Autoridades dos Estados Unidos estão em alerta para um novo problema de saúde. Um recente estudo apontou que os casos de infecções por uma bactéria “comedora de carne” mais que dobraram no país desde 2012.
Os pesquisadores ainda descobriram que os estreptococos do grupo A estão mais resistentes aos antibióticos. Eles são responsáveis por doenças como a fascite necrosante, que destrói os tecidos moles abaixo da pele e é popularmente conhecida como “comedora de carne”.
Maior diversidade de bactérias explica aumento nos casos
No total, 35 milhões de norte-americanos de 10 estados (Califórnia, Colorado, Geórgia, Maryland, Oregon, Nova York, Novo México, Tennessee, Connecticut e Minnesota) foram analisados durante o trabalho.
Antes de 2013, a maioria das infecções permanecia relativamente baixa e estável.
No entanto, os casos de estreptococos mais que dobraram, de 3,6 por 100 mil pessoas para 28,2 por 100 mil pessoas.
O número de diagnósticos passou de 1.082, em 2013, para 2.759, em 2022.
De acordo com especialistas, este aumento ocorre devido a uma maior diversidade de bactérias.
Bactérias estão mais resistentes aos antibióticos (Imagem: Gilnature/iStock)
Os sintomas de infecções do tipo variam em gravidade e de acordo com a doença causada pela bactéria estreptococo do grupo A.
Alguns deles incluem: dificuldade em engolir ou dor ao engolir, dor de cabeça intensa e pequenas manchas vermelhas no céu da boca.
Outros sinais de atenção são dores de garganta, de estômago e nos gânglios linfáticos, além de amígdalas inchadas, erupções cutâneas no pescoço, coceira na pele, diarreia, tontura, febre, náuseas e vômitos, e bolhas espalhadas pelo corpo.
Bactéria comedora de carne provoca feridas (Imagem: sruilk/Shutterstock)
As bactérias são altamente contagiosas e se espalham através do contato com outras pessoas infectadas. Esta transmissão pode ocorrer a partir da respiração de gotículas liberadas no ar após tosse ou espirro, ou contato com a saliva do paciente.
O uso de máscaras é recomendado para evitar transmitir a bactéria para outras pessoas. O tratamento imediato das feridas também é fundamental para evitar casos mais graves, que podem potencialmente levar à morte.
Você já ouviu falar da mucormicose? Também conhecida como fungo preto ou fungo negro, trata-se de uma rara infecção fúngica que afeta pessoas com sistemas imunológicos comprometidos. Comumente associada a casos graves da COVID-19 ou pacientes em recuperação da doença, o quadro pode, em alguns casos, até ser fatal.
Entenda:
A mucormicose (também chamada de fungo negro ou fungo preto) é uma doença rara que pode causar a morte;
A contaminação pode ocorrer pela inalação de esporos de fungos da ordem Mucorales ou pelas vias cutânea e oral;
O fungo negro se espalha rapidamente, causando sintomas como inchaço no rosto, dores no peito e na cabeça, tosse, infecção nos olhos e necrose;
O tratamento envolve medicamentos antifúngicos e cirurgias para a remoção de tecido morto.
Também chamada de fungo negro ou fungo preto, a mucormicose pode ser fatal. (Imagem: Yale Rosen/Wikimedia Commons)
A mucormicose é causada pelos esporos de fungos da ordem Mucorales, encontrados em resíduos orgânicos em decomposição – como folhas e esterco. A infecção pode acontecer de duas formas: pela inalação ou pela entrada dos esporos no corpo através de cortes, queimaduras ou ingestão oral.
Ao entrarem no corpo, os fungos causadores da mucormicose atingem os vasos sanguíneos e causam coágulos, resultando na privação de nutrientes e de oxigenação tecidual e, em alguns casos, levando o paciente a óbito. É importante destacar que a doença não é contagiosa, ou seja, não pode ser transmitida de uma pessoa para outra.
