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É possível suar sangue? A medicina explica esse caso raro

A ideia de suar sangue parece saída de um filme de terror, mas essa condição rara existe e tem um nome: hematidrose. Pouco compreendida até mesmo na medicina, a hematidrose é um fenômeno que assusta tanto os pacientes quanto os médicos, já que faz com que sangue real seja expelido através da pele, geralmente em momentos de grande estresse.

Embora seja extremamente incomum, há relatos médicos documentados de pessoas que experimentaram episódios de sangramento espontâneo pela pele sem cortes ou ferimentos. Mas o que causa isso? Existe um tratamento eficaz? A seguir, a ciência explica o que se sabe sobre essa condição.

Hematidrose: o que é e como ocorre a condição de saúde

A hematidrose não é exatamente uma doença, mas sim uma condição médica rara e pouco compreendida. Acredita-se que seja causada por uma combinação de fatores físicos e psicológicos, geralmente associada a períodos extremos de estresse, medo intenso ou ansiedade profunda.

O mecanismo exato da hematidrose ainda não foi totalmente esclarecido, mas a teoria mais aceita é que, sob estresse extremo, os pequenos vasos sanguíneos que cercam as glândulas sudoríparas se rompem, misturando sangue ao suor. Esse sangue, então, é expelido pelos poros, criando a aparência assustadora de alguém “suar sangue”.

Os locais mais comuns para o sangramento são o rosto, especialmente a testa e ao redor dos olhos, além do couro cabeludo, pescoço e até as palmas das mãos. A quantidade de sangue expelida costuma ser pequena, geralmente algumas gotas, e o episódio pode durar de minutos a algumas horas.

A hematidrose pode trazer consequências fisiológicas e sociais para quem sofre com a condição. Do ponto de vista físico, o sangramento pode ser acompanhado de tontura, fraqueza e queda da pressão arterial, especialmente se o episódio for prolongado. Algumas pessoas também relatam dor de cabeça ou leve ardor na pele durante o sangramento.

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Já no aspecto social, o impacto pode ser significativo, pois a aparência de suor misturado a sangue pode assustar quem não conhece a condição. Isso pode gerar discriminação, isolamento e dificuldades emocionais para o paciente, que já lida com os efeitos do estresse e da ansiedade.

A hematidrose não é contagiosa nem hereditária. Não há evidências de que seja transmitida de pessoa para pessoa ou de que tenha um fator genético determinante. No entanto, como o estresse pode ser um dos gatilhos, indivíduos que vivem sob pressão intensa podem estar mais propensos a apresentar episódios esporádicos.

Quanto à prevenção, ainda não há uma fórmula específica. Algumas abordagens incluem técnicas para reduzir o estresse, como meditação, terapia psicológica e mudanças no estilo de vida. Alimentação equilibrada e hábitos saudáveis também podem contribuir para a saúde vascular, mas não há evidências científicas de que possam evitar crises de hematidrose.

Hematidrose tem cura?

Médico em conceito futurista usando inteligência artificial
Imagem: Elnur/Shutterstock

O diagnóstico da hematidrose pode ser um desafio, já que a condição é extremamente rara e muitas vezes confundida com outros problemas dermatológicos. O profissional mais indicado para avaliar a situação é um dermatologista ou um hematologista, que pode solicitar exames para descartar outras causas de sangramento pela pele.

Os exames incluem análise laboratorial do sangue e biópsias de pele para verificar se há algum distúrbio hemorrágico ou inflamatório que possa estar causando os episódios. Dependendo do caso, testes psicológicos também podem ser recomendados para avaliar o nível de estresse e ansiedade do paciente.

O tempo para o diagnóstico pode variar, já que muitas vezes é necessário descartar outras condições antes de confirmar a hematidrose. O processo pode levar semanas ou até meses, dependendo da complexidade do caso.

