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Saudade pode tratar a depressão? Entenda essa relação estabelecida pela ciência

A saudade é capaz de despertar diversas emoções, e estar associadas e muitas lembranças. Para alguns, ela faz referência à ausência e distância, nos fazendo sentir falta de pessoas, lugares, objetos e animais, por exemplo. Para outros, esse sentimento remete à nostalgia e boas lembranças, causando uma sensação que transita entre a alegria e a tristeza.

Um estudo publicado por um neurocientista brasileiro, juntamente com pesquisadores do King’s College London, do Reino Unido, mostrou uma possibilidade inédita de que esse sentimento tem um potencial de agir como um recurso para amenizar sintomas em pacientes com depressão.

Saiba mais sobre o estudo e seus resultados abaixo.

O sentimento de saudade no sentido de nostalgia pode ajudar no tratamento dos sintomas de depressão. (Imagem: PeopleImages.com – Yuri A/Shutterstock)

A saudade pode tratar depressão? Veja o que diz a ciência

De acordo com o dicionário Michaelis, a definição de saudade é: “sentimento nostálgico e melancólico associado à recordação de pessoa ou coisa ausente, distante ou extinta, ou à ausência de coisas, prazeres e emoções experimentadas e já passadas, consideradas bens positivos e desejáveis“.

Com isso em mente, é mais fácil entender a pesquisa publicada no periódico Frontiers in Psychology. O estudo é fruto de uma parceria entre os pesquisadores do King’s College de Londres, no Reino Unido, e o brasileiro Jorge Moll Neto, neurocientista e idealizador do IDOR Ciência Pioneira, uma iniciativa independente de investimento em pesquisas de ponta.

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Ver a saudade sob essa perspectiva é essencial, uma vez que a ideia de usar esse sentimento como aliado para o tratamento de sintomas da depressão pode parecer inusitada, principalmente por sua associação à carga emocional melancólica.

Entretanto, a saudade tem uma natureza ambígua, podendo também ser descrita como uma forma de sentir falta e amor por algo do passado. Acessar músicas, livros e filmes antigos, por exemplo, pode trazer à tona a nostalgia e a admiração, além de muitas vezes lembrar de tempos felizes.

O pesquisador Jorge Moll Neto explica: “A saudade pode ser analisada como um sentimento que traz senso de valorização sobre eventos e pessoas e que ajuda o paciente a se reconectar com memórias significativas para sua vida. Embora não seja descrita como puramente positiva, a saudade, quando observada nessa outra perspectiva, pode ter efeitos positivos importantes de estabilização emocional e reforço do significado da vida”.

De acordo com a psicologia, a saudade é um sentimento complexo, que pode estar ligado às emoções de pertencimento, família e senso de significado. Mesmo que tenha uma grande complexidade, esse tema é pouco explorado nesse campo, o que fez com que os pesquisadores decidissem investigá-la mais a fundo, unindo a lacuna de pesquisas com observações clínicas.

Isso motivou a investigação de uma possibilidade inédita de tratamento da depressão, uma doença que afeta mais de 11 milhões de brasileiros (segundo dados da OMS).

Usando como base os debates entre os pesquisadores e estudos anteriores que apontaram a nostalgia como uma ajuda para encontrar um sentido para a vida, os cientistas desenvolveram a hipótese de que a saudade poderia funcionar como um recurso emocional útil na psicoterapia.

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(Imagem: Yournameonstones/Shutterstock)

Como foi a pesquisa

No estudo, a equipe de pesquisadores observou 39 indivíduos com sentimentos intensos e recorrentes de autocrítica e autoculpabilização, que são sintomas comuns em quadros de depressão, e costumam estar acompanhados por baixa autoestima e sensação de desesperança. Contudo, a pesquisa considerou participantes que não possuíam um diagnóstico clínico formal.

Os voluntários foram escolhidos a partir de uma longa lista de candidatos, que vieram de anúncios online, listas de e-mails e redes sociais. Então, os participantes foram convidados a fazer um vídeo de 10 minutos usando fotos, vídeos e músicas.

Na primeira parte da dinâmica, eles precisavam trazer sentimentos de autocrítica e tristeza, enquanto na segunda deveriam explorar a saudade com memórias afetivas e significativas do passado.

Então, os voluntários receberam a instrução de assistir ao vídeo diariamente durante uma semana, enquanto refletiam sobre seus sentimentos. Depois, os pesquisadores aplicaram formulários e fizeram acompanhamento online, com o objetivo de avaliar, através de pontuações, a frequência dos pensamentos autocríticos e a presença de possíveis sintomas depressivos.

