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Desigualdade é uma lei natural? A arqueologia revela

Você já deve ter ouvido que contraste social é algo impossível de evitar, quase uma “lei da natureza”. Mas e se disséssemos que povos antigos viveram por milênios sem super-ricos nem explorados? Um estudo analisou 50 mil casas de civilizações antigas ao redor do mundo e chegou a uma conclusão surpreendente: a desigualdade não acompanha a humanidade como uma sombra. Ela surge (ou não) de acordo com as regras que escolhemos seguir.

Em vez de pirâmides com faraós e camponeses, alguns povos construíram cidades onde ninguém acumulava demais. A diferença entre casas era mínima. Ninguém vivia em palácios enquanto outros passavam fome. E o mais curioso: isso não dependia do tamanho da população ou da complexidade do governo.

A chave estava nas decisões coletivas. Regras claras impediam o acúmulo exagerado. Leis, impostos e até festas públicas financiadas pelos mais ricos ajudavam a manter o equilíbrio. Em algumas culturas, heranças eram limitadas. Em outras, dívidas eram perdoadas após a morte. A desigualdade, ao que tudo indica, seria uma invenção — não um destino.

Desigualdade tem história — e exceções

O desequilíbrio não foi sempre a norma. De acordo com a revista Live Science, um estudo recente revela que várias sociedades viveram por séculos com baixos níveis de disparidade social. Os arqueólogos envolvidos na pesquisa usaram o tamanho das moradias como um indicador de riqueza e descobriram que nem o crescimento populacional nem a complexidade dos governos são fatores determinantes para o surgimento de elites dominantes.

Pesquisadores comandam as escavações na residência da Plataforma 11 em El Palmillo, México (Imagem: Linda Nicholas e Gary Feinman/Divulgação)

Cidades como Mohenjo-Daro, no Vale do Indo, e os assentamentos tripilianos, na atual Ucrânia, cresceram com planejamento urbano sem sinais de concentração de riqueza. Em contraste, outras regiões só registraram desigualdade expressiva muitos séculos após o início da agricultura.

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A pesquisa também destaca o papel da cultura e da ideologia. Em sociedades onde a cooperação era valorizada mais do que a competição, o acúmulo excessivo de riqueza era malvisto — ou até impedido por normas sociais. Já em contextos onde o prestígio vinha da ostentação, as diferenças tendiam a se ampliar.

O que as ruínas nos ensinam sobre o presente

Os dados levantados pelo estudo cobrem um intervalo de tempo que vai do fim do Pleistoceno até o início do colonialismo europeu — cerca de 10 mil anos de história. Com essa escala, os arqueólogos conseguiram mostrar que a desigualdade não é um produto inevitável da civilização, mas algo que varia de acordo com as decisões humanas ao longo do tempo.

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Sociedades complexas podem prosperar sem a necessidade de elites dominantes, segundo estudo (Imagem: rustamank/Shutterstock)

Essa perspectiva histórica ajuda a colocar em xeque discursos modernos que tratam disparidades sociais como naturais ou imutáveis. Se povos antigos conseguiram desenvolver cidades organizadas, com redes de troca, cultura complexa e pouca desigualdade, o que impede sociedades atuais de buscar modelos mais justos? A pesquisa oferece um contraponto poderoso ao conformismo econômico.

Para Gary Feinman, autor principal do estudo, a arqueologia pode servir como um espelho — mostrando que há alternativas viáveis ao modelo atual. Ao estudar o passado com método e dados comparáveis, é possível entender que o futuro também está aberto a escolhas. Afinal, se a desigualdade foi evitada antes, ela pode ser enfrentada de novo.

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Esse foi o dia mais chato da história

Você já deve ter tido um dia chato, monótono, em que nada de importante ou interessante aconteceu. Mas sabia que o mundo pode ter tido um dia assim? E nem faz tanto tempo. O dia 11 de abril de 1954 é frequentemente citado como o “dia mais chato da história“. Mas será que é verdade? Vem que eu te explico.