O tratamento também não é padronizado, pois cada paciente responde de forma diferente. Alguns médicos prescrevem betabloqueadores, que ajudam a reduzir a pressão nos vasos sanguíneos, enquanto outros recomendam ansiolíticos ou antidepressivos para controlar o estresse. Técnicas de relaxamento, como ioga e terapia comportamental, também podem ajudar a reduzir a frequência das crises.

Não há uma cura definitiva para a hematidrose, mas os tratamentos podem reduzir significativamente os episódios. Em alguns casos, os pacientes deixam de apresentar os sintomas ao longo do tempo, especialmente se conseguem controlar os fatores desencadeantes.

Com informações de WebMD.

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Mounjaro: concorrente do Ozempic chega ao Brasil com data e preço definidos

O mercado farmacêutico brasileiro receberá em breve um novo medicamento que promete impactar significativamente o tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade.

A farmacêutica Eli Lilly confirmou a chegada do Mounjaro, um medicamento que já ganhou notoriedade internacional por seus resultados promissores e potencial para superar o popular Ozempic.

O que é e como funciona o Mounjaro?

O Mounjaro, cujo princípio ativo é a tirzepatida, pertence à classe dos análogos de GLP-1, mas se destaca por sua ação dupla. Além de agir nos receptores do GLP-1, o medicamento também atua nos receptores do GIP, tornando-se um duplo agonista.

Estudos clínicos indicam que essa dupla ação pode levar a uma perda de peso mais expressiva e a um controle glicêmico mais eficaz em comparação com a semaglutida, princípio ativo do Ozempic e Wegovy.

Os testes clínicos do Mounjaro demonstraram resultados impressionantes. Em média, os participantes que utilizaram a tirzepatida perderam 22,8 kg, enquanto aqueles que utilizaram a semaglutida perderam 15 kg.

Farmacêutica Eli Lilly confirmou a chegada do Mounjaro ao Brasil. (Imagem: KK Stock / Shutterstock)

Quando o Mounjaro chega ao Brasil?

O Mounjaro chega oficialmente ao Brasil no dia 7 de junho. Apesar da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para comercialização no Brasil ter ocorrido em setembro de 2023, a alta demanda global atrasou a chegada do Mounjaro ao país.

A expectativa agora é que o medicamento esteja disponível nas farmácias em canetas injetáveis para aplicação semanal.

Quanto custa o Mounjaro?

O preço máximo ao consumidor das quatro doses para um mês de tratamento foi fixado em R$ 3.627,82. No entanto, o valor final pode variar dependendo da farmácia e das condições de compra.

A acessibilidade do medicamento será um fator crucial para determinar seu impacto no mercado nacional.

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Medicamento representa uma nova esperança para milhões de brasileiros que buscam um tratamento eficaz e seguro para diabetes e obesidade. (Imagem: Mohammed_Al_Ali / Shutterstock)

O lançamento do Mounjaro no Brasil representa um avanço significativo no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade. O medicamento oferece uma nova opção para pacientes que buscam um controle glicêmico mais eficaz e uma perda de peso significativa.

No entanto, é importante ressaltar que o uso do Mounjaro deve ser acompanhado por um médico, que avaliará a necessidade e a adequação do tratamento para cada paciente. O medicamento não é indicado para todos e pode apresentar efeitos colaterais.

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Homem come porco selvagem e contrai bactéria rara nos EUA

Um homem de 77 anos contraiu uma bactéria extremamente infecciosa, mas rara, após consumir carne de porco selvagem na Flórida, Estados Unidos. O caso aconteceu em 2020, mas foi relatado em um estudo na edição deste mês da Emerging Infectious Diseases.

O idoso procurou ajuda em um hospital de Gainesville relatando dores no peito que já duravam quase dois anos. O pastor vivia em uma fazenda rural com cães e cabras e contou que fez diversos tratamentos com antibióticos, mas nada resolvia o problema.

O histórico do paciente incluía diabetes tipo 2, pressão alta, colesterol alto e insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida. Durante uma das visitas ao hospital, os médicos suspeitaram de uma infecção escondida em seu implante cardíaco — mas o desafio foi identificar o patógeno por trás desse quadro. 

