perseverance-1024x576

NASA encontra algo inesperado e promissor em Marte

O rover Curiosity, da NASA, descobriu um “arquivo químico” escondido na cratera Gale que revela sinais de um antigo ciclo de carbono em Marte. A descoberta reforça a ideia de que a atmosfera do planeta vermelho já foi muito mais densa e quente — capaz de sustentar água líquida em sua superfície.

O estudo sobre essa descoberta foi publicado na revista Science.

Detalhes da descoberta

  • Utilizando seu difratômetro de raios X, o Curiosity analisou amostras de rochas perfuradas entre 2022 e 2023 em camadas que marcaram a transição de antigos leitos de lago para ambientes áridos e expostos ao vento.
  • Os pesquisadores identificaram concentrações inesperadamente altas de siderita (carbonato de ferro) em regiões ricas em sulfato de magnésio, onde sensores orbitais não haviam detectado carbonatos.
  • Esses carbonatos se formaram por reações entre água e rocha, indicando que o CO₂ da atmosfera foi quimicamente capturado e armazenado na crosta marciana.
  • Essa descoberta resolve parte do mistério sobre onde foi parar o carbono que antes sustentava um clima propício à água líquida.
O simpático Perseverance trabalhando em Marte. (Imagem: NASA/Instagram)

Leia mais:

Carbono oculto em Marte

Segundo os autores, se esses depósitos de sulfato forem comuns em outras regiões de Marte, podem representar um grande reservatório de carbono oculto no planeta.

Há indícios também de que parte desse carbono foi liberado de volta para a atmosfera em períodos posteriores, evidência de um possível ciclo de carbono ativo no passado marciano.

Esses achados não só revelam um planeta mais dinâmico do que se imaginava, como também oferecem novas pistas sobre ambientes que poderiam ter sido potencialmente habitáveis.

Minerais revelam que Marte já sequestrou CO₂ da atmosfera – (Imagem: Jurik Peter/Shutterstock)

Outra descoberta recente em Marte

O rover Perseverance está provando que o Planeta Vermelho guarda surpresas fascinantes – e cientificamente valiosas – debaixo da superfície cheia de poeira. Depois de uma escalada de três meses pela borda oeste da Cratera Jezero, o robô da NASA chegou à “Colina da Hamamélis”, uma região que está superando todas as expectativas da agência espacial. Neste lugar, cada pedra parece contar uma história diferente – algo raro até mesmo para Marte.

Segundo os cientistas, essas rochas fragmentadas foram ejetadas de profundezas subterrâneas há bilhões de anos, possivelmente pelo impacto que formou a própria cratera. Algumas delas já estiveram enterradas e carregam sinais de interação com água – um resquício dos tempos em que Marte era muito mais úmido.

A equipe do Perseverance lembra que já teve problemas antes, como tentativas frustradas de perfurar algumas rochas frágeis. Mas a persistência valeu a pena. Em uma área chamada “Tablelands”, o rover encontrou minerais formados quando grandes quantidades de água reagem com rochas ricas em ferro e magnésio. Desta vez, a coleta foi um sucesso.

O trabalho meticuloso levou meses: foi necessário escovar, vedar e até sacudir o tubo de amostra para garantir que tudo desse certo. E não é para menos – o Perseverance já coletou 27 amostras de solo e rochas, tornando-se a primeira missão a criar um verdadeiro depósito fora da Terra.

Desde que pousou no planeta, o rover já registrou cerca de 800 mil imagens – um tesouro visual que nos ajuda a entender melhor o passado de Marte. E ainda há muito mais a explorar. Com mais de quatro anos de operação, o Perseverance está apenas começando essa incrível jornada.

O post NASA encontra algo inesperado e promissor em Marte apareceu primeiro em Olhar Digital.

marte-2-scaled-e1742905569945-1024x577

Putin quer Marte! Rússia pode estar de volta à corrida espacial

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou, nesta quarta-feira (16), via agência Interfax, que seu país e a China estão desenvolvendo projetos conjuntos de grande envergadura para a exploração espacial. Segundo ele, Moscou mantém firme seu compromisso com programas de investigação do Espaço profundo, que englobam missões à Lua e a Marte, e tem atraído o interesse de diversas nações além de Pequim.

