De acordo com novo relatório da Secure World Foundation (SWF), organização não governamental dedicada à sustentabilidade espacial, os governos russo e chinês estariam por trás das ameaças.
Uso militar do serviço tem gerado atritos
No documento de mais de 300 páginas, a SWF destaca que os cidadãos ucranianos começaram a usar os serviços da Starlink em 2022.
O objetivo era garantir o acesso à internet após a interrupção da conexão provocada pela invasão russa.
Além disso, o sistema permitiu que o exército e governo ucranianos se comunicassem de forma segura. No entanto, as autoridades dos país reclamaram de falhas no serviço durante o ano passado, o que prejudicou as operações de defesa.
Objetivo é interromper o sinal dos satélites Starlink (Imagem: Jacques Dayan/Shutterstock)
Agora, o relatório indica que estas interrupções foram provocadas por dispositivos russos. Ainda de acordo com a organização, a Rússia estaria desenvolvendo uma ferramenta mais sofisticada que poderia detectar e interromper sinais de satélites.
Por fim, o texto aponta que a China estaria investindo em recursos similares para possíveis conflitos armados com os Estados Unidos. Entre eles estariam submarinos equipados a laser e mastros retráteis, que poderiam chegar à superfície para interferir no sinal da Starlink.
Na noite desta quarta-feira (9), a Amazon dá um passo importante na disputa com a Starlink, serviço de internet via satélite da SpaceX, empresa de Elon Musk. A gigante da tecnologia de Jeff Bezos vai lançar o primeiro lote completo de satélites do Projeto Kuiper, sua própria constelação para levar internet de alta velocidade a regiões remotas do planeta.
O lançamento está previsto para acontecer entre 20h e 22h (horário de Brasília), a partir da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, a bordo de um foguete Atlas V, da empresa United Launch Alliance (ULA). Uma transmissão ao vivo do evento tem início às 19h35, no canal oficial da ULA no YouTube.
Primeiro lote de satélites Amazon Kuiper será lançado por um foguete Atlas V, da United Launch Alliance (ULA). Crédito: ULA
Este será o primeiro lançamento com satélites Kuiper totalmente operacionais. Em 2023, dois protótipos foram enviados ao espaço para testes. Agora, a Amazon começa a montar sua rede real, que prevê mais de 3.200 espaçonaves na órbita baixa da Terra, oferecendo conexão banda larga para áreas pouco atendidas.
Satélites da Amazon representam carga mais pesada já lançada por foguete da ULA
A missão desta noite, chamada de KA-01 (Kuiper Atlas 1), carrega a carga útil mais pesada já transportada por um foguete Atlas V. Por isso, o veículo será lançado em sua configuração mais potente, com cinco propulsores auxiliares a combustível sólido.
Cada satélite Kuiper é equipado com uma película especial que reduz o brilho solar refletido, evitando que interfiram na observação astronômica feita da Terra. Essa preocupação com o céu noturno também faz parte do projeto.
A Amazon já investiu US$10 bilhões (cerca de R$57 bilhões) no projeto, mas analistas do setor estimam que o custo total para iniciar a operação pode chegar a US$20 bilhões. O plano é concluir toda a constelação em mais de 80 lançamentos ao longo dos próximos anos.
Para garantir o cronograma, a Amazon contratou lançamentos com diferentes empresas, como a Arianespace, a Blue Origin (também de Bezos) e até a SpaceX, rival direta no setor. A Comissão Federal de Comunicações dos EUA exige que metade dos satélites esteja em órbita até julho de 2026.
Amazon ainda não divulgou preços do hardware e do serviço mensal do Projeto Kuiper. Crédito: Divulgação/Amazon
Atualmente, a Starlink de Elon Musk já opera com mais de sete mil satélites, o que dá larga vantagem à SpaceX. No entanto, a Amazon aposta em tecnologia de ponta para se destacar. Segundo a empresa, cada lançamento vai expandir a cobertura global e aprimorar a capacidade da rede.
Quando concluído, o sistema do Kuiper deve dar uma volta completa ao redor da Terra a cada 90 minutos, visando garantir internet veloz mesmo nos lugares mais isolados do globo.
Ainda não será dessa vez que você poderá usar internet via satélite da Starlink no seu celular. A informação circulou nos últimos dias nas redes sociais, mas ela está incorreta – pelo menos parcialmente.
A empresa de Elon Musk, de fato, começou a realizar alguns testes desse tipo, mas apenas nos Estados Unidos.