Idoso buscou ajuda médica relatando dores no peito (Imagem: Images we create/iStock)

Depois de diversos testes, exames de hemocultura mostraram uma bactéria acumulada nas células sanguíneas do idoso. Ele teve de retirar o implante para uma análise detalhada no departamento de saúde da Flórida e para os Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

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O resultado…

Todos os testes clínicos e genéticos revelaram infecção por Brucella suis, bactéria que geralmente é encontrada em porcos. Em animais, o principal sintoma são perdas reprodutivas; em humanos, pode causar infecções cerebrais, condições neurológicas, artrite, anemia, pancreatite, complicações cardiovasculares, entre outros.

Nos Estados Unidos, a prevalência de brucelose é de 80 a 140 casos por ano, com diferentes meios de contaminação, incluindo o consumo de leite cru, queijos, caça e abate de porcos e porcos selvagens.

Na Flórida, local da infecção relatada na reportagem, mais de um milhão de suínos selvagens podem ser portadores de zoonoses que incluem leptospirose, triquinela e toxoplasmose. Cães e cabras expostos também podem transmitir a infecção aos humanos.

Leite cru também é fonte de contaminação por bactéria Brucella (Imagem: Serhii Bilohubets/iStock)

As medidas para reduzir esse risco incluem o uso de equipamentos de proteção individual e o cozimento completo de produtos de origem animal antes do consumo. Com a publicação do artigo, a comunidade espera conscientizar os moradores sobre a situação.

O paciente foi tratado com antibióticos por um período total de 6 semanas. Quatro meses após a remoção do dispositivo, ele recebeu um novo implante cardíaco. Após passar por acompanhamento ambulatorial de rotina ao longo de quase três anos, os médicos não encontraram mais nenhuma evidência clínica de brucelose no idoso.

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Farmacêuticos poderão prescrever remédios; entidades contestam

A partir do mês que vem, farmacêuticos poderão prescrever medicamentos, incluindo aqueles que exigem receita médica. A medida foi autorizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) em uma resolução publicada nesta semana — mas divide entidades médicas e pode acabar na Justiça.

No caso de remédios que precisam de receita, os profissionais deverão possuir Registro de Qualificação de Especialista (RQE) em Farmácia Clínica. O título entrou em vigor neste ano para cursos de qualificação em áreas específicas.

A resolução também permite que o farmacêutico renove prescrições previamente emitidas por outros profissionais de saúde e faça exame físico de sinais e sintomas, solicitando e interpretando exames para avaliação da efetividade do tratamento.

Farmacêuticos poderão realizar exames físicos em pacientes (Imagem: SeventyFour/iStock)

“O papel do farmacêutico é garantir que o uso de medicamentos seja seguro, eficaz e apropriado, atuando em equipe com outros profissionais de saúde. O paciente só tem a ganhar com isso”, diz o comunicado do CFF.

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Entidades médicas contestaram medida

Ao G1, o conselheiro do Conselho Federal de Medicina Francisco Eduardo Cardoso afirmou que a medida coloca a saúde da população em risco, e argumentou que o CFF não pode legislar sobre prescrição, diagnósticos e consulta médica.

“Eles já tentaram isso no passado e a Justiça negou. E isso será levado novamente à Justiça. O argumento de que eles entendem de remédios é insuficiente. Deveriam ter vergonha de publicar uma resolução como essa”, afirmou.

Conselho Federal de Medicina considera resolução ilegal (Imagem: Jacob Wackerhausen/iStock)

Em nota, a entidade alegou que trata-se de uma “invasão flagrante das atribuições médicas”. “Diagnosticar doenças e prescrever tratamentos são atos privativos de médicos, formados para tal.”

Já a Associação Paulista de Medicina (APM) destacou a trajetória de formação de profissionais em seis anos de faculdade, além de três a seis anos de residência, até estar apto a estabelecer o diagnóstico e a terapêutica com segurança.

