A necrose – morte precoce de células – geralmente está associada a danos graves no organismo. Mas um estudo publicado recentemente no eLife mostra que, em vez de apenas causar estragos, a necrose também pode ativar processos de cura.
Diferente da apoptose – morte celular programada e controlada – a necrose é desorganizada. E costuma ocorrer após algum trauma no organismo, como derrames e ataques cardíacos. Ainda assim, ela pode acionar respostas positivas no corpo, segundo cientistas da Universidade Estadual do Arizona (ASU).
Pesquisadores observam, pela primeira vez, células que atuam em necrose e regeneração
Os pesquisadores estudaram moscas-das-frutas, conhecidas por sua capacidade de regeneração. Durante o processo de necrose, eles perceberam que células vizinhas às afetadas enviam sinais para outras partes do tecido. E esses sinais estimulam o crescimento celular em regiões saudáveis.
Cientistas descobriram comportamento inusitado da necrose após observarem moscas-das-frutas (Imagem: Ernie Cooper/Shutterstock)
Enzimas chamadas caspases mediam esses sinais. Na apoptose, elas agem como executoras da morte celular. Mas, nesse caso, parecem atuar na reparação ao ativar células à distância.
Essa descoberta é significativa porque não só reforça as evidências de que caspases participam de sinais que estimulam a reparação, como também mostra, pela primeira vez, que esse fenômeno ocorre após necrose.
O estudo em questão amplia uma pesquisa feita em 2021, na qual sinais emitidos por células necróticas já haviam sido detectados. Agora, os cientistas identificaram células específicas, chamadas Caspase Positiva Induzida por Necrose (NiCP). Elas reagem à necrose com respostas de regeneração.
Próximos passos
Próxima etapa dos cientistas é entender por que apenas algumas células NiCP sobrevivem após a necrose (Imagem: Rob Harris/Universidade Estadual do Arizona – ASU)
Ainda que isso não tenha sido comprovado em humanos, entender esse mecanismo pode abrir caminhos para tratamentos mais eficazes. Especialmente porque, com o tempo, nosso corpo perde parte da capacidade de se curar sozinho.
A próxima etapa dos cientistas é entender por que apenas algumas células NiCP sobrevivem após a necrose. Essa resposta pode ser essencial para desenvolver novas formas de acelerar a cicatrização e a regeneração de tecidos.
“Por enquanto, [as descobertas do estudo] revelam uma importante resposta genética à morte celular que pode ser aproveitada para melhorar a regeneração de feridas necrosadas“, conclui Harris.
A Ritalina, nome comercial do metilfenidato, é um medicamento amplamente utilizado no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e da narcolepsia.
Seu uso é comum para melhorar a concentração, reduzir a impulsividade e controlar sintomas de hiperatividade, permitindo que pacientes tenham um melhor desempenho em suas atividades diárias.
Mas como exatamente essa substância age no organismo? Quais mudanças ela provoca no cérebro humano? Entenda a seguir.
A Ritalina é um medicamento de tarja preta, o que significa que seu uso requer não apenas receita médica, mas também a retenção dessa receita pela farmácia. Além disso, a tarja preta indica que o remédio deve ser utilizado segundo orientações médicas para evitar dependência psíquica.
Blocos com as iniciais do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (Reprodução: Phalexaviles/Shutterstock)
Ele é indicado exclusivamente para pessoas diagnosticadas com TDAH ou narcolepsia, e o tratamento deve ser acompanhado de perto por um profissional de saúde, geralmente por psiquiatras. A automedicação, especialmente com psicotrópicos, pode causar danos severos ao organismo.
De acordo com ela, muitos diagnósticos de TDAH são feitos sem a devida investigação, e a medicação acaba sendo usada como solução rápida para dificuldades escolares e comportamentais.
No Brasil, o consumo do medicamento tem aumentado exponencialmente, colocando o país como o segundo maior consumidor mundial, atrás apenas dos Estados Unidos.
Sobre o uso indiscriminado da Ritalina
O uso indiscriminado da Ritalina, ou seja, sem supervisão e acompanhamento médico, coloca o paciente em uma situação de risco. Isso porque, como qualquer fármaco, a Ritalina possui tanto efeitos colaterais como certas consequências devido ao uso prolongado.