Os especialistas então puderam perceber uma redução significativa desses pensamentos depois de uma semana do início do experimento. Com isso, o resultado mostrou que o incentivo a uma “transformação” emocional para a saudade pode trazer efeitos positivos na saúde mental.

Os pesquisadores levantaram a hipótese de que a saudade pode ser usada como um recurso emocional na psicoterapia. (Imagem: Pixel-Shot/Shutterstock)

Para os cientistas, uma vez que essa emoção era apresentada no final do vídeo, ela era capaz de ajudar a mudar o tom emocional do material, incentivando uma reflexão mais leve e menos negativa dos participantes. Assim, os pesquisadores levantaram a hipótese de que a saudade pode ser usada como um recurso emocional na psicoterapia, durante suas discussões.

Segundo Moll, o estudo feito foi uma das primeiras tentativas de usar a saudade como intervenção terapêutica estruturada, e teve alta adesão e segurança, sem relatos de eventos adversos.

Além disso, os resultados reforçam a importância de estudos maiores, como ensaios clínicos randomizados com pacientes diagnosticados com depressão. “Isso mostra que a saudade pode ser mais explorada por seu potencial terapêutico, como recurso culturalmente próximo das pessoas”, conclui o neurocientista.

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O cérebro é capaz de se lembrar de um alimento que fez mal?

Sabe quando uma pessoa te faz algo que te afeta negativamente, e você não quer mais encontrá-la por aí? Sente até mesmo uma dificuldade de perdoá-la? Pois isso é mais ou menos o que acontece com nosso organismo quando comemos uma comida que nos faz passar mal.

Nosso corpo demora um pouco para perdoar alguns alimentos, e isso nos faz ter aversão e até mesmo repulsa a eles. De acordo com a a ciência, isso não é uma frescura: trata-se de uma resposta neurológica, causada por um “lugar da memória” nos cérebros responsável por causar esse tipo de reação.

Se você hoje não consegue nem olhar para um alimento que comeu anos atrás, veja abaixo na matéria a explicação científica sobre como isso acontece.

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O corpo não perdoa aquele alimento que fez seu organismo passar mal. (Imagem: Stockking/Freepik)

Como o cérebro se lembra de um alimento que fez mal?

Um time de cientistas foi responsável pela descoberta sobre o local da memória nos cérebros que é responsável pela reação de aversão a alimentos que fizeram mal. Christopher Zimmerman, coautor do estudo e pesquisador de pós-doutorado no Instituto de Neurociência de Princeton (PNI) da Universidade de Princeton, conta: “faz algum tempo que não tenho intoxicação alimentar, mas agora sempre que falo com as pessoas em reuniões e ouço tudo sobre suas experiências de intoxicação alimentar”.

A pesquisa foi publicada em forma de artigo no site EurekAlert!, pela própria Universidade de Princeton, no qual é contato sobre como o estudo foi feito. Em um laboratório, Zimmerman e uma equipe de neurocientistas buscaram entender mais sobre o fenômeno chamado de “one-shot learning”, que é quando o cérebro registra e aprende com um único erro, criando uma memória duradoura.

Isso acontece, por exemplo, em casos de transtornos de estresse pós-traumáticos (TEPT), que gera uma reação parecida. E a mesma situação é registrada com as intoxicações alimentares. Quando a comida não desce muito bem, há um período entre a ingestão do alimento que está contaminado e o começo do mal-estar. Esse tempo foi batizado de “atraso da refeição ao mal-estar”.

Como foi feito o experimento

O estudo publicado na Nature mostra que os cientistas exploraram mecanismos cerebrais de pequenos ratos para entender como funciona a aversão aos alimentos específicos. No experimento, os animais experimentavam um suco de uva de caixinha, sendo uma substância totalmente nova para eles.

Rapidamente, os roedores aprenderam que, quando colocavam a cabeça em um local específico da gaiola, eles ganhavam mais gotas do suco doce. Após meia hora da descoberta, os ratos receberam uma injeção que causou alguns sintomas parecidos com a de uma intoxicação alimentar.

Com isso, dois dias depois, os pesquisadores ofereceram o suco de uva aos animais mais uma vez, e nenhum deles aceitou a bebida roxa, preferindo a água normal para matar a sede.