Planeta Vermelho não é cobiçado apenas pelos EUA (e Musk) (Imagem: Buradaki/Shutterstock)

Enquanto Rússia e China se unem por Marte…

  • O bilionário Elon Musk, fundador da SpaceX e atualmente conselheiro do governo Donald Trump, nutre, há tempos, o desejo de enviar uma expedição tripulada a Marte;
  • Em 15 de março, ele declarou que o foguete Starship da SpaceX tem cronograma para ser enviado ao Planeta Vermelho em 2026;
  • Do lado estadunidense, o próprio presidente Donald Trump aproveitou seu primeiro discurso após assumir o cargo para reafirmar a intenção de levar astronautas dos Estados Unidos a Marte:
  • Os Estados Unidos voltarão a ser uma nação em expansão, ampliando nossa riqueza, estendendo nossos domínios e fincando nossa bandeira em novos e magníficos horizontes. Nosso objetivo é enviar americanos para cravar as estrelas e listras no solo marciano”, afirmou.

Leia mais:

Vale lembrar que a rivalidade entre Estados Unidos e Rússia na corrida espacial remonta ao período anterior ao histórico pouso lunar, em 20 de julho de 1969, quando ambas as potências disputavam quem chegaria primeiro à superfície da Lua.

Antes disso, no contexto da Guerra Fria, os países queriam enviar a primeira pessoa ao Espaço — vitória soviética, que mandou Iuri Gagarin em 12 de abril de 1961.

Vladimir Putin assinando um documento e olhando para frente
Líder russo exaltou possibilidade de cooperação com a China (Imagem: miss.cabul/Shutterstock)

O que será da permanência humana no espaço depois do fim da ISS?

Estação Espacial Internacional (ISS) encerrará suas atividades em janeiro de 2031. Depois disso, a NASA irá tirar o laboratório da órbita da Terra para que ela faça uma reentrada ardente na atmosfera e caia em uma área remota do Oceano Pacifico. Desde o seu lançamento em novembro de 2000, ela tem garantido a permanência humana constante no espaço, mas depois do sim fim, ainda restará alguém no espaço?

Para quem tem pressa:

  • A ISS está com data marcada para seu fim, mas a permanência humana constante no espaço está garantida;
  • A Estação Espacial Chinesa Tiangong está em operação desde 2021 e deverá permanecer na órbita por mais alguns anos;
  • Além dela também existem outros laboratórios orbitais que serão lançados em breve como a Estação Axiom e a Estação de Serviço Orbital Russa (ROSS);
  • A Lua também ganhará uma representante nos próximos anos, a Estação Espacial Gateway.

Estação Espacial Tiangong

Bem, a ISS não é a única estação espacial na órbita da Terra, além dela ainda existe a Tiangong, a estação espacial chinesa. Sua construção iniciou em abril de 2021 e atualmente já conta com três módulos. A expectativa é que no futuro o laboratório receba mais três módulos e dobre de tamanho.

A previsão de duração da Estação Espacial Tiangong é de cerca de 10 anos, mas com a adição de novos módulos, talvez ela dure um pouco mais. Isso significa que mesmo após o fim da ISS, a China poderá dar continuidade à permanência humana contínua no espaço.

Laboratórios orbitais que serão lançados nos próximos anos

Além da Tiangong, empresas privadas também estão se programando para lançar suas estações espaciais, uma delas a Estação Axiom. Nos próximos anos a Axiom Space irá lançar módulos que serão acoplados a ISS com intuito de atividades comerciais espaciais. Quando a Estação Espacial Internacional deixar de operar, ela irá se separar, e passará a orbitar a Terra sozinha.

Leia a reportagem completa aqui

O post Putin quer Marte! Rússia pode estar de volta à corrida espacial apareceu primeiro em Olhar Digital.

videoframe_6233-1-1024x768

Descoberta em Marte é “muito mais” do que a NASA esperava

As rochas de Marte podem parecer todas iguais, mas a NASA parece ter encontrado uma área no mínimo intrigante no Planeta Vermelho. A agência espacial anunciou esta semana que o rover Perseverance, que chegou à borda da Cratera de Jezero no fim do ano passado, está superando as expectativas em suas pesquisas.

A região onde o rover está atualmente é chamada de “Colina da Hamamélis”. O veículo passou três meses escalando a parede oeste da Cratera de Jezero até atingir a borda onde se encontra agora.

“Durante campanhas científicas anteriores em Jezero, podia levar meses para encontrarmos uma rocha significativamente diferente da última coletada – algo cientificamente único o suficiente para valer a análise”, disse Katie Stack Morgan, cientista do projeto Perseverance no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, no sul da Califórnia. “Mas aqui, na borda da cratera, há rochas novas e intrigantes por toda parte. Foi tudo o que esperávamos… e muito mais.”