Pai e filho pintando e desenhando juntos (Reprodução: Alex and Maria photo/Shutterstock)
Quando um médico prescreve um remédio, estima-se que uma investigação (e uma bateria de exames) foi realizada para entender se a substância era a correta para o seu caso.
Isso porque, embora você detenha sintomas que possam ser tratados por determinado fármaco, nem sempre essa mesma substância deve ser prescrita a você, seja porque você é alérgico a algum dos componentes da fórmula ou porque tem alguma condição pré-existente de saúde que impossibilita o uso da medicação.
Desta forma, o uso indiscriminado de qualquer substância (nesse caso, da Ritalina) o coloca em uma zona de perigo porque você não sabe o que pode acontecer com seu corpo durante o uso, porque não passou por uma avaliação médica ou porque não seguiu as orientações médicas adequadamente.
Além disso, há outros casos, como aqueles apontados por Maria Aparecida Affonso Moysés, médica pediatra, que critica como a Ritalina, muitas vezes, é prescrita de forma errônea para crianças que não precisam. Ou seja, em vez de o médico realizar um diagnóstico correto na criança, acaba prescrevendo o remédio para silenciar um comportamento típico, por exemplo, de uma mente mais criativa.
Nisso, todos acabam recebendo o medicamento: quem precisa e quem não precisa. E essa medicalização excessiva de comportamentos infantis é um dos fatores que coloca o Brasil como um dos países que mais utilizam a Ritalina no mundo.
Dentre alguns dos riscos que envolvem o uso da Ritalina, estão a dependência psíquica, insônia, e problemas no coração. Vamos detalhar mais a seguir.
Quais mudanças a Ritalina faz no cérebro e no corpo humano?
A Ritalina atua aumentando a disponibilidade de dopamina e noradrenalina no cérebro, neurotransmissores essenciais para a atenção e a regulação do comportamento.
O medicamento eleva a atividade dopaminérgica e noradrenérgica nessa região, essencial para funções executivas como atenção, planejamento e controle de impulsos. Isso melhora a concentração e a memória de trabalho, especialmente em pacientes com TDAH.
Modulação do sistema límbico
No hipocampo e na amígdala, áreas associadas à memória e às emoções, o aumento da dopamina pode melhorar a regulação emocional. No entanto, o uso prolongado pode elevar o risco de ansiedade e alterar o sistema de recompensa.
Alterações na neurotransmissão
Dopamina: a Ritalina bloqueia os transportadores de recaptação, prolongando sua ação sináptica. Isso influencia na motivação, prazer e cognição;
Noradrenalina: aumenta o estado de alerta e a vigília, podendo causar efeitos secundários como insônia.
Riscos neuroadaptativos
O uso crônico pode induzir tolerância (necessidade de doses maiores), afetar o ritmo circadiano e prejudicar o sono e a saúde mental. Por isso, o monitoramento contínuo do tratamento é essencial.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classifica a Ritalina como substância de controle especial, exigindo acompanhamento médico rigoroso. O uso do medicamento pode causar efeitos colaterais, variando em intensidade.
Homem com grande desgaste mental (Reprodução: pathdoc/Shutterstock)
Os mais comuns incluem diminuição do apetite, insônia, dor de cabeça, boca seca, náusea, nervosismo e aumento da pressão arterial. Em casos raros, pode desencadear reações graves, como batimentos cardíacos acelerados, dor no peito, alucinações, convulsões, movimentos involuntários, ideação suicida e angioedema.
Para um uso seguro, é essencial acompanhamento médico, especialmente para quem tem histórico de doenças cardíacas ou transtornos psiquiátricos.
Muito se fala sobre os impactos negativo da inovação inserida na vida das pessoas, como o excesso de redes sociais por exemplo. No entanto, será que a tecnologia também proporciona felicidade e prazer ao cérebro? A resposta é sim! Uma vez que diversos meios tecnológicos chegaram para atender a qualidade de vida das pessoas e entregando maior acesso a serviços em todo o mundo.
Sobretudo, os avanços tecnológicos também condicionam o cérebro o exercício da capacidade cognitiva, ajudando a mantê-lo ainda mais ativo. Sem contar, a sensação de prazer vinda de diferentes aplicativos de bem-estar, conhecimento e estilo de vida saudável. Confira mais sobre o assunto, a seguir.