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Aversão à comida que fez mal não é frescura, e sim uma resposta neurológica que acontece no cérebro. (Imagem: Redgreystock/Freepik)

Foi descoberto que a associação entre o suco e a doença acontecia na amígdala central, o mesmo canal responsável pelo aprendizado sobre o medo e outras emoções. Ela também processa informações do ambiente, incluindo fatores relacionados ao olfato e paladar, por exemplo.

De acordo com Zimmerman: “A amígdala acaba sendo um lugar realmente interessante porque é preferencialmente ativada por sabores novos em cada estágio do aprendizado. Ela fica ativa quando o rato está bebendo, quando o rato está se sentindo mal mais tarde, e também quando o rato recupera aquela memória negativa dias depois.”

Além disso, a equipe investigou como os sinais de doença do intestino chegam ao cérebro, e perceberam o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP). Ao estimular essas células 30 minutos depois da experiência do suco, foi recriada a mesma aversão à intoxicação alimentar real.

“Foi como se os ratos estivessem pensando e se lembrando da experiência anterior que os fez sentir mal mais tarde”, explicou Ilana Witten, professora de neurociência no PNI, no comunidado do site EurekAlert!.

Os pesquisadores acreditam que os sabores responsáveis pelo mal-estar podem marcar algumas células, e quando elas são especificamente reativadas pela doença, acabam conectando uma causa e efeito mesmo com o atraso de tempo. Em outras palavras, é como se as células colocassem um grande sinal de “bloqueado” nos alimentos que fizeram a o organismo passar mal.

Homem segurando uma tigela com batata frita e com cara de quem está com dor no estômago
É como se as células colocassem um grande sinal de “bloqueado” nos alimentos que fizeram a o organismo passar mal. (Imagem: @Freepik/Freepik)

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Dormir com plantas no quarto faz mal à saúde?

Existe uma lenda ainda muito difundida de que dormir com plantas no quarto faz mal à saúde, principalmente, porque poderíamos ser privados de oxigênio durante o sono. Contudo, a ciência prova que isso é um grande mito. Muito pelo contrário, ter plantas em ambientes internos pode ser um enorme benefício para manter o ar mais puro e livre de toxinas.

Além disso, especialistas ainda afirmam que algumas espécies podem até contribuir para noites de sono ainda mais tranquilas. Descubra tudo isso e mais um pouco neste artigo, e aprenda quais plantas são as mais indicadas para colocar no seu quarto. Confira!

Por que manter plantas no quarto não faz mal à saúde

Ainda que, como organismos aeróbicos, as plantas consumam oxigênio do ambiente em que estão, nunca será o suficiente para sufocar uma pessoa, segundo a ciência. Então, mesmo que você tenha uma planta gigante em seu quarto, fique tranquilo que ela não sugará todo o seu ar.

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Embora as plantas que cultivamos dentro de casa consumam oxigênio, a quantidade absorvida por elas é mínima e não representa qualquer risco para os moradores. Fatores como tamanho, taxa de crescimento e temperatura ambiente influenciam essa captação, mas, no geral, as plantas liberam muito mais oxigênio do que consomem, garantindo um ambiente saudável e equilibrado.

Estudos indicam que algumas espécies vegetais possuem a capacidade de aliviar o estresse/Shutterstock_Pixel-Shot

Alberto Romero Blanco, biólogo da equipe de pesquisa em invasões biológicas e ecotoxicologia da Universidade de Alcalá, explica no site The Conversation que o consumo de oxigênio pelas plantas domésticas é insignificante, especialmente quando comparado à necessidade de um ser humano.

De acordo com o biólogo, um grupo de petúnias pesando 5 kg absorveria apenas 0,01 litro de oxigênio ao longo de oito horas noturnas. Já um adulto consome cerca de 124,8 litros no mesmo período – uma diferença gigantesca.

Em outras palavras, não há planta grande o bastante para competir com o consumo humano de oxigênio, tornando infundado qualquer receio de sufocamento por vegetação em ambientes fechados. Pelo contrário, ter plantas em casa contribui para um espaço mais agradável, ajudando na qualidade do ar e proporcionando sensação de bem-estar.

Benefícios de ter plantas no quarto e em ambientes da casa

Um estudo conduzido pela empresa de paisagismo Ambius, em parceria com Fraser Torp, professor e pesquisador de biorremediação da Universidade de Tecnologia de Sydney (UTS), na Austrália, revelou o impacto positivo das plantas na purificação do ar.