Essa classificação surgiu a partir de uma análise feita pelo cientista da computação britânico William Tunstall-Pedoe. Ele criou um algoritmo chamado “True Knowledge” (posteriormente integrado à Alexa) para avaliar a importância relativa de eventos históricos.

Segundo o algoritmo, nada de significativo ou notável aconteceu nessa data:

  • Não houve grandes nascimentos, mortes ou eventos políticos relevantes.
  • Nenhum acontecimento esportivo, cultural ou científico marcante foi registrado.
  • Até mesmo os jornais da época não destacaram eventos importantes nesse dia.
Calendário antigo (Imagem: Hadrian/Shutterstock)

Como o algoritmo funcionava?

O sistema desenvolvido por Tunstall-Pedoe analisava a importância histórica de datas por meio de inteligência artificial, coletando e processando informações de diversas fontes digitais, como enciclopédias, arquivos de jornais e registros governamentais.

Esses dados eram organizados em um banco de dados estruturado, que estabelecia conexões entre eventos, datas e personalidades históricas. O sistema atribuía uma pontuação a cada evento com base em critérios como:

  • Número de fontes que o mencionavam;
  • Alcance geográfico;
  • Relevância das pessoas envolvidas;
  • Impacto a longo prazo.

Então, foi realmente o dia mais chato da história?
É óbvio que, para alguém, algo importante deve ter acontecido naquele dia. Mas, em escala global, nenhum evento de grande destaque foi registrado. A classificação é baseada nos critérios específicos do algoritmo, que prioriza fatos amplamente documentados e impactantes.

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Além disso, o algoritmo dependia dos dados disponíveis em fontes digitais, principalmente ocidentais. Portanto, eventos locais ou menos documentados podem ter escapado da análise.

Por isso, trata-se mais de uma curiosidade estatística do que de uma afirmação absoluta. O próprio Tunstall-Pedoe admitiu que, se algum fato relevante for descoberto sobre essa data no futuro, o título terá de ser revisto.

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O que tem dentro das rochas mais antigas da Terra?

No complexo de Gnaisse de Acasta, no Canadá, escondem-se algumas das rochas mais antigas da história da Terra. Com formações estimadas em cerca de até 4 bilhões de anos atrás, elas permaneceram na crosta do planeta até serem empurradas para a superfície. E só sabemos disso tudo graças ao que está dentro dessas rochas.

Entenda:

  • Minerais escondidos dentro das rochas mais antigas do mundo ajudam a revelar segredos sobre sua formação;
  • O zircão pode ajudar a identificar rochas formadas pelo resfriamento do magma, por exemplo, há bilhões de anos;
  • Para se ter uma ideia, a rocha mais antiga descoberta na Terra até hoje tem cerca de 4,28 bilhões de anos, e sua idade foi determinada graças a um antigo elemento encontrado em uma amostra de zircão de seu interior;
  • Com informações do IFL Science.
Fragmento de rocha do complexo de Gnaisse de Acasta, no Canadá. (Imagem: Pedroalexandrade/Wikimedia Commons)

Analisando o interior das rochas, os cientistas conseguem descobrir detalhes sobre sua formação. Por exemplo, algumas das mais antigas surgiram no fundo do oceano, com finas partículas pressionadas e transformadas em várias camadas de rochas sedimentares. Outras, como o complexo de Gnaisse de Acasta, vieram diretamente do magma e emergiram do manto terrestre.

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Os segredos dentro das rochas mais antigas da Terra

Dentro das rochas ígneas (formadas pelo resfriamento do magma), encontramos cristais chamados zircões, tão finos quanto um fio de cabelo humano. O zircão é muito resistente, podendo suportar eventos geológicos e até capturar elementos radioativos. E é em minúsculos cristais como esse que se escondem as características químicas das rochas.