Segundo a NASA, essa região abriga inúmeras rochas fragmentadas, outrora derretidas, que foram ejetadas de seu ambiente subterrâneo há bilhões de anos devido a um ou mais impactos de meteoros – incluindo possivelmente o que formou a própria cratera.

Uma das câmeras de risco do Perseverance capturou a sonda perfuradora coletando a amostra de rocha do “Rio Principal” em “Witch Hazel Hill” em 10 de março de 2025, o 1.441º dia marciano, ou sol, da missão. (Crédito da imagem: NASA/JPL-Caltech)

Onde o Perseverance está explorando em Marte?

Essas rochas já estiveram enterradas no passado. Uma delas, ainda não analisada pelo rover, apresenta sinais de alteração pela água – quando o líquido ainda fluía pela superfície marciana.

O Perseverance já coletou amostras na região. Em um dos locais, um afloramento chamou a atenção da equipe por conter minerais ígneos cristalizados a partir de magma nas profundezas da crosta marciana. No entanto, após duas tentativas de perfuração falharem devido à fragilidade da rocha, o rover percorreu cerca de 160 metros a noroeste, em direção a outra formação intrigante, apelidada de “Tablelands”.

Leia mais:

Tablelands é composta quase inteiramente por minerais serpentinos, que se formam quando grandes quantidades de água interagem com rochas ricas em ferro e magnésio. Dessa vez, a coleta foi bem-sucedida.

(Imagem: NASA/Instagram)

“Já tivemos problemas antes, quando fragmentos de rocha atrapalharam o vedamento perfeito do tubo”, explicou Kyle Kaplan, engenheiro de robótica do JPL. “No caso de Tablelands, fizemos de tudo. Ao longo de 13 sóis” (dias marcianos), “escovamos a parte superior do tubo 33 vezes e tentamos vedá-lo oito vezes. Até o sacudimos uma segunda vez para garantir.”

Desde a chegada a Marte, o rover Perseverance já registrou cerca de 800 mil imagens do planeta. Além das fotos, o equipamento coletou 27 amostras de rochas e solo marciano, sendo a primeira missão a criar um depósito de amostras fora da Terra. 

Com mais de quatro anos de operação, a missão do Perseverance ainda está longe de acabar. Se comparado ao rover Curiosity, que está em Marte há mais de 12 anos, ele ainda tem muito mais para explorar e descobrir sobre o Planeta Vermelho.

O post Descoberta em Marte é “muito mais” do que a NASA esperava apareceu primeiro em Olhar Digital.

1072px-MarsTransitionV-1016x1024

Terraformar Marte é difícil, mas não impossível

Um estudo apresentado na 56ª Conferência de Ciência Lunar e Planetária por Leszek Czechowski, geofísico da Academia Polonesa de Ciências, mostra que terraformar Marte é extremamente difícil – mas não fora de cogitação. Com enormes desafios logísticos e tecnológicos, transformar o planeta em um ambiente minimamente habitável exigiria soluções ousadas e um esforço de longo prazo.

A principal barreira é a atmosfera rarefeita de Marte. Hoje, a pressão é tão baixa que a água no corpo humano ferveria instantaneamente. Isso significa que qualquer presença humana ali exige trajes pressurizados. Para tornar o planeta pelo menos tolerável, seria necessário aumentar muito essa pressão.

Hellas Planitia, uma depressão natural em Marte, é uma das regiões mais promissoras. Lá, a pressão é cerca de 1% da terrestre (ainda longe do ideal, mas mais próxima do mínimo necessário). Alcançar 10% da pressão da Terra já permitiria certo avanço, pois a água só ferveria a 50 °C, o que oferece alguma margem de segurança.

Para isso, seria preciso introduzir uma grande quantidade de gases na atmosfera marciana. Czechowski calculou que essa operação exigiria importar material suficiente para alterar significativamente o ambiente, o que demandaria uma quantidade colossal de energia.

Terraformação de Marte. Crédito: Daein Ballard – Wikimedia Commons (domínio público)

Asteroides podem ajudar na missão de terraformar Marte

Asteroides do cinturão principal são próximos e acessíveis, mas não contêm água nem nitrogênio em quantidade suficiente. Já a Nuvem de Oort tem material de sobra, mas está tão distante que levar um único objeto até Marte levaria cerca de 15 mil anos.

O Cinturão de Kuiper, por outro lado, aparece como a melhor alternativa. Ele abriga corpos gelados ricos em água, que poderiam ser redirecionados ao planeta em poucas décadas. Um impacto desses liberaria calor e gases, ajudando a aquecer Marte e engrossar sua atmosfera.