“Todos os profissionais que se dedicam aos serviços e ações de Saúde merecem respeito e reconhecimento. Contudo, os desvios de competência são essencialmente prejudiciais aos pacientes”, diz a nota.

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Os segredos da longevidade da mulher que viveu até os 117 anos

Maria Branyas Morera, a pessoa mais velha do mundo até sua morte em 2024, alcançou impressionantes 117 anos. Sua longevidade despertou o interesse de pesquisadores, que, com amostras biológicas dela, realizaram uma análise detalhada para entender o que a diferenciava.

Quando Branyas Morera tinha 116 anos, os cientistas analisaram seu genoma, transcriptoma, metaboloma, proteoma, microbioma e epigenoma, comparando os resultados com amostras de indivíduos mais jovens, alguns com apenas 25 anos.

Os resultados foram surpreendentes. O estudo foi publicado no servidor bioRxiv.

Descobertas do estudo

  • Seus telômeros, que geralmente encurtam com o tempo, eram mais longos do que os de pessoas de 30 anos, o que indica um envelhecimento celular mais lento.
  • Além disso, a idade biológica dela, calculada por métodos de metilação do DNA, era muito mais jovem do que sua idade cronológica, sugerindo que suas células funcionavam como se fossem mais jovens.
  • Os cientistas também identificaram variantes genéticas raras que poderiam ter contribuído para sua longevidade, incluindo genes que protegem contra doenças comuns, como distúrbios cardiovasculares, diabetes e neurodegeneração.
Envelhecimento celular de Branyas Moreira apresentou condições raras, desafiando as noções tradicionais da ciência sobre envelhecimento – Imagem: sabinevanerp/Pixabay

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Além de uma genética favorável, Branyas Morera seguia hábitos saudáveis. Ela mantinha uma dieta mediterrânea, rica em alimentos saudáveis como iogurte, e tinha um microbioma intestinal equilibrado.

Sua saúde mental também parecia excepcional, pois ela se manteve ativa fisicamente e socialmente até o fim de sua vida, realizando atividades como jardinagem, leitura, tocar piano e interagir com a família e amigos.

A pesquisa sugere que a longevidade extrema de Branyas Morera foi resultado de uma combinação única de fatores genéticos e ambientais. Embora a sorte tenha certamente desempenhado um papel, ela também se beneficiou de um estilo de vida saudável e ativo.

Essa descoberta desafia a ideia de que envelhecimento e doenças estão inevitavelmente ligados, oferecendo novas perspectivas sobre como a longevidade pode ser alcançada.

Genética e hábitos saudáveis contribuíram para a longevidade extraordinária de Maria Branyas Morera – Imagem: PeopleImages.com – Yuri A/Shutterstock

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Doença transmitida por carrapato pode ‘destruir’ os glóbulos vermelhos

A babesiose é uma doença parasitária rara capaz de destruir os glóbulos vermelhos, as células que fornecem oxigênio aos tecidos dos pulmões. Ela é transmitida por carrapatos e pode ocorrer em todo o mundo.

Segundo os médicos, os casos são mais comuns na primavera e no verão. Isso acontece porque estas épocas do ano são quando as pessoas têm maior probabilidade de entrar em contato com os carrapatos que espalham a doença.

Carrapatos transmitem a doença

A babesiose é causada por parasitas microscópicos que pertencem ao gênero Babesia. Eles geralmente infectam o gado e são transmitidos por carrapatos que se alimentam do sangue de diferentes hospedeiros.

Uma vez dentro do corpo, estes parasitas invadem e destroem os glóbulos vermelhos. Isso limita severamente a capacidade dessas células de fornecer oxigênio aos tecidos, potencialmente levando à morte.

Glóbulos vermelhos são afetados pela doença (Imagem: Kateryna Kon/Shutterstock)

Embora mais de 100 espécies de parasitas Babesia tenham sido identificadas até hoje, apenas algumas espécies são conhecidas por infectar humanos. A maioria dos casos está ligada ao Babesia microti e é transmitida por carrapatos de pernas pretas (Ixodes scapularis).