No Brasil não há previsão da chegada dessa tecnologia. Por aqui, a Starlink vai continuar operando apenas em residências, principalmente aquelas que ficam em zonas rurais.
O Brasil, aliás, ainda nem tem esse tipo de conexão autorizada. Nós utilizamos apenas antenas ou cabeamento (no caso do Wi-Fi) para levar internet para os celulares – e não satélites.
A Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel) até promoveu alguns testes da nova tecnologia. Eles, no entanto, não foram pra frente. Pelo menos não por enquanto.
O Brasil tem uma posição geográfica estratégica para a Starlink – Imagem: Saulo Ferreira Angelo/Shutterstock
A Starlink e o Brasil
Esses testes ocorreram em março deste ano, no estado do Maranhão, e envolveram as operadoras Claro e Lynk.
De acordo com a Anatel, foi possível realizar “conexões estáveis” de voz e dados em áreas sem cobertura de antenas de telefonia.
A agência, porém, não se manifestou mais sobre o assunto.
A conexão direta entre satélites e celulares recebe o nome de D2D: Direct to Device.
Ela não é oferecida comercialmente no Brasil.
Por aqui, a conexão é feita por meio de antenas que transmitem sinais de rádio, que são recebidos pelos aparelhos.
A empresa de Elon Musk começou a operar no Brasil em 2022 e rapidamente se tornou líder no segmento de internet via satélite.
Em 22, a Starlink lançou 4,4 mil satélites no Brasil, com autorização da Anatel.
Esse número acaba de subir para 11,9 mil, com os novos 7,5 mil autorizados.
A conexão de internet via satélite para celulares não é tão popular, mas a Starlink quer mudar essa realidade – Imagem: Jacques Dayan/Shutterstock
Os testes na gringa
Como dissemos acima, a Starlink começou a liberar, em caráter de testes, a conexão para clientes móveis dos EUA apenas. Assinantes das principais operadoras do país (T-Mobile, AT&T e Verizon) participam dos experimentos, gratuitos ou pagos.
Alguns estão enviando SMS em áreas fora da cobertura de antenas convencionais. Outros conseguem ir além. A ideia é expandir para outros serviços, como voz e dados. As primeiras experiências foram bem-sucedidas.
Vale destacar que a conexão com satélites funciona apenas com smartphones mais avançados que suportam a tecnologia. São os casos dos iPhones (do 14 para cima), do Samsung Galaxy S21 (ou superiores), além de alguns Motorolas (incluindo a linha G, Edge e Razr mais atuais).
A Starlink, constelação de satélites de internet da SpaceX, tem revolucionado a conectividade global, especialmente em áreas remotas e mal servidas pela infraestrutura terrestre tradicional. Com mais de 6.750 satélites em órbita em fevereiro de 2025, a empresa de Elon Musk possui planos ambiciosos de expandir essa rede para até 42.000 satélites, visando oferecer cobertura verdadeiramente global.
No entanto, para alcançar essa magnitude, a Starlink deposita uma parcela de suas expectativas no Brasil. A questão central que emerge é: por que o Brasil se tornou um país tão crucial para os planos de crescimento da constelação Starlink?
Como o Brasil define o futuro da frota de satélites da Starlink
A resposta reside em uma combinação de fatores, desde a infraestrutura terrestre necessária até o vasto potencial de mercado e a localização geográfica privilegiada do país.
Localizado em uma região equatorial, o Brasil proporciona uma posição vantajosa para a cobertura de satélites, potencialmente permitindo uma melhor conectividade com os satélites que passam sobre o país várias vezes ao dia.
Satélites da Starlink. (Imagem: Albert89/Shutterstock)
A vasta extensão territorial do Brasil, que se estende por uma ampla faixa de latitudes de norte a sul, e sua localização na América do Sul são estrategicamente valiosas para a constelação da Starlink alcançar uma cobertura abrangente em todo o continente e potencialmente além.
Cobertura que já é extensa por aqui, alcançando mais de 96% dos municípios da Amazônia Legal e atendendo a inúmeras localidades, incluindo grandes cidades como Manaus, São Paulo e Rio de Janeiro. Indicando que o Brasil já é parte da estratégia operacional da Starlink e de sua capacidade de atender a uma vasta área geográfica.
A empresa, inclusive, já enfrenta capacidade esgotada em algumas regiões, como o Rio de Janeiro, demonstrando uma alta demanda e a necessidade de maior expansão.