Sintomas de fungo negro incluem dor de cabeça, inchaço no rosto, tosse, infecções e necrose. (Imagem: dragana991/iStock)
Os sintomas de fungo negro podem variar: quando inalados, os esporos podem causar inchaço no rosto, febre, dores no peito e cabeça e tosse. Do sistema respiratório, a doença pode alcançar também baço, cérebro e coração. De acordo com o Ministério da Saúde, infecção nos olhos, deslocamento do globo ocular, secreção nasal com pus e lesões necróticas também são comuns.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o fungo negro evolui rapidamente e pode ser fatal em mais de 50% dos casos – mesmo com o tratamento médico, que inclui medicamentos antifúngicos e até cirurgias para remover tecidos necrosados.
O campo da saúde pode ser bastante confuso, uma vez que diferentes doenças podem ter sintomas muito semelhantes. Por isso, muitas vezes é necessária uma investigação mais detalhada com profissionais de saúde por meio de exames, para identificar corretamente qual a causa e seu tratamento.
Sintomas como espirros, tosse e nariz escorrendo estão presente em diversas condições de saúde, como em doenças respiratórias, podendo ser sinais de infecções que merecem atenção especial como a Covid-19. Assim que percebemos que nosso corpo estão dando esses indícios, a primeira coisa que fazemos é tentar identificar qual o motivo, para buscar uma forma de se curar.
Nem toda infecção gera uma doença, assim como nem toda doença é uma infecção. Porém, toda doença infecciosa é o resultado de uma infecção. (Imagem: Freepik)
Sabendo disso, como é possível saber qual a doença que está causando esses desconfortos? É possível diferenciar quais podem ser as causas, com procedimentos que vão além dos testes? Com diversas doenças infecciosas circulando, é importante ter essas informações. Saiba mais na matéria a seguir.
A infecção é um processo que acontece quando microrganismos como bactérias, vírus, fungos ou parasitas, invadem o corpo de um hospedeiro e se reproduzem nele. Elas podem ser transmitidas por contato direto com uma pessoa infectada, ou até mesmo pelo uso de objetos contaminados.
O contágio pode ser feito através da pele, pelas vias respiratórias, circulatórias ou pelas mucosas. Ainda que diversos agentes infecciosos possam coexistir no organismo sem que doenças sejam desenvolvidas, um sistema imunológico desregulado pode permitir que os microrganismos causem enfermidades, que interferem no funcionamento do corpo.
Alguns sintomas comuns de infecção podem ser:
Febre;
Fadiga;
Tosse;
Mal-estar geral;
Inchaço ou inflamação na área afetada;
Dor ou desconforto;
Secreções anormais (como pus, por exemplo);
Mudanças na função orgânica (dependendo da área afetada).
Enquanto isso, as doenças são a consequência das lesões causadas pelo agente infeccioso e pela resposta do hospedeiro, e pode ser manifestada por sintomas e sinais, além de alterações fisiológicas, bioquímicas e histopatológicas. Ela pode ser transmitida de pessoa para pessoa, ou não, e pode ser causada por patógenos como bactérias e vírus.
Podemos concluir que: nem toda infecção gera uma doença, assim como nem toda doença é uma infecção. Porém, toda doença infecciosa é o resultado de uma infecção.
A maioria das pessoas saudáveis que apresentam sintomas leves como coriza, congestão e fadiga não precisam de atendimento médico. (Imagem: Freepik)
É possível você mesmo identificar qual infecção contraiu?
Leana Wen, médica de emergência e professora associada clínica na Universidade George Washington, explicou um pouco sobre essa questão à CNN. De acordo com ela, é preciso analisar quem é a pessoa que está com esses sintomas, levando em conta a idade e as condições de saúde.
Isso porque a maioria das pessoas saudáveis que apresentam sintomas leves como coriza, congestão e fadiga não precisam de atendimento médico. Existem mais de 200 vírus que causam o resfriado comum, e que costuma ser a causa desses sinais. Ainda que esses indivíduos estejam com Covid-19 ou influenza, por exemplo, mas tiverem sintomas leves, provavelmente não precisam de tratamento.