Em casos mais raros, a transmissão pode ocorrer de uma pessoa para outra por meio de transfusões de sangue contaminado. Além disso, existem indícios de que a doença pode se espalhar da mãe para o feto através da placenta. As informações são do Live Science.

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Carrapato é o responsável por transmitir a doença (Imagem: KPixMining/Shutterstock)

Infecção pode ser fatal

  • A maioria das pessoas não apresenta nenhum sintoma de babesiose.
  • No entanto, em indivíduos com sistema imunológico enfraquecido ou com mais de 50 anos, os parasitas podem desencadear doenças graves.
  • Pacientes que removeram o baço também são mais vulneráveis, uma vez que o órgão ajuda a remover os glóbulos vermelhos infectados do corpo.
  • Os sintomas típicos incluem febre, calafrios, suor, dores musculares, bem como inchaço do fígado e do baço e baixo nível de glóbulos vermelhos no corpo.
  • Eles geralmente surgem dentro de uma a quatro semanas após a infecção e podem durar vários dias.
  • Casos graves podem causar falência de múltiplos órgãos e até à morte.
  • O principal tratamento para a babesiose é uma combinação de medicamentos antiparasitários e antibióticos.
  • A melhor maneira de prevenir a doença é evitar o contato com carrapatos.

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Conheça o homem com dois corações – e o que aconteceu quando ambos pararam de funcionar

Pode parecer um enredo de ficção científica ou de uma série de fantasia, como “Doctor Who“, em que o protagonista pertence a uma espécie alienígena com dois corações. No entanto, essa ideia não se limita à cultura pop.

Embora extremamente raro, há registros de pessoas que já tiveram dois corações funcionando simultaneamente em seu corpo, seja por condições médicas específicas ou devido a procedimentos cirúrgicos. 

Episódio de Doctor Who em que é possível ver os dois corações do protagonista / Crédito: BBC (reprodução)

Mas o que acontece quando ambos deixam de funcionar? Esse caso impressionante desafia a medicina e desperta a curiosidade sobre os limites do corpo humano.

Como é possível uma pessoa ter dois corações?

Ter dois corações não é uma condição natural para os seres humanos. No entanto, em alguns casos, uma pessoa pode viver temporariamente com dois corações devido a um procedimento médico chamado transplante cardíaco heterotópico

Nesse tipo de transplante, um coração doado é implantado sem remover o original, o que pode ser necessário quando o novo órgão não é forte o suficiente para funcionar sozinho ou quando o paciente apresenta pressão pulmonar elevada, dificultando o funcionamento de um único coração transplantado. 

Homem com dois corações
Homem com dois corações / Crédito: Imagem feita por inteligência artificial(Grok/reprodução)

Em alguns casos, esse procedimento permite que o coração original tenha tempo para se recuperar, trabalhando em conjunto com o novo órgão. Entre as vantagens dessa técnica, destaca-se o fato de que o coração original ainda pode auxiliar na circulação sanguínea e, caso o coração transplantado falhe, ele pode ser removido sem que o paciente morra imediatamente. 

No entanto, há desvantagens, como o espaço limitado no peito, que pode comprimir outros órgãos, além do maior risco de arritmias e rejeição imunológica.

Quanto ao fluxo sanguíneo e funcionamento, ambos os corações trabalham juntos, mas não de forma completamente sincronizada. O fluxo sanguíneo pode ser mais intenso, mas também exige maior coordenação dos médicos para garantir que a pressão arterial se mantenha equilibrada.

O curioso caso do homem com dois corações

Médicos operando um paciente
Médicos operando um paciente / Crédito: Assist m4x1ight happiness (shutterstock/reprodução)

Em 2010, um homem de 71 anos chegou ao pronto-socorro em Verona, Itália, com falta de ar. O que parecia um caso comum revelou-se uma situação rara: ele possuía dois corações.