Entenda como a tecnologia proporciona felicidade ao cérebro
Uma pesquisa realizada pelo instituto britânico BCS, especializado em tecnologia, analisou dados de 35 mil pessoas em diversos países e apontou uma conexão entre o uso de tecnologia e a sensação de bem-estar, sendo que o acesso a dispositivos de comunicação é o principal fator associado a respostas positivas. Ou seja, nesse caso, a tecnologia proporciona felicidade ao cérebro por conta da proximidade digital que ela oferece.
A pesquisa revelou que o acesso à tecnologia gera percepções mais positivas entre mulheres residentes em países em desenvolvimento, assim como entre indivíduos de baixa renda ou com menor nível educacional, independentemente do gênero.
Jogar videogame é um dos benefícios da tecnologia para a felicidade do cérebro/Shutterstock_Impact Photography
Tecnologia traz felicidade, mas sem excessos!
No entanto, com o passar dos anos o uso em excesso das redes sociais, têm causado mais infelicidade do que bem-estar ao cérebro. De acordo com o jornalista Nicholas Carr, autor do livro “The shallows: what the internet is doing to our brains” (“O superficial: o que a internet está fazendo com nossos cérebros”), as pessoas estão ficando menos inteligentes e a culpa é da internet, pois diante de tanta informação estamos perdendo a capacidade de focar.
Porém, apesar dessas distrações, quando usamos a internet e todas as outras inovações com moderação e equilíbrio, realmente podemos ter bons resultados ao nosso cérebro. O ideal, segundo especialistas, é não perder a ideia de tempo e nossas atividades de rotina, usando a tecnologia a nosso favor, e evitar dependências ou impactos negativos na saúde mental.
A conexão entre as pessoas que a tecnologia proporciona traz felicidade ao cérebro/Shutterstock_Miljan Zivkovic
Cientificamente, a tecnologia pode estimular a felicidade do cérebro humano por meio de diversos mecanismos que envolvem processos neurobiológicos e psicológicos. Aqui estão algumas formas:
Liberação de dopamina: interações positivas com tecnologia, como usar redes sociais, jogar videogames ou assistir a conteúdos agradáveis, ativam o sistema de recompensa do cérebro, liberando dopamina. Esse neurotransmissor está associado a sensações de prazer e satisfação.
Conexões sociais: ferramentas como chamadas de vídeo e mensagens instantâneas promovem o contato com pessoas queridas, o que estimula a produção de ocitocina, conhecida como o “hormônio do vínculo”, aumentando sentimentos de felicidade e pertencimento.
Redução do estresse: tecnologias focadas no bem-estar, como aplicativos de meditação, sons relaxantes e programas de realidade virtual, ajudam a ativar o sistema nervoso parassimpático, promovendo relaxamento e diminuindo o cortisol, o hormônio do estresse.
Estimulação do aprendizado: ao acessar plataformas educativas, o cérebro se envolve em processos de aprendizado que aumentam a neuroplasticidade e liberam dopamina ao realizar conquistas e superar desafios, proporcionando satisfação.
Fomento da criatividade: o uso de ferramentas tecnológicas para expressar criatividade, como edição de arte ou música, estimula áreas do cérebro associadas à imaginação e ao prazer, gerando sensação de realização.
Monitoramento da saúde: wearables e aplicativos que acompanham hábitos saudáveis incentivam a adoção de práticas que melhoram a saúde física e mental, contribuindo para o bem-estar geral.
Uma boa noite de descanso é fundamental para a saúde e o bem-estar, mas muitas vezes enfrentamos dificuldades para relaxar sem saber o motivo. Surpreendentemente, diversos hábitos cotidianos que adotamos sem perceber podem estar atrapalhando o nosso sono.
Desde pequenas escolhas diárias até práticas costumeiras, esses comportamentos podem influenciar o sono e afetar a qualidade do descanso noturno. Para quem deseja noites mais tranquilas, identificar esses fatores é essencial para restaurar o equilíbrio do corpo e da mente. Confira a seguir quais práticas são essas.
Conheça os 7 vilões que estão atrapalhando o seu sono
1 – Cochilos durante o dia
Cochilar ao longo do dia pode oferecer benefícios, como aumento da concentração, alívio do estresse e melhoria da disposição. No entanto, a duração e o momento do cochilo são fatores determinantes para que ele não interfira negativamente no sono noturno.