Para esses casos, essas pessoas podem fazer testes caseiros para saber se estão com um desses vírus, contudo, esse conhecimento não muda muito o manejo clínico. Dessa forma, a recomendação é um tratamento sintomático, com repouso, muito líquido e medicamentos de venda livre para aliviar a febre e as dores no corpo. Já as pessoas com mais risco de ter doenças graves devem fazer o teste assim que os sintomas começam para iniciar o tratamento o quanto antes.
Os testes também são importantes quando eles pioram, como tosse persistente, febre alta constante, dor no peito, dor abdominal e dificuldade de respirar. Nesses casos também é importante buscar atendimento médico, pois pode não ser um simples resfriado, mas sim uma pneumonia bacteriana que requer antibióticos, por exemplo. E isso tudo apenas falando sobre doenças respiratórias.
Além disso, os espirros, tosses e congestão podem vir acompanhados de outros indícios, como dor de estômago, diarreia e vômito, o que podem estar relacionados com gastroenterite viral, por exemplo. Essa doença começa de repente e é bastante desconfortável, mas a recuparação do paciente acontece em alguns dias na maioria das vezes, sem que seja necessário um tratamento específico. Geralmente, não é necessário testes para confirmar o diagnóstico.
Os testes são importantes quando os sintomas pioram, como tosse persistente, febre alta constante, dor no peito, dor abdominal e dificuldade de respirar. (Imagem: Freepik)
Contudo, assim como no caso das doenças respiratórias, existem exceções, se existirem sintomas persistentes de diarreia e vômito, com febres e dor abdominal grave. Quando isso acontece, pode ser uma infecção bacteriana que necessita de antibióticos para ser curada, ou até mesmo uma apendicite. Mais uma vez, é importante a avaliação de profissionais e exames adicionais para ter certeza.
De forma geral, a profissional recomenda que, caso você tenha um médico ou outro profissional da área que possa buscar orientações, é importante se consultar com ele para ter orientações. Se não houver facilidade de buscar ajuda médica, é essencial se atentar aos sintomas e o quão grave parece a doença, como dores no peito, dificuldade para respirar, dormência ou fraqueza em um braço ou perna. Nesses casos, é preciso ir à emergência imediatamente.
Por fim, deve ser observado se o paciente em questão faz parte de um grupo considerado vulnerável, como bebês, gestantes, idosos e pessoas com condições médicas que oferecem riscos adicionais de doença grave. Para essas pessoas, não é necessário aguardar até que os sintomas apresentados sejam persistentes, sendo aconselhável buscar por ajuda médica já no início dos sinais.
Conclusão: diversas doenças diferentes podem apresentar sintomas iguais ou semelhantes, dificultando a identificação de qual infecção foi contraída. Por isso, buscar em sites de pesquisa pode não ser uma boa ideia, já que os resultados podem não ser compatíveis com a causa desses sinais. Caso você ou alguém próximo esteja com espirros, tosse ou nariz escorrendo, vale observar se eles estão persistentes e se há outros sintomas mais sérios, como febre e dores.
Pode ser feito o uso de testes para identificar qual o causador da infecção, como é o caso de doenças respiratórias, porém, na maioria dos casos leves, o tratamento é feito de forma sintomática. Contudo, se a pessoa que está com esses sintomas faz parte de grupos vulneráveis, é importante que seja consultado um profissional da saúde o quanto antes, para a correta identificação e tratamento da doença.
De qualquer forma, caso seja possível, o ideal é sempre consultar um médico para ter orientações mais precisas do que ser feito quando aparecem esses sintomas.
Pode ser feito o uso de testes para identificar qual o causador da infecção, porém, na maioria dos casos leves, o tratamento é feito de forma sintomática. (Imagem: Freepik)