Ele nasceu com apenas um coração, mas, devido a uma cardiomiopatia dilatada idiopática, sua função cardíaca estava comprometida. Em 2003, ele passou por um transplante cardíaco heterotópico, mantendo seu coração original e recebendo um novo.

Esse procedimento foi escolhido porque o coração doado era menor que o ideal e precisava de apoio para funcionar adequadamente. Dessa forma, ambos os corações foram conectados para trabalharem juntos.

O que acontece quando dois corações falham?

Desfibrilador em um paciente com parada cardíaca.
Desfibrilador em um paciente com parada cardíaca. / Crédito: trairut noppakaew (shutterstock/reprodução)

Anos depois, sua condição piorou. No hospital, os médicos notaram que seu coração original apresentava um ritmo irregular, enquanto o coração doado batia mais rápido que o normal. A arritmia piorou, levando-o à inconsciência, parada respiratória e perda de pulso.

Diante da situação crítica, a equipe médica aplicou uma descarga de 200 joules com um desfibrilador. O choque conseguiu restaurar o ritmo normal de ambos os corações. Posteriormente, seu marcapasso foi substituído por um cardiodesfibrilador implantável, um dispositivo capaz de corrigir arritmias perigosas automaticamente.

O destino desse paciente anos depois é desconhecido, mas, no momento da publicação do estudo de caso pela IFLScience ele estava “em boas condições clínicas”, um desfecho positivo para uma condição tão incomum.

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Caso semelhante no Brasil

Cirurgião médico com um coração
Cirurgião médico com um coração / Crédito: Marko Aliaksandr (shutterstock/reprodução)

Em 2023, o urbanista Lincoln Paiva, de 54 anos, viveu com dois corações por 45 dias após uma cirurgia inovadora no Instituto do Coração (Incor) em São Paulo. Após sofrer um infarto, um AVC e duas paradas cardíacas, ele foi diagnosticado com insuficiência cardíaca terminal, mas sua pressão pulmonar alta impedia um transplante convencional.

O cirurgião Fábio Gaiotto desenvolveu uma técnica inédita no Brasil, implantando um novo coração sem remover o original. Durante esse período, o coração doado ajudou a reduzir a pressão pulmonar, permitindo que o transplante fosse bem-sucedido. Passados os 45 dias, o coração original foi removido, e Paiva seguiu a vida com o novo órgão.

A técnica ainda está em fase de validação científica, mas pode beneficiar pacientes que não têm acesso a corações artificiais, um tratamento caro e de difícil acesso no Brasil. Graças à cirurgia, Paiva agora tem uma expectativa de vida de pelo menos 20 anos.

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Você se acha feio por causa das redes? Pode ser dismorfia facial; entenda

Quem nunca se comparou com outras pessoas ao passar horas em uma rede social? Falar do impacto da internet na saúde mental pode parecer batido, mas não perdeu sua importância. É que, cada vez mais, jovens adultos apresentam sinais de condição que afeta como vemos e nos sentimos em relação ao nosso corpo e aparência.

O transtorno dismórfico corporal (TDC) não é uma preocupação “normal” com a imagem. 80% das pessoas diagnosticadas sofrem de ideação suicida ao longo da vida e 24% a 28% tentaram tirar a própria vida, segundo pesquisa conduzida nos Estados Unidos.

“Quando consideramos se alguém está sofrendo de TDC, geralmente perguntamos: a pessoa está pensando sobre essas falhas percebidas por pelo menos uma hora por dia? E as preocupações causam sofrimento emocional significativo ou prejuízo no funcionamento diário?”, explicou a psiquiatra Katharine Phillips ao The Cut.

Tratamento sugerido inclui terapia cognitivo-comportamental (TCC) (Imagem: :Wirestock/iStock)

Em conversa com a reportagem, a estudante Nika Motiie, 20 anos, contou que não passa um dia sem se fotografar, acumulando mais de 50 mil selfies em seu rolo de câmera. “Estou tentando analisar como os outros me veem para saber como eles acham que eu pareço. É um ciclo exaustivo, mas parece a única maneira de entender ou controlar como pareço para os outros”, afirmou.