A análise demonstrou que uma pequena parede verde, composta por uma variedade de espécies, foi capaz de eliminar até 97% dos compostos tóxicos presentes no ambiente em apenas oito horas. Os resultados reforçam o potencial das plantas como aliadas na melhoria da qualidade do ar, especialmente em espaços fechados, onde poluentes nocivos podem se acumular.

Jovem sorrindo, calma, vestida com roupas casuais, deitada na cama com as mãos juntas sob a cabeça, dormindo, descansando, relaxando, passando tempo no quarto, relaxando, em casa, no próprio quarto, em casa, acordando, sonhando, perdida em devaneios, bom dia.
Segundo pesquisas, ter plantas no quarto ajuda a dormir/Shutterstock_ViDI Studio

Aqui no Brasil, a doutora em saúde pública pela Universidade de São Paulo, Claudia Moreno em entrevista à CNN indica que espécies como aloe vera, lavanda, espada-de-são-jorge e jasmim podem ser aliadas para quem quer ter uma boa noite de sono.

De acordo com a pesquisadora, essas espécies vegetais possuem a capacidade de aliviar o estresse, o que, por sua vez, contribui para uma melhora na qualidade do sono. Claudia também destaca que estudos apontam que esse efeito relaxante é ainda mais expressivo entre os idosos, tornando as plantas uma aliada natural no bem-estar e na promoção do descanso adequado.

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Enquanto você ouve música, esse fone checa se você está vivo

Os fones de ouvido atualmente tem uma função bem específica, reproduzir áudio diretamente para os ouvidos do usuário. Mas esse novo projeto pode ampliar os horizontes desse aparelho e torná-lo em um aliado da medicina.

O OpenEarable 2.0 earphones foi desenvolvido pelo Dr. Tobias Röddiger e alguns colegas do Germany’s Karlsruhe Institute of Technology (KIT). Esse dispositivo é utilizado da mesma forma que um fone convencional e tem a capacidade de reconhecer as informações do usuário, tal qual um smartwatch. Além de, claro, tocar música.

Código e funcionalidades do fone

O aparelho tem seu código em open-source, assim como o software que o acompanha. Isso significa que qualquer pessoa pode visualizar sua programação e sugerir alterações e compartilhá-las.

Segundo publicado no portal New Atlas, o fone pode ser usado como ferramenta de análise de performance em esportes e medida de segurança em ambientes de trabalho. Além disso, ele também tem a capacidade de reproduzir música quando conectado por Bluetooth em um smartphone. Ao mesmo tempo, um aplicativo no mesmo telefone processa e exibe os dados dos sensores transmitidos pelo OpenEarables.

OpenEarable 2.0 earphones vão ajudar no monitoramento de funções corporais (imagem: KIT/Divulgação)

Segundo informado por Rödigger ao The Verge, as duas funções ocorrem ao mesmo tempo, sem interferência entre elas. Um ponto que vale mencionar é compatibilidade do dispositivo, que, por enquanto, estará disponível apenas para Android com Bluetooth LE Audio.

Confira na lista abaixo algumas das funcionalidades do OpenEarable 2.0:

  • Monitoramento cardíaco e autenticação do usuário com microfones infrassônicos/ultrassônicos posicionados no canal auditivo;
  • Medição de oxigenação do sangue e estresse – identifica apneia do sono, níveis de estresse e gasto energético;
  • Detecção de atividades orais e comportamentos noturnos – reconhece mastigação, fala silenciosa e bruxismo;
  • Reconhecimento de gestos com a língua e alimentação – sensor de pressão detecta movimentos internos do canal auditivo;
  • Acompanhamento de respiração e treinos físicos – monitora respiração e desempenho em atividades físicas.
Mulher ouvindo à rádio pelos fones de ouvido e celular
Mulher ouvindo à rádio pelos fones de ouvido e celular (Reprodução: Marcelo Chagas/Pexels)

Preço, precisão e aplicações futuras

“Foi descoberto que a plataforma capta dados fisiológicos com muita precisão e confiabilidade, e que suas medições produzem resultados mais precisos do que os métodos padrão já estabelecidos”, disse Röddiger. “Com o OpenEarable 2.0, podemos não apenas aprimorar o estado atual da tecnologia vestível, mas também abrir completamente novos campos de aplicação”, completou.

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Agora disponível para pré-venda por €2.348 (aproximadamente R$13.600), o OpenEarable 2.0 oferece até oito horas de uso com apenas 45 minutos de carga via USB, dependendo do nível de utilização. O dispositivo pode ser utilizado em vários meios e pode ser um grande companheiro para o seu dia-a-dia.

