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Uso de ‘protetor solar’ evitou extinção dos nossos antepassados, revela estudo

Existem várias teorias para explicar o porquê do Homo sapiens ter sobrevivido na Europa e no Norte da Ásia, enquanto os neandertais, aparentemente mais bem adaptados, não. Uma delas cita o uso de um “protetor solar” antigo.

De acordo com pesquisadores, os nossos antepassados teriam desenvolvido formas eficazes de se proteger dos raios ultravioletas. Uma capacidade que pode ter salvado a espécie da extinção milhares de anos atrás.

Mudanças climáticas criaram grave ameaça

  • Durante a história da Terra, a direção dos polos magnéticos mudou pelo menos 180 vezes.
  • Este fenômeno pode aumentar a exposição à radiação.
  • Um cenário capaz de aumentar a incidência de câncer de pele, além das chances de extinção de espécies.
  • Segundo os historiadores, o desaparecimento dos neandertais pode ter ligação com o último fenômeno do tipo registrado, há cerca de 40 mil anos.
  • Por outro lado, o Homo sapiens sobreviveu ao mesmo cenário.
  • Agora, um estudo publicado na revista Science Advances explica como isso foi possível.
Homo sapiens souberam se proteger da luz solar (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

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Pinturas corporais e roupas serviram como “protetor solar”

Os autores do trabalho observaram que o momento coincide com mudanças importantes no modo de viver dos nossos antepassados.

Naquela época, eles começaram a usar o ocre em pinturas corporais, o que fornece proteção contra a radiação solar.

A criação das primeiras roupas também teve importância. Isso reduziu a exposição da pele à luz solar. Além disso, este foi um período de maior utilização de cavernas e outros espaços para se abrigar do forte calor.

Cavernas serviram como abrigos (Imagem: Salcido/Shutterstock)

Dessa forma, dizem os pesquisadores, o Homo sapiens desenvolveu ferramentas que possibilitaram aumentar as chances de sobrevivência. Algo que não aconteceu quando analisadas as populações de neandertais.

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Primeiros humanos passaram pela Era Glacial com técnica “avançada” para a época

Pesquisadores de Viena (Áustria) e do Algarve (Portugal) realizaram grande descoberta, capaz de nos ajudar a entender como os primeiros seres humanos enfrentaram a fase mais fria da Era Glacial. No caso, eles acharam três lareiras misteriosas. A novidade foi publicada na Geoarcheology.

A descoberta é muito importante, pois, até hoje, não tínhamos nenhuma evidência bem preservada desse período mais extremo da Era Glacial, impedindo, assim, que pudéssemos entender nossa evolução durante o frio mega extremo.

Primeiros humanos e a Era Glacial

  • No estudo, os pesquisadores da Universidade de Viena (Áustria) e do Algarve (Portugal) utilizaram técnicas geoarqueológicas consideradas inovadoras para encontras as três lareiras, localizadas na Ucrânia;
  • Essas lareiras seriam do auge do inverno, conhecido como Último Máximo Glacial, ocorrido entre 26,5 mil e 19 mil anos atrás. No período, as temperaturas na atual Europa caíram e permaneceram entre −26,6 °C e −20 °C;
  • Por meio da tecnologia empregada, foi possível ter mais informações sobre o Homo sapiens. Contudo, a ausência de outras lareiras deixou os cientistas atônitos.
Fogo era alimentado, especialmente, por madeira de abetos (Imagem: Divulgação/Universidade de Viena)

Ao Interesting Engineering, William Murphree, principal autor do estudo e geoarqueólogo da Universidade do Algarve, questionou: “A maior parte das evidências foi destruída pelo congelamento e degelo alternados do solo, típicos de uma era glacial? Ou será que as pessoas não encontraram combustível suficiente durante o Último Máximo Glacial? Não usaram o fogo, mas recorreram a outras soluções tecnológicas?

Já Philip R. Nigst, coautor do estudo e arqueólogo da Universidade de Viena, disse, em nota, que “o fogo não servia apenas para manter o calor; também era essencial para cozinhar, fazer ferramentas e para reuniões sociais”.

As lareiras encontradas deram luz ao período sombrio da Era Glacial, já que nossos antepassados precisavam de calor para seguirem vivos, mas poucas informações sobre como conseguiam viver naquela época estão disponíveis atualmente.

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Encontrando o fogo antigo

Os sinais da existência de fogo nas lareiras antigas só foram encontrados a partir de análises microestatigráficas, micromorfológicas e colorimétricas. As três lareiras são simples, planas e movidas a lenha, mas com tamanhos distintos.

Uma delas, maior e mais espessa que as demais, gerava temperaturas mais altas. Outra descoberta interessante é que o fogo atingiu 600 °C. Isso, segundo os pesquisadores, mostra como o Homo sapiens dominava esse elemento da natureza.

