Captura-de-tela-2025-04-22-143258-1024x649

Número de fungos ameaçados cresce e passa de mil espécies

Pela primeira vez, o número de espécies de fungos na lista vermelha de ameaçados ultrapassou a marca de 1.000. O levantamento é elaborado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).

O relatório agora inclui 482 espécies de fungos recém-avaliadas, totalizando 1.300, das quais pelo menos 411 estão em risco de extinção. Como um todo, a lista vermelha é formada por 169.420 espécies, das quais 47.187 estão ameaçadas de extinção. 

Fungos sustentam todos os ecossistemas no planeta Terra (Imagem: Michael Krikorev/IUCN)

O que aconteceu?

  • Para 279 espécies em risco de extinção, o problema é o rápido crescimento de áreas agrícolas e urbanas, que estão substituindo seus habitats;
  • Para outras 91 espécies, o escoamento de nitrogênio e amônia de fertilizantes e a poluição de motores contribuem para sua ameaça;
  • Os riscos acima são particularmente preocupantes na Europa, impactando espécies bem conhecidas em áreas rurais tradicionais, como a Hygrocybe intermedia;
  • Pelo menos 198 espécies de fungos estão ameaçados devido ao desmatamento para produção de madeira, extração ilegal de madeira e desmatamento para agricultura;
  • Mais de 50 espécies de fungos estão em risco de extinção devido às mudanças nos padrões de incêndios nos EUA; os abetos têm dominado as florestas, reduzindo o habitat do Gastroboletus citrinobrunneus, por exemplo.

Leia Mais:

Por que devemos nos preocupar?

Os fungos sustentam todos os ecossistemas: a maioria das plantas se associa a eles para absorver nutrientes, além de possibilitarem a decomposição. Muitos deles são utilizados na produção de alimentos e bebidas, incluindo fermentação, além de formarem a base de medicamentos e na limpeza de locais contaminados, segundo o relatório.

Reino dos fungos tem cerca de 2,5 milhões de espécies (Imagem: Rani Nurlaela Desandi/iStock)

“À medida que perdemos fungos, empobrecemos os serviços ecossistêmicos e a resiliência que eles fornecem, desde a resistência à seca e a patógenos em plantações e árvores até o armazenamento de carbono no solo ”, disse o professor Anders Dahlberg, Coordenador da Autoridade da Lista Vermelha do Grupo de Especialistas em Cogumelos, Braquetes e Cogumelos-de-bico-fino da IUCN.

Fungos representam o segundo maior reino, depois dos animais, com cerca de 2,5 milhões de espécies, das quais cerca de 155.000 são nomeadas.

“Os fungos são uma parte vital, embora muitas vezes invisível, da biodiversidade, sustentando ecossistemas de maneiras que estamos apenas começando a compreender. Com dados melhores, podemos tomar medidas significativas para proteger os fungos, garantindo a saúde das plantas, animais e ecossistemas que dependem deles ”, disse a Dra. Anne Bowser, CEO da NatureServe.

O post Número de fungos ameaçados cresce e passa de mil espécies apareceu primeiro em Olhar Digital.

shutterstock_2307050647-e1718200121496-1024x577

Concreto vivo se regenera e pode revolucionar a construção civil

Pesquisadores da Universidade Estadual de Montana, nos Estados Unidos, criaram um concreto vivo composto por fungos e bactérias, capaz de se regenerar e durar por mais tempo que materiais semelhantes. A novidade foi detalhada em um estudo publicado na Cell Reports Physical Science.

Entenda:

  • Pesquisadores criaram um novo concreto vivo feito de fungos e bactérias;
  • O material consegue se regenerar e possui vida útil de até um mês;
  • Além disso, a novidade também permanece viável por mais tempo que materiais de construção tradicionais;
  • Ao substituir materiais como o cimento – responsável por 8% das emissões de carbono de origem humana –, o concreto vivo pode ajudar a tornar a construção civil mais sustentável e adaptável.
Cimento tradicional emite 8% do CO2 de origem humana. (Imagem: Bannafarsai_Stock/Shutterstock)

Além da capacidade de regeneração, o novo concreto vivo também consegue permanecer viável por várias semanas – o que não acontece com os materiais de construção tradicionais. As vantagens ainda incluem o baixo impacto ambiental do concreto, visto que, como aponta a equipe, o cimento está por trás de até 8% das emissões de CO₂ em atividades humanas.