Ambiente inadequado com excesso de iluminação e ruídos podem atrapalhar o sono/Shutterstock_fizkes
Pesquisas indicam que cochilos longos (mais de 30 minutos) podem impactar negativamente o sono noturno, especialmente quando realizados após as 15h. Eles levam ao sono profundo, dificultam o despertar e fragmentam o sono noturno.
Além disso, podem causar inércia do sono, gerando desorientação e cansaço ao acordar, comprometendo a produtividade. Estudos também associam cochilos prolongados a problemas metabólicos, como diabetes tipo 2, inflamações e problemas cardiovasculares. (NHLBI e JAMA Network)
A exposição à luz pela manhã é realmente uma prática recomendada para melhorar o sono e reprogramar o ritmo circadiano. Estudos mostram que a luz natural, especialmente nas primeiras horas do dia, ajuda a sincronizar o relógio biológico, promovendo um ciclo saudável de sono e vigília.
Isso ocorre porque a luz suprime a produção de melatonina, o hormônio do sono, e estimula a liberação de cortisol, que nos mantém alertas e energizados.
Por outro lado, a exposição à luz azul, emitida por dispositivos como celulares, computadores e televisores, durante a noite interfere na produção de melatonina, o hormônio responsável por induzir o sono. Esse atraso na liberação de melatonina pode dificultar o adormecer e comprometer a qualidade do sono.
3 – Dormir novamente após o despertador tocar
Conseguir um boa noite de sono pode estar diretamente relacionado às primeiras ações realizadas pela manhã. Quando você aperta o botão soneca, inicia um novo ciclo de sono que não será concluído em poucos minutos, resultando em fragmentação do descanso.
Sono fragmentado pela manhã pode prejudicar o sono noturno/Shutterstock_Doucefleur
Segundo Robert S. Rosenberg, diretor médico do Centro de Distúrbios do Sono de Prescott Valley e Flagstaff, essa prática pode causar sensação de cansaço ao longo do dia e desregular o relógio biológico, impactando negativamente o sono noturno.
4 – Ingerir refrigerantes e bebidas com cafeína
Um estudo realizado com 18.779 adultos revelou que indivíduos que dormiam cinco horas ou menos por noite consumiam, em média, 21% mais açúcar e bebidas com cafeína em comparação àqueles que dormiam entre sete e oito horas.
A pesquisa não esclareceu se o consumo maior de açúcar e cafeína leva a menos horas de sono ou se a falta de sono aumenta o consumo desses itens. No entanto, ambos os hábitos estão ligados a impactos negativos na saúde, conforme destacou Aric A. Prather, professor assistente de psiquiatria na Universidade da Califórnia – San Francisco.
5 – Praticar exercícios à noite
Pesquisas apontam que exercícios intensos realizados à noite podem dificultar o sono devido à estimulação do sistema nervoso e ao aumento das endorfinas, que mantêm o corpo em alerta.
Uma revisão publicada na Revista Brasileira de Medicina do Esporte sugere que atividades físicas extenuantes próximas ao horário de dormir podem interferir no ciclo sono-vigília, dificultando o relaxamento necessário para adormecer.
Por outro lado, a intensidade e o tipo de exercício são fatores importantes. Enquanto atividades intensas podem prejudicar o sono, práticas mais leves, como alongamentos ou ioga, podem até melhorar a qualidade do descanso. Adaptar a rotina de exercícios ao horário certo pode ajudar a evitar esses efeitos negativos.
6 – Alimentação inadequada
O Instituto de Otorrinolaringologia e Medicina do Sono (INOF) destaca que a dieta desempenha um papel crucial na regulação do sono. Um estudo publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine sugere que a ingestão de nutrientes específicos pode influenciar diretamente a capacidade de adormecer e a qualidade do sono.
Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Oxford indica que dietas ricas em triptofano têm o potencial de melhorar a qualidade do sono, além de contribuir para a regulação do ciclo sono-vigília. Por outro lado, especialistas afirmam que alimentos processados e açucarados causam picos de glicose no sangue, seguidos por quedas que levam a despertar noturno.
7 – Ambiente não propício ao sono
O ambiente inadequado para o sono pode ter impactos significativos na qualidade do descanso e na saúde geral, como apontam diversos estudos. Por exemplo, uma revisão publicada na Revista Brasileira de Medicina do Esporte destaca que fatores como ruído, iluminação excessiva e temperatura inadequada podem interferir no ciclo sono-vigília, dificultando o adormecer e reduzindo a profundidade do sono.