Minerais dentro das rochas permitem determinar sua idade. (Imagem: James St. John/Wikimedia Commons)

“Se eu tiver uma rocha metamórfica, posso usar os tipos de minerais e sua química para determinar as condições que a rocha experimentou em algum momento de sua história. Por exemplo, uma temperatura de 700°C e alta pressão de vários milhares de vezes a da atmosfera implicam que ela esteve profundamente na crosta em algum momento de sua história geológica”, explica Darrell Henry, professor de geologia da Universidade do Estado da Louisiana, ao Museu Americano de História Natural

No Cinturão de Rochas Verdes Nuvvuagittuq, também localizado no Canadá, por exemplo, uma amostra de zircão retirada de uma rocha revelou a presença de um elemento formado a partir do samário 146, que já não existe mais. Com isso, cientistas estimaram a idade da rocha em cerca de 4,28 bilhões de anos – a mais antiga da Terra até então, como registrado no próprio Livro dos Recordes.

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Humanidade usa a linguagem há pelo menos 135 mil anos, diz pesquisa

Há milênios, o Homo sapiens vivia em uma única tribo, sem separações. Porém, por volta de 135 mil anos atrás, uma configuração genética deu à humanidade a capacidade de desenvolver a linguagem, o que mudou tudo. Pesquisadores utilizaram dados de DNA para calcular esse período e descobrir quando e como a língua ajudou os humanos no desenvolvimento do comportamento complexo.

A hipótese cientifica com maior aceitação atualmente diz que o H. sapiens está na Terra há cerca de 300 mil anos. No entanto, traços culturais mais complexos, como práticas funerárias e a arte, se difundiram entre as populações da espécie somente há cerca de 65 mil anos. Antropólogos nomearam esse momento da história como o “grande salto em frente”.

“O que podemos fazer é olhar para frente e ver como, após 135 mil anos, a linguagem pode ter tido uma mão direta na formação dos comportamentos humanos modernos”, diz o grupo no artigo.

Genética conta a história da linguagem

Na busca por entender o que desencadeou esse evento, cientistas notaram que as aproximadamente 7 mil línguas em uso no mundo compartilham similaridades. De acordo com o grupo, isso sugere que toda a população humana compartilha a mesma capacidade interior para desenvolver a linguagem, o que pressupõe que a habilidade linguística evoluiu antes da primeira comunidade de H. sapiens se dividir.

“Se a capacidade linguística tivesse se desenvolvido mais tarde, esperaríamos encontrar algumas populações humanas modernas sem linguagem, ou com algum modo de comunicação fundamentalmente diferente. Nenhum dos dois é o caso”, escreve a equipe. 

“Khoisans ocupadas grelhando gafanhotos”, pintura de Samuel Daniell de 1805. (Imagem: Samuel Daniell / Wikimedia Commons)

Eles analisaram dados de 15 estudos genéticos diferentes. Com isso, determinaram que a primeira divisão do grupo original do H. sapiens foi a dos povos Khoisan da África do Sul, que existem até hoje, ocorrida há 135 mil anos. O grupo complementa dizendo que as capacidades da linguagem podem ter surgido até mesmo antes dessa data.

Os pesquisadores notaram também que comportamentos humanos modernos, como decorações corporais e a produção de peças ocres com símbolos desenhados, apareceram e se mantiveram a partir de 100 mil anos atrás. Segundo eles, houve um intervalo de 35 mil anos entre a origem genética da linguagem e a dispersão das práticas humanas complexas.

Para os autores, esse é um período razoável para permitir o desenvolvimento e a disseminação da comunicação simbólica. Isso sugere que a linguagem pode ter sido o fator-chave que impulsionou o “grande salto em frente”.

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O que é uma necrópole e por que elas existiam nas civilizações antigas?

Recentemente, arqueólogos fizeram uma descoberta impressionante no Egito: o sarcófago de um médico real foi encontrado na necrópole de Saqqara, um dos mais importantes locais funerários do mundo antigo.

Essa descoberta reacendeu o interesse sobre o papel das necrópoles nas civilizações antigas e como esses locais eram muito mais do que simples cemitérios. Construídas ao longo de séculos, as necrópoles abrigavam tumbas elaboradas, templos funerários e artefatos que fornecem pistas sobre as crenças e a organização social das culturas que as criaram.