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Cirurgias podem piorar a situação

  • Recorrer a intervenções estéticas pode ser um “caminho fácil”, mas as chances de o paciente ficar insatisfeito com o resultado é grande;
  • Um estudo com 50 pessoas diagnosticadas com TDC descobriu que 81% delas não aprovaram o novo visual;
  • “Esses pacientes tendem a ter baixa autoestima, altas expectativas e ser perfeccionistas“, afirmou Michelle Hure, dermatologista cosmética e médica em San Jose, Califórnia (EUA), à reportagem. “Muitas vezes, eles pulam de provedor em provedor, procurando seu próximo tratamento”;
  • Por isso, o tratamento sugerido é a terapia cognitivo-comportamental (TCC), que busca ensinar as pessoas a superar os pensamentos obsessivos e comportamentos repetitivos. Medicamentos também podem auxiliar nesse processo, com recomendações individualizadas.

“Quanto mais as pessoas estão cronicamente online, mais elas se concentram em características inatingíveis ou difíceis de atingir — como pele de ‘vidro’, simetria facial perfeita ou ‘lifting’ que só pode ser alcançado por meio de cirurgia. É difícil dizer o que é realisticamente possível quando filtros e Photoshop são a norma”, concluiu a Dra. Hure.

80% das pessoas diagnosticadas com TDC sofrem de ideação suicida (Imagem: Guillermo Spelucin Runciman/iStock)

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Tripofobia: conheça a fobia que vai arrepiar todos os pelos do seu corpo

Alerta de gatilho: este artigo aborda temas que podem causar desconforto em pessoas sensíveis a padrões de buracos ou formas geométricas agrupadas.

O mundo pode ser um lugar bastante assustador, e, ao longo da história, nosso corpo desenvolveu mecanismos de defesa para reagir a certos gatilhos, como predadores, alimentos contaminados e grandes alturas.

No entanto, às vezes essas reações vão além do necessário e se manifestam como fobias, respostas intensas e desproporcionais a estímulos específicos. Dentre os vários medos que podem afetar a cabeça humana, está a tripofobia, um distúrbio que afeta quem sente desconforto ou aversão a padrões repetitivos de pequenos buracos ou formas geométricas agrupadas.

Embora o termo tenha ganhado popularidade na internet, a tripofobia não é oficialmente reconhecida como um transtorno psiquiátrico, mas muitas pessoas relatam reações físicas e emocionais intensas ao ver imagens desse tipo. Mas, afinal, o que é a tripofobia e por que ela causa tanta repulsa?

O que é a tripofobia e por que ela é tão desconfortável?

A tripofobia é descrita como uma aversão intensa ou desconforto ao ver padrões repetitivos de pequenos buracos ou formas geométricas agrupadas, como colmeias, sementes de lótus e esponjas.

Embora muitas pessoas relatem essa sensação, a tripofobia não é oficialmente reconhecida como um transtorno psiquiátrico pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). O termo ganhou popularidade na internet e se tornou objeto de pesquisa, mas ainda não há consenso na comunidade científica sobre suas causas exatas.

Padrões como colméias podem afetar pessoas sensíveis. Imagem: Panglima Panah/Shutterstock

Pesquisadores sugerem que a tripofobia pode ser uma resposta evolutiva do cérebro, já que padrões semelhantes aparecem em animais venenosos, doenças infecciosas e feridas ulceradas. Essa hipótese sugere que a reação negativa seria um mecanismo de defesa biológico, levando o cérebro a associar essas imagens a potenciais ameaças.

Outra teoria aponta que a tripofobia pode estar relacionada a uma sobrecarga sensorial, em que certos padrões ativam regiões do cérebro ligadas ao medo e ao desconforto visual. Os sintomas podem variar de um leve incômodo a reações mais intensas, como calafrios, suor excessivo, coceira, formigamento, aumento da frequência cardíaca e até náusea. Em casos mais graves, algumas pessoas podem desenvolver crises de ansiedade ou ataques de pânico ao se deparar com imagens que despertam a fobia.