Um estudo publicado na Revista de Saúde Pública analisou dados de 1.998 indivíduos e identificou que fatores como iluminação inadequada, ruídos e temperatura extrema estão associados a dificuldades para iniciar e manter o sono. Além disso, pessoas que relataram insatisfação com o ambiente de sono apresentaram maior prevalência de sono autoavaliado como ruim.
Em 2024, o Brasil registrou quase meio milhão de afastamentos do trabalho por questões de saúde mental, marcando um aumento de 68% em relação ao ano anterior, segundo dados do Ministério da Previdência Social, divulgados em matéria do Jornal da USP.
Esse crescimento reflete o impacto da pandemia de Covid-19, que aumentou a incidência de transtornos mentais, e mudanças no ambiente de trabalho, como avanços tecnológicos e crises econômicas, que elevaram as exigências no trabalho, gerando insegurança e estresse.
Período da pandemia elevou exigências no trabalho, gerando mais estresse e doenças mentais para funcionários – Imagem: PeopleImages.com – Yuri A / Shutterstock
Tema ainda é um tabu em ambientes de trabalho
A psicóloga Marina Greghi Sticca, da USP, alerta para os estigmas que ainda cercam a busca por ajuda, como o medo de retaliações e demissões, destacando a importância de programas de prevenção e reabilitação nas empresas.
A Lei nº 14.831, em vigor desde março de 2024, incentiva as empresas a promoverem a saúde mental, mas o aumento dos afastamentos indica um problema estrutural, como a pressão por produtividade sem a devida compensação, segundo a professora Luciana Romano Morilas, também da USP.
Luciana alerta que as empresas devem repensar a gestão de produtividade, destacando os benefícios do home office, como maior bem-estar e redução do estresse.
Além disso, a partir de maio de 2025, as empresas serão obrigadas a avaliar riscos psicossociais, como estresse e assédio, e implementar medidas preventivas e corretivas.
A psicóloga Marina também sugere estratégias individuais, como autocuidado, alimentação saudável, práticas físicas, micropausas e técnicas de relaxamento, que podem ajudar a mitigar os impactos do ambiente de trabalho na saúde mental.
Especialistas apontam que colaboradores com problemas mentais ainda hesitam em buscar ajuda, evidenciando a necessidade de conscientização no ambiente de trabalho – Imagem: fizkes/Shutterstock
Um estudo realizado por pesquisadores da Université Laval, do Canadá, e do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo faz um alerta importante. O consumo excessivo de frutose pode ser prejudicial à saúde.
Segundo o trabalho, a substância, comum em dietas com alto teor de alimentos ultraprocessados, modifica a forma como o intestino responde à glicose. Isso pode levar ao aumento da absorção de açúcar, comprometendo o controle da glicemia.
Atenção com a frutose adicionada a alimentos ultraprocessados
Os efeitos foram observados em camundongos e precedem a intolerância à glicose e o acúmulo de gordura no fígado.
Estes dois fatores, alertam os pesquisadores, estão ligados ao desenvolvimento do diabetes tipo 2 e da doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica.
Ainda de acordo com o trabalho, a absorção intestinal alterada é o causador do problema.
Apesar das conclusões, os cientistas destacam que a fruta não é uma vilã da nossa saúde (muito pelo contrário).
Os prejuízos foram verificados em contextos de alto consumo de frutose adicionada a alimentos ultraprocessados.
Dessa forma, é recomendado que se evite o consumo de produtos como refrigerantes e sucos industrializados (mesmo os 100% fruta), cereais matinais e barras adoçadas, biscoitos recheados e doces industrializados, pães e bolos prontos, chás prontos e bebidas esportivas adoçadas, molhos industrializados (ketchup, barbecue etc.), além de iogurtes adoçados, sobremesas lácteas e geleias.
Durante o trabalho, pesquisadores alimentaram camundongos com uma dieta em que 8,5% da energia vinha da frutose, proporção considerada elevada, mas ainda próxima do consumo humano médio. O experimento durou sete semanas.
Apenas três dias após o início das análises, os animais já apresentavam um aumento na capacidade do intestino de absorver glicose, antes mesmo do surgimento da intolerância à glicose.