Desde o Egito Antigo até os impérios gregos e romanos, as necrópoles eram essenciais para rituais de passagem e para a preservação da memória dos mortos. Algumas dessas “cidades dos mortos” eram maiores que muitos assentamentos da época e estavam estrategicamente posicionadas para manter uma separação simbólica entre vivos e mortos.

Mas o que exatamente são as necrópoles, por que foram criadas e qual a sua importância para as sociedades que as construíram?

Necrópoles: o que são e para que servem?

(Imagem: Egyptian Ministry of Tourism and Antiquities via Live Science)

O termo “necrópole” deriva do grego antigo “nekropolis”, que significa “cidade dos mortos“. Trata-se de um extenso e elaborado local de sepultamento associado a uma antiga cidade. Geralmente, as necrópoles situavam-se fora dos limites urbanos e consistiam em vários cemitérios utilizados ao longo de séculos.

A origem das necrópoles está intrinsecamente ligada às crenças religiosas e culturais das civilizações antigas sobre a vida após a morte. Esses locais serviam não apenas como áreas de sepultamento, mas também como espaços sagrados onde rituais e cerimônias eram realizados para honrar os falecidos. Acreditava-se que proporcionar um local adequado para o descanso eterno garantiria a paz e o bem-estar dos mortos no além.

As necrópoles mais antigas conhecidas datam de períodos pré-históricos, mas foi no Antigo Egito que elas alcançaram grande destaque. A necrópole de Saqqara, por exemplo, abriga tumbas que remontam ao período dinástico inicial, incluindo a famosa Pirâmide de Djoser.

Pirâmide de Djoser. Crédito: Liya_Blumesser – Shutterstock

Esses locais eram compostos por túmulos monumentais, templos funerários e estruturas dedicadas às práticas mortuárias. A extensão das necrópoles variava, podendo cobrir áreas vastas, e geralmente localizavam-se a uma distância considerável das áreas habitadas para separar o mundo dos vivos do dos mortos.

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A estrutura das necrópoles refletia a hierarquia social da época. Faraós, nobres e altos funcionários eram sepultados em túmulos elaborados, como pirâmides e mastabas, enquanto indivíduos de classes sociais inferiores tinham sepultamentos mais simples. Os materiais utilizados na construção variavam desde pedras calcárias até granito, dependendo da importância do indivíduo e dos recursos disponíveis.

Em quais civilizações existiam as necrópoles?

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(Imagem: Egyptian Ministry of Tourism and Antiquities via Live Science)

Além do Egito, outras civilizações antigas também desenvolveram necrópoles. Os etruscos, por exemplo, construíram necrópoles elaboradas na Itália, como a de Cerveteri, caracterizada por túmulos em forma de montículos dispostos em padrões que lembram cidades dos vivos.

Na Grécia antiga, necrópoles eram comuns fora dos limites urbanos, alinhando-se às estradas que levavam às cidades. A civilização persa também possuía necrópoles notáveis, como Naqsh-e Rustam, onde túmulos reais foram escavados em penhascos.

Muitas dessas estruturas antigas ainda existem e são objeto de estudo arqueológico e turístico. No entanto, a prática de construir necrópoles como nas civilizações antigas não é comum nos dias de hoje. Atualmente, os cemitérios modernos cumprem a função de locais de sepultamento, mas diferem das necrópoles antigas em termos de escala, arquitetura e significado cultural.

A descoberta recente da tumba de Teti Neb Fu, um médico real e “mágico” do Antigo Egito, na necrópole de Saqqara, destaca a importância contínua desses sítios arqueológicos. Datada do reinado do faraó Pepi II, a tumba oferece insights valiosos sobre as práticas médicas e funerárias da época, reforçando o papel das necrópoles como guardiãs da história e cultura das civilizações antigas.

Com informações de Encyclopaedia Britannica.

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Semáforo e faixa de pedestre: quem os inventou e onde foram instalados primeiro?