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Por que a nimesulida é proibida fora do Brasil? Conheça usos e possíveis riscos do remédio

A nimesulida é um anti-inflamatório amplamente utilizado no Brasil para aliviar dores e inflamações. Apesar de sua eficácia, o medicamento é alvo de controvérsias devido aos riscos de toxicidade hepática, o que levou à sua proibição em diversos países.

Diante disso, diversos estudos foram realizados ao longo dos anos para identificar lesões hepáticas associadas ao medicamento, o que motivou restrições impostas por órgãos reguladores, como a Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

No Brasil, a Anvisa reforça que a nimesulida deve ser utilizada apenas sob prescrição médica. Neste artigo, exploramos os benefícios e os potenciais perigos desse medicamento. Confira!

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O que é e para que serve a nimesulida?

De acordo com especialistas, a nimesulida faz parte da classe dos anti-inflamatórios não esteroidais. Portanto, foi desenvolvido para diminuir a síntese, ou a fabricação, de moléculas inflamatórias no organismo.

Sendo assim, o medicamento é indicado para tratar dores, febre e inflamação. Dessa forma, pode aliviar dores de cabeça, musculares, nas articulações, de dente, pós-operatórias e cólicas menstruais.

Cientificamente falando, o medicamento age no organismo ao inibir as enzimas ciclooxigenase, principalmente a COX-2, tendo menor afinidade pela COX-1, o que reduz os efeitos adversos que os AINEs (Anti-inflamatórios Não Esteroides) podem causar.

De acordo com informações publicadas na Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, a nimesulida foi desenvolvida em 1985, e passou a ser distribuída em mais de 50 países ao longo dos anos. Devido à sua eficácia no tratamento de inflamações e dores, o medicamento se tornou amplamente utilizado no Brasil.

A nimesulida é um anti-inflamatório não esteroidal amplamente utilizado no Brasil/Shutterstock_Gabriele Paoletti

Nimesulida: contraindicações

Resumidamente, na bula do nimesulida as contraindicações informadas são:

  • Contraindicado para pacientes com alergia à nimesulida ou a qualquer componente do medicamento.
  • Não deve ser usado por pessoas com histórico de hipersensibilidade a anti-inflamatórios não esteroidais, incluindo ácido acetilsalicílico.
  • Risco para quem já teve reações hepáticas causadas pelo medicamento.
  • Pacientes com úlcera péptica ativa ou recorrente devem evitar o uso.
  • Proibido para quem tem hemorragia no trato gastrintestinal.
  • Não recomendado para indivíduos com distúrbios graves de coagulação.
  • Pacientes com insuficiência cardíaca grave devem evitar o uso.
  • Contraindicado para quem tem mau funcionamento grave dos rins ou do fígado.
  • Não deve ser administrado em crianças menores de 12 anos.

Além disso, especialistas orientam que esse medicamento precisa ser usado na dosagem e no tempo indicados para diminuir o risco de eventos adversos.

Riscos do nimesulida, segundo estudos

Uma revisão de literatura da Revista Brasileira de Farmácia (RBF) indicou que a nimesulida pode causar danos graves ao fígado, chegando a ser fatal. Segundo os pesquisadores, o medicamento interfere no funcionamento das mitocôndrias, essenciais para a respiração celular, o que pode levar à morte das células hepáticas.

Outro estudo publicado no European Journal of Clinical Pharmacology apontou um relato em que um paciente de 57 anos faleceu em decorrência de sequelas de insuficiência hepática aguda induzida por nimesulida. Além disso, a pesquisa também apresentou outros casos de pacientes com lesão hepática por conta dessa medicação.

Embora as reações adversas graves sejam casos raros, os riscos existem, principalmente, onde a nimesulida continua sendo amplamente consumida, como é o caso do Brasil. Para se ter uma ideia, somente no ano passado, calcula-se que mais de 102 milhões de caixas foram vendidas no país, segundo dados da consultoria Close-Up International.

Não é por acaso que um grupo de pesquisadores da América Latina, dedicados a investigar complicações hepáticas decorrentes do uso de diferentes substâncias, publicou uma série de casos registrados na última década.

Durante a análise, foram identificados 468 episódios de lesões no fígado associadas ao consumo de medicamentos, entre os quais a nimesulida se destacou como uma das substâncias envolvidas nos quadros mais graves.