Após quatro semanas, a glicose já não era eficientemente removida do sangue e, ao fim do estudo, observou-se acúmulo de gordura no fígado, condição que pode evoluir para quadros mais graves, como a cirrose.
Dietas com alto teor de alimentos ultraprocessados modificam a forma como o intestino responde à glicose (Imagem: mi_viri/Shutterstock)
Mesmo com os efeitos adversos, os animais não desenvolveram resistência à insulina nos músculos ou no tecido adiposo, indicando que o descontrole glicêmico inicial ocorre por alterações no intestino e não por falha na resposta insulínica periférica.
Os responsáveis pelo estudo constataram que o consumo excessivo de frutose eleva os níveis circulantes de GLP-2, substância que estimula o crescimento da superfície intestinal e o aumento da absorção de nutrientes. Ao bloquear o receptor desse hormônio (Glp2r), foi possível impedir o aumento da absorção de glicose, evitando tanto a intolerância quanto o acúmulo de gordura no fígado.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que as doenças cardíacas são a principal causa de mortalidade no mundo. Neste cenário, milhões de pessoas em todo o mundo precisam utilizar marcapassos.
Os dispositivos enviam impulsos elétricos ao coração para que o órgão bata normalmente. No entanto, exigem cirurgias para implantação, o que pode oferecer riscos.
Por conta disso, cientistas acabaram de desenvolver um novo equipamento menor do que um grão de arroz.
Não há necessidade de cirurgia para implantação
Chamado de menor marcapasso do mundo, ele foi testado em animais, assim como em tecidos cardíacos humanos.
A ideia é que o equipamento seja experimentado em pessoas daqui dois ou três anos, mas os resultados provisórios já são considerados positivos.
O pequeno tamanho do dispositivo permite que ele seja injetado no corpo a partir de uma seringa, tornando a implantação menos invasiva.
Ele ainda é controlado pela luz e pode se dissolver no corpo, descartando também a necessidade de cirurgia para remoção.
A nova tecnologia foi apresentada em um estudo publicado na revista Nature.
Dispositivo é esperança para quem sofre com doenças cardíacas (Imagem: Shutterstock/Lightspring)
Os pesquisadores explicam que o marcapasso tem apenas um milímetro de espessura e 3,5 milímetros de comprimento. Ele pode ser conectado sem a necessidade de fios, a partir de um adesivo colocado no peito do paciente.
Quando detecta batimentos cardíacos irregulares, o dispositivo emite automaticamente luz infravermelha, que sinaliza para o aparelho qual é o ritmo que deve marcar. Todo este sistema é alimentado por uma “célula galvânica”, que usa os fluidos corporais para transformar a energia química em impulsos elétricos que estimulam o coração.
Menor marcapasso do mundo foi desenvolvido (Imagem: John A. Rogers/Northwestern University)
O aparelho pode ajudar bebês que nascem com más-formações cardíacas congênitas e que precisam de um marcapasso temporário durante a semana posterior à cirurgia. Além disso, pode ajudar a restabelecer um ritmo cardíaco normal em adultos recém-operados do coração.
Pequenos ajustes no dia a dia podem ser cruciais para proteger o cérebro e retardar o declínio cognitivo. O jornal The New York Times relata que cientistas acreditam que até 45% dos casos de demência podem ser retardados ou prevenidos com a ajuda de algumas mudanças simples, às vezes surpreendentes, no comportamento.
Confira as 10 dicas essenciais do que podem ajudar a manter seu cérebro saudável:
Use um capacete
Proteger sua cabeça durante atividades como ciclismo, esqui ou motociclismo é uma das formas mais eficazes de evitar lesões cerebrais.
Traumas na cabeça, como concussões, podem contribuir para o desenvolvimento de encefalopatia traumática crônica (C.T.E.), uma condição que piora a cognição e, em alguns casos, leva à demência.
Usar capacete é um simples e eficaz passo para reduzir esses riscos e proteger a saúde cerebral a longo prazo.
Coloque protetores auriculares
A perda auditiva está associada a um maior risco de demência, uma vez que a parte do cérebro responsável pela audição está próxima da área que controla a memória.
Proteja sua audição utilizando protetores auriculares ao expor-se a sons altos, como ao cortar a grama ou usar ferramentas barulhentas.
Além disso, é fundamental realizar exames auditivos regulares, especialmente para pessoas com mais de 50 anos ou que estejam frequentemente expostas a ruídos altos.