Com o crescimento acelerado das cidades e a chegada de mais e mais veículos às ruas, surgiram desafios inéditos: o trânsito ficou mais complexo, e a convivência entre carros e pedestres se tornou cada vez mais difícil.

Para tentar organizar essa nova realidade e garantir mais segurança a todos, surgiram duas invenções fundamentais: o semáforo e a faixa de pedestre.

No entanto, essas soluções, que hoje estão presentes em praticamente todo o mundo, não surgiram do dia para a noite.

No fim do século XIX e início do século XX, grandes cidades começaram a enfrentar graves problemas de trânsito devido ao rápido aumento da população urbana. Muitas pessoas deixavam o campo para viver nos centros urbanos, provocando congestionamentos frequentes e elevando significativamente o número de acidentes.

Em 1897, o poeta Olavo Bilac protagonizou o que se acredita ser o primeiro acidente automobilístico do Brasil em um triciclo Serpollet semelhante ao que vemos na imagem. (Imagem: Reprodução)

Conforme aumentava a circulação de veículos motorizados – especialmente carros, ônibus e bondes –, as ruas ficaram caóticas, e acidentes tornaram-se comuns. Era necessário criar formas de gerenciar o fluxo crescente de veículos e garantir a segurança de pedestres e motoristas.

Nesse contexto, nasceram os primeiros semáforos, inicialmente operados manualmente por policiais e, mais tarde, automatizados. As faixas de pedestre também foram criadas, demarcando claramente áreas seguras para travessia das ruas.

Além das inovações tecnológicas, campanhas educativas e novas leis de trânsito tiveram papel essencial, garantindo que motoristas e pedestres compreendessem as regras e adotassem práticas mais seguras. Entenda a seguir os detalhes dessas invenções!

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Quem inventou o semáforo?

Luzes acesas de um semáforo (vermelha, amarela e verde)
(Imagem: Tsvetoslav Hristov / Unsplash)

O primeiro semáforo foi inventado pelo engenheiro ferroviário John Peake Knight no Reino Unido. Ele adaptou um sistema de sinalização ferroviária para o tráfego urbano. Foi instalado em Londres, em 1868, próximo ao Parlamento Britânico. Era um sistema de luzes a gás, com lanternas vermelhas e verdes para indicar “pare” e “siga”. 

A invenção de Knight foi motivada pela necessidade de controlar o crescente tráfego de carruagens e pedestres na cidade, que se tornava cada vez mais caótico. O engenheiro se inspirou nos sinais ferroviários existentes na época, adaptando-os para o uso nas ruas.

O semáforo era um dispositivo mecânico com duas lâmpadas a gás: uma vermelha e outra verde, operado manualmente por um policial, que girava uma alavanca para mudar as luzes.

Em 1869, apenas um ano após sua instalação, uma explosão de gás causou ferimentos graves ao policial que o operava. O acidente levou à descontinuação do semáforo, e a ideia só foi retomada décadas depois, com o desenvolvimento da eletricidade.

Embora sua invenção tenha sido efêmera, John Peake Knight é reconhecido como o pioneiro do semáforo, um dispositivo que se tornaria essencial para a segurança e organização do trânsito em todo o mundo. A sua ideia inicial foi fundamental para os modelos atuais que utilizamos.

O semáforo moderno, elétrico, foi desenvolvido nos Estados Unidos. O primeiro semáforo elétrico foi patenteado por Garrett Morgan em 1923 e instalado em Cleveland, Ohio, em 1914, por James Hoge.

Quem inventou a faixa de pedestre?

Pessoas atravessando a rua na faixa de pedestres
(Imagem: Conrad Alexander / Unsplash)

A faixa de pedestre, também conhecida como “passagem de zebra” devido às suas listras brancas, foi introduzida no Reino Unido na década de 1940. As primeiras faixas de pedestre foram testadas em Slough, Inglaterra, em 1949, como parte de um estudo sobre segurança no trânsito. O conceito rapidamente se espalhou para outros países.