Modelo médico do fígado com o uso de drogas. Tratamento de doenças hepáticas
A nimesulida é alvo de controvérsias devido aos riscos de toxicidade hepática/Shutterstock_NMK-Studio

Por que a nimesulida é proibida fora do Brasil?

Conforme relatamos acima, segundo diversos relatos e estudos, o anti-inflamatório nimesulida, apesar de sua eficácia, apresenta riscos à saúde. Para se ter uma ideia, o medicamento nunca foi aprovado para venda em locais como o Reino Unido e Alemanha.

Além disso, sua comercialização foi suspensa em vários países, incluindo Estados Unidos, Canadá, Japão, Suécia, Holanda, Espanha, Bélgica, Dinamarca, Irlanda e Finlândia. Entre 1995 e 2007, a Irlanda registrou 53 casos de danos hepáticos graves relacionados ao uso da nimesulida, levando à sua suspensão no país. Esse alerta impulsionou uma investigação mais ampla pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), responsável pela regulamentação sanitária na União Europeia.

Embora um relatório do comitê de investigação tenha concluído que os benefícios da nimesulida ainda superam os riscos, a EMA impôs restrições ao seu uso. Atualmente, na União Europeia, a medicação permanece disponível em alguns países, mas sua indicação é limitada ao tratamento de dor aguda e cólicas menstruais. No Brasil, a Anvisa informa que a nimesulida é um medicamento que requer prescrição médica para seu uso.

A automedicação pode trazer riscos graves à saúde. Sempre consulte um profissional antes de utilizar qualquer medicamento e siga corretamente as orientações médicas.

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Massagem é um ótimo pós-treino – mas não pelo motivo que você imagina

A massagem deixou de ser exclusividade de spas de luxo para se tornar uma prática comum no mundo esportivo, sendo adotada tanto por atletas amadores quanto profissionais como parte da rotina de recuperação.

Presente em competições, academias e equipes de elite, ela também impulsiona um mercado em expansão, como mostra o New York Times.

Apesar da popularidade, os benefícios fisiológicos da massagem são frequentemente superestimados. A ideia de que ela melhora o fluxo sanguíneo ou elimina o ácido lático após o exercício não é sustentada por evidências científicas sólidas.

Efeitos positivos – mas limitados

Estudos mostram que o ácido lático não é responsável pela dor muscular e que o corpo já é capaz de eliminá-lo naturalmente. Além disso, a maioria dos praticantes de atividade física já possui boa circulação, o que torna questionável a eficácia da massagem nesse aspecto.

Pesquisas, como uma meta-análise de 2020, apontam que os efeitos da massagem sobre desempenho, fadiga e dor muscular são limitados e, em muitos casos, apenas modestos. Ainda assim, há indícios de que ela possa aliviar a tensão muscular ao toque e melhorar ligeiramente a flexibilidade.

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Ciência questiona os efeitos físicos da prática, mas aponta ganhos mentais que justificam seu uso por atletas – Imagem: Aleks Gudenko/Shutterstock

No que a massagem realmente tem impacto

  • O maior benefício, segundo especialistas, é de ordem psicológica.
  • A massagem promove relaxamento, alivia o estresse e oferece uma pausa mental que pode ser essencial para a recuperação. Estudos mostram que mesmo os efeitos temporários de alívio da dor podem ter valor subjetivo importante.
  • Além disso, o simples ato de cuidar do corpo e dedicar um momento ao bem-estar pode ter impacto positivo na mente.

Embora os efeitos fisiológicos da massagem sejam limitados e muitas vezes exagerados, seu valor como ferramenta de recuperação mental e emocional é inegável.

Sentir-se bem, mais relaxado e com menos tensão já pode ser considerado um ganho importante — e é justamente isso que leva muitos atletas a continuarem recorrendo à massagem como parte fundamental de sua recuperação.

Alívio mental e a sensação de bem-estar explicam por que tantos atletas não abrem mão da prática – Imagem: MilanMarkovic78/Shutterstock

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Exame de sangue pode detectar Parkinson antes dos primeiros sintomas surgirem

A prevalência de Parkinson na população mundial pode aumentar consideravelmente nos próximos anos, chegando a 267 casos por 100 mil pessoas até 2050. Isso significa que os casos praticamente dobrariam no período.

A principal dificuldade é identificar a condição com antecedência. Um cenário que pode mudar a partir do desenvolvimento de um novo exame de sangue que promete detectar a doença antes dos primeiros sintomas surgirem.