No entanto, redirecionar esses corpos não é simples. Ao se aproximarem do Sol, eles podem se fragmentar e perder parte do material necessário. Usar a gravidade dos planetas para guiá-los também pode ser arriscado, desestabilizando as estruturas frágeis desses objetos.

Leia mais:

A solução proposta por Czechowski é o uso de um motor iônico alimentado por fusão nuclear para conduzir esses corpos com segurança até Marte. Essa tecnologia ainda está em fase conceitual, mas não é impossível de ser desenvolvida em um futuro de médio ou longo prazo.

O pesquisador admite que métodos alternativos, como o uso de organismos geneticamente modificados para produzir gases, também são viáveis, mas igualmente exigem grandes quantidades de energia e tecnologia avançada.

Em resumo, terraformar Marte está longe de ser fácil – mas com planejamento, inovação e décadas de esforço, pode ser alcançável. Embora seja um desafio enorme, a possibilidade continua acesa para quem sonha com um planeta vermelho mais parecido com a Terra.

O post Terraformar Marte é difícil, mas não impossível apareceu primeiro em Olhar Digital.

Captura-de-tela-2025-04-08-115701-1024x568

NASA flagra mini-twisters em Marte; veja

O rover Perseverance da NASA capturou imagens de um fenômeno curioso em Marte: um redemoinho de poeira “engolindo” outro. O vídeo foi feito em 25 de janeiro durante uma missão para entender melhor as forças na atmosfera da Cratera Jezero, onde mini-twisters são comuns, segundo a agência espacial.

O explorador de seis rodas estava a 1 quilômetro de distância dos dois redemoinhos; um deles tinha 65 metros de largura, enquanto o outro tinha apenas cinco metros. Dois outros redemoinhos também podem ser vistos no fundo à esquerda e no centro em um local chamado “Witch Hazel Hill”.

“Esses mini-twisters vagam pela superfície de Marte, pegando poeira conforme avançam e diminuindo a visibilidade em sua área imediata. Se dois redemoinhos de poeira se chocarem, eles podem obliterar um ao outro ou se fundir, com o mais forte consumindo o mais fraco”, explicou Mark Lemmon, cientista do Perseverance no Space Science Institute em Boulder, Colorado.

Redemoinhos ajudam a compreender dinâmica da atmosfera marciana (Imagem: Nasa/Reprodução)

Leia Mais:

Entendendo o fenômeno

Vórtices convectivos são formados a partir do contato do ar mais denso e frio com o solo quente. Ao entrar na coluna, o ar ganha velocidade e pega poeira, criando colunas ascendentes e rotativas de ar quente.

As primeiras imagens de redemoinhos em Marte capturadas pela NASA foram feitas na década de 1970 pelos orbitadores Viking. Décadas depois, a missão Pathfinder chegou a fotografar o momento em que um deles passa por cima de um módulo de pouso.

Perseverance estava a 1 quilômetro de distância dos dois redemoinhos (Imagem: Nasa/Reprodução)

Atualmente, o rover Curiosity, que está explorando um local chamado Monte Sharp na Cratera Gale no lado oposto do Planeta Vermelho, também vê redemoinhos com certa frequência. 

“O estudo do dust devil é importante porque esses fenômenos indicam condições atmosféricas, como direções e velocidades predominantes do vento, e são responsáveis ​​por cerca de metade da poeira na atmosfera marciana”, disse Katie Stack Morgan, cientista do projeto do rover Perseverance no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA no sul da Califórnia.

O post NASA flagra mini-twisters em Marte; veja apareceu primeiro em Olhar Digital.

ingenuity-1024x441

NASA quer drone do tamanho de um carro para explorar marte: conheça o Nighthawk

Após 72 voos bem-sucedidos do drone Ingenuity em Marte, a NASA deseja aumentar o nível de exploração do planeta vermelho. A agência espacial americana quer utilizar um drone do tamanho de um carro SUV para explorar túneis profundos e interconectados na atmosfera de Marte: o nome deste ‘helicóptero’ será Nighthawk.

O “Falcão Noturno” (tradução livre para ‘Nighthawk’) deve ter seis rotores, cada qual com seis lâminas/hélices, a fim de explorar o terreno marciano de maneira mais rápida e eficiente. A proposta do Nighthawk foi apresentada em um par de artigos na Conferência de Ciência Lunar e Planetária em Woodlands, Texas (EUA).

Para quem tem pressa:

  • A NASA apresentou um plano para criar um drone do tamanho de um carro para explorar Marte;
  • O objetivo seria vasculhar a atmosfera por sinais de vida, estudar o solo, explorar e estudar novos lugares, e muito mais;
  • A proposta, por enquanto, está só no papel e não tem data para começar oficialmente.