A adoção generalizada das faixas de pedestres ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, com o aumento do tráfego de veículos e a necessidade de proteger os pedestres. Segundo o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), os pedestres têm prioridade de travessia nas faixas, obrigando os motoristas a parar seus veículos.

Para que serve a faixa de pedestre?

A faixa de pedestre serve para indicar um local seguro para os pedestres atravessarem a rua, protegendo-os do tráfego de veículos e organizando o fluxo de trânsito. Delimitam um espaço seguro para a travessia, reduzindo o risco de acidentes. Elas organizam o trânsito, definindo pontos de travessia e contribuindo para um fluxo mais ordenado. Além disso, garantem prioridade de travessia aos pedestres, obrigando os motoristas a pararem seus veículos.
garota e menino com mochilas atravessam cuidadosamente a rua na faixa de pedestres a caminho da escola. Regras de trânsito. Caminho para pedestres ao longo da faixa zebrada na cidade. conceito de pedestres atravessando a faixa de pedestres.

A faixa de pedestres, em sua forma mais primitiva, remonta a civilizações antigas, como a romana. Nas ruínas de Pompeia, cidade do Império Romano destruída pela erupção do vulcão Vesúvio em 79 d.C., foram encontradas pedras elevadas dispostas transversalmente nas ruas. 

Essas pedras serviam como uma espécie de “faixa de pedestres” para que as pessoas pudessem atravessar as vias sem pisar diretamente na água ou na lama que acumulava nas ruas, especialmente durante as chuvas. Além disso, os espaços entre as pedras permitiam a passagem de rodas de carruagens.

Essas estruturas eram uma solução prática para o problema de drenagem e circulação em uma cidade movimentada, mas também podem ser consideradas um precursor das faixas de pedestres modernas.

Do asfalto ao céu: quando o trânsito decolar

Como semáforos e faixas de pedestres podem evoluir na era dos carros voadores? Se, em um exercício de imaginação considerando os avanços tecnológicos, vislumbrarmos um futuro com carros voadores, as tecnologias de trânsito atuais, como semáforos e faixas de pedestres, precisariam ser reinventadas para gerenciar um espaço tridimensional, garantindo a segurança e a organização do tráfego aéreo e terrestre.

Ilustração de cidade do futuro, com pessoas caminhando, carros elétricos, carros voadores e ciclomotores.
(Imagem: Ilustração / Rumka vodki / Shutterstock)

No futuro, semáforos podem se tornar sinalização aérea, comunicação entre veículos ou até mesmo controle de tráfego por IA. Faixas de pedestres podem ser elevadas, holográficas ou protegidas por sensores e barreiras virtuais.

O gerenciamento de tráfego aéreo pode incluir corredores e altitudes específicas, navegação automatizada e tecnologia para evitar colisões. Zonas de exclusão aérea e estacionamentos verticais também podem surgir. No entanto, a infraestrutura, regulamentação e impacto ambiental são desafios que precisam ser considerados.

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Mão inglesa: por que o volante do carro fica no lado direito em alguns países?

A mão inglesa refere-se ao sistema de tráfego em que os veículos trafegam pelo lado esquerdo da via, e o volante do carro fica no lado direito. Esse sistema é oposto ao que predomina no Brasil, onde os carros trafegam pelo lado direito da via, e o volante fica no lado esquerdo. 

Como o próprio nome já diz, é comum ouvirmos que a prática formalizada de trafegar pela esquerda surgiu no Reino Unido, e, com a expansão do Império Britânico, essa norma foi levada para suas colônias. Isso, de fato, explica por que muitos países que foram colonizados pelos britânicos adotaram a mão inglesa.

Porém, a origem da mão inglesa é bem mais antiga e remonta à Idade Média. Naquela época, as pessoas andavam a cavalo ou a pé, e a maioria era destra. Como a espada era carregada no lado esquerdo do corpo, era mais seguro andar pelo lado esquerdo da estrada para facilitar o uso da espada com a mão direita em caso de confronto. Esse costume foi mantido em muitos lugares.