Exame analisa padrões no sangue

O trabalho foi realizado por cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, e do Imperial College London, no Reino Unido. Os pesquisadores identificaram padrões específicos de fragmentos de RNA no sangue que indicam a presença do Parkinson antes mesmo do seu avanço.

A pesquisa analisou amostras de sangue, fluido espinhal e tecidos cerebrais de pacientes diagnosticados com a condição. Após, comparou estes resultados com amostras de pessoas saudáveis e pacientes com Alzheimer.

Doença está afetando cada vez mais pessoas (Imagem: Daisy Daisy/Shutterstock)

A conclusão foi que aqueles indivíduos com Parkinson apresentavam níveis elevados de um tipo de RNA chamado RGTTCRA-tRFs, e níveis reduzidos de um outro tipo, os MT-tRFs. Essa diferença estava presente também em pessoas com predisposição genética para a doença, mesmo antes dos sintomas surgirem.

De acordo com a equipe, isso indica que o exame poderia identificar o Parkinson antes dos tremores, da rigidez e de outros sintomas motores aparecerem.

Esta descoberta pode revolucionar o diagnóstico da doença, permitindo que tratamentos aumentassem a qualidade de vida.

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Descoberta pode melhorar detecção da doença (Imagem: SpeedKingz/Shutterstock)

Novo método pode simplificar identificação da doença

  • Os cientistas explicam que o teste é simples, menos invasivo e mais acessível do que os exames de fluido espinhal e ressonâncias magnéticas.
  • Além disso, o exame de sangue seria mais preciso do que outras técnicas disponíveis atualmente.
  • Em resumo, ele mede a proporção entre os dois tipos de RNA (RGTTCRA-tRFs e MT-tRFs) no sangue do paciente.
  • Se ela estiver alterada, isso pode indicar a presença da doença em estágios iniciais.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado pela revista Nature Aging.

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O plano da Ciência para evitar novas pandemias

A crise sanitária provocada pela Covid-19 ainda está na memória coletiva e provavelmente vai demorar bastante para esquecermos de todos os efeitos que ela provocou. E são justamente estas dolorosas recordações que podem nos deixar mais preparados para enfrentar novas pandemias.

Acredite, esta não é uma possibilidade tão remota. A principal preocupação das autoridades globais é com o avanço da gripe aviária. O vírus já foi identificado em mais de 350 espécies, incluindo mamíferos, apresentando uma taxa de mortalidade muito alta.

Avanço da gripe aviária requer atenção

Apesar de ainda não existirem evidência da transmissão da gripe aviária entre humanos, a possibilidade de uma mutação conferir esta “habilidade” ao vírus existe. E, segundo os cientistas, isso pode estar cada vez mais perto de acontecer.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2003 até março deste ano, foram registrados 969 casos de infecções da doença em humanos, com 457 mortes. Isso significa uma taxa de letalidade superior a 50%.

Para a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, os dados acendem um sinal de alerta. Ela defende que é preciso avançar na criação de vacinas mais eficazes, se antecipando a uma possível nova crise sanitária.

Uma das grandes esperanças é o imunizante universal contra todos os tipos de influenza, que já apresentou resultados positivos.

Vírus já se espalhou para além das aves (Imagem: Dewald Kirsten/Shutterstock)

É uma vacina de RNA mensageiro, e, na composição dela, foi colocado o sequenciamento genético de todos subtipos de influenza A e B, e se testou em furões e ratos. Primeiro, eles testaram, antígeno por antígeno, isoladamente, e a resposta imune foi muito boa. Então, eles passaram a testar nesses animais, as 20 cepas de uma vez. E o que eles viram foi uma indução de anticorpos para todas as 20 cepas, por pelo menos quatro meses após a vacinação.

Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações

O Brasil aposta no imunizante que está sendo desenvolvido pelo Instituto Butantan e que também já passou pela fase de testes em animais, com bons resultados. No momento, em conjunto com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o instituto está convidando voluntários para os testes em humanos, enquanto aguarda a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciá-los.

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Gripe Aviária
Vírus pode provocar a próxima pandemia (Imagem: StanislavSukhin/Shutterstock)

Brasil não está livre da doença

  • A transmissão da gripe aviária em humanos ocorre após contato com animais infectados.
  • Desde outubro do ano passado foram registrados mais de 900 surtos em aves de criação e mil em aves silvestres.
  • Esses valores são superiores aos registrados durante toda a temporada anterior de circulação do vírus, de outubro de 2023 a setembro de 2024.
  • O primeiro caso de gripe aviária no Brasil foi confirmado em maio de 2023.
  • Até agora foram registrados 166 focos da doença no país, sendo 163 em aves silvestres e três em aves de criação.
  • Por conta do cenário, o Ministério da Agricultura e Pecuária prorrogou por mais 180 dias o estado de emergência zoossanitária.

