Observações do Telescópio James Webb (JWST) deram novas informações sobre o primeiro caso de uma estrela engolindo um planeta registrado pela NASA. Os dados inéditos sugerem que a órbita do planeta encolheu com o tempo, o que o levou em direção à estrela até ser consumido.
A estrela do caso está localizada na Via Láctea, a cerca de 12 mil anos-luz da Terra. Ela é mais avermelhada e menos luminosa que o Sol do Sistema Solar.
Astrônomos observaram o caso pela primeira vez em 2020, com o Telescópio Samuel Oschin, do Instituto de Tecnologia da Califórnia. A partir desses primeiros dados, o grupo de pesquisadores achou que se tratava de uma gigante vermelha crescendo e engolindo tudo ao seu redor.
O JWST conseguiu mostrar uma nova história para o caso ao medir a emissão oculta da estrela – que é a radiação obscurecida por poeira, gás e outros fatores. A equipe descobriu que o astro não era tão brilhante quanto deveria ser, caso fosse uma gigante vermelha em crescimento, indicando que não houve expansão para engolir o planeta.
Pelo contrário, o estudo sugere que, no momento de seu fim, o planeta tinha o tamanho de Júpiter, mas orbitava sua estrela mais perto do que Mercúrio orbita o Sol. No decorrer de milhões de anos, o astro foi se aproximando da estrutura estelar até ter um final catastrófico.
“O planeta finalmente começou a tocar a atmosfera da estrela. A partir daquele momento, houve um processo descontrolado de queda mais rápida”, disse Morgan MacLeod, membro da equipe de pesquisa do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em um comunicado.
Estrela “arrotou” restos do choque
Em seus últimos momentos, o planeta expeliu gás das camadas externas da estrela ao se chocar com ela. Conforme esfriaram, os elementos desse gás se condensaram em poeira no decorrer do ano seguinte ao fenômeno. “O planeta, à medida que caía, começou a se espalhar pela estrela”, explicou MacLeod
No entanto, mesmo com o esfriamento, informações coletadas pelo James Webb revelaram um disco de gás molecular quente ao redor do astro estelar. “Com um telescópio tão transformador como o Webb, era difícil para mim ter qualquer expectativa sobre o que encontraríamos nas imediações da estrela”, disse Colette Salyk, pesquisadora de exoplanetas e coautora do artigo.
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A possibilidade de caracterizar os elementos no gás traz mais questões aos cientistas. Com isso, eles poderão entender com maior precisão o que aconteceu quando a estrela engoliu o planeta.
“Este é realmente o precipício do estudo desses eventos. Este é o único que observamos em ação, e esta é a melhor detecção das consequências depois que as coisas se acalmaram. Esperamos que este seja apenas o início da nossa amostra”, concluiu Ryan Lau, pesquisador do NOIRLab e participante da pesquisa.
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