Foi apenas no século XVIII, que países como o Reino Unido formalizaram a prática de trafegar pela esquerda. A mão inglesa persiste principalmente por razões históricas e culturais. Além disso, a adoção de um sistema de tráfego é influenciada por tradição e influência colonial.

Países que adotaram a mão inglesa no passado tendem a mantê-la para evitar custos e confusão com a mudança. As colônias britânicas herdaram o sistema de tráfego pela esquerda. E, por fim, a consistência em manter o mesmo sistema em regiões vizinhas facilita o tráfego entre países.

O que é a mão inglesa?

(Imagem: Jevanto Productions / Shutterstock)

A mão inglesa é o sistema de direção no qual os veículos trafegam pelo lado esquerdo da via, em vez do lado direito, como é comum em grande parte do mundo, incluindo o Brasil. Essa prática influencia a disposição do tráfego e as regras de direção em países que a adotam.

Principais características

  • Circulação: os veículos circulam pelo lado esquerdo da via e as ultrapassagens ocorrem pelo lado direito.
  • Na mão inglesa o volante dos veículos é posicionado no lado direito do carro.

Países que adotam a mão inglesa:

  • Reino Unido: o país que deu origem ao termo e onde a prática é mais conhecida.
  • Austrália: uma das ex-colônias britânicas que herdaram o sistema.
  • Índia: outra ex-colônia britânica com um extenso sistema de direção à esquerda.
  • Japão: um caso interessante, pois o país adotou a mão inglesa sem ter sido uma colônia britânica.
  • África do Sul: mais um país que manteve a tradição britânica.
  • Irlanda: assim como o Reino Unido, a Irlanda também adota este sistema.
  • Nova Zelândia: a exemplo de outros países da Oceania, a Nova Zelândia também possui este sistema de direção.
  • Malta: um pequeno país Europeu, que adota este sistema de direção.
  • Chipre: outro pequeno país Europeu, que adota este sistema de direção.
  • Tailândia: um país asiático que adota este sistema de direção.
  • Paquistão: mais um país asiático que adota este sistema de direção.

Diferença entre mão inglesa e mão francesa:

  • Mão inglesa:
    • Dirige-se pelo lado esquerdo da via.
    • Volante no lado direito do carro.
  • Mão francesa:
    • Dirige-se pelo lado direito da via.
    • Volante no lado esquerdo do carro.
Tem mão inglesa no Brasil?

No Brasil, o sistema de tráfego pela direita é o padrão em todo o território nacional. No entanto, há uma exceção curiosa: a Rodovia BR-101 no trecho de Ubatuba (SP), em um trecho específico dessa rodovia, os veículos trafegam pela esquerda devido à geografia local e à necessidade de facilitar o fluxo de tráfego. Essa é uma rara exceção no país.

Mão inglesa: por que o volante do carro fica no lado direito em alguns países?

Imagem mostra clássico taxi preto inglês, em que se adota a mão inglesa, com volante do lado direito do carro
(Imagem: Kristi Blokhin / Shutterstock.com)

A posição do volante no lado direito do carro está diretamente ligada ao sistema de direção conhecido como “mão inglesa”, onde os veículos trafegam pelo lado esquerdo da via. Essa prática tem raízes históricas e se consolidou em alguns países, principalmente aqueles que foram colônias britânicas.

  • Contraposição Napoleônica: Napoleão Bonaparte, durante a Revolução Francesa, ordenou que seus exércitos e territórios adotassem a direção à direita, influenciando muitos países europeus.

Nos países que adotam a “mão inglesa”, o volante é posicionado no lado direito do carro para que o motorista tenha uma melhor visibilidade do tráfego e possa realizar ultrapassagens com mais segurança. 

A posição do volante do lado direito do carro, característica do sistema de direção conhecido como “mão inglesa”, tem origem na Idade Média. Cavaleiros preferiam se manter à esquerda das vias para empunhar suas espadas com a mão direita, prática que se estendeu ao controle de carruagens e cavalos.

Nos países com “mão inglesa”, o volante à direita proporciona melhor visibilidade do tráfego e mais segurança nas ultrapassagens.

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