Nigst complementou: “As pessoas controlavam perfeitamente o fogo e sabiam como usá-lo de diferentes maneiras, dependendo da finalidade do fogo. Mas nossos resultados também mostram que esses caçadores-coletores usavam o mesmo local em diferentes épocas do ano durante suas migrações anuais.”

Ainda segundo as análises dos cientistas, a técnica adotada pelos humanos da época para alimentar o fogo era a partir de madeira, especialmente de abetos. Outras possibilidades abarcam a inclusão de ossos ou gordura, uma vez que nossos antepassados que viveram a Era Glacial queimavam ossos de animais até que ficassem crocantes no pico da temperatura.

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Descobertas também atestam que nossos antepassados tinham bom domínio de temperatura (Imagem: Divulgação/Universidade de Viena)

Marjolein D. Bosch, uma das autoras e zooarqueóloga da Universidade de Viena, da Academia Austríaca de Ciências e do Museu de História Natural de Viena, explicou que, “atualmente, estamos investigando se eles foram usados ​​como combustível ou se foram queimados acidentalmente“.

Sendo assim, os cientistas podem ter dado importante passo rumo ao entendimento desse misterioso período para nossa própria história, bem como os Homo sapiens evoluíram sua tecnologia para escapar do frio extremo.

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Humanidade usa a linguagem há pelo menos 135 mil anos, diz pesquisa

Há milênios, o Homo sapiens vivia em uma única tribo, sem separações. Porém, por volta de 135 mil anos atrás, uma configuração genética deu à humanidade a capacidade de desenvolver a linguagem, o que mudou tudo. Pesquisadores utilizaram dados de DNA para calcular esse período e descobrir quando e como a língua ajudou os humanos no desenvolvimento do comportamento complexo.

A hipótese cientifica com maior aceitação atualmente diz que o H. sapiens está na Terra há cerca de 300 mil anos. No entanto, traços culturais mais complexos, como práticas funerárias e a arte, se difundiram entre as populações da espécie somente há cerca de 65 mil anos. Antropólogos nomearam esse momento da história como o “grande salto em frente”.

“O que podemos fazer é olhar para frente e ver como, após 135 mil anos, a linguagem pode ter tido uma mão direta na formação dos comportamentos humanos modernos”, diz o grupo no artigo.

Genética conta a história da linguagem

Na busca por entender o que desencadeou esse evento, cientistas notaram que as aproximadamente 7 mil línguas em uso no mundo compartilham similaridades. De acordo com o grupo, isso sugere que toda a população humana compartilha a mesma capacidade interior para desenvolver a linguagem, o que pressupõe que a habilidade linguística evoluiu antes da primeira comunidade de H. sapiens se dividir.

“Se a capacidade linguística tivesse se desenvolvido mais tarde, esperaríamos encontrar algumas populações humanas modernas sem linguagem, ou com algum modo de comunicação fundamentalmente diferente. Nenhum dos dois é o caso”, escreve a equipe. 

“Khoisans ocupadas grelhando gafanhotos”, pintura de Samuel Daniell de 1805. (Imagem: Samuel Daniell / Wikimedia Commons)

Eles analisaram dados de 15 estudos genéticos diferentes. Com isso, determinaram que a primeira divisão do grupo original do H. sapiens foi a dos povos Khoisan da África do Sul, que existem até hoje, ocorrida há 135 mil anos. O grupo complementa dizendo que as capacidades da linguagem podem ter surgido até mesmo antes dessa data.

Os pesquisadores notaram também que comportamentos humanos modernos, como decorações corporais e a produção de peças ocres com símbolos desenhados, apareceram e se mantiveram a partir de 100 mil anos atrás. Segundo eles, houve um intervalo de 35 mil anos entre a origem genética da linguagem e a dispersão das práticas humanas complexas.

Para os autores, esse é um período razoável para permitir o desenvolvimento e a disseminação da comunicação simbólica. Isso sugere que a linguagem pode ter sido o fator-chave que impulsionou o “grande salto em frente”.

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Novo capítulo da evolução humana é revelado em estudo genético

Humanos modernos descendem não de uma, mas de pelo menos duas populações ancestrais. É o que mostra uma análise avançada baseada em sequências genômicas completas conduzida por pesquisadores da Universidade de Cambridge.

Até então, a visão predominante era de que o Homo sapiens descendia de uma linhagem única, tendo surgido pela primeira vez na África por volta de 200.000 a 300.000 anos atrás. Mas os resultados publicados na revista Nature sugerem uma nova abordagem.

A equipe encontrou evidências de que a genética dos humanos modernos provém da mistura de duas populações antigas que se separaram há cerca de 1,5 milhão de anos e, depois, se reconectaram, cerca de 300.000 anos atrás.

Pesquisadores de Cambridge usaram dados do 1000 Genomes Project (Imagem: Issaurinko/iStock)

Um dos grupos contribuiu com 80% da composição genética dos humanos modernos e o outro, 20%. O valor é substancialmente maior do que os 2% do DNA neandertal presente em humanos modernos não africanos.