Faça um exame de vista
A perda de visão está diretamente relacionada ao declínio cognitivo, com estudos mostrando que a maioria dos adultos com deficiência visual grave também apresenta sinais de demência.
Realizar exames oftalmológicos periódicos, principalmente após os 50 anos, e corrigir problemas de visão com óculos ou cirurgia pode prevenir o impacto negativo na cognição.
A visão desempenha um papel fundamental na saúde cerebral, e tratá-la adequadamente pode reduzir o risco de demência.
Mantenha-se em movimento
A atividade física regular é uma das melhores maneiras de manter o cérebro saudável.
O exercício aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro, melhorando a oxigenação e promovendo a regeneração celular.
Mesmo caminhar 30 minutos por dia pode trazer benefícios significativos.
Além disso, diminuir o tempo em que ficamos sentados também ajuda; levante-se a cada 20 minutos para evitar a inatividade prolongada e engajar o corpo de maneira contínua.
Exercícios físicos, mesmo que leves, além de benefícios ao corpo, ajudam a proteger o cérebro – Imagem: Cameron Prins / Shutterstock
Manter os níveis de colesterol sob controle é essencial para a saúde do cérebro.
O colesterol “ruim”, presente em alimentos como carnes vermelhas, laticínios integrais e bebidas açucaradas, pode endurecer as artérias, limitando o fluxo sanguíneo para o cérebro e aumentando o risco de derrame e declínio cognitivo.
Uma dieta balanceada, rica em vegetais, frutas e grãos integrais, junto com exercícios regulares, pode ajudar a controlar o colesterol e prevenir problemas cerebrais.
Use fio dental todos os dias
A saúde bucal tem um impacto direto na saúde cerebral. A negligência na higiene dental pode levar a infecções que afetam os seios nasais e, eventualmente, o cérebro.
Além disso, estudos mostram que a doença gengival está associada ao aumento do risco de demência.
Escovar os dentes, usar fio dental regularmente e visitar o dentista anualmente são hábitos simples que podem prevenir problemas bucais e, por consequência, proteger a saúde cerebral.
Participe de um clube do livro ou grupo social
Manter uma vida social ativa é fundamental para preservar a saúde mental e prevenir o isolamento, que está ligado ao aumento do risco de depressão e demência.
Participar de clubes do livro, grupos de jardinagem ou até mesmo realizar encontros mensais com amigos e familiares pode manter a mente estimulada e a cognição afiada.
Um forte sistema de apoio social pode fazer uma grande diferença na saúde geral e na longevidade mental.
Use uma máscara para evitar a poluição
A poluição do ar tem efeitos negativos comprovados sobre o cérebro, e a exposição prolongada a partículas finas pode contribuir para o declínio cognitivo.
Durante dias de alta poluição, como em situações de fumaça de incêndios florestais ou condições climáticas adversas, usar uma máscara N95 ou cirúrgica pode reduzir a exposição a essas partículas prejudiciais.
Além disso, usar filtros de ar em casa pode ajudar a minimizar o impacto da poluição interna.
Contato com a poluição de grandes cidades pode ser danoso ao cérebro – Imagem: Anucha Naisuntorn/Shutterstock
Cuidado com o pescoço
O pescoço desempenha um papel vital no fornecimento de sangue para o cérebro.
Lesões no pescoço podem restringir esse fluxo sanguíneo, prejudicando a oxigenação cerebral e aumentando o risco de coágulos.
Para proteger o pescoço, evite movimentos bruscos, como torções repentinas ou massagens de “tecido profundo”.
Além disso, sempre use cinto de segurança ao dirigir para proteger sua coluna cervical e garantir um fluxo sanguíneo adequado para o cérebro.
Durma bem
O sono de qualidade é fundamental para a saúde do cérebro.
O descanso adequado ajuda a consolidar memórias, limpar resíduos celulares e renovar a energia do cérebro.
Para melhorar o sono, crie um ambiente propício ao descanso, com cortinas blackout se você trabalha à noite, e considere técnicas como meditação para reduzir a ansiedade.
Dormir o suficiente e manter uma rotina regular de sono é essencial para preservar a saúde cognitiva ao longo da vida.
Adotar essas dicas simples no dia a dia pode ter um grande impacto na preservação da saúde cerebral e na prevenção do declínio cognitivo.
