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Meta: julgamento pode tirar WhatsApp da empresa; entenda

A Comissão Federal de Comércio (FTC) dos Estados Unidos iniciará na próxima segunda-feira, 14 de abril, um julgamento antitruste que pode dissolver a Meta. A big tech é acusada de monopolizar ilegalmente o mercado de redes sociais ao comprar o Instagram e o WhatsApp.

A ação não é nova e começou no primeiro governo de Donald Trump. Agora, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, tenta se aproximar da gestão do republicano e dissuadi-lo do julgamento – algo que, até agora, não aconteceu.

Além de Zuckerberg, outros líderes da big tech, do Instagram e WhatsApp devem depor.

Meta enfrentará julgamento antitruste por aquisição do WhatsApp e Instagram

O processo está marcado para começar na segunda-feira (14), com expectativa de durar alguns meses. O governo dos Estados Unidos argumenta que as aquisições do Instagram, em 2012 (por US$ 1 bilhão), e do WhatsApp, em 2014 (por US$ 19,3 bilhões), eliminaram possíveis ameaças ao domínio da Meta no mercado.

Ação começou no primeiro governo Trump (Imagem: JarTee / Shutterstock)

A ação foi movida na primeira gestão de Trump e continuou no governo Biden, como parte de um quadro maior de como as leis antitruste devem ser aplicadas. Essa onda de processos também atingiu o Google (relembre aqui).

O julgamento deve contar com depoimentos de Zuckerberg e outros líderes seniores da empresa, como a ex-COO Sheryl Sandberg, o CTO Andrew Bosworth, o CMO Alex Schultz e o CPO Chris Cox. Empresas de mídia social rivais, como Snap, Pinterest e TikTok, também participarão.

Zuckerberg tenta convencer Trump a desistir da ação

A Meta se defende da acusação de monopólio argumentando que foi ela quem ajudou as empresas a se tornarem grandes nomes do setor. E nesse caminho, enfrentou muita concorrência.

A big tech também mexe as peças ‘fora de campo’. Zuckerberg tem tentado se aproximar do atual governo de Trump. Primeiro, a empresa anunciou o fim do programa de verificação de fatos dizendo que “trabalharia com o presidente Trump para pressionar os governos de todo o mundo” contra censura nas redes sociais. Depois, compareceu à posse do republicano, ao lado de outros executivos do setor da tecnologia.

Segundo o The Verge, nos últimos dias Zuckerberg tentou fazer com que Trump desistisse do processo pessoalmente. O presidente da FTC, Andrew Ferguson, indicou que obedeceria uma ordem vinda de cima… mas, até agora, o julgamento está mantido para segunda-feira.

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Empresa nega as acusações (Imagem: mundissima/Shutterstock)
  • Na primeira etapa do processo, o juiz responsável pelo caso vai determinar se a Meta violou a lei antitruste ao comprar o Instagram e o WhatsApp;
  • As alegações partem do pressuposto que, na época das compras, o Instagram tinha apenas 30 milhões de usuários e o WhatsApp tinha 450 milhões;
  • Hoje, as duas acumulam bilhões de usuários e são algumas das principais receitas da big tech;
  • O Instagram mais ainda, devido à receita de anúncios que chega a US$ 10 bilhões, em conjunto com o Facebook.

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Julgamento é forte

Rebecca Haw Allensworth, professora de antitruste da Faculdade de Direito de Vanderbilt, disse ao The Verge que a FTC tem um “dos mais fortes casos de tecnologia apresentados nos últimos cinco anos”. Essa força vem da evidência de uma suposta intenção anticompetitiva da Meta ao comprar o Instagram e WhatsApp.

Isso porque, em 2012, Zuckerberg teria mandado uma mensagem para o então diretor financeiro da Meta dizendo que “as redes são estabelecidas e, se cresceram em grande escala, poderão nos causar muitos transtornos”. A mensagem poderia indicar que ele já estava ciente da posição competitiva.

No entanto, a real intenção do executivo para a compra não é o único fator a ser levado em conta para declarar a Meta culpada ou não, o que dificulta o julgamento.

O que sabemos é que a big tech deve se defender, já que o Instagram é uma importante fonte de receita. Além disso, Instagram e WhatsApp são importantes na implementação do sistema de inteligência artificial Meta AI, que a big tech considera como um importante passo na corrida de IA.

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