcançar mais de 10 metros de circunferência.

E como se tudo isso já não fosse impressionante o suficiente, a W. mirabilis ainda consegue evitar que o solo se torne infértil apesar das condições extremas, enriquecendo-o com a matéria orgânica carregada pelo vento no deserto.

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Fóssil de 168 milhões de anos ajuda a desvendar mistério dos dinossauros

Um fóssil raro de dinossauro de 168 milhões de anos foi descoberto por paleontólogos na cordilheira Atlas Médio, no Marrocos. Em um artigo publicado na Royal Society Open Science, a equipe revelou que o exemplar – um fêmur – pertence ao dinossauro mais antigo do grupo Cerapoda conhecido até então. 

Entenda:

  • Um fóssil de dinossauro de 168 milhões de anos foi encontrado no Marrocos;
  • O exemplar – um fêmur – pertence ao dinossauro mais antigo do grupo Cerapoda;
  • Características únicas do fóssil permitiram determinar sua origem, ajudando a solucionar um mistério acerca da evolução do grupo.
Fóssil de dinossauro é o mais antigo do gênero Cerapoda. (S. Maidment et al.; Royal Society Open Science)

Herbívoros de pequeno porte, os dinossauros do grupo Cerapoda andavam sobre duas pernas e, durante o Cretáceo, habitavam todo o planeta. No Jurássico Médio, entretanto, sua população era um grande mistério – até o fóssil encontrado no Marrocos. “Tínhamos evidências de que os dinossauros ornitópodes [infraordem do grupo Cerapoda] provavelmente já haviam evoluído com base em algumas pegadas fossilizadas, mas este é o fóssil corporal mais antigo que existe”, disse Susannah Maidment, líder do estudo, ao IFLScience.

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Fóssil de dinossauro ajuda a solucionar mistério do grupo Cerapoda

Ainda que um fêmur pareça simples, o segredo para identificar um dinossauro Cerapoda está justamente nas pernas: o fóssil encontrado pela equipe tinha características que só são encontradas no gênero. “A cabeça do fêmur é realmente distinta e separada do eixo em um pescoço, o que não vemos em ornitísquios divergentes anteriores”, explicou Maidment.

Fóssil de Cerapoda soluciona mistério sobre a evolução do gênero. (Imagem: david.costa.art/Shutterstock)

Até então, o fóssil de Cerapoda mais antigo pertencia a um outro fêmur encontrado na Inglaterra, com 166 milhões de anos. A descoberta mais recente não só confirma que os dinossauros do grupo se diversificaram durante o período Jurássico Médio, mas também aponta o sítio arqueológico em Marrocos como uma fonte promissora para novas descobertas.

Vale citar que a região também abrigava o fóssil de Anquilossauro mais antigo do mundo e um dos Estegossauros mais antigos descobertos até hoje.

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Chineses encontram fóssil de escorpião que viveu com dinossauros

Pela primeira vez, paleontólogos encontraram um fóssil de escorpião mesozoico na China. O artefato foi descoberto na Província de Liaoning, no nordeste do país, por uma equipe do Instituto de Geologia e Paleontologia de Nanquim, da Academia Chinesa de Ciências.

O fóssil foi chamado de Jeholia longchengi em homenagem ao local de sua descoberta na Biota Jehol do Distrito de Longcheng, e é datado a aproximadamente 125 milhões de anos, segundo a agência de notícias Xinhua.

A região é considerada uma das “descobertas paleontológicas mais importantes do século XX” por abrigar itens bem preservados, incluindo dinossauros emplumados, pássaros primitivos e fósseis de plantas.

Fósseis de escorpiões são raros; apenas quatro foram encontrados na China (Imagem: Divulgação/NIGPAS)

“Fósseis de escorpião não são tão comuns quanto as pessoas podem pensar”, disse Huang Diying, pesquisador do instituto e autor do estudo publicado na revista Science Bulletin. “Se colocado no ambiente atual, ele [Jeholia longchengi] pode se tornar predador natural de muitos animais pequenos e pode até caçar filhotes de pequenos vertebrados”.

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Descoberta foi feita na Província de Liaoning (Imagem: Peng Wang/iStock)

O que se sabe sobre o fóssil Jeholia longchengi?

  • O escorpião tem 10 centímetros de comprimento e supera o tamanho de outros fósseis mesozoicos;
  • Ele apresenta pedipalpos delgados (apêndices sensoriais), pernas longas, um esternito pentagonal (peça ventral do exoesqueleto) e um ferrão venenoso alongado;
  • Foi considerado um mesopredador na cadeia alimentar do ecossistema da época, caçando insetos e aranhas.

Até então, apenas três fósseis de escorpião tinham sido encontrados na China: Shandong, no leste do país; Hubei, na China central, e na Mongólia Interior, no norte. O recém-descoberto Jeholia longchengi está agora abrigado no Museu do Vale dos Fósseis em Chaoyang (China).

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