Acordos e regulamentações
A expansão da Starlink no Brasil também depende do ambiente regulatório e da existência de acordos com o governo brasileiro. A empresa, que obteve autorização da Anatel em fevereiro de 2022 para operar no país até 2027, aguarda a aprovação da Anatel para sua solicitação de implantação de mais 7.500 satélites, visando expandir ainda mais sua rede no Brasil.
Preocupações relacionadas à soberania digital, à segurança nacional e à dependência tecnológica estão sendo consideradas. Essa análise contínua por parte da Anatel reflete o delicado equilíbrio entre o fomento à inovação tecnológica e a proteção dos interesses nacionais.
A capacidade da Starlink de superar esses obstáculos regulatórios será crucial para seus planos de expansão no Brasil. (Imagem: Josh Bruce/Shutterstock)
O que dizem os especialistas
Especialistas corroboram a importância do Brasil para a Starlink. Para o Dr. Alvaro Machado Dias, neurocientista, futurista e colunista do Olhar Digital, o Brasil já é considerado um mercado emergente significativo para a empresa, que enfrenta uma crescente concorrência no mercado de internet via satélite, o que pode influenciar seus planos.
A Anatel vai decidir até quinta-feira se a Starlink pode colocar mais 7.500 satélites em órbita no Brasil. O país é especialmente estratégico para a empresa fundada por Elon Musk porque possui vastas áreas de difícil acesso, cujo atendimento por internet por satélite é essencial: Amazônia, plataformas de petróleo e ilhas. Do mais, no final do ano passado, a Telebras celebrou um acordo com a chinesa Spacesail, que faz a mesma coisa. A disputa no Brasil tornou-se, assim, um balão de ensaio para a corrida geopolítica mais ampla no âmbito da internet por satélite.
(Imagem: Hadrian/ Shutterstock)
A SpaceSail planeja implantar uma grande constelação de satélites, com até 14.000 unidades, e considera o Brasil como sua estreia global. Outros concorrentes incluem a HughesNet, que atualmente detém uma participação de mercado significativa, e a Viasat.
Além disso, operadoras locais como a Claro também estão se opondo ao pedido da Starlink por mais satélites, citando preocupações sobre interferência e congestionamento. Essa crescente competição pode pressionar os preços e a participação de mercado da Starlink.
O potencial do Brasil nos planos da Starlink
Em resumo, a Starlink depende significativamente do Brasil para aumentar o número de seus satélites por uma variedade de razões. O país já possui um número considerável de estações terrestres essenciais para as operações da constelação, e sua localização geográfica estratégica oferece vantagens para a cobertura em toda a América do Sul.
Além disso, o Brasil representa um mercado vasto e em crescimento com uma alta demanda por internet via satélite, especialmente em áreas mal atendidas pela infraestrutura tradicional.
Apesar dos desafios regulatórios e da crescente competição, o Brasil continua sendo um mercado crucial para os ambiciosos planos de expansão global da Starlink. (Imagem: RossHelen/Shutterstock)
Embora a empresa enfrente concorrência e obstáculos regulatórios, as características únicas do país e seu potencial de mercado o tornam uma peça indispensável para o objetivo da empresa de aumentar significativamente sua constelação de satélites.
O Brasil apresenta um vasto potencial de mercado para a internet via satélite, especialmente em suas extensas áreas remotas e com infraestrutura de internet limitada.
Em 2023, somente 81% dos domicílios rurais tinham acesso à internet, em comparação com 94,1% nas áreas urbanas.
Esse cenário revela um imenso mercado potencial nessas regiões mal servidas, onde a implantação da infraestrutura tradicional de internet (fibra óptica, cabo) é difícil e dispendiosa.
A demanda por internet via satélite no Brasil está em franca expansão, registrando um aumento de 38% no número de assinantes no último ano, ultrapassando 500 mil usuários.
A Starlink é um dos principais motores desse crescimento, tendo dobrado sua base de clientes em 2024, alcançando 326.800 assinantes e se tornando líder de mercado.
O rápido crescimento da base de assinantes da Starlink no Brasil demonstra uma forte demanda de mercado por seus serviços, especialmente em áreas onde as opções terrestres são limitadas.
A projeção para o mercado brasileiro de internet via satélite é de alcançar US$ 932,7 milhões em 2030.
A demanda é impulsionada por diversas aplicações, como a conexão de escolas remotas, o monitoramento da Floresta Amazônica, o suporte à agricultura e o fornecimento de conectividade para operações governamentais e militares em áreas remotas.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) se prepara para tomar uma decisão importante nesta quinta-feira (6), quando discutirá uma solicitação da Starlink que poderá mudar o panorama da conectividade no país.