A proposta atual para reformular a arquitetura de um drone pode ser útil para explorar a região “Noctis Labyrinthus Oriental”: um local cheio de vales estreitos e íngremes. A região possui túneis interconectados, campos cheios de dunas e com fluxos de lava.

Drone Ingenuity que deve ser substituído, futuramente, pelo Nighthawk (Imagem: NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS)

Com a nova arquitetura, o objetivo é que o Nighthawk possa voar numa altitude superior a 1.500 metros, o que permitiria uma exploração mais eficiente do território marciano. Além disso, diferente do drone Ingenuity, o Nighthawk não precisaria de um veículo terrestre (rover) para funcionar.

Leia mais:

Uma vez em funcionamento, esse ‘Falcão Noturno’ varreria o terreno marciano à procura de qualquer sinal de vida, contribuiria para a evolução dos estudos sobre a água em Marte, estudaria e acompanharia a formação de vulcões, e procuraria por lugares que futuramente pudessem contribuir para o pouso de uma viagem tripulada.

O Nighthawk também seria equipado com uma série de instrumentos científicos, como: um sistema de câmeras coloridas para fotos e mapeamento geológico, detector de nêutrons, um espectrômetro, e mais.

Por enquanto, tudo ainda está no papel: não há uma certeza de quando o plano entrará em vigor para desenvolver o Falcão, a equipe responsável por toda a missão, e seu envio à Marte.

O post NASA quer drone do tamanho de um carro para explorar marte: conheça o Nighthawk apareceu primeiro em Olhar Digital.

rochas-marte-1024x557

Essa forma de vida extrema poderia sobreviver em Marte

Pesquisadores identificaram uma forma de vida que pode sobreviver nas duras condições de Marte, potencialmente ajudando na futura colonização do Planeta Vermelho.

Marte é visto como a opção mais viável para a habitação humana fora da Terra devido à sua proximidade com a zona habitável e sua superfície que permitiria a presença humana.

No entanto, transformar Marte em um ambiente habitável exigiria mudanças significativas, como temperaturas mais amenas e uma atmosfera respirável. Um dos primeiros passos seria cultivar plantas para converter o dióxido de carbono em oxigênio.

Leia mais:

Várias mudanças seriam necessárias para que seja possível colonizar Marte (Imagem: Artsiom P/Shutterstock)

Os líquens poderiam sobreviver em Marte

  • Em um estudo recente, pesquisadores investigaram a possibilidade de formas de vida extremas, como os líquens, sobreviverem no planeta.
  • Os líquens, conhecidos por sua resistência em ambientes hostis na Terra, podem ser bons candidatos para suportar as condições extremas de Marte.
  • A equipe de pesquisa testou duas espécies de líquenes, Diploschistes muscorum e Cetraria aculeata, simulando as condições de temperatura, radiação e pressão de Marte.
  • Enquanto C. aculeata teve dificuldades com a radiação, D. muscorum demonstrou ser capaz de manter seu metabolismo ativo e de se defender contra condições adversas, sugerindo que poderia sobreviver em Marte.
  • O estudo foi publicado no jornal IMA Fungus.

“Os líquens habitam diversos ecossistemas em todo o mundo, mas são particularmente cruciais em ambientes extremos como desertos quentes e regiões polares frias. Eles são conhecidos como extremófilos, capazes de sobreviver sob temperaturas extremas, radiação intensa e escassez prolongada de água”, diz o estudo.

liquens
O líquen é uma colônia híbrida de fungos e algas e/ou cianobactérias – Imagem: Bildagentur Zoonar GmbH/Shutterstock

“As condições atmosféricas atuais em Marte são inóspitas e, portanto, os habitats potenciais para a vida existente são limitados. No entanto, podem existir ambientes habitáveis ​​abaixo ou na superfície durante períodos climáticos mais favoráveis ​. Esses nichos podem atuar como habitats isolados que protegem de condições adversas”, explica a pesquisa sobre o Planeta Vermelho.

O estudo é um passo importante para entender como organismos podem se adaptar e sobreviver em Marte. No entanto, mais pesquisas são necessárias para avaliar os efeitos de longos períodos de exposição às condições do planeta vermelho antes de considerar qualquer experimento de colonização.

O post Essa forma de vida extrema poderia sobreviver em Marte apareceu primeiro em Olhar Digital.

sonda-insight-1024x576

Para onde foi a água de Marte? Cientistas debatem as possibilidades

A comunidade cientifica constatou que Marte já teve água em abundância há 3 milhões de anos. Sinais deixados por vales de rios e minérios que só se formam em água líquida são as principais provas dessa presença. Essa umidade desapareceu como passar dos anos, mas uma questão permanece: como o Planeta Vermelho perdeu seus recursos hídricos? Uma carta reaquece o debate.