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Teste de saliva pode revolucionar diagnóstico do câncer de próstata

O câncer de próstata é o segundo tipo de tumor que mais mata homens no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 17 mil pessoas morreram por conta da doença em 2023 no país, uma média de 47 óbitos por dia.

Este cenário preocupa as autoridades de saúde. Mas uma esperança acaba de surgir. Pesquisadores desenvolveram um teste de saliva capaz de analisar o DNA dos pacientes para descobrir quem nasceu com maior risco de desenvolver câncer de próstata.

Rastreio de mutações no DNA

A equipe responsável pelo trabalho explica que o exame de saliva não procura sinais de câncer de próstata dentro do corpo. Em vez disso, ele busca por 130 mutações no DNA dos homens, cada uma das quais pode aumentar o risco de desenvolvimento da doença.

Câncer de próstata é uma das doenças que mais mata homens no Brasil (Imagem: Ebrahim Lotfi/Shutterstock)

Participaram do estudo 745 pacientes com idades entre 55 e 69 anos. Destes, 187 foram diagnosticados com câncer de próstata a partir do uso da nova tecnologia.

O exame apontou 103 tumores de alto risco e que precisavam de tratamento.

Os pesquisadores ainda observaram que em 74 destes casos a doença não teria sido descoberta neste estágio sem a análise da saliva. As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista New England Journal of Medicine.

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Teste de saliva foi testado em estudo (Imagem: Institute of Cancer Research)

Teste ainda precisa ser aperfeiçoado

  • Apesar dos resultados positivos, ainda não foi comprovado que o teste salva vidas.
  • Especialistas dizem que pode levar “anos” até que esses mecanismos possam ser usados rotineiramente.
  • Outra limitação da pesquisa é o fato dela ter se concentrado em pessoas de ascendência europeia.
  • A ideia é ampliar o número de participantes em novos experimentos.
  • Acredita-se que os homens negros, por exemplo, tenham o dobro do risco de câncer de próstata.

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Fim dos enjoos? Estudo parece ter encontrado solução

Pesquisadores da Universidade de Nagoya, no Japão, desenvolveram uma abordagem sonora inovadora para prevenir o enjoo de movimento, condição comum em viagens de carro, barco ou avião.

O estudo identificou que a simples exposição a um tom sonoro específico, por apenas um minuto, pode aliviar significativamente sintomas como náusea, tontura e fadiga. A pesquisa é descrita em um artigo publicado recentemente na revista Environmental Health and Preventive Medicine.

O enjoo ocorre quando há um conflito entre os sinais de movimento recebidos pelos olhos, músculos e ouvidos internos, especialmente pela cavidade utricular, responsável pelo equilíbrio.

Sons específicos podem aliviar a sensação de enjoo

  • Com base em estudos anteriores que sugeriam que sons poderiam estimular essa região, os cientistas testaram tons com diferentes frequências e intensidades em utrículos de camundongos.
  • O tom mais eficaz — batizado de sound spice — apresentou frequência de 100 hertz e intensidade de 65,9 decibéis A, dentro da faixa de ruídos ambientais diários.
  • Quando camundongos foram expostos ao som antes de realizarem movimentos que normalmente causariam enjoo, mostraram melhora no equilíbrio e nos sintomas por mais de duas horas.
O estudo utilizou um simulador de direção com os voluntários dos testes – Imagem: Universidade de Nagoya

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Testes com humanos foram positivos

Em testes com humanos, os voluntários também relataram menos desconforto após ouvirem o som por um minuto, antes de serem submetidos a estímulos em simuladores de movimento e veículos reais.

Segundo os autores, a técnica é segura, prática e promissora como alternativa não medicamentosa para combater o enjoo em diversas situações do dia a dia.

“O nível sonoro efetivo está dentro da faixa de exposição diária ao ruído ambiental”, afirma Takumi Kagawa, pesquisador e um dos autores do estudo.

Resultados sugerem uma maneira segura e eficaz de melhorar o enjoo de movimento, potencialmente oferecendo ajuda a milhões de pessoas – Imagem: New Africa/Shutterstock

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