Atualmente, a Starlink opera com uma frota de aproximadamente 4,4 mil satélites, fornecendo internet de alta velocidade e baixa latência para cerca de 335 mil clientes no Brasil. Este número expressivo solidifica a posição da Starlink como líder no mercado de internet via satélite, detendo uma fatia de 60% do setor.
Em dezembro de 2023, a Starlink formalizou seu pedido à Anatel, solicitando permissão para lançar mais 7,5 mil satélites de segunda geração. A proposta inclui a utilização de novas faixas de frequência, como a banda E, até então não explorada para este fim, além das já utilizadas bandas Ka e Ku. A complexidade e a abrangência do pedido levaram a Anatel a um processo de análise minucioso, que se estendeu por meses.
Aprovação do pedido da Starlink poderá acelerar a expansão da internet de alta velocidade em áreas remotas e carentes de infraestrutura no país. (Imagem: ssi77/Shutterstock)
Anatel analisa pedido para ampliação de satélites
O conselheiro Alexandre Freire, relator do processo, expressou ao Estadão preocupações relacionadas à “soberania digital” e à “segurança de dados e riscos cibernéticos”. Um dos pontos centrais da análise é a potencial operação da Starlink fora da jurisdição nacional, caso o tráfego de dados seja roteado diretamente pelos satélites, sem integração com as redes terrestres brasileiras. Esta situação levanta questões sobre a capacidade da Anatel de fiscalizar e regular a empresa, bem como a observância das leis brasileiras.
A expansão proposta pela Starlink também gerou reações da concorrência. Durante a consulta pública realizada pela Anatel, empresas como Claro, Hughes, SES, Intelsat, Eutelsat e Hispasat, representadas pelo Sindisat, manifestaram-se contrárias à aprovação do pedido. A alegação é que os satélites de segunda geração da Starlink representam uma tecnologia distinta da atual, exigindo uma nova licença, e não apenas uma modificação da licença existente.
A decisão da Anatel na quinta-feira terá implicações importantes para o futuro da conectividade no Brasil. A aprovação do pedido da Starlink poderá acelerar a expansão da internet de alta velocidade em áreas remotas e carentes de infraestrutura, mas também exigirá um debate sobre a regulamentação do setor e a garantia da soberania digital do país.
Hoje é impossível pensar na vida sem internet. Mas diversas localidades mais afastadas ainda enfrentam sérios problemas de conectividade. É por conta disso que a internet via satélite tem ganhado cada vez mais espaço.
No Brasil, por exemplo, houve um aumento de 38% no número de assinantes do serviço apenas no ano passado, de acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Isso representa mais de meio milhão de brasileiros.
Diferencial da internet via satélite
O serviço funciona por meio de um conjunto de satélites em órbita ao redor da Terra que garantem a conexão até mesmo em locais mais afastados. Hoje, 66 empresas estão autorizadas a operar no país, sendo a Starlink, de Elon Musk, e a Hughesnet as principais expoentes.
Segundo Fernando Frota Redígolo, pesquisador do Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores da Universidade de São Paulo (USP), o grande diferencial da tecnologia é não depender de infraestruturas de conexão. No caso do 5G, por exemplo, é necessário ter torres de celulares próximas.
Starlink é a principal operadora do serviço no Brasil (Imagem: Saulo Ferreira Angelo/Shutterstock)
Em condições ideais, a internet via satélite oferece uma velocidade menor, mas as operadoras do serviço convencional podem diminuir a velocidade para atender um número maior de usuários ao mesmo tempo. Por outro lado, os satélites são prejudicados pelo mau tempo, então a velocidade é muito variável.
Internet via satélite possibilita conexões em regiões remotas (Imagem: New Africa/Shutterstock)
Cuidados na hora de contratar o serviço
O especialista destaca que a alta na busca por esse serviço se justifica pela necessidade de maior conectividade e questões de inclusão digital nas regiões remotas, demandas que não podem esperar pela instalação de uma infraestrutura.
Atualmente, os custos para implantar a internet via satélite são maiores do que o 5G.
Devido a necessidade de comprar o kit, as empresas cobram o custo de instalação e os próprios pacotes em si acabam ficando mais caros, principalmente quando comparados quanto à velocidade de transmissão.
Outra questão importante é a qualidade do serviço.
É importante observar se a prestadora é autorizada pela Anatel e se oferece um suporte técnico adequado, por exemplo.