Em 2024, a equipe liderada por Vaughan Wright, do Instituto Scripps de Oceanografia, da Universidade da Califórnia, criou um modelo para solucionar a questão da água. Em seus cálculos, eles constataram que uma crosta média composta de rochas fraturadas e saturadas de água explica melhor os dados coletados em Marte pela NASA.

Neste ano, o pesquisador Bruce Jakosky enviou uma carta para o periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) contestando essa última pesquisa. Ele é o principal cientista da missão Mars Atmosphere and Volatile Evolution (MAVEN) da Agência Espacial Americana e disse que os resultados do estudo anterior podem ter uma explicação diferente.

Ambos utilizaram informações da missão de Exploração Interior usando Investigações Sísmicas, Geodésia e Transporte de Calor (InSight), da NASA. O módulo chegou ao planeta em 2018 e ficou até 2022 coletando dados da atividade interna marciana, incluindo temperatura, ondas sísmicas e dinâmica do núcleo.

A sonda InSight trabalhou por quatro anos, 11 meses e 16 dias em Marte coletando dados da parte interna do planeta. (Imagem: joshimerbin / Shutterstock)

Água pode estar em rochas porosas

A equipe de Wright analisou as informações geofísicas do Planeta Vermelho para modelar os tipos de rochas e os níveis de saturação da água. O objetivo era explicar a atividade sísmica detectada entre 10 e 20 quilômetros abaixo da superfície marciana.

Eles concluíram que a crosta de Marte poderia conter de uma a dois quilômetros de água se o líquido estivesse distribuído uniformemente pela superfície do planeta. Essa medição é conhecida como camada global equivalente (GEL). A Terra, por exemplo, tem uma GEL de 3,6 quilômetros, estando a maioria da água nos oceanos e uma pequena parte na crosta.

O grupo também examinou a saturação da água líquida, que é a fração de espaços porosos nas rochas que estão preenchidos pelo líquido. Por meio da modelagem, eles chegaram ao resultado de que no meio da crosta abaixo do InSight a saturação é próxima de um, o que significa que quase todos os poros estão preenchidos com água líquida.

Essa conclusão ajudou a equipe a explicar os dados sísmicos do InSight, já que rochas saturadas de água se comportam de forma diferente sob ondas sísmicas. Isso ajuda na compreensão da história geofísica marciana e como é a estrutura do planeta atualmente.

medição de dados sísmicos no subsolo de Marte
Desenho mostra como os diferentes tipos de onda viajam pelo subsolo de Marte (Imagem: Ikuo Katayama)

Marte: o maior sumidouro conhecido

A análise de Jakosky trouxe outra possibilidade de resposta para o desaparecimento da água da superfície marciana. Ele considerou que os poros na crosta também poderiam armazenar gelo ou até mesmo não estarem totalmente preenchidos por água. Segundo o cientista, esse cenário também explicaria os dados coletados pelo InSight.

“Esperamos que haja água ou gelo na crosta [de Marte]. Na verdade, detectá-lo e possivelmente determinar sua abundância é desafiador, mas extremamente importante para entender quanta água há em Marte e qual tem sido sua história”, disse o pesquisador em um comunicado.

Após levar em consideração a distribuição dos poros e a presença potencial de gelo e espaços vazios, Jakosky propôs que a GEL poderia variar de zero a dois quilômetros. Isso expande os limites encontrados pelo estudo anterior.

GIF de Marte girando
Após o fim de sua atmosfera, marte secou. (Imagem: JOGOS Public Assets / Wikimedia Commons)

Leia mais:

“A quantidade de água superficial presente no início de Marte e a transição de uma superfície mais úmida para uma mais seca podem ser restringidas observando os sumidouros de água que operaram ao longo do tempo. Se a crosta contivesse até 1 a 2 km de água GEL, seria o maior sumidouro conhecido”, escreve o cientista.

Esse refinamento do modelo amplia as possibilidades de se compreender como é a estrutura de Marte. Porém, mais pesquisas são necessárias e o debate irá continuar.

“Pode ser possível, com futuras medições de sondas espaciais, restringir a abundância de água na crosta por meio de uma determinação mais precisa das propriedades da crosta”, concluiu o pesquisador.

O post Para onde foi a água de Marte? Cientistas debatem as possibilidades apareceu primeiro em Olhar Digital.