Leia mais:

Concreto vivo foi criado com fungos e bactérias

Produzido em baixas temperaturas, o concreto vivo é feito com micélios do fungo Neurospora crassa e células bacterianas. Ainda que outros biomateriais do tipo já tenham sido desenvolvidos antes, eles não são tão resistentes e sua vida útil chega a apenas dias ou semanas. O novo concreto, entretanto, pode durar até um mês com suas funções preservadas.

Concreto vivo é feito com fungos e bactérias. (Imagem: MakroBetz/Shutterstock)

“Materiais biomineralizados não têm resistência suficiente para substituir o concreto em todas as aplicações, mas estamos trabalhando para melhorar suas propriedades para que tenham maior utilização”, diz Chelsea Heveran, autora correspondente do estudo, no comunicado.

Novo concreto pode apoiar sustentabilidade na construção civil

Os pesquisadores destacam que, ao substituir outros materiais com altas taxas de emissão de CO₂, o novo concreto pode ajudar a tornar a construção civil mais sustentável e adaptável. Atualmente, a equipe trabalha para estender ainda mais a vida útil e encontrar métodos para produzir o concreto vivo em larga escala.

O post Concreto vivo se regenera e pode revolucionar a construção civil apareceu primeiro em Olhar Digital.

the-last-of-us-episode-8-4-1024x576

Ameaça dos fungos: não vamos virar zumbis como na ficção, mas Ciência traz alertas

Na série The Last of Us, o fungo Cordyceps, que se tornou famoso por sua adaptação para infectar humanos, é retratado de forma impressionante. E sua base científica é, de fato, assustadora – como explica um estudo publicado na revista Nature.

Inspirado no Ophiocordyceps unilateralis, o fungo infecta formigas, manipulando seu comportamento para subirem em galhos, onde se fixam e têm seus corpos invadidos por esporos. Esses esporos são liberados para infectar outros hospedeiros.

Embora o Cordyceps não possa infectar humanos, seu comportamento é baseado em um processo real de propagação por esporos, o que pode parecer mais aterrorizante do que as adaptações vistas na série.

Leia mais:

A realidade apocalíptica vista em The Last of Us não deve acontecer com a gente, mas alguns fungos ainda podem causar problemas – Imagem: HBO/Divulgação

Não vamos virar zumbis, mas devemos nos preocupar com fungos

Embora não possamos temer um “fungo zumbi”, o aquecimento global pode aumentar a ameaça de outras infecções fúngicas, como o Cryptococcus neoformans e Candida auris, que podem afetar os humanos.

Essas infecções, que normalmente se espalham pelo ambiente por esporos, são difíceis de tratar com antifúngicos atuais, e algumas, como o Rhodosporidiobolus fluvialis, são novas e pouco compreendidas.

Aquecimento global e fungos: combinação perigosa

  • O artigo do Dr. Jim Kronstad e seus colegas destaca como o aquecimento global pode facilitar a evolução de fungos perigosos.
  • Embora os fungos desempenhem papéis essenciais para a saúde do planeta, a mudança climática pode alterar a relação entre fungos e hospedeiros, tornando esses organismos mais ameaçadores.
  • A ciência ainda precisa se aprofundar no estudo desses patógenos, especialmente diante das rápidas mudanças ecológicas que estamos vivendo.
Cordyceps em uma árvore
O Cordyceps, fungo que causa os eventos de The Last of Us, não pode infectar humanos na vida real (Imagem: annguyen87/Shutterstock)

O post Ameaça dos fungos: não vamos virar zumbis como na ficção, mas Ciência traz alertas apareceu primeiro em Olhar Digital.

Prototaxites-1-1024x576

O que são os Prototaxites? Veja o que sabemos sobre misterioso “fungo gigante”

Os Prototaxites são um dos maiores enigmas da paleontologia. Descobertos pela primeira vez no século XIX, essas estruturas fósseis cilíndricas e gigantescas intrigam cientistas há mais de 150 anos.