Além disso, os gatilhos podem ser diferentes para cada pessoa. Algumas sentem desconforto apenas com objetos inanimados, como canos organizados em um padrão repetitivo ou bolhas em um líquido. Outras, no entanto, reagem fortemente a elementos orgânicos, como padrões na pele de animais, o alinhamento dos dentes de uma lampreia ou buracos causados por infecções e doenças. Essa variação mostra que a tripofobia pode estar relacionada tanto a fatores biológicos quanto a experiências pessoais e psicológicas.

Imagem: Benoit Daoust / Shutterstock

Atualmente, não há uma cura específica para a tripofobia, mas algumas abordagens terapêuticas podem ajudar a reduzir os sintomas. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é frequentemente recomendada para auxiliar no controle da ansiedade e na dessensibilização progressiva à exposição a padrões tripofóbicos. Além disso, estratégias de respiração e relaxamento podem minimizar os efeitos físicos e emocionais da fobia.

Como identificar a tripofobia

Identificar a tripofobia pode ser desafiador, pois a intensidade das reações varia de pessoa para pessoa. Algumas sentem apenas um leve desconforto ao ver padrões de buracos, enquanto outras experimentam reações físicas imediatas, como tremores e suor excessivo. Essa resposta pode ser involuntária e ocorrer até mesmo ao visualizar imagens em telas digitais.

O principal critério para considerar a tripofobia como um problema significativo é o grau de impacto que ela tem na vida da pessoa. Se a aversão a esses padrões impede a realização de atividades cotidianas ou causa sofrimento emocional intenso, procurar a orientação de um profissional de saúde mental pode ser um caminho para lidar com os sintomas.

Com informações de WebMD.

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Estamos mais preparados atualmente para enfrentar uma pandemia?

Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou a COVID-19 uma pandemia, que afetou mais de 770 milhões de pessoas e causou milhões de mortes globalmente.

Apesar dos avanços, ainda existe o risco de novas pandemias, e a questão é: estamos melhor preparados? Em alguns aspectos, sim, mas em outros, não, como explica um artigo publicado originalmente no site The Conversation.

Setores público e privado aprenderam a colaborar como nunca antes

  • A pandemia da COVID-19 gerou avanços notáveis, como uma colaboração sem precedentes entre setores público e privado, resultando no rápido desenvolvimento das vacinas mRNA.
  • Aprendemos a trabalhar em conjunto, compartilhando recursos e acelerando a pesquisa científica.
  • Além disso, a abordagem One Health, que integra saúde humana, animal e ambiental, ganhou importância.

No entanto, algumas áreas não avançaram o suficiente.

Aprendemos e evoluímos no combate a COVID-19, mas alguns problemas da época voltariam a aparecer em uma nova pandemia (Reprodução: william87/iStock)

Sistema de saúde frágeis sofreram ainda mais

A fragilidade dos sistemas de saúde pública em alguns países, especialmente nas áreas de atenção primária e geriatria, permanece preocupante. As instituições de saúde, como asilos, também necessitam de maior apoio.

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A falta de investimento contínuo em pesquisa e a dificuldade em superar obstáculos burocráticos também são desafios persistentes.

A pandemia exacerbada por desinformação e polarização política deixou lições importantes, como a necessidade de melhorar a comunicação científica e lidar com a desigualdade social, que amplificou os impactos da crise.

Embora tenhamos aprendido muito, o mundo ainda não está totalmente preparado para futuras crises sanitárias, sendo essencial um maior investimento em ciência e colaboração global.

Multidão de pessoas com máscaras no início da pandemia do COVID-19
Preparo do planeta para enfrentar uma nova pandemia não seria tão superior ao que vimos em 2020 – Imagem: Tzido / iStock

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