Mars_Dust1-1024x354

Poeira tóxica de Marte pode ameaçar a saúde dos astronautas

Entre os desafios mais preocupantes das futuras missões tripuladas a Marte está a poeira do planeta, que pode representar um risco significativo à saúde dos astronautas

Um estudo recente da Universidade do Sul da Califórnia (USC), nos EUA, alerta que as partículas suspensas na atmosfera marciana podem causar problemas respiratórios graves, aumentando os desafios para uma missão tripulada de longa duração.

As tempestades de poeira são fenômenos comuns em Marte. Elas ocorrem anualmente, durante o verão no hemisfério sul, e a cada cinco anos terrestres podem atingir uma escala global, cobrindo todo o planeta por semanas. Essas tempestades já causaram falhas em missões robóticas, como aconteceu em 2018 e 2022, quando os veículos Opportunity e InSight perderam energia e deixaram de funcionar.

Tempestade de poeira sobre a superfície de Marte em 2018. Crédito: ESA / DLR / FU Berlin

Mas, o que acontece com astronautas expostos a esse ambiente? O estudo destaca que a poeira marciana é extremamente fina e pode ser facilmente inalada. Na Terra, nosso sistema respiratório conta com mecanismos naturais para expelir partículas maiores, mas a poeira de Marte tem grãos tão pequenos que podem penetrar profundamente nos pulmões, causando inflamações e danos severos ao tecido pulmonar.

Composição química da poeira marciana é preocupante

Outro fator preocupante é a composição química da poeira. O solo marciano contém sílica, óxidos de ferro e metais tóxicos, como cádmio, arsênio e cromo. Essas substâncias são conhecidas por causar doenças pulmonares graves na Terra, como silicose e pneumoconiose (ambém chamada de “pulmão negro”), uma condição comum entre trabalhadores de minas de carvão expostos à inalação prolongada de poeira mineral.

A comparação com a poeira lunar também gera alertas. Durante as missões Apollo, os astronautas relataram dificuldades para lidar com o regolito lunar, que grudava em seus trajes espaciais e se espalhava facilmente dentro das cápsulas. Muitos sofreram com irritação nos olhos, tosse intensa e até visão turva. Em Marte, os efeitos podem ser ainda mais graves devido à composição química mais tóxica e ao tamanho reduzido das partículas.

Painéis solares da sonda InSight, da NASA, cobertos por poeira marciana. Créditos: NASA/JPL-Caltech

Além dos problemas respiratórios, os cientistas destacam que a poeira marciana pode intensificar outros desafios de saúde enfrentados pelos astronautas. Uma missão a Marte levaria entre seis e nove meses apenas para chegar ao planeta, exposta a microgravidade e radiação intensa. Durante esse período, os astronautas sofrem perda de densidade óssea, atrofia muscular e enfraquecimento do sistema cardiovascular.

Ao chegarem a Marte, os tripulantes precisariam passar pelo menos um ano na superfície antes de iniciar a viagem de volta. Nesse período, além da baixa gravidade (apenas 38% da terrestre), eles estariam vulneráveis a níveis elevados de radiação cósmica, que pode comprometer o sistema imunológico. Isso aumentaria o risco de complicações pulmonares decorrentes da poeira.

Leia mais:

Astronautas em Marte não podem contar com resgate de emergência

Outro problema crítico é a impossibilidade de um resgate rápido em caso de emergências médicas. Diferentemente da Estação Espacial Internacional (ISS), onde astronautas podem ser socorridos em poucos dias, uma viagem de retorno de Marte à Terra levaria meses. Isso significa que qualquer doença ou complicação respiratória precisaria ser tratada com os recursos disponíveis no próprio planeta.

Para reduzir os riscos, os pesquisadores recomendam que as missões adotem medidas rigorosas de controle da poeira dentro dos habitats. Sistemas de filtragem de ar avançados, procedimentos para remover a poeira dos trajes espaciais e barreiras físicas nos módulos habitacionais podem ajudar a limitar a exposição.

Imagem ilustrativa de astronautas caminhando na superfície de Marte, onde as tempestades de poeira são um grande risco à saúde humana. Crédito: Frame Stock Footage – Shutterstock

Além disso, algumas substâncias podem oferecer proteção contra os efeitos tóxicos da poeira. Estudos indicam que a vitamina C pode reduzir os danos causados pelo cromo, enquanto o iodo pode ajudar a minimizar os impactos dos percloratos – compostos químicos presentes no solo marciano que podem afetar a função da tireoide. No entanto, essas soluções precisam ser aplicadas com cautela. O excesso de vitamina C, por exemplo, pode aumentar o risco de pedras nos rins, um problema comum em astronautas devido à microgravidade.