A pesquisa sugere, portanto, que a interação de 300.000 anos atrás foi mais substancial do que o cruzamento de neandertais e os denisovanos com o Homo sapiens, há cerca de 50.000 anos.

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Como foi feita a análise?

Os cientistas priorizam a análise do DNA humano moderno, excluindo a necessidade de extração do material genético de ossos antigos. Os dados usados ​​no estudo são do 1000 Genomes Project, uma iniciativa global que sequenciou o DNA de populações da África, Ásia, Europa e Américas.

A partir daí, a equipe desenvolveu um algoritmo computacional chamado cobraa, que modela como populações humanas antigas se separaram e depois se fundiram novamente.

Análise foi feita com algoritmo computacional chamado cobraa (Imagem: Cavan Images/iStock)

“Imediatamente após as duas populações ancestrais se separarem, vemos um gargalo severo em uma delas — sugerindo que ela encolheu para um tamanho muito pequeno antes de crescer lentamente ao longo de um período de um milhão de anos”, disse o coautor Professor Aylwyn Scally, também do Departamento de Genética. 

O estudo concluiu que alguns dos genes da população que contribuíram com uma minoria do nosso material genético, particularmente aqueles relacionados à função cerebral e ao processamento neural, podem ter desempenhado um papel crucial na evolução humana.

Espécies como Homo erectus e Homo heidelbergensis são candidatos potenciais para esses ancestrais, mas seriam necessárias mais pesquisas para confirmar essa hipótese.

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Cemitério antigo revela indícios de interação entre neandertais e Homo sapiens

Um artigo publicado nesta terça-feira (11) na revista Nature Human Behaviour revela novas evidências sobre a convivência entre neandertais e Homo sapiens no Levante do Paleolítico Médio – entre 50 mil e 250 mil anos atrás. 

O estudo se baseia em descobertas feitas em um antigo cemitério na Caverna Tinshemet, em Israel, e sugere que esses grupos não apenas coexistiram, como também interagiram ativamente, compartilhando conhecimento, hábitos de caça e rituais funerários.

Em vez de competição constante, os achados indicam um intercâmbio cultural que impulsionou avanços sociais e tecnológicos, como o uso simbólico de pigmentos minerais e a realização de sepultamentos elaborados.

Seção exposta de sedimentos arqueológicos datados de 110 mil anos atrás na caverna Tinshemet. Crédito: Yossi Zaidner

A Caverna Tinshemet abriga os primeiros enterros do Paleolítico Médio descobertos na região em mais de 50 anos. Desde 2017, pesquisadores liderados pelo arqueólogo Yossi Zaidner, da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, investigam o local em busca de pistas sobre a relação entre neandertais e Homo sapiens. 

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Coexistência entre neandertais e Homo sapiens foi colaborativa

Eles analisaram aspectos como a fabricação de ferramentas, as estratégias de caça, o uso de símbolos e a complexidade social. As evidências sugerem que diferentes grupos humanos da época interagiam de forma significativa, transmitindo conhecimentos e influenciando mutuamente suas culturas. Essas interações podem ter acelerado o desenvolvimento de comportamentos sofisticados, como a prática sistemática de rituais funerários.

Uma das descobertas mais intrigantes é o uso de ocre, um pigmento mineral que provavelmente era aplicado no corpo ou nos objetos. Isso sugere que esses povos já valorizavam a identidade cultural e a diferenciação entre grupos, indicando um nível avançado de pensamento simbólico.

A presença de diversos enterros no mesmo local levanta a hipótese de que a caverna poderia ter sido usada como um cemitério. Os pesquisadores encontraram artefatos enterrados junto aos corpos, incluindo ferramentas e ossos de animais, o que pode indicar crenças em uma vida após a morte ou práticas rituais consolidadas.

Artefato lítico da Caverna Tinshemet feito com tecnologia compartilhada entre Homo sapiens e Neandertais. Crédito: Marion Prévost

Para Zaidner, o Levante funcionava como um “caldeirão” de encontros humanos, onde diferentes populações se misturavam e evoluíam juntas. Em um comunicado, Marion Prévost, coautor do estudo, destaca que as condições climáticas da época favoreceram a expansão demográfica e intensificaram o contato entre esses grupos.

Israel Hershkovitz, também membro da equipe, reforça que essas interações não se limitavam à troca de objetos, mas envolviam mudanças nos estilos de vida e estratégias de sobrevivência. “A coexistência entre neandertais e Homo sapiens pode ter sido mais colaborativa do que se imaginava, moldando o futuro da humanidade”.

As escavações na Caverna Tinshemet continuam e podem revelar mais detalhes sobre as origens das sociedades humanas. As descobertas feitas até agora fornecem uma nova perspectiva sobre a história dos nossos ancestrais e o impacto das interações entre diferentes grupos na evolução cultural e tecnológica.

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