Kathleen Janus, autora e palestrante de Stanford, encontrou uma solução inesperada para seus problemas de sono: magnésio. Após anos acordando durante a noite, ela descobriu, por meio de sua nutricionista, que tinha deficiência do mineral. O relato de Janus foi detalhado em uma matéria do Wall Street Journal.
Após 11 dias de banho de magnésio, ela passou a dormir ininterruptamente por nove horas.
Janus não estava sozinha. Muitas mulheres enfrentam problemas de sono e recorrem a alternativas naturais, como o magnésio, que está em alta desde 2020, com vendas de suplementos e produtos relacionados aumentando significativamente.
O magnésio está em alta, virando tendência em redes sociais e com uma demanda crescente por produtos que contém o mineral – Imagem: New Africa/Shutterstock
Magnésio cresceu em popularidade
Especialistas atribuem a popularidade do magnésio à influência de vídeos virais no TikTok, como o Sleepy Girl Mocktail, uma bebida à base de magnésio.
A demanda por produtos de magnésio aumentou, com pessoas buscando maneiras naturais de melhorar a saúde e o bem-estar. No entanto, a eficácia do magnésio ainda é debatida.
Alguns estudos indicam que ele pode melhorar o sono, mas não há consenso. Para médicos como o Dr. Alcibiades Rodriguez, da NYU, e o Dr. Michael Breus, especialista em sono, o magnésio pode ser útil para algumas pessoas, mas não é uma solução universal.
Além disso, o magnésio é recomendado por nutricionistas para tratar problemas comuns, como cãibras durante a gravidez e insônia. No entanto, os especialistas alertam sobre a falta de regulamentação nos suplementos e a importância de saber a quantidade adequada a ser consumida.
O magnésio pode ser benéfico em certos casos, mas para queixas leves, os efeitos podem ser limitados.
Ou seja, é a mesma história de sempre: nada de se medicar por conta! Procure um profissional qualificado para te instruir.
Especialistas admitem que o magnésio pode ajudar a melhorar a qualidade do sono, mas não deve ser considerada uma solução para todos os casos e pessoas – Imagem: Tero Vesalainen / Shutterstock
Um dos recentes avanços medicinais mais promissores usando IA ocorreu para tratar o Parkinson, melhorando a qualidade de vida de dois homens que convivem com a condição, conforme mostra uma matéria do Washington Post.
Aos 40 anos, Keith Krehbiel, um cientista político renomado, foi diagnosticado com Parkinson. Embora os medicamentos controlassem seus sintomas, causavam efeitos colaterais debilitantes.
Da mesma forma, James McElroy, diagnosticado aos 47 anos, tomou até 17 comprimidos por dia, lidando com efeitos colaterais graves.
Ambos participaram de um tratamento inovador: estimulação cerebral profunda adaptativa (DBS), que usa inteligência artificial para ajustar a estimulação cerebral em tempo real, oferecendo um controle mais eficaz dos sintomas e reduzindo a necessidade de medicamentos.
Abordagem com IA oferece uma nova esperança para pacientes com Parkinson (Imagem: Creative Cat Studio/Shutterstock)
Estimulação cerebral profunda adaptativa: o que é
O DBS, uma técnica cirúrgica usada desde 1997, tradicionalmente fornece estímulos constantes ao cérebro, mas pode causar subestimulação ou superestimulação.
A versão adaptativa ajusta a estimulação conforme as necessidades do paciente, otimizando os resultados e minimizando efeitos adversos.
Em testes, como o estudo piloto de 2024, a tecnologia mostrou grande potencial na melhora dos sintomas motores e na qualidade de vida dos pacientes.
A Food and Drug Administration (FDA) aprovou o primeiro sistema DBS adaptativo para Parkinson em fevereiro. Os resultados preliminares de estudos clínicos mostram alta satisfação dos pacientes, com 98% optando por continuar com a terapia a longo prazo.
No entanto, a técnica não é indicada para todos os pacientes e ainda existem desafios, como a personalização dos algoritmos e a busca por melhorar a eficácia do tratamento. Para Krehbiel e McElroy, a tecnologia tem sido transformadora, permitindo-lhes levar uma vida mais normal.
A estimulação cerebral profunda adaptativa pode ser a solução para uma tratamento do Parkinson com menos medicamentos e seus efeitos colaterais – Imagem: Jne Valokuvaus/Shutterstock