As agências espaciais já trabalham no desenvolvimento de novas tecnologias para minimizar os impactos do regolito marciano. Entre as soluções em estudo estão revestimentos especiais para trajes espaciais, feixes de elétrons para neutralizar partículas carregadas e métodos avançados de remoção de poeira das superfícies.

Os desafios da exploração de Marte não se limitam apenas à chegada ao planeta. A sobrevivência dos astronautas dependerá da capacidade de lidar com ameaças invisíveis, como a poeira tóxica, que pode comprometer não apenas a saúde individual, mas também a viabilidade de missões de longo prazo.

Com o avanço da tecnologia e a adaptação das estratégias de proteção, a humanidade poderá superar esses desafios e dar um passo crucial para a colonização do planeta vermelho. Entretanto, os cientistas reforçam que, sem precauções adequadas, a poeira marciana pode se tornar um dos maiores obstáculos para a exploração espacial no futuro.

O post Poeira tóxica de Marte pode ameaçar a saúde dos astronautas apareceu primeiro em Olhar Digital.

ASCAM_SOL1442_scam01442_MOS_LR08_FUS_RGB_____St_Pauls_Bay_________P01-1024x702

NASA encontra “jabuticabas” em Marte? Entenda

Já pensou em comer jabuticabas de Marte? O rover Perseverance, da NASA, encontrou algo semelhante por lá. Mas, calma: não são frutas extraterrestres, e sim formações rochosas curiosas que lembram pequenas esferas escuras. Em um comunicado, a agência comparou a mirtilos – mas, para facilitar, podemos pensar em jabuticabas, mais populares no Brasil.

A descoberta aconteceu na borda da cratera Jezero, em uma área chamada St. Paul’s Bay, onde o equipamento localizou uma rocha coberta por centenas dessas esferas, que chamaram atenção pelos detalhes inusitados. Algumas delas têm bordas angulares, outras são alongadas, e algumas apresentam até pequenos orifícios.

O rover chegou recentemente a uma região chamada Broom Point, escolhida pela NASA para análise porque imagens de satélite indicaram faixas de tons claros e escuros no terreno, sugerindo camadas rochosas antigas. Essas formações podem ter se originado em uma época em que Marte tinha água corrente e condições mais favoráveis à vida.

Imagem obtida pelo rover Perseverance em 11 de março de 2025 mostra parte do alvo St. Paul’s Bay, na borda da cratera Jezero. O registro revela centenas de objetos estranhos de forma esférica, semelhantes a mirtilos (ou jabuticabas) que compõem a rocha. Crédito: NASA / JPL-Caltech / LANL / CNES / IRAP.

Outras “frutinhas” já foram vistas em Marte antes

Descobertas semelhantes já foram feitas antes. Em 2015, o rover Curiosity encontrou estruturas parecidas na cratera Gale, e o próprio Perseverance já observou texturas esféricas na cratera Jezero. 

Na Terra, esferas assim podem surgir por diferentes processos naturais, como a interação de minerais com a água subterrânea ou até mesmo erupções vulcânicas e impactos de meteoritos.

Os cientistas ainda estão tentando entender a origem dessas “jabuticabas marcianas”. Uma possibilidade é que sejam concreções, formadas quando minerais se acumulam ao redor de um núcleo devido à ação da água. Outra hipótese é que tenham surgido a partir do resfriamento rápido de rocha derretida, seja por erupção vulcânica ou impacto cósmico.

Imagem obtida pelo rover Perseverance em 13 de março de 2025 mostra a rocha lotada de “jabuticabas marcianas” em uma visão mais ampla. Crédito: NASA / JPL-Caltech / LANL / CNES / IRAP.

Leia mais:

Além disso, a rocha onde essas esferas foram encontradas é considerada uma “rocha flutuante”, ou seja, não parece pertencer ao ambiente ao seu redor. Isso sugere que ela pode ter sido transportada de outro lugar, talvez relacionada às faixas escuras vistas do espaço. Agora, os pesquisadores analisam o contexto geológico para desvendar esse enigma.

O rover Perseverance continua explorando Marte em busca de pistas sobre a história do planeta. Cada nova descoberta ajuda a entender melhor como Marte evoluiu e se um dia teve vida. As pequenas esferas podem ser mais um indício de um passado aquático, tornando a cratera Jezero um dos locais mais promissores para investigações futuras.

O post NASA encontra “jabuticabas” em Marte? Entenda apareceu primeiro em Olhar Digital.