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Lander lunar Blue Ghost encerra missão histórica

A missão histórica do lander lunar Blue Ghost, da Firefly Aerospace, chegou ao fim. Movido a energia solar, o Blue Ghost foi desligado na noite de domingo (16), após o pôr do Sol em seu local de operação na Lua, marcando o término de duas semanas de atividades bem-sucedidas na superfície lunar.

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (17), o engenheiro-chefe Will Coogan ressaltou que “testamos todos os sistemas do lander e simulamos cada cenário possível para alcançarmos esse momento”.

Ele destacou, ainda, que “o que realmente diferencia nossa equipe é a paixão e o comprometimento mútuo. Embora nossa equipe seja mais jovem e com menos experiência do que a de muitas nações e empresas que já tentaram pousos lunares, o apoio que temos reciprocamente impulsiona o trabalho árduo e a dedicação para encontrar cada solução que tornou essa missão um sucesso”.

Sonda Blue Ghost registrou a Terra eclipsando o Sol enquanto nós víamos um eclipse lunar (Imagem: Elementos fornecidos pela Firefly Aerospace; edição: Olhar Digital)

Fim da missão do lander Blue Ghost

  • Nomeada “Ghost Riders in the Sky” pela própria Firefly, esta foi a primeira empreitada lunar da empresa;
  • A missão contou com o apoio do programa Commercial Lunar Payload Services (CLPS) da NASA, que coloca equipamentos científicos a bordo de landers robóticos para coletar dados de forma econômica, preparando o cenário para a chegada de astronautas da missão Artemis à Lua em alguns anos;
  • Em 2 de março, o Blue Ghost entregou, com sucesso, dez cargas científicas da NASA em uma planície basáltica do lado visível da Lua, conhecida como Mare Crisium (“Mar de Crises”);
  • Este pouso foi apenas o segundo realizado por um lander lunar privado, ficando atrás do veículo Odysseus, da Intuitive Machines, que havia operado por sete dias antes de ser desligado em fevereiro de 2024;
  • O planejamento da missão previa que o Blue Ghost e seus instrumentos científicos funcionassem durante um dia lunar — aproximadamente duas semanas terrestres. E, conforme anunciado pela Firefly, a operação foi considerada 100% bem-sucedida.

“Após um pouso impecável, nossa equipe iniciou, imediatamente, as operações na superfície para garantir que as dez cargas da NASA capturassem o máximo de dados possíveis durante o dia lunar”, afirmou o CEO da Firefly, Jason Kim, no comunicado.

Ele acrescentou: “Estamos imensamente orgulhosos das demonstrações viabilizadas pelo Blue Ghost, desde o rastreamento dos sinais de GPS na Lua pela primeira vez até a perfuração robótica que alcançou profundidades nunca exploradas na superfície lunar. Nosso agradecimento se estende à iniciativa CLPS da NASA e à administração da Casa Branca, que serviram de base para essa missão. Foi uma honra possibilitar experimentos em ciência e tecnologia que contribuirão para futuras missões à Lua, Marte e além.”

Além disso, o Blue Ghost teve a oportunidade de observar o eclipse lunar total conhecido como “Lua de Sangue”, ocorrido entre 13 e 14 de março. Devido à sua posição privilegiada, o lander captou esse evento dramático como se fosse um eclipse solar, registrando uma deslumbrante imagem do “anel de diamante” que foi compartilhada com o mundo pela Firefly.

Blue Ghost em órbita lunar
Blu Ghost em órbita lunar (Imagem: Firefly Aerospace)

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Durante toda a missão, o lander transmitiu 119 GB de dados, dos quais 51 GB eram informações científicas, antes de se desligar conforme o previsto, por volta das 20h15 (horário de Brasília) do domingo (16).

