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Iceberg se solta e revela um ‘novo mundo’ na Antártida

Pesquisadores do Schmidt Ocean Institute anunciaram a descoberta de um ecossistema marinho até então desconhecido. Ele foi revelado após o desprendimento de um iceberg gigante na Antártida em janeiro deste ano.

Com a descoberta, os cientistas mudaram os seus planos e realizaram uma expedição de oito dias ao local. No fundo do mar foram localizados corais, esponjas, peixes-gelo, aranhas-do-mar gigantes e polvos. 

Animais podem estar no local há séculos

  • O veículo operado remotamente ROV SuBastian foi utilizado para explorar as profundezas do oceano.
  • Este equipamento é capaz de alcançar até 1.300 metros.
  • Ele revelou um ecossistema próspero e diversificado, algo considerado incomum em regiões de mar profundo.
  • A equipe ficou impressionada com o tamanho de alguns animais encontrados.
  • Isso pode indicar que eles estão ali há décadas ou até centenas de anos.
Esponja do mar foi encontrada no fundo do mar (Imagem: Schmidt Ocean Institute)

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Mecanismo que alimenta o ecossistema ainda é desconhecido

Os cientistas explicam que, normalmente, os ecossistemas de águas profundas dependem de nutrientes que descem da superfície iluminada pelo Sol. No entanto, essa região esteve coberto por cerca de 150 metros de gelo por séculos, sem acesso direto a essa fonte de alimento.

Dessa forma, não seria normal encontrar um local com tanta diversidade. Os pesquisadores acreditam que as correntes oceânicas desempenham um papel crucial ao transportar nutrientes para o local, sustentando a vida.

Polvo repousando a 1150 metros de profundidade (Imagem: Schmidt Ocean Institute)

Além de revelar um novo ecossistema marinho, o estudo também permitiu que a equipe reunisse dados sobre o comportamento passado da camada de gelo da Antártida. Essa região tem sido severamente impactada pelas mudanças climáticas.

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Maior iceberg do mundo encalhou – entenda o que acontece agora

O maior e mais antigo iceberg do mundo, o A23a, ficou encalhado no fundo do mar por mais de 30 anos. Desde 2020, ele é arrastado pelas correntes do Oceano Antártico em direção à Geórgia do Sul. Agora, ele finalmente chegou à ilha – e encalhou novamente.

Entre os efeitos do encalhe, estão o perigo à fauna local e aos pescadores, que podem enfrentar pedaços do iceberg à deriva no mar. No entanto, efeitos positivos também são esperados.

Rota do iceberg A23a desde 17 de janeiro de 2025 (Imagem: Mapping and Geographic Information Centre, British Antarctic Survey)

Iceberg A23a estava em movimento há décadas

O A23a pesa quase um trilhão de toneladas e mede cerca de duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Ele se desprendeu da plataforma de gelo Filchner, na Antártida, em 1986 e ficou encalhado no fundo do Mar de Weddell por mais de 30 anos. Em 2020, correntes do Oceano Antártico começaram a carregá-lo em direção à Geórgia do Sul, um território ultramarino britânico.

Já em 2024, ele ficou preso em uma Coluna de Taylor, um fenômeno oceanográfico que prende objetos submarinos em um lugar. Depois, voltou a se mover, chegando a avançar mais de 30 quilômetros por dia.

O iceberg finalmente chegou ao destino no início do mês. Atualmente, está encalhado na plataforma continental da ilha, a cerca de 90 quilômetros da terra firme. De acordo com o British Antactic Survey, imagens de satélite mostraram que o bloco de gelo parece estar mantendo sua estrutura e ainda não se partiu em pedaços maiores.

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O que o encalhe pode causar na ilha

Milhões de pinguins e focas vivem na ilha, sem contar a fauna marinha da região. Segundo o Dr. Andrew Meijers, oceanógrafo do British Antarctic Survey, se o icerberg continuar encalhado, não deve afetar significativamente a vida local.

No entanto, blocos de gelo que fizeram o mesmo caminho acabaram se quebrando em pedaços menores, o que pode afetar a pesca marinha. Isso porque os icebergs menores podem atingir barcos e atrapalhar o fluxo.

Meijers afirma que está ansioso para ver como o encalhe afetará o ecossistema local. Ele também destaca possíveis efeitos positivos: o iceberg contém nutrientes em seu interior, e o derretimento causa o espalhamento deles no mar. Consequentemente, nutrindo espécies da fauna marinha e aumentando a disponibilidade de alimento, incluindo para as focas e pinguins.

Do lado contrário, ele pode fazer com que as espécies tenham que mudar o caminho até seu local de alimentação, gastando mais energia nesse processo, o que aumenta a competição. Além disso, isso reduz a quantidade de comida que chega de volta ao local de origem, o que pode aumentar a mortalidade entre filhotes na ilha.

Outra parte negativa é para os corais, lesmas-do-mar e esponjas que vivem no local de contato do iceberg com a ilha. Para elas, o encalhe é um perigo imediato.

Iceberg A23a a caminho da ilha da Geórgia do Sul (Imagem: NASA Modis)

Iceberg vai derreter

  • O iceberg é o maior e mais antigo do mundo, mas está derretendo – um processo que deve continuar;
  • A área original do bloco de gelo era de 3.900 quilômetros quadrados. Agora, está em 3.234 quilômetros quadrados;
  • As mudanças climáticas podem acelerar esse processo.

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