Durante muito tempo, pensou-se que fossem troncos de árvores extintas, mas estudos mais recentes levantaram a hipótese de que esses organismos poderiam, na verdade, ser fungos colossais que dominaram a paisagem terrestre há cerca de 400 milhões de anos. Essa teoria os transformou em um dos maiores “superfungos” que já existiram, uma ideia que ainda gera debates entre especialistas.

O principal motivo de tanta incerteza é a estrutura incomum dos fósseis. A composição interna dos Prototaxites não se assemelha a nada encontrado atualmente, o que dificulta sua classificação definitiva.

Fóssil de Prototaxites loganii encontrado perto de Monroe, Nova York (Imagem: G. J. Retallack / Wikimedia Commons)

Além disso, eles surgiram durante um período em que as plantas terrestres ainda estavam se desenvolvendo, o que levanta questões sobre seu papel no ecossistema primitivo.

Seriam eles decompositores essenciais para o ciclo da vida naquela época? Ou teriam um papel mais complexo na teia alimentar do Devoniano? Essas dúvidas fazem com que o estudo dos Prototaxites seja crucial para compreendermos melhor a evolução dos ecossistemas terrestres.

Prototaxites: o que é e qual seu papel com a natureza?

Prototaxites
A estrutura medular e os tipos de tubo do Prototaxites taiti são morfologicamente distintos de qualquer grupo fúngico conhecido, vivo ou extinto, o que questiona sua classificação como fungo. (Imagem: Reprodução de artigo / bioRxiv)

Os primeiros fósseis de Prototaxites foram descobertos no século XIX na América do Norte e datam do período Devoniano, há cerca de 420 a 370 milhões de anos. Essas estruturas podiam atingir até 8 metros de altura e 1 metro de diâmetro, tornando-se os maiores organismos terrestres de sua época.

A princípio, acreditava-se que eram troncos fossilizados de coníferas primitivas, mas estudos microscópicos revelaram uma estrutura porosa e filamentosa que se assemelha mais a fungos do que a vegetais.

Leia também:

Existem diversas hipóteses sobre a real identidade dos Prototaxites. A teoria mais aceita atualmente é a de que eram fungos gigantes, possivelmente saprófitas, ou seja, organismos que se alimentavam da decomposição de matéria orgânica.

Essa hipótese é sustentada por análises químicas de isótopos de carbono, que indicam uma dieta baseada na decomposição, algo mais comum em fungos do que em plantas. Outras teorias, no entanto, sugerem que poderiam ser líquens gigantes ou até mesmo uma forma desconhecida de organismo multicelular extinto.

Independentemente da sua verdadeira natureza, os Prototaxites desempenharam um papel crucial no ambiente do Devoniano.

Naquela época, as plantas terrestres ainda eram pequenas e os ecossistemas estavam em formação. Como organismos dominantes, os Prototaxites provavelmente contribuíam para o ciclo de nutrientes, ajudando a decompor matéria orgânica e reciclar carbono no solo. Isso significa que, se eram fungos, poderiam ter sido fundamentais para a preparação do solo para a futura expansão das plantas.

Por que o estudo dos Prototaxites é tão importante?

Prototaxites
Fragmentos de Prototaxites taiti encontrados no Rhynie Chert, incluindo manchas medulares, região periférica e detalhes estruturais. As imagens mostram seções delgadas analisadas no estudo, destacando os tubos característicos e um exemplar excepcionalmente preservado. (Imagem: Reprodução de artigo / bioRxiv)

O estudo dos Prototaxites é essencial porque pode fornecer pistas valiosas sobre como os ecossistemas terrestres primitivos se formaram e evoluíram. Se realmente forem fungos, isso sugere que os fungos desempenharam um papel muito mais significativo no desenvolvimento dos primeiros solos férteis do que se pensava anteriormente.

Além disso, entender como esses organismos sobreviveram em um ambiente tão diferente do atual pode nos ajudar a compreender melhor a evolução da vida terrestre.

Outro fator que tornou os Prototaxites um tema relevante recentemente foi o crescente interesse da mídia em organismos extintos e sua relação com as mudanças ambientais.

Descobertas de fósseis recentes e novas análises laboratoriais trouxeram à tona a possibilidade de que os Prototaxites tenham desempenhado um papel chave na estabilidade climática do Devoniano, influenciando o ciclo do carbono global.

Uma pintura de como os prototaxitas podem ter se parecido, 400 milhões de anos atrás
Pintura de como os prototaxitas podem ter se parecido, 400 milhões de anos atrás. (Crédito da imagem: Pintura de Mary Parrish, Museu Nacional de História Natural)

Por fim, estudar os Prototaxites também pode fornecer insights sobre a biotecnologia e a ecologia moderna. Fungos gigantes poderiam ser usados como modelo para entender melhor a decomposição de matéria orgânica em larga escala e até mesmo para explorar novas formas de biorremediação, ou seja, a utilização de organismos para restaurar ecossistemas danificados.

Os Prototaxites permanecem um dos maiores mistérios da paleontologia, desafiando cientistas a compreenderem sua real identidade e função na Terra primitiva. Se eram fungos gigantes, plantas exóticas ou outra forma de vida extinta, ainda não há consenso, mas suas impressionantes dimensões e possível influência no ciclo ecológico do Devoniano fazem deles um objeto de estudo fascinante.

Conforme novas tecnologias e métodos de análise forem sendo aplicados, talvez finalmente possamos descobrir o que eram esses colossos do passado e qual foi seu verdadeiro papel na história da vida na Terra.

O post O que são os Prototaxites? Veja o que sabemos sobre misterioso “fungo gigante” apareceu primeiro em Olhar Digital.

mucormicose

Fungo Negro: conheça a doença rara que afeta o sistema imunológico e pode até ser fatal

Você já ouviu falar da mucormicose? Também conhecida como fungo preto ou fungo negro, trata-se de uma rara infecção fúngica que afeta pessoas com sistemas imunológicos comprometidos. Comumente associada a casos graves da COVID-19 ou pacientes em recuperação da doença, o quadro pode, em alguns casos, até ser fatal.

Entenda:

  • A mucormicose (também chamada de fungo negro ou fungo preto) é uma doença rara que pode causar a morte;
  • A contaminação pode ocorrer pela inalação de esporos de fungos da ordem Mucorales ou pelas vias cutânea e oral;
  • O fungo negro se espalha rapidamente, causando sintomas como inchaço no rosto, dores no peito e na cabeça, tosse, infecção nos olhos e necrose;
  • O tratamento envolve medicamentos antifúngicos e cirurgias para a remoção de tecido morto.
Também chamada de fungo negro ou fungo preto, a mucormicose pode ser fatal. (Imagem: Yale Rosen/Wikimedia Commons)

A mucormicose é causada pelos esporos de fungos da ordem Mucorales, encontrados em resíduos orgânicos em decomposição – como folhas e esterco. A infecção pode acontecer de duas formas: pela inalação ou pela entrada dos esporos no corpo através de cortes, queimaduras ou ingestão oral.

Leia mais:

Sintomas e tratamento do Fungo Negro

Ao entrarem no corpo, os fungos causadores da mucormicose atingem os vasos sanguíneos e causam coágulos, resultando na privação de nutrientes e de oxigenação tecidual e, em alguns casos, levando o paciente a óbito. É importante destacar que a doença não é contagiosa, ou seja, não pode ser transmitida de uma pessoa para outra.

Estudo quer determinar padrão normal de pressão intracraniana
Sintomas de fungo negro incluem dor de cabeça, inchaço no rosto, tosse, infecções e necrose. (Imagem: dragana991/iStock)

Os sintomas de fungo negro podem variar: quando inalados, os esporos podem causar inchaço no rosto, febre, dores no peito e cabeça e tosse. Do sistema respiratório, a doença pode alcançar também baço, cérebro e coração. De acordo com o Ministério da Saúde, infecção nos olhos, deslocamento do globo ocular, secreção nasal com pus e lesões necróticas também são comuns.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o fungo negro evolui rapidamente e pode ser fatal em mais de 50% dos casos – mesmo com o tratamento médico, que inclui medicamentos antifúngicos e até cirurgias para remover tecidos necrosados.

O post Fungo Negro: conheça a doença rara que afeta o sistema imunológico e pode até ser fatal apareceu primeiro em Olhar Digital.