Nas horas finais, o Blue Ghost conseguiu registrar imagens do pôr do Sol lunar ainda no domingo (16), fornecendo à NASA dados sobre a possível levitação do pó lunar devido à influência solar, fenômeno que pode gerar brilho no horizonte, conforme observado por Eugene Cernan durante a Apollo 17. Após o crepúsculo, o lander permaneceu ativo por mais cinco horas durante a noite lunar, captando imagens que ajudam a entender como o comportamento do pó muda após o pôr do Sol.

Outras missões lunares privadas

A iniciativa “Ghost Riders in the Sky” integra onda crescente de exploração lunar privada. Em 15 de janeiro, o Blue Ghost foi lançado juntamente com outro lander lunar privado, o Resilience, da empresa japonesa ispace, que tem tentativa de pouso prevista para 5 de junho.

Além disso, o segundo lander da Intuitive Machines, chamado Athena, decolou em 26 de fevereiro e aterrissou próximo ao polo sul lunar em 6 de março, mas tombou logo após o pouso, sendo declarado inoperante em 7 de março.

Essa onda de exploração deve continuar nos próximos anos, se tudo ocorrer conforme o planejado. A Firefly já planeja sua segunda missão lunar, novamente sob o programa CLPS, prevista para 2026. Nesta missão, o Blue Ghost será enviado para o lado oculto da Lua e a empresa colocará sua espaçonave “Elytra Dark” em órbita lunar, abrindo caminho para novas descobertas no Espaço.

Registro feito pelo módulo lunar Blue Ghost
Registro feito pelo módulo lunar Blue GhostRegistro feito pelo módulo lunar Blue Ghost (Imagem: Reprodução/Firefly Aerospace)

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VÍDEO: lander Blue Ghost perfura a Lua e traz incríveis imagens

O lander Blue Ghost, da Firefly Aerospace, continua a apresentar resultados surpreendentes em sua missão na Lua.

Em sua tentativa de pouso realizada em 2 de março, a espaçonave aterrissou próximo a Mons Latreille – pico lunar isolado situado na vasta bacia de Mare Crisium (“Mar de Crises”, em português), na região nordeste do lado visível da Lua. Rapidamente, o Blue Ghost iniciou seus objetivos científicos, incluindo a captura de uma imagem deslumbrante durante o nascer do Sol lunar.

Novas atualizações da Firefly Aerospace divulgam vídeos que mostram algumas das cargas úteis do Blue Ghost em ação. Um destaque é o experimento Lunar Instrumentation for Subsurface Thermal Exploration with Rapidity (LISTER), que vem realizando perfurações na superfície lunar ao longo da última semana.

Um vídeo mostra o perfurador pneumático movido a gás, desenvolvido pela Texas Tech University e pela Honeybee Robotics, enquanto ele avança na Lua. As pequenas erupções explosivas e as faíscas geradas – possivelmente decorrentes da superfície lunar eletricamente carregada – acompanham o avanço do equipamento. Veja a seguir:

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  • Utilizando nitrogênio purificado, o LISTER tem, como meta, atingir profundidade de cerca de dois a três metros, registrando medições de temperatura durante o percurso para estudar a transferência de calor e as variações térmicas com o aumento da profundidade;
  • Além disso, o lander Blue Ghost implantou quatro eletrodos conectados por cabos e uma haste de 2,4 metros, que, juntos, compõem o instrumento Lunar Magnetotelluric Sounder (LMS) da NASA. Esse equipamento tem a função de investigar a estrutura e a composição do manto lunar;
  • Outra carga útil a bordo, o Lunar PlanetVac, conseguiu coletar, transferir e classificar amostras do solo lunar utilizando gás nitrogênio pressurizado, com vídeos que demonstram o instrumento em plena operação.

Como parte da iniciativa Commercial Lunar Payload Services (CLPS) da NASA, o Blue Ghost transporta dez cargas úteis, das quais, segundo informações da Firefly, oito já alcançaram seus objetivos de missão até 6 de março.

Entre elas está o SCALPSS, que monitorou os efeitos das plumas dos motores do lander sobre o regolito lunar durante o pouso